Quem findou a escola peripatetica

Quem findou a escola peripatetica

A Escola peripatética foi um círculo filosófico da Grécia Antiga que basicamente seguia os ensinamentos de Aristóteles, o fundador. Fundada em c.336 a.C., quando Aristóteles abriu a primeira escola filosófica no Liceu em Atenas, durou até o século IV.

"Peripatético" (em grego, περιπατητικός), é a palavra grega para 'ambulante' ou 'itinerante'. Peripatéticos (ou 'os que passeiam') eram discípulos de Aristóteles, em razão do hábito do filósofo de ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e dava preleções, por sob os portais cobertos do Liceu, conhecidos como perípatoi, ou sob as árvores que o cercavam.

A escola sempre teve uma orientação empírica - em oposição à Academia platônica, muito mais especulativa. Tal característica se acentua quando Teofrasto assume a direção.

O mais famoso membro da Escola peripatética depois de Aristóteles foi Estratão de Lampsaco, que incrementou os elementos naturais da filosofía de Aristóteles e adotou uma forma de ateísmo.

Outros membros destacados da escola Peripatética foram:

  • Aristóxeno de Tarento
  • Sátiro, o Peripatético
  • Eudemo de Rodes
  • Andrônico de Rodes
  • Critolau
  • Alexandre de Afrodisias
  • Temístio

  Ver também

  • Filosofia helenística

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Escolas gregas de filosofia
Filosofia pré-socrática

Escola de Mileto · Pitagoreanismo  · Escola efésica · Escola eleática · Pluralismo · Atomismo · Sofismo

Filosofia socrática

Platonismo (Platão) · Escola peripatética (Aristóteles) · Cínicos · Escola cirenaica · Escola megárica · Escola de Elis

Filosofia helenística

Epicurismo · Estoicismo · Pirronismo · Neoplatonismo

   

Desenvolvi este exercício de filosofia em andamento obviamente inspirado pela Escola Peripatética de Aristóteles.

Na Rua do Bicalho (Caminhos do Romântico atrás da Faculdade de Letras do Porto) demos início a uma “Caminhada Peripatética” com os alunos a discutirem aos pares a pergunta:

“Qual a palavra mais essencial do Universo?” 

É sabido que Aristóteles e os seus discípulos gostavam de filosofar enquanto passeavam pelos jardins do Liceu. Acreditavam, e bem, que o exercício físico irrigava o cérebro o que melhorava as suas performances cognitivas. Caminhavam lado a lado e a passo rápido enquanto debatiam problemas filosóficos difíceis ou escutavam as profundas lições do seu mestre.

Caminhar enquanto reflectimos ajuda-nos a assimilar conhecimentos, a melhorar a criatividade, a estabelecer relações entre ideias e a ser estimulados física e mentalmente por paisagens, cheiros, barulhos e silêncios. Além disso, o facto de caminharmos enquanto dialogamos com outras pessoas (aos pares) põe-nos em sintonia com elas. Ao partilharmos o mesmo esforço físico e mental somos levados a aceitar mais naturalmente outras perspectivas e críticas às nossas ideias o que torna o diálogo mais cooperativo e menos dialéctico. Por outras palavras, caminhar põe-nos a pensar com os músculos, com os sentidos e com o coração e não apenas com o cérebro.

A meio do percurso parámos na Faculdade de Letras (FLUP) para um breve diálogo com o grupo e pudemos constatar a enorme variedade de ideias que tinham sido avançadas pelos vários pares: o Big Bang, o Universo, o Infinito, etc. Havia tudo menos acordo, o que do ponto de vista filosófico só pode ser uma coisa boa.

Foi uma visão única a de catorze miúdos de 12/13 anos a atravessar os corredores da Faculdade de Letras a discutirem aos pares se o “Universo é mais essencial que o Infinito ou se o Infinito é mais essencial que o Universo”.

Continuámos pelos jardins da FLUP em direcção à Via Panorâmica a tentar saber se “antes do Big Bang havia algo”. Pelo caminho encontramos o filósofo e amigo Tomazzo Piazza de (re)visita à nossa cidade mas não nos pudemos demorar. Um aperto de mão e seguimos pois o ritmo da caminhada e da reflexão ia alto.

De tempos a tempos mudávamos os pares para as mentes dos alunos de irem “fertilizando” com novas ideias de outros colegas.

A caminhada terminou com um diálogo à sombra das árvores do Palacete Burmester.

Para moderar o diálogo que prometia ser aceso, tal era a ebulição mental que se fazia sentir, recorremos à técnica do Microfone Mágico. Numa conversa que durou cerca de 20 minutos o grupo chegou (temporariamente) a acordo sobre a palavra mais essencial do Universo: “Big Bang, pois sem isso não existiria o Universo.”

Mais tarde outros diálogos sobre este mesmo tema fizeram cair por terra esse acordo e o pensamento pode enfim seguir o seu caminho. Como a nossa caminhada também o pensamento é um “percurso que nunca mais acaba”, como dizia a meio do caminho uma das alunas mais ofegantes.

Esta foi a última sessão desta edição de 2013 dos Jovens Filósofos: mente Sã em corpo São e este foi um grupo de que dificilmente me vou esquecer: Os Peripatéticos

Quem findou a escola peripatetica

Até para o ano!