Quem é o ministro do meio ambiente no brasil

Quem é o ministro do meio ambiente no brasil

Joaquim Álvaro Pereira Leite foi nomeado por Ricardo Salles para comandar a Secretaria da Amazônia; agora, deve assumir o ministério

Quem é o ministro do meio ambiente no brasil

(divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23/06/2021 às 17:41.

Última atualização em 23/06/2021 às 18:05.

Com a demissão de Ricardo Salles nesta quarta-feira, 23, quem assume o Ministério do Meio Ambienteé Joaquim Álvaro Pereira Leite, nomeado pelo ex-ministro para a Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais em setembro de 2020. Ex-conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das principais entidades ruralistas do país, era considerado "homem de confiança" de Salles.

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A Secretaria na qual atuava foi criada em agosto de 2020, em razão do aumento da pressão internacional por causa do aumento do desmatamento na Amazônia. No posto em que atuava, Pereira Leite tinha como objetivo formular estratégias e políticas para prevenir queimadas ilegais, além de recuperar áreas de vegetação natuva e reduzir a emissão de gases causadores de efeito estufa, segundo o jornal O Globo.

Antes de assumir a Secretaria, Pereira Leite era diretor do departamento florestal dentro do MMA. Exerceu a função entre 2019 e 2020, tendo como foco as seguintes pautas: combate ao desmatamento ilegal, recuperação da vegetação nativa, incêndios florestais, manejo florestal sustentável, crédito de carbono de floresta nativa e captação e usos de recursos para conservação florestal.

Simultaneamente a essas funções, atuava na Sociedade Rural Brasileira até julho de 2019 como conselheiro. Ao todo, foram 23 anos contribuindo para a entidade. A SRB ganhou holofotes recentemente por divulgar nota de apoio a Ricardo Salles depois da declaração de que o governo deveria "passar a boiada" em meio à pandemia.

Outras informações que constam em seu currículo são consultor administrativo na Suplicy Cafés (2010-2013), diretor na LOT Incorporações (2003-2009) e produtor de café na Fazenda Alvorada, de 1991 a 2002. Também foi diretor-geral da Neobrax, de farmoquímica, entre 2007 e 2019.

Em sua formação profissional, o novo ministro tem um MBA pelo Insper, além de ser graduado em administração de empresas pela Universidade de Marília.

Salles é, atualmente, alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é investigado por crimes como advocacia administrativa, atrapalhar investigação de infrações penais relacionadas a organizações criminosas, além de criar dificuldades para fiscalização ambiental.

A exoneração do ministro e a nomeação de seu sucessor foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

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São Paulo – Nomeado nesta quarta-feira (23) como novo ministro do Meio Ambiente, o administrador de empresas Joaquim Álvaro Pereira Leite deve manter o legado de seu antecessor, Ricardo Salles, atuando pela continuidade dos interesses do agronegócio. É o que avalia o professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Ribeiro, em sua coluna na Rádio Brasil Atual

Até então secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, Pereira é próximo de Salles e já ocupou a diretoria do Departamento Florestal da pasta no governo de Jair Bolsonaro. Antes de ser alçado à Esplanada, o agora ministro também foi conselheiro por 23 anos da Sociedade Rural Brasileira.

Ligada à defesa dos interesses do agronegócio no país, a entidade também é autora da nota de apoio a Salles, emitida em abril de 2020, quando veio a público a declaração do ex-ministro sugerindo que o presidente da República aproveitasse do foco na pandemia de covid-19 para “ir passando a boiada” na área ambiental. Era uma referência a alterações nas regras de licenciamento para exploração econômica e para o desmonte do amparo legal à preservação de biomas.

O nome do novo ministro do Meio Ambiente também está envolvido em um processo de disputa por uma pedaço da Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo, local onde vivem 534 indígenas dos povos Guarani Mbya e Ñandeva. 

Legado de destruição

De acordo com reportagem da BBC News Brasil, Pereira integra uma família tradicional de fazendeiros de café que desde 1986 ameaça o território pertencente aos povos tradicionais. Um documento da Fundação Nacional do Índio (Funai) mostra que a família tentou impedir o processo de demarcação. E, com a negativa do órgão, passou a ameaçar os indígenas. A serviço dos Pereira Leite, capatazes chegaram a destruir a casa de uma família indígena da TI.

Por conta dessa trajetória, a avaliação do geógrafo da USP é que o novo ministro do Meio Ambiente “deva manter o legado triste que o ministro Salles deixou”. De acordo com dados do relatório do MapBiomas Alerta, reportados pela RBA, apenas em 2020 o desmatamento no Brasil cresceu 13,6%. Ao todo, 13.853 quilômetros foram devastados, uma área nove vezes maior do que a cidade de São Paulo. O que equivale ainda a 24 árvores por segundo sendo derrubadas. Além disso, todos os seis biomas do país registraram aumento de alertas de desmatamento. 

“O Pantanal passou por um processo de desmatamento jamais visto, os números da Amazônia todo mês quebraram recordes. Foram mais de 300 regulamentações alterando a estrutura do Ministério do Meio Ambiente”, aponta Ribeiro ao jornalista Glauco Faria.

Seguido pelo sucessor

Segundo o professor, o Brasil “vai demorar muito para reconstruir tudo o que Salles conseguiu destruir nesses dois anos e meio”. O mais grave ainda, segundo ele, é a perda da biodiversidade e da sociodiversidade, irreparáveis. “Instituições se recuperam. O problema é a biodiversidade que perdemos, isso não tem jeito ou volta. Nós queimamos a mata, perdemos informações genéticas e emitimos gases do efeito estufa”, contesta.

“E seu sucessor, ao que tudo indica, vem na mesma diretriz. Já que ele (Pereira) também tinha uma função de confiança durante o mandato do ex-ministro Salles”, completa Ribeiro. De acordo com o geógrafo da USP, a escolha do novo ministro do Meio Ambiente marca ainda um momento emblemático do país. Uma troca de comando no mesmo dia em que os povos tradicionais sofreram uma derrota com a aprovação na Comissão de Constituição e de Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara do Projeto de Lei (PL) 490/2007. Uma medida que pode inviabilizar a demarcação de terras indígenas e destruir direitos dos povos originários, conforme aponta.

Confira a entrevista 

Redação: Clara Assunção – Edição: Helder Lima

Quem é o ministro do Meio Ambiente 2022?

Ministro Joaquim Leite — Português (Brasil)

Qual é o nome do ministro do Meio Ambiente?

Ministério do Meio Ambiente (Brasil).

Como está o meio ambiente no Brasil atualmente 2022?

O resultado é que, em 2021 e, só nos primeiros 3 meses de 2022, o Brasil registrou os piores índices de desmatamento de mata nativa na Amazônia em 10 anos, sendo que quase metade dessa destruição ocorreu em florestas públicas federais, em que Bolsonaro retirou verbas e estrutura para fiscalização.

Quem é responsável pelo meio ambiente no Brasil?

Órgãos executores – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e ICMBio – esses órgãos são vinculados ao MMA e tem a função de proteger a natureza, garantir a qualidade socioambiental e a sustentabilidade, no que se refere ao uso dos recursos naturais.