Surdez e deficiência auditiva são a mesma coisa

É comum que haja dúvidas em relação às nomenclaturas deficiência auditiva e surdez.

A resposta vai depender do ponto de vista de análise que se está utilizando. Pensando em um ponto de vista orgânico, sim, são sinônimos utilizados para definir qualquer tipo de perda auditiva, seja de grau leve, moderado, severo ou profundo, em um ou ambos os ouvidos.. Entretanto, considerar apenas a perspectiva orgânica não é suficiente, pois as diferenças nas classificações para deficiente auditivo ou surdo incluem um importante componente sociocultural — a comunicação gestual.

Neste artigo, abordamos as principais características das perdas auditivas, os tratamentos adotados, bem como o fator sociocultural como determinante para diferenciar as nomenclaturas. Continue a leitura para entender melhor!

As características da deficiência auditiva ou surdez

O grau de perda auditiva está relacionado com o quanto ouvimos, ou seja, com a medição da nossa audição. Segue a classificação:

  • sem perda auditiva (0 a 25 dB) — sem dificuldade aparente;
  • leve (26 a 40 dB)— dificuldade de manter um diálogo em ambientes com muito barulho;
  • moderada (41 a 55 dB)— dificuldade em ouvir a fala quando há ruído de fundo e necessidade de aumentar o volume da TV ou do rádio;
  • moderada a severa (56 a 70 dB)— necessita de fala em tom alto e apresenta dificuldade para conversar em grupo;
  • severa (70 a 90 dB)— só ouve a fala em tom muito alto e faz uso de leitura labial. Alguns pacientes também adotam a língua de sinais (Libras);

profunda (+90) — dificuldade de ouvir e entender a fala mesmo que seja amplificada. Uso da linguagem labial e/ou língua de sinais.Os tratamentos

Os tratamentos para a perda auditiva têm relação direta com a causa. Dessa forma, escolhemos alguns exemplos de procedimentos que /

podem ser adotados:

  • perfuraçõese alterações na membrana timpânica (tímpano)— é provável que haja necessidade de cirurgia e/ou uso de aparelho auditivo;
  • obstrução por cera — a limpeza feita por um otorrinolaringologista pode ser o suficiente;
  • envelhecimento natural (presbiacusia) — requer o uso de aparelho auditivo.

O fator cultural que diferencia a nomenclatura

Para entendermos a diferença entre deficiente auditivo e surdo, é importante considerarmos também o contexto sociocultural. Nesse sentido, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um componente essencial da nossa cultura, que utiliza formas gestuais para a comunicação entre os integrantes da comunidade de surdos.

Esse fator cultural é o que determina a diferença entre os dois grupos, pois identifica os indivíduos que não pertencem à comunidade de surdos como deficientes auditivos. Considerando esse aspecto, o grau de perda auditiva perde a importância na diferenciação, visto que a identidade surda é um fator determinante, já que o deficiente auditivo não depende da língua de sinais.

Ao contrário dos surdos, os deficientes auditivos são muito mais próximos do mundo ouvinte. Em geral, essas pessoas perderam gradualmente a audição e não utilizam a Libras. Grande parte delas se comunica por meio da leitura labial e utiliza aparelhos auditivos ou implantes cocleares, bem como recursos assistivos, como as legendas.

Conforme verificamos, as diferenças entre deficiência auditiva e surdez são identificadas por uma perspectiva orgânica ou sociocultural. Lembrando que, no contexto sociocultural, o termo “surdo” é utilizado para definir apenas a pessoa que pertence à comunidade surda e utiliza a língua de sinais.

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Saiba a diferença entre deficiência auditiva e surdez. Como lidar com a deficiência auditiva em uma escola inclusiva, quem pode ser considerado surdo e quais os tipos de deficiência auditiva.

“A surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda da audição.” (MEC, 2006)

Definição de Deficiência Auditiva e Surdez

Deficiência Auditiva: consiste na perda parcial ou total da capacidade de detectar sons, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou na composição do aparelho auditivo.

Surdez: é considerado surdo todo aquele que tem total ausência da audição, ou seja, que não ouve nada. E é considerado parcialmente surdo todo aquele que a capacidade de ouvir, apesar de deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. Entre os tipos de deficiência auditiva estão a condutiva, mista, neurossensorial e central.

Na deficiência auditiva condutiva ocorre interferência na condução do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna, e na maioria dos casos pode ser corrigido com tratamento clínico ou cirurgia. Já a neurossensorial ocorre quando há uma impossibilidade de recepção por lesão na orelha interna ou no nervo auditivo, esse tipo de deficiência é irreversível. A deficiência mista ocorre quando há ambas as perdas: condutiva e neurossensorial numa mesma pessoa. E a deficiência auditiva central, também conhecida como surdez central, não é necessariamente acompanhada de diminuição da sensitividade auditiva mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras.

Pela área da saúde e, tradicionalmente, pela área educacional, o indivíduo com surdez pode ser considerado:

Parcialmente surdo (com deficiência auditiva – DA)

a) Pessoa com surdez leve – indivíduo que apresenta perda auditiva de até quarenta decibéis. Essa perda impede que o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Em geral, esse indivíduo é considerado desatento, solicitando, freqüentemente, a repetição daquilo que lhe falam. Essa perda auditiva não impede a aquisição normal da língua oral, mas poderá ser a causa de algum problema articulatório na leitura e/ou na escrita.

b) Pessoa com surdez moderada – indivíduo que apresenta perda auditiva entre quarenta e setenta decibéis. Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, sendo necessária uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. É freqüente o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas linguísticos. Esse indivíduo tem maior dificuldade de discriminação auditiva em ambientes ruidosos.

Em geral, ele identifica as palavras mais significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou formas gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada a sua aptidão para a percepção visual.

Surdo

a) Pessoa com surdez severa – indivíduo que apresenta perda auditiva entre setenta e noventa decibéis. Este tipo de perda vai permitir que ele identifique alguns ruídos familiares e poderá perceber apenas a voz forte, podendo chegar até aos quatro ou cinco anos sem aprender a falar. Se a família estiver bem orientada pela área da saúde e da educação, a criança poderá chegar a adquirir linguagem oral. A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de sua aptidão para utilizar a percepção visual e para observar o contexto das situações.

b) Pessoa com surdez profunda – indivíduo que apresenta perda auditiva superior a noventa decibéis. A gravidade dessa perda é tal que o priva das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir a língua oral. As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica quanto à identificação simbólica da linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de máxima importância para a aquisição da linguagem oral. Assim, tampouco adquire a fala como instrumento de comunicação, uma vez que, não a percebendo, não se interessa por ela e, não tendo retorno auditivo, não possui modelo para dirigir suas emissões. Esse indivíduo geralmente utiliza uma linguagem gestual, e poderá ter pleno desenvolvimento lingüístico por meio da língua de sinais.

Atualmente, muitos surdos e pesquisadores consideram que o termo “surdo” referese ao indivíduo que percebe o mundo por meio de experiências visuais e opta por utilizar a língua de sinais, valorizando a cultura e a comunidade surda

A LIBRAS como língua materna

A princípio, a língua materna é uma língua adquirida naturalmente pelos indivíduos em seu contexto familiar. Imersa no ambiente lingüístico, qualquer criança ouvinte chega à escola falando sua língua materna, cabendo à escola apenas a sistematização do conhecimento.

Como a maioria das crianças surdas não têm imersão lingüística idêntica à dos ouvintes em suas famílias, a escola passa a assumir a função também de oferecer-lhe condições para aquisição da língua de sinais e para o aprendizado da língua portuguesa.

A educação bilíngue para alunos com surdez

Conforme o estabelecido na Resolução do CNE Nº 02/2001, a educação dos alunos com surdez pode ser bilíngüe, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvindo os profissionais especializados em cada caso.

Os pais devem estar cientes de que existem duas formas de realizar a educação bilíngüe:

uma envolve o ensino das duas línguas, em momentos distintos, e a outra caracteriza-se pelo ensino da segunda língua somente após a aquisição da primeira língua.

A educação bilíngüe para crianças brasileiras com surdez consiste na aquisição de duas línguas: a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e a língua portuguesa (modalidades oral e escrita), com professores diferentes em momentos diferentes, a depender da escolha pedagógica da escola e da família.

Deficiência Auditiva e Surdez na Educação Especial Inclusiva

Para que aconteça uma boa inclusão escolar do deficiente auditivo é necessário que haja uma cumplicidade entre professor e aluno. É também preciso que o professor esteja em constante atualização, reconhecendo as necessidades de desenvolver métodos de comunicação com o aluno, de acordo com seu grau de entendimento.

Muitas vezes, apesar das tentativas do professor, o aluno com deficiência auditiva necessita de Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas salas de recursos multifuncionais, em turno inverso ao das aulas. Nessas salas o aluno irá desenvolver suas habilidades com auxílio de profissionais da saúde e professores especializados, pois em alguns casos um só professor pode “não dar conta” das necessidades do seu aluno.

O aluno surdo faz parte do público-alvo da educação especial. Entenda mais sobre o que é a Educação Inclusiva em nosso outro post.

A princípio, a língua materna é uma língua adquirida naturalmente pelos indivíduos em seu contexto familiar. Imersa no ambiente lingüístico, qualquer criança ouvinte chega à escola falando sua língua materna, cabendo à escola apenas a sistematização do conhecimento.

Como a maioria das crianças surdas não têm imersão lingüística idêntica à dos ouvintes em suas famílias, a escola passa a assumir a função também de oferecer-lhe condições para aquisição da língua de sinais e para o aprendizado da língua portuguesa.

A educação bilíngue para alunos com surdez

Conforme o estabelecido na Resolução do CNE Nº 02/2001, a educação dos alunos com surdez pode ser bilíngüe, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvindo os profissionais especializados em cada caso.

Os pais devem estar cientes de que existem duas formas de realizar a educação bilíngüe:

uma envolve o ensino das duas línguas, em momentos distintos, e a outra caracteriza-se pelo ensino da segunda língua somente após a aquisição da primeira língua.

A educação bilíngüe para crianças brasileiras com surdez consiste na aquisição de duas línguas: a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e a língua portuguesa (modalidades oral e escrita), com professores diferentes em momentos diferentes, a depender da escolha pedagógica da escola e da família.

Ao receber um aluno com necessidades especiais é normal que o professor se sinta inseguro. O recomendável é que se procure informações sobre o aluno em seu ambiente familiar, fazendo a simples observação do comportamento do aluno ou até mesmo conversando com os responsáveis.

Os colegas de turma também sentirão diferença ao conviver com essa criança, por isso é muito importante que haja uma prévia preparação desses alunos. Fazer brincadeiras em que toda a turma fique sem ouvir é interessante, pois assim perceberão quão delicada é a situação do novo colega.

Para auxiliar à deficiência auditiva, existe a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a língua utilizada pela comunidade surda, que possui estruturas gramaticais próprias. Para conversar em LIBRAS não basta apenas conhecer os sinais de forma solta, é necessário conhecer a sua estrutura gramatical, combinando-os em frases.

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Nesse curso você vai compreender a estrutura linguística de LIBRAS, formação de sentenças, gramática, formação de palavras, frases e o vocabulário básico de LIBRAS. Não temos a pretensão aqui de tornar o aluno fluente em LIBRAS com um curso à distância de 20 horas. Mas o objetivo é apresentar as principais características dessa linguagem.

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Qual a diferença entre surdez e a deficiência auditiva?

Do ponto de vista clínico, o que difere surdez de deficiência auditiva é a profundidade da perda auditiva. As pessoas que têm perda profunda, e não escutam nada, são surdas. Já as que sofreram uma perda leve ou moderada, e têm parte da audição, são consideradas deficientes auditivas.

E a surdez é uma deficiência?

Portadores de perda auditiva em apenas um dos ouvidos poderão ser considerados legalmente pessoas com deficiência.

É correto dizer deficiência auditiva?

Portanto, o uso correto dos termos são: Deficiente Auditivo ou Pessoa com Deficiência Auditiva: pode ser relacionado a quem tiver perda auditiva, seja moderada ou total. Geralmente é comum para pessoas que não escutam bem, mas ainda escutam algo.

Que tipo de deficiência e a surdez?

Deficiência Auditiva: consiste na perda parcial ou total da capacidade de detectar sons, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou na composição do aparelho auditivo. Surdez: é considerado surdo todo aquele que tem total ausência da audição, ou seja, que não ouve nada.