Ultrassom ou mamografia: qual desses exames é o mais indicado na detecção de diferentes doenças mamárias nas mulheres? Ambos são indicados para este fim, mas cada um possui suas particularidades. Show
Importante saber que os métodos se complementam, ou seja, um auxilia o outro na conclusão de diagnósticos variados, incluindo o do câncer de mama, um dos tumores que mais matam no Brasil. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), ao longo do ano de 2016 foram mais de 57 mil novos casos no país. Mamografia – A mamografia auxilia largamente na detecção precoce do câncer de mama. Este exame consiste em um tipo específico de radiografia, e que localiza possíveis sinais precoces dos tumores de mama, antes até que seja possível palpar as lesões. Ele também é essencial para a fase de tratamento após a verificação da existência da doença. A radiografia é realizada por um aparelho chamado mamógrafo, que comprime a mama e, através dessa compressão, fornece imagens de altíssima qualidade. Segundo o INCA, em nova resolução aplicada no país a partir de 2015, as mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer uma mamografia de rotina a cada dois anos. Antes disso, os médicos costumam recomendar que a primeira mamografia seja feita entre os 35 e 40 anos, para que seja verificada a condição da mama, servindo de base para as avaliações futuras. Entre os 40 e 50 anos, o médico é quem determina a frequência para o exame. Ultrassom de mama – O exame ultrassonográfico não substitui a mamografia, mas também é muito importante na detecção de alterações mamárias variadas. Nele, o aparelho de ultrassom trabalha com ondas sonoras de alta frequência, que proporcionam imagens da estrutura interna dos órgãos do corpo, como a mama. Nódulos, cistos, secreções nos mamilos, espessamento do tecido mamário, entre outras alterações, são visíveis pelo exame. A indicação para mulheres que nunca tiveram nenhum problema mamário é fazer ultrassom uma vez por ano a partir dos 25 anos. Fonte: Diário Digital A ultrassonografia é um importante método para a avaliação por imagem da mama. Pode ser utilizada nas mulheres assintomáticas para o rastreamento do câncer de mama ou para avaliar aquelas com sintomas como nódulos palpáveis e fluxo papilar. O objetivo desse texto é responder se e quando ela deve ser utilizada para o rastreamento do câncer de mama antes dos 40 anos. Como veremos, isso depende primariamente do risco individual para a doença. Mulheres com menos de 40 anos sem aumento no risco para câncer de mamaO Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a FEBRASGO indicam o rastreamento mamográfico anual do câncer de mama para todas as mulheres a partir dos 40 anos. No momento, nenhuma sociedade médica ou programa populacional indica o rastreamento do câncer de mama antes dos 40 anos, em mulheres sem aumento no risco para a doença, seja com a mamografia, a ultrassonografia ou a ressonância magnética (RM). A razão é que não há estudos demonstrando que o rastreamento dessas mulheres reduz a mortalidade pela doença. Mulheres com menos de 40 anos e aumento no risco para câncer de mama:Algumas mulheres apresentam fatores que aumentam significativamente seu risco individual para câncer de mama, a saber:
Para essas mulheres o rastreio do câncer de mama é modificado:
O método suplementar de escolha é a RM. Diversos estudos mostraram que a combinação da mamografia com a RM apresenta maior sensibilidade do que sua combinação com a ultrassonografia (>90% vs 50%) e se associa a elevada detecção adicional de cânceres de mama biologicamente significativos com redução no número de câncer de intervalo A ultrassonografia está indicada se, por quaisquer razões, a RM não for realizada. Isso pode ocorrer, por exemplo, pela falta de acesso ao exame que tem elevado custo e disponibilidade limitada em regiões de baixa renda, como grande parte do Brasil, ou por opção médica. Nesse cenário, é importante destacar dois fatos:
Mulheres com menos de 40 anos e mama densaMama densa reduz a sensibilidade mamográfica e aumenta o risco de câncer de intervalo. Adicionalmente é um fator de risco moderado, mas muito prevalente para a doença. Isso tem estimulado propostas de rastreamento suplementar à mamografia para mulheres da população geral com 40 anos ou mais e mama densa. O método suplementar primário sugerido é a ultrassonografia, embora estudos favoráveis à RM foram publicados recentemente E para mulheres abaixo dos 40 anos e mama densa, o que deve ser feito? Segue-se os princípios similares aos acima descritos. No momento, o rastreamento do câncer de mama não está indicado para mulheres com menos de 40 anos e mama densa, sem aumento no risco para a doença, mesmo com a ultrassonografia. Nas mulheres com aumento do risco para câncer de mama e mama densa, segue-se os mesmos protocolos anteriormente descritos Uso da ultrassonografia é inócuo?Não. Embora a ultrassonografia não tenha nenhum efeito biológico direto, não utilize radiação ou contraste endovenoso, ela se associa a muitos falso-positivos pois nódulos benignos, como fibroadenomas, são comuns. Falso-positivo ocorre quando uma mulher sem câncer de mama é reconvocada para exames de imagem adicionais e/ou para biópsia porque seu exame de rastreamento foi positivo. Isso resulta em ansiedade, morbidade e custos financeiros. Por isso, é importante que ela seja utilizada apenas quando há benefícios cientificamente demonstrados, para que esse efeito adverso se justifique ConclusãoNo momento, o rastreamento do câncer de mama com métodos de imagem, incluindo a ultrassonografia, não está indicado para mulheres da população geral antes dos 40 anos de idade, mesmo para aquelas com mama densa. Para mulheres abaixo dos 40 anos que se enquadrem nos grupos com maior risco individual para a doença, a ultrassonografia está indicada no rastreamento quando a RM não for realizada. — Texto escrito por: Dr. Luciano Fernandes ChalaRadiologista Especializado em Imagem e Intervenção Mamária do Grupo Fleury Medicina e Saúde Membro da Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia, Sociedade Brasileira de Mastologia e FEBRASGO Membro da Comissão de Acreditação por Imagem – PADI do Colégio Brasileiro de Radiologia Membro da Junta Diretiva da Sociedade Ibero-americana de Imagem Mamária (SIBIM) Instagram: luciano.chala Qual idade pode fazer ultrassom da mama?Indicações do US das mamas. A indicação do US mamário não é igual à da mamografia, que deve ser realizada por mulheres a partir dos 40 anos. A ultrassonografia é indicada conforme avaliação individual do médico, geralmente a partir dos 25 anos de idade.
Qual o melhor momento para fazer ultrassom da mama?Qual o melhor período para fazer ultrassom da mama? Não há um período específico para fazer o exame. Porém, é recomendado que as mulheres esperem o período menstrual acabar para fazê-lo.
Quem deve fazer ultrassom de mama?O ultrassom é recomendado para: · Mulheres com seios grandes ou mamas densas. · Mulheres jovens, uma vez que apresentam maior densidade da mama. · Mulheres com dores nas mamas.
Qual idade deve fazer exame de mama?A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios.
|