Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

Sem doutrinas particulares de denominações, sem tradições de qualquer igreja, este estudo bíblico destaca 4 contradições sobre o dízimo que a grande maioria dos líderes nas igrejas evangélicas atuais (infelizmente) estão pregando.

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Além disso, aprenderemos um pouco sobre este assunto examinando a doutrina bíblica (e só ela), ensinada pelo SENHOR desde o Antigo Testamento, por Cristo e pelos apóstolos.

(Obs.: Você já pode adquirir a versão digital do meu 1º livro, 7 Contradições sobre o dízimo pregadas nas igrejas atuais, e ler no aplicativo Amazon Kindle, que possui muito mais detalhes adicionais aos estudos bíblicos sobre o dízimo aqui publicados. Caso queira conhecer, clique aqui).

A 1ª das contradições sobre o dízimo está na forma como pregam e aplicam Malaquias 3:10, vamos entender.

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.

Você já se perguntou porque a palavra “dízimo” está no plural no versículo tão conhecido acima?

“trazei todos osdízimos

É óbvio: estes dízimos de Malaquias 3:10 não tem relação alguma com este em dinheiro que entregamos na igreja atualmente no envelope com nosso nome.

A entrega dos dízimos fazia parte da lei de Deus para a nação de Israel, para o país, e eram entregues estes tipos de dízimo:

  1. Os frutos da colheita levados para o templo de Jerusalém (ou recolhidos pelos levitas nas cidades), para que nele houvesse mantimento e os levitas se alimentassem e não abandonassem os serviços do templo, precisando assim ir trabalhar para garantir o sustento de sua família: Neemias 10:37-39; Levítico 27:30-34; Números 18:20-24.
  2. Os dízimos das colheitas e das crias dos rebanhos e do gado que eram levados de ano em ano para Jerusalém, para lá serem comidos em culto a DEUS: Deuteronômio 14:22-27.
  3. Os dízimos das colheitas que eram armazenados nas cidades israelitas para alimentar levitas, viúvas, órfãos e estrangeiros, juntado de 3 em 3 anos: Deuteronômio 14:28-29.
    Isto era o suficiente e até sobrava para estes sobreviverem, pois eram onze tribos alimentando apenas uma.

É por isso que em Malaquias 3:8-9 DEUS diz que a nação estava roubando-O, pois a entrega destes dízimos fazia parte da lei dEle para a nação israelita, a lei já dizia que estes dízimos das colheitas e das crias do gado e rebanho pertenciam a DEUS (Lv 27:30-32) e se não cumprissem essa lei obviamente estariam roubando a DEUS.

Repare que o próprio texto informa que era uma nação que estava roubando ao SENHOR:

Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais. Mas vós dizeis: Em que te roubamos? Em dízimos e ofertas.
Vós sois amaldiçoados com uma maldição; pois vós mesmos me roubaste, toda esta nação.

Isto estava acontecendo no tempo do profeta Malaquias (cerca de 423 a.C.) e é confirmado no livro de Neemias 13:4-12, que é contemporâneo do profeta Malaquias.

Seria o mesmo que uma pessoa ou empresa que ganha determinado lucro não pagar e declarar anualmente o imposto de renda, pois faz parte da lei do Brasil o pagamento desse imposto para quem ganha acima de determinados valores anualmente (acima de 28 mil reais/ano para assalariados, por exemplo); deste modo, se o imposto de renda não for pago e declarado, a pessoa estará roubando o Governo do país.

Os dízimos das colheitas e das crias dos animais faziam parte da lei de Deus para os israelitas praticarem na sua terra prometida, não é a toa que logo no início do livro de Malaquias é destacado que estas palavras se direcionavam aos israelitas (Ml 1:1), todos os líderes sabem disso.

Agora, existem princípios espirituais dentro deste sistema de lei que são aplicáveis a nós, para entender isso leia o estudo 4 princípios que Deus nos ensinou com o dízimo do Antigo Testamento.

E ainda em Malaquias 3:9 afirma que os israelitas estavam sendo amaldiçoados, pois eles estavam desobedecendo a lei que Deus havia determinado para eles, conforme Deuteronômio 28 já estava escrito que seriam amaldiçoados devido a desobediência, texto que você muito provavelmente já conhece.

Outra coisa importante: saiba que O DEVORADOR NÃO É DEMÔNIO!

Portanto pare de contribuir com MEDO “dele” (se estiver), pois você está contribuindo com motivações erradas!

Lembre-se que Deus ama ao que dá/contribui com alegria e não por causa do medo! (2 Co 9:7)

Leia os textos de Joel 1:3,4 e 2 Crônicas 7:13 e conclua por si mesmo que o devorador não é nenhum demônio!

O devorador não é demônio, são antes insetos (lagarta, gafanhoto, locusta e o pulgão), que comiam a lavoura do judeu que não dava os dízimos de suas produções agrícolas, do gado e do rebanho, que serviam para o sustento do órfão, da viúva, do estrangeiro e do levita, que acabavam passando necessidades.

Além disso, pelo próprio texto de Malaquias 3:11 já é possível concluir que o devorador não é demônio, pois demônio não come o fruto da terra…

Os dízimos, como vimos, eram produtos alimentícios e não dinheiro! (Lv 27:30,32; Dt 12:17; Ne 13:12).

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

Devoradores, na verdade, são os falsos líderes que forçam as pessoas a darem seu dinheiro para a igreja, escravizando-as com chantagens e ameaças, em vez de ensinar o amor a Deus, à Sua obra e ao próximo e assim a contribuição voluntária, como o apóstolo Paulo ensinou (2 Co 8:7-9; 2 Co 9:7; 1 Co 9:11).

Leia também: Características do pastor mercenário na igreja atual.

Este argumento de que o dízimo hoje em dia é dado em dinheiro porque não vivemos da agricultura, da criação do rebanho e do gado (como Israel antigamente), pois somos assalariados com dinheiro, é uma deturpação da doutrina bíblica e também é incoerente.

O dízimo em dinheiro dado hoje é uma adaptação que não era para ter sido feita, pois não encontra-se praticado pelas igrejas dos apóstolos e nem dos pais da igreja dos primeiros séculos d.C., mas foi adotada pelas igrejas evangélicas à partir da reforma protestante para que se pagasse os diversos custos do templo, e agora, como já virou costume da grande maioria das igrejas, muitos líderes (eu disse muitos, e não todos) já não conseguem mais pregar contribuição sem falar, direta ou indiretamente, da obrigatoriedade de dar o dízimo, pois há medo de as pessoas não contribuírem voluntariamente e assim quebrar todo o sistema de funcionamento dos templos.

Para mais esclarecimentos leia o artigo Quando começou-se a cobrar o dízimo nas igrejas?

Muitos são os líderes religiosos atualmente que estão interpretando mal a passagem de Malaquias 3:10-11, ou simplesmente não querem abrir mão do “imposto” de 10% pago pelos fiéis, que sustenta seus salários exorbitantes e seus templos.

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

“É melhor pregar numa igreja sem luz (energia elétrica), sem auto falantes, microfone e datashow (por exemplo), mas pregar a verdade, do que pregar em um templo grande, repleto de pessoas e dispositivos eletrônicos, e manipular a doutrina bíblica para satisfazer interesses denominacionais, opiniões e interpretações subjetivas da bíblia ou teologias pessoais.”

Não estou dizendo com isso tudo, porém, que sou contra o salário pastoral e a contribuição em dinheiro na igreja, por exemplo, o que está em questão aqui não é a contribuição em si, mas ouso da doutrina para escravizar as pessoas com chantagens e ameaças, para satisfação de interesses próprios.

Para mais esclarecimentos você pode ler os seguintes estudos que já escrevi:

  • 4 Motivos porque a obra de Deus merece a sua contribuição;
  • Versículos que provam que o pastor pode receber salário da igreja.

Eu sei muito bem que em meio a tantos falsos mestres hoje em dia, equivocados ou fanáticos, não deixaram de existir homens que servem a Deus com sinceridade e amam aos irmãos.

Porém mesmo alguns homens sinceros para com Deus não estão abrindo mão de uma doutrina que na verdade não faz parte do evangelho de Cristo, como se o dízimo do Antigo Pacto tivesse se “atualizado” para o modelo que temos hoje, quando isto não é verdade; e por causa disso há muita chacota e má fama que acaba gerando descrédito para com a igreja de Deus por aí à fora, classificando todos os pastores como ladrões porque cobram dinheiro dos cristãos com o dízimo.

Por causa disso também há muitos irmãos, irmãs e famílias em certas igrejas que, não podendo contribuir continuamente devido sua pobreza, são desprezados por outros que tem seu nome no livro dos dizimistas, o que é uma verdadeira farsa e acaba causando discriminação dentro da igreja (sobre isso a apóstolo Tiago falou muito bem em Tiago 2:1-9).

Eu já notei que muitas pessoas até tem o desejo e condições para contribuir, mas devido à maneira chantagista que pregam, à má aplicação do dinheiro, não o fazem, e ainda por isso saem como infiéis e pecadores.

É triste ver que nossos líderes estão se deixando levar por tal tradicionalismo religioso/denominacional divorciado da Palavra de Cristo, pois já vi homens que gostam de fazer a obra de Deus e querem ver o bem estar dos irmãos, mas quando chega nessa parte a pregação é com chantagens e escravizante, e não um ensino que pregue alegria e amor.

Você não é obrigado a pagar o dízimo de acordo com o Novo Testamento bíblico!

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

O acontecido com Ananias e sua esposa, Safira, em Atos 5:1-4, já deixa claro que o pagamento do dízimo em dinheiro não era obrigatório na igreja primitiva, e que os apóstolos não o cobravam de ninguém, basta ler com atenção.

Depois que o casal vendeu sua propriedade e trouxe só uma parte do dinheiro da venda aos apóstolos, alegando ser aquele o total, Pedro faz duas perguntas interessantes a Ananias no versículo 4, que merecem nossa atenção, veja:

“Guardando-a, não ficava para ti?”

Ou seja, “se você não vendesse a propriedade ninguém te obrigaria a vendê-la! Ela continuaria sendo tua e pronto.”

“E, após ser vendida, não estava em teu próprio poder?”

Ou seja, “o dinheiro da venda estava contigo, ninguém te pediu nada, você não era obrigado a fazer a doação (ou dar o “dízimo”); se quisesse ficar com todo o dinheiro, que ficasse, se quisesse doar todo ele, ou só metade, ou ainda que fosse 10%, era só doar sem mentir.”

Note que Pedro não ensinou Ananias que deveria dar o dízimo de sua venda! Mas que o dinheiro era dele e ele faria deste o que bem entendesse…

Para mais detalhes sobre este acontecimento leia o estudo sobre Ananias e Safira que já escrevi aqui no blog também.

Entretanto quero destacar uma coisa, preste atenção! Se a igreja a qual você pertence utiliza desta doutrina do dízimo atual para manter seus custos, porém é honesta e transparente com o uso do dinheiro e não gera desconforto às pessoas com doutrinas escravizantes, chantagens e ameaças “bíblicas”, então não creio que haja necessidade de brigar contra ela, ao contrário, junte-se a ela na obra de Deus investindo no Reino e ajudando aos necessitados!

Sinceramente eu não vejo que deveríamos usar de tal adaptação do dízimo do Antigo Testamento para arrecadar dinheiro, mas muitas igrejas já ficaram dependentes disso, como eu disse antes. Entretanto, sendo honestas, então podemos viver tranquilamente.

Ora, com a chegada da nova aliança com nosso Mestre, o Senhor Jesus (profetizada em Jeremias 31:31-34 – também em Hebreus 8:8-13), o sacerdócio Levítico e seu sistema de culto (incluindo a lei dos dízimos) chegou ao fim! (Hb 7:4-12)

Isto foi definitivamente confirmado com a destruição do templo de Jerusalém em 70 d.C.

Por essa causa não se deveria cobrar dízimo (dinheiro) dos cristãos hoje em dia, como não cobraram os apóstolos antes, pois seria um roubo ao que pertencia aos levitas, que na verdade já não exercem mais o ministério de Cristo ser superior ao deles (Hb 7:12-28).

Barnabé, por exemplo, era um levita, mas não cobrava dízimos da igreja! Nem em dinheiro e nem em mantimentos, mas antes contribuía voluntariamente para ajudar a quem estava precisando também (At 4:36,37).

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

Por essa causa eu te digo, fique tranquilo, pois você não será amaldiçoado se não pagar o dízimo em qualquer igreja, nem roubará a Deus!

Em nenhum lugar do Novo Testamento na igreja primitiva vemos Cristo ou os apóstolos cobrando o dízimo (ainda mais em dinheiro), ou ameaçando os irmãos com maldições e amedrontando-os com o “devorador” caso não o pagassem à igreja, pois o dízimo era uma lei para os israelitas com relação ao ministério Levítico, que estava em vigor na antiga aliança, e até enquanto Cristo ainda não havia morrido e ressuscitado, cumprindo assim toda a lei e as profecias bíblicas (Mt 5:17), e ainda esteve em vigor até a destruição do templo em 70 d.C.

Além do mais, sabemos muito bem que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nos libertou de toda e qualquer maldição (da lei), então como podemos nos submeter a este legalismo de novo e afirmar que seremos amaldiçoados se não pagarmos o (suposto) dízimo, pregando uma contradição e anulando assim o sacrifício de Cristo na cruz por nós? (Leia Gálatas 3:13).

Em um certo domingo o pastor de uma igreja que eu era membro pregou dizendo que os crentes devem ser dizimistas, do contrário sofreriam as ruins consequências descritas em Malaquias 3:9-11.

A pregação foi de uma forma que condenava as pessoas que não davam o dízimo.

Para minha surpresa uma pessoa que trabalhava comigo era da mesma igreja e logo na segunda de manhã, chateada (pra não dizer indignada) me chamou para conversar e me questionou dizendo:

“Gabriel você ouviu o que o pastor pregou ontem? Eu não entrego o dízimo. Pois como vou entregar se tenho um filho pré-adolescente pra criar sozinha, só eu trabalho e ainda pago aluguel?”

As pessoas pobres e desfavorecidas de nossas igrejas estão sendo sufocadas e oprimidas psicologicamente com essas falsas ameaças que não fazem parte do evangelho de Cristo! (Releia Gálatas 3:13)

Aos líderes que praticam tal opressão psicológica foi escrito o estudo Diabo, a fonte lucrativa da igreja pelo Kennedy William aqui no blog Bíblia se Ensina.

Infelizmente até mesmo bons líderes da igreja estão se deixando levar por tal ensino (Gl 2:11-13).

Não se deixem enganar meus caros irmãos!

A cobrança dos dízimos era somente para Israel no antigo testamento, e não era a mesma coisa que hoje; na nova aliança de nosso Senhor Jesus, e nas igrejas dos apóstolos, você só encontrará contribuição voluntária com ofertas e doações, com amor e altruísmo!

Se todos os pastores entendessem completamente a mensagem que estou querendo transmitir, louvariam a DEUS, pois eu estou motivando os irmãos a contribuírem com amor e alegria, e se possível, como eu mesmo quero fazer, com muito mais do que 10%, como era na igreja primitiva! (At 4:32-37)

Se a igreja primitiva é nosso modelo de igreja correta, siga-mo-lo então!

Mais uma vez indico a leitura dos 4 motivos porque a obra de DEUS merece a sua contribuição, escrito aqui no blog Bíblia se Ensina.

Se prega-se que o dízimo atual também é voluntário, então por que não pregar logo que é uma oferta, uma doação, uma contribuição ou algum nome semelhante a esses?

É claro, porque por trás da palavra “dízimo” tem a obrigatoriedade. Por isso os que continuam pregando o “dízimo” ou tem medo de não você não contribuir voluntariamente e assim não conseguirem pagar os custos do templo, ou querem se aproveitar do seu dinheiro de alguma forma.

É claro que para toda regra há sua exceção, então esse parágrafo acima não pode ser direcionado a todos, que mesmo pregando com a doutrina “adaptada” ainda assim fazem uso honesto do dinheiro recebido com os dízimos, eu mesmo conheço pastores assim que tem meu respeito.

Se você é honesto, não se ofenda com isso, afinal quem é íntegro anda com a consciência limpa e sem culpa; mas é notável que há implicações negativas que estão por trás dessa “doutrina” que está sendo anunciada nas igrejas, se abríssemos mão dela seriam menos motivos para os hipócritas ficarem falando mal da igreja de Cristo, é só o que penso e vejo.

Em Provérbios 3:9-10 há um ensinamento lindo que nos diz para HONRAR A DEUS com os primeiros frutos do nosso trabalho, e assim Ele nos abençoará. Isso nos transmite um relacionamento íntimo de comunhão de DEUS para com Seu povo. Por que não pregar isso?

Quero destacar também que, se você é dizimista na sua igreja e é abençoado por isso, saiba que isso não é meramente por causa da doutrina em si, mas sim do seu coração sincero para com Deus na sua contribuição, isso o Senhor abençoa. Ele, por misericórdia divina, permite até que maus e injustos sejam abençoados, e não abençoará quem está contribuindo usando de sinceridade e simplicidade para com Ele? (Mt 5:45; Lc 21:1-4)

💡 “Quando nós colocamos o pacote doutrinário da igreja acima do texto bíblico nós atentamos contra a autoridade objetiva do texto bíblico. Isso é um tipo de idolatria!” (Wilbur Norman Pickering)

Nós temos que permanecer espiritualmente atentos e sóbrios para sempre ouvirmos o Espírito Santo, e que estejamos sempre dentro da Palavra e dando valor à Palavra, permitindo que ela diga o que está sendo dito e não o que queremos que diga (afinal de contas, foi o Espírito de Deus quem a inspirou).

Temos que ser leais e honestos com o texto, deixar que o texto diga o que está dizendo sem se importar com o nosso “pacote doutrinário”. Isto não é fácil, tanto que vemos muito pouco isso.

Os líderes religiosos judeus do tempo de Cristo, por exemplo, estavam com seu pacote doutrinário e interpretativo das Escrituras (odres velhos) acima do próprio texto bíblico, assim como muitas, para não dizer a grande maioria, das igrejas hoje em dia estão (infelizmente) com algumas ou muitas de suas doutrinas (como o caso da cobrança de dízimos atualmente).

O texto de Isaías 29:10-13 ilustra o lado de uma igreja onde o pacote manda; tinha-se o texto verdadeiro, mas nem o erudito nem o indouto podiam ler. Para o Erudito o texto estava selado (isto é, bloqueado pelo pacote doutrinário [subjetivo] da denominação); o indouto simplesmente não sabia ler.

A doutrina do dízimo pregada na maioria das igrejas atuais deixou de ser bíblica e tornou-se parcialmente bíblica, e quando a igreja segue uma doutrina que não é bíblica (puramente bíblica), ela atenta contra a autoridade do texto bíblico!

Na ilustração de Isaías 29:10-13, de um lado o líder não fala a verdade porque é “selado”, ou seja, a mensagem bíblica foi deturpada/substituída/sufocada pelo “pacote doutrinário da denominação”, do outro lado, como o outro não entende, então não tem como expor a verdade.

Isto é uma calamidadeque tem atingido a grande maioria de nossas igrejas! 😥

2º Texto contendo contradições sobre o dízimo: 2 Coríntios 9:7.

Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

Eu tenho certeza que, no momento de pedir os dízimos e ofertas na igreja, você já ouviu este versículo muitas vezes, certo?

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

Ora, se é para contribuir segundo eu propus no meu coração, ou seja, quanto eu quero dar e quanto ficar à vontade em dar (sentir alegria), por que sou preso ao sistema de contribuição de 10% do meu salário mensal, e ainda recebo um envelope de dízimo com meu nome depois de me batizar, que me prende a isso?

Não podemos negligenciar que certas famílias ou indivíduos pobres não tem condições de dar nem 10% em certas ocasiões.

A viúva descrita no evangelho de Lucas 21:1-4 deu pouquíssimo valor, entretanto não foi desprezada por Cristo, mas honrada por sua fé, sinceridade e boa vontade; hoje muitas pessoas são “massacradas” se não derem 10%, e há petição de darem mais ainda.

Além do mais, esta contribuição que o apóstolo Paulo fala em todo contexto de 2 Coríntios capítulos 8 e 9 se refere à coleta de donativos para os irmãos pobres da Judeia (leia cap. 8:1-4 e 9:1,2); não se sabe se dinheiro ou alimentos, mas é certo que não tem nada a ver com o dízimo que é entregue mensalmente para o templo da igreja, pois nenhum dos apóstolos (nem os pais da igreja, do 1º século) trabalhou com este tipo de doutrina que estamos trabalhando hoje.

(Eu preparei um resumo para explicar o contexto de 2 Coríntios capítulos 8 e 9, caso queira, leia aqui; ou apenas continue lendo este estudo sobre o dízimo)

Tenhamos em vista que as ofertas que eram recebidas pelos apóstolos na igreja primitiva visavam, antes, suprir as necessidades dos irmãos que passavam por fases difíceis e eram pobres, como muitas viúvas (At 4:34-35; 6:1-3). Além disso a igreja também garantia o sustento de seus obreiros (1 Co 9:4-7).

O modelo de contribuição de 10% da renda mensal dos fiéis adotado pelas igrejas atuais pode até ser justo, se os irmãos forem devidamente ensinados na Palavra de Deus, e não escravizados através de pressão psicológica com mensagens “bíblicas” acusadoras.

Os dízimos e ofertas em não poucas igrejas (infelizmente) são mais utilizados para pagar os custos do templo e o salário exorbitante dos “presidentes” deles do que fazer o bem ao próximo, ajudar na obra missionária, etc., pois para isso faze-se cantinas, outras campanhas com petição de mais valores à parte do valor dos dízimos, venda de produtos, sorteios, e assim por diante.

E assim enquanto uns tem demais demais, outros passam fome…

Cenário totalmente diferente na igreja primitiva, que usava das contribuições arrecadadas para ajudar quem estava precisando.

Não estou dizendo que não devemos usar ao menos certa parte do dinheiro arrecadado para a manutenção e os custos do templo, pois ninguém o manterá gastando dinheiro do bolso sozinho, somos uma comunidade e devemos todos juntos zelar pelo local que cultuamos a Deus também, mas digo que não podemos perder de foco o real propósito da arrecadação! Pois já se perdeu em muitas igrejas…

Muitas igrejas evangélicas dificilmente praticam a caridade e o amor aos pobres e necessitados, infelizmente; e assim não estão levando as pessoas a glorificarem a Deus mesmo achando que, em seus cultos, estão… (Leia Mt 5:16; Tg 2:14-17)

Será que Deus realmente está se agradando da nossa adoração, quando estamos deixando esquecida a prática do amor ao próximo? (Mt 15:7-9)

Você já refletiu em que realmente estão usando o dízimo e a oferta que tem entregado na igreja?

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

Vou dar um exemplo de uma situação que eu vi de perto e fiquei triste com isso, até indignado…

Uma vez caiu uma chuva muito forte em uma certa cidade, e uma família perdeu praticamente todos os móveis de casa com a enchente.

Um irmão em Cristo cogitava a possibilidade de arrecadar qualquer valor em dinheiro com outros irmãos da igreja para suprir o que faltava da família atingida.

Porém, antes que a sugestão pudesse chegar aos demais irmãos, era anunciado em culto na igreja a necessidade de fazer a manutenção de um certo dispositivo eletrônico na igreja que já estava ficando ruim, mesmo sendo o acontecimento já conhecido da maioria da igreja.

Nossas igrejas estão perdendo o foco da prática do amor de Cristo e ao próximo!

Nossas igrejas estão arrecadando dinheiro impondo obrigações nos crentes tiradas de tradições acrescentadas à Palavra de Deus, e ainda fazendo mal uso disso!

Até mesmo no tempo de Cristo já haviam tradições que eram acrescentadas à Palavra de Deus e que os líderes realmente julgavam-nas como se fossem de Deus mesmo. Não é diferente em nossos dias! (Mc 7:8,13)

Não é assim que Deus quer que sejamos contribuintes! Este não é o evangelho que Cristo pregou, um evangelho de obrigações e desatenção do amor ao próximo (Jo 13:12-15; 15:12).

No final das contas, com certa dificuldade, um móvel foi doado para a família…

Como vimos, em 2 Coríntios 9:7, Paulo está falando diretamente da contribuição para os irmãos pobres da Judeia, e de como Deus ama quem contribui voluntariamente e com alegria para ajudar ao seu próximo, princípio que também é válido para nós hoje.

Resumindo: O modo de uso de 2 Coríntios 9:7 é mais uma das contradições sobre o dízimo pregadas nas igrejas atuais, pois esse contexto não menciona o dízimo atual, além do mais, como dar o dízimo com alegria de um lado, se do outro somos pressionados e constrangidos, ameaçados com maldições, acusações de roubo a Deus, ameaça do “devorador”, etc.

Se uma pessoa não contribui com nada, é avarenta, e a avareza é idolatria (Cl 3:5; Mt 5:24); ora, este levará sobre si a recompensa do seu próprio erro e cobiça, e não meramente da desobediência da doutrina do dízimo atual.

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

A 3ª das contradições sobre o dízimo pregada está em 2 Coríntios 9:6, veja:

E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. (ACF)

Como eu poderei “semear” (ofertar ou “dizimar”) muito ou pouco, se estou preso à regra de contribuição de 10%, que é um valor fixo?

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

A não ser que preguem este texto nas igrejas referindo-se à contribuição voluntária, como no contexto de 2 Coríntios 9.

É até aceitável que os crentes contribuam com dinheiro e que um outro crente responsável vá ao mercado comprar donativos, já que em nosso mundo atual (pelo menos na maioria dos países e cidades) quase tudo é comprado e pouco se faz sem dinheiro.

Mas isto se torna mais uma das contradições sobre o dízimo se o texto for usado para defender que os crentes são obrigados a dá-lo.

Quando Paulo fala, em 2 Coríntios 9:6, “que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará”, está se baseando em um princípio de bênção divina que o Senhor Jesus ensinou em Lucas 6:38, veja:

dai, e vos será dado, boa medida, prensada, remexida e transbordante, vos darão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes vos medirão novamente. (KJF)

Então veja que é o ato de dar solidariamente que faz a bênção de DEUS retornar para nós 🙂 (veja também Mateus 6:1-4)

O mesmo princípio encontra-se em Provérbios 11:24; 19:17 e Gálatas 6:9.

Portanto, Deus abençoa quem, com amor, preocupa-se em contribuir e ajudar outras pessoas que estejam atravessando dificuldades financeiras/materiais.

Paulo ainda profetiza que, quem generosamente contribui para ajudar aos necessitados, Deus jamais permitirá que lhe falte alguma coisa (2 Coríntios 9:8-11).

Paulo deixou claro que não obrigava ninguém a contribuir, mas destacou que, se estes realmente tem amor pelo evangelho e pelos irmãos em seu coração, contribuiriam prontamente (pois os crentes de Corinto tinham condições para fazê-lo, veja 2 Co 8:8,14).

4 – O uso da palavra “dizimar” é completamente incorreto!

💡 Veja o significado de “dizimar”, de acordo com o Dicionário Online de Português:

[Antiguidade] Punir com a pena de morte um soldado em cada grupo de dez. Destruir parte do número de, destruir quase completamente: “a epidemia dizimou a população da aldeia.”

💡 Agora, de acordo com o Wikicionário, veja a etimologia (origem) deste verbo:

Do latim decĭmo/decŭmo … ‘castigar um entre dez’.

Nota: Na Roma Antiga, as legiões amotinadas [pessoas em rebelião contra o governo romano] eram punidas com a execução de um em cada dez legionários [ou seja, este um era dizimado].

Atualmente o termo passou a designar a matança de grande parte de um grupo.

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

A palavra original hebraica para dízimo é maaser – מַעֲשֵׂר (ou maasar, ou ainda maasrah)

Trata-se de um substantivo masculino, e não um verbo (dizimar).

Portanto “dizimar” não deveria ser usado neste contexto de arrecadação de dízimos e ofertas nas igrejas atuais; é mais uma das contradições sobre o dízimo… 🙄

Algumas versões da Bíblia em português traduziram Mateus 23:23 de forma errada, veja um exemplo:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho… (ACF)

A mesma situação acontece na Tradução Brasileira.

Note que a palavra no versículo acima se tornou um verbo.

O certo é “pagar/dar o dízimo”. pois a palavra original grega neste versículo é apodekatoo, e significa “dar, pagar o dízimo de qualquer coisa”. e não “eu dizimo” ou “dizimar”.

Veja como está correto na King James Fiel 1611, por exemplo: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque pagam o dízimo da hortelã, do endro e do cominho…”

Como vemos e sabemos, hoje em dia muitos falsos obreiros estão à explorar a fé dos inocentes ou desleixados no estudo bíblico, visando o lucro (conforme profetizado em 2 Pedro 2:1-3).

Você sabe que deve contribuir para a obra de Deus e também repartir com quem tiver necessidade; examine a si mesmo em como tem feito isso!

Com tudo isso concluímos que a entrega do dízimo não é obrigatória na igreja atual (como já dito, na primitiva nem existia esse modelo de doutrina)!

Pense comigo: se você estiver passando por uma situação financeira apertada e entregar o dízimo de má vontade, por obrigação, só para “manter sua fidelidade”, acha que Deus vai aceitar uma oferta forçada assim de você?

Por acaso Ele aceitou a atitude de Caim quando veio lhe entregar uma oferta qualquer? (Gn 4:4,5) Aceitou a atitude dos sacerdotes contemporâneos ao profeta Malaquias quando traziam as ofertas ao altar? (Ml 1:6-8)

De acordo com o Novo Testamento bíblico devemos fazer todas as coisas movidos pelo amor ao Senhor e ao próximo, seja para contribuir na igreja, ajudar alguém, tudo deve ser movido pelo amor e voluntariamente! (Rm 13:8)

Não se deixe enganar, não estou te desmotivando a contribuir financeiramente na igreja a qual você faz parte, mas contribuir movido pelas motivações corretas em teu coração!

Tem pessoas que ainda conseguem se sair bem e dizer “mas eu pago o dízimo de boa vontade e com alegria”, entretanto o termo “dízimo” não deveria ser usado na igreja atual.

Chame de contribuição, oferta, doação ou outra coisa similar, pois o pagamento do dízimo (alimentos e animais) fazia parte da lei de Deus para os israelitas contribuírem com o ministério dos levitas e ajudar aos pobres dentre eles, não passa disso!

Convém, pois, que combatamos a mentira e tenhamos zelo pela verdade da doutrina de Cristo (2 Co 11:13-15; 1 Tm 6:3-5).

Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus. (2 Coríntios 2:17 NVI)

Não há regras determinadas para contribuição no Novo Testamento, ela simplesmente deve ser dada de coração e com amor não fingido! (Rm 12:9-10)

Se não sou obrigado a pagar o dízimo com 10% de meu salário, qual é então o valor que devo contribuir?

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja
sem contradições sobre o dizimo na igreja, a contribuição deve ser voluntária.

Se você quer mesmo saber com quanto deve contribuir na obra de Deus, então faça o seguinte: procure tomar conhecimento de como anda a situação dos irmãos mais necessitados, pobres ou enfermos, converse com eles e então procure ajudá-los com o que eles precisam e de acordo com as tuas possibilidades, assim então você saberá com quanto deve contribuir!

Além disso procure saber das despesas do templo da igreja que você frequenta, e ajude com o que puder!

Se puder fazer tudo isso junto aos líderes de sua igreja ou outros irmãos, faz bem, mas se não for possível, não deixe de fazer o bem a alguém!

Está surpreso com o que eu disse? Sem dúvida alguma é isto mesmo que devemos fazer meu irmão, pois esta é a obra de Cristo!

Você já leu o que o Senhor vai dizer para seus servos quando vier buscá-los? Se não leu, então leia abaixo:

Então o Rei dirá aos que estiverem à sua mão direita: Vinde, benditos de meu Pai, herdai o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;

porque eu tive fome, e destes-me de comer; eu tive sede, e destes-me de beber; eu era um estrangeiro, e me acolhestes; despido, e me vestistes, eu estava enfermo e me visitastes, eu estive preso, e fostes até mim.

Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te alimentamos? Ou com sede, e te demos de beber? E quando nós te vimos estrangeiro, e te acolhemos? Ou despido, e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou na prisão, e fomos visitar-te?

E, respondendo o Rei, lhes dirá: Na verdade eu vos digo que quando o fizestes ao menor destes meus irmãos, a mim o fizestes. (Mateus 25:34-40 KJF)

Isto era exatamente o que faziam os apóstolos ao receberem as contribuições que os irmãos traziam até eles: repartiam com os necessitados!

Quem não é dizimista pode ter cargo na igreja

Contribuição essa que por sinal era bem mais do que 10%, pois os verdadeiros filhos de Deus não são movidos por regras de denominações de igreja que estão deturpando a verdadeira doutrina bíblica, e muitas até manipulando-a, mas são movidos pelo amor de Cristo e ao próximo! (Leia Atos 2:44-46; 4:33-37)

Eu sei que ainda preciso estudar um pouco mais ainda para melhorar este estudo bíblico sobre dízimo, mas espero ter conseguido falar dessas contradições sobre o dízimo pregadas nas igrejas atuais e exposto a doutrina bíblica de forma clara a todos.

Para finalizar, se você quiser aprender tudo sobre o dízimo no Antigo e Novo Testamento, minha recomendação é que você gaste tempo lendo o livro sobre dízimo gratuito em PDF, que escreveu o pastor Jardel Fernandes.

Ou então veja abaixo um vídeo onde ele fala basicamente da doutrina sobre o dízimo (no livro há mais detalhes).

Baixe aqui o livro “dízimo não é obrigatório e devorador não é demônio.

Deixe o seu comentário sobre este assunto aqui no final desta página e, se quiser, compartilhe este estudo também.

O que a Bíblia diz sobre cargos?

Todas são meios de servir, mais d o que cargos estereotipados; na realidade, todos os cristãos são chamados para ministrar (1Co 12:11), e o s “ministros da palavra” são chamados a prepará-los para isso (Ef 4:11).

Qual é a importância de ser dizimista?

Pagar o dízimo ensina-nos a controlar nossos desejos por coisas materiais e a sermos honestos com nosso próximo. Aprendemos a acreditar que aquilo que nos foi dado, por meio das bênçãos do Senhor e de nossos próprios esforços diligentes, é o suficiente para nossas necessidades.

O que é preciso para ser dizimista?

Na generosidade de nossa oferta, assumimos o compromisso com o Reino de Deus, que precisa ser anunciado em todos os lugares e a todas as pessoas. Dízimo é partilha e partilhar não é dar o que sobra. É doar com alegria, uma participação consciente e madura que ajuda, todos os meses, a Igreja no exercício de sua missão.

Como ser dirigente de uma igreja?

Um dos principais requisitos para se poder considerar um verdadeiro líder ou pastor, é a convicção das atitudes do vocacionado para com Deus, para com a sua palavra e para com o dia-a-dia. Para com Deus, trata da pessoa que está olhando para a obra do Senhor e quais devem ser seus motivos e atitudes.