Cachorro de brinquedo que parece de verdade

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O presidente Jair Bolsonaro ouviu um apelo do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado. Que não viaje aos EUA antes da posse de Lula. Na visão de Machado, compartilhada por outras pessoas próximas a Bolsonaro, deixar o país neste momento poderá passar uma imagem negativa a seus apoiadores.

Contudo, Bolsonaro mantém a disposição de viajar e deverá partir para os Estados Unidos neste sábado (31). Diante disso, o presidente tem ouvido um outro apelo: que ao menos faça um pronunciamento antes de deixar o Brasil. Até o momento, um discurso não está no radar de Bolsonaro.

DIZ O EX-MINISTRO – Procurado pela coluna, Gilson Machado afirmou: “Não tenho o poder de influenciar o presidente em assuntos privados. Mas lembro que Fernando Henrique Cardoso, quando deixou a Presidência, viajou para Paris. Se o presidente Bolsonaro decidir viajar, não estará fazendo nada mais do que exercendo o seu direito constitucional de ir e vir”.

Se viajar, o presidente Jair Bolsonaro deverá usar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para tirar um período sabático nos Estados Unidos após deixar o Palácio do Planalto. Para garantir o uso da aeronave oficial, Bolsonaro tem de embarcar antes da posse do presidente eleito Lula (PT), na tarde deste domingo.

O chamado “escalão avançado” do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) partiu na madrugada de quarta-feira (28/12) rumo aos Estados Unidos, para preparar a chegada do presidente àquele país.

COMANDO DA FAB – Segundo bolsonaristas, a viagem do presidente explicaria o fato de o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ter optado por só passar o comando em 2 de janeiro.

Diferentemente de Baptista Júnior, os comandantes do Exército e da Marinha passaram o comando das duas forças para os militares indicados por Lula já nesta semana, antes da posse do petista.

Ao permanecer no comando da Aeronáutica até depois da posse de Lula, Baptista Júnior estaria garantir o uso do avião da FAB por Bolsonaro, sem surpresas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro parece estar interpretando o famoso “Canto de Ossanha”, o afro-samba de Baden Powell e Vinicius de Moraes, cujo refrão é “Vai, vai, não vou; vai, vai, não vou; vai, vai, não vou…”. (C.N.)

Cachorro de brinquedo que parece de verdade

Lula tem uma longa jornada marcada por episódios de impacto na política

Pedro do Coutto

Muito bom o filme de Julia Duailibi exibido na noite de quarta-feira na GloboNews sobre a fase em que Lula se encontrava preso no Paraná e os depoimentos de pessoas que o visitaram, quebrando a solidão do encarceramento e, sem dúvida, acrescentando um passo humano no retorno que se concretizou em outubro deste ano.

A vida de Lula nas urnas é uma longa jornada marcada por episódios de impacto como foi a sua classificação para o segundo turno da sucessão presidencial de 1989. O primeiro turno terminou apresentando 29 pontos para Fernando Collor, 16 para Lula e 15 para Leonel Brizola. Portanto, na decolagem do destino, um ponto incluiu Lula da Silva definitivamente na história do Brasil.

PLURALIDADE – Ele participou de nove eleições presidenciais, vencendo cinco e perdendo quatro. Na história universal, não há outro exemplo de uma pluralidade de tempo sobre o poder. Mas esse é outro ponto. O ponto fundamental focalizado por Julia Duailibi é mais abrangente do que o tempo em que esteve sem liberdade ao longo do governo de Michel Temer e também o de Jair Bolsonaro.

Eu disse que o voto e a democracia foram os argumentos fundamentais para o seu retorno e para a sua vitória. Não se deve esquecer para a identificação de um panorama da história brasileira que no governo Bolsonaro eram realizadas sucessivas concentrações na Esplanada de Brasília com manifestantes radicais propondo a intervenção do governo no Supremo Tribunal Federal e no Congresso do país.

Essa ameaça que inevitável e logicamente se concretizaria em uma eventual reeleição de Bolsonaro, na realidade levou o STF a anular a condenação de Lula reconhecendo por sete votos a quatro a parcialidade do juiz Sergio Moro e devolvendo a ele, Lula da Silva, o direito de liberdade e de concorrer às eleições de 2022.

ROMPIMENTO – O julgamento deixou o hoje senador Sergio Moro numa situação péssima, a partir do instante em que aceitou o Ministério da Justiça. Na pasta, rompeu com Bolsonaro, mas na campanha deste ano surpreendentemente se reaproximou.  O Supremo Tribunal Federal, no fundo, na minha opinião, agiu para preservar a democracia brasileira, preservando a si mesmo e também o Poder Legislativo.

A liberdade encontrava-se sob ameaça juntamente com o Estado de Direito e com o regime democrático. O documentário de Julia Duailibi é um registro importante de uma fase conturbada da política e da vida brasileira.

SOMBRAS EM BRASÍLIA –  Os fatos que se sucederam às urnas são profundamente marcantes, a começar por concentrações nas portas de quartéis, sobretudo no Quartel General de Brasília. Extremistas da direita incendiaram automóveis, ônibus e tentaram invadir a própria sede da Polícia Federal. O governo Bolsonaro ficou em silêncio com exceção de um tímido e genérico pronunciamento do ministro Anderson Torres da Justiça.

Ontem, uma exposição de cerca de uma hora através da GloboNews, e certamente publicada nas edições de hoje da Folha de S. Paulo, O Globo e do Estado de S. Paulo, relatou as providências estabelecidas para a posse de Lula novamente na Presidência da República. As providências incluem o reforço da segurança para que fanáticos não se ocultem nas sombras do Planalto e se voltem a atos alucinados contra a democracia.

AMEAÇA – Muito bom o artigo de Ruy Castro ontem na Folha de S. Paulo sobre uma atmosfera de ameaça acrescentada pela viagem do presidente Jair Bolsonaro para a cidade americana de Orlando, procurada intensamente por causa da Disney World. Bolsonaro fora do país, se de fato viajar, pode ser uma atitude de isentar-se de qualquer vinculação no episódio da entrega da faixa a seu sucessor assim não lhe transmitiria o poder e se distanciaria da responsabilidade.  

Ontem também verificaram-se várias prisões de pessoas que participaram das manifestações antidemocráticas em Brasília, além de financiadores subversivos dos custos do acampamento. A história se escreve em capítulos que na realidade se desenrolam nas páginas dos principais jornais do país, e ficam para sempre registradas além das edições impressas, em documentários como o de Julia Duailibi, que é um marco no tempo.

MUDANÇA RADICAL – O deputado Luís Marinho na pasta do Trabalho e Carlos Lupi na Previdência Social, na minha opinião, representam sinais concretos de que a política social e trabalhista do governo Lula da Silva será absolutamente contrária à que foi imposta pelo ministro Paulo Guedes. Esta observação me parece suficiente para acentuar uma mudança radical nas relações entre o governo e o exercício dos legítimos direitos trabalhistas e previdenciários.

Numa longa entrevista a Miriam Leitão, O Globo desta quinta-feira, Fernando Haddad fala do combate ao anunciado déficit de R$ 220 bilhões previsto para o orçamento de 2023 e o combate a 2,5 milhões de fraudes já identificadas no Cadastro Único do Auxílio Brasil, que a partir de janeiro, voltará a ser Bolsa Família. Provavelmente, escreverei amanhã sobre a entrevista de Fernando Haddad a Miriam Leitão. O ano de 2022 se aproxima do fim, é tempo de alvorada.

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Para ter futuro na política, Tarcísio precisa ficar no centro

Hélio Schwartsman
Folha

“Nem tão depressa que pareça fuga, nem tão devagar que pareça provocação”. Foi com palavras desse teor que o político gaúcho José Gomes Pinheiro Machado (1851-1915) instruiu seu cocheiro a afastar-se de uma multidão que o hostilizava. É com esse mesmo espírito, creio, que o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deverá distanciar-se do bolsonarismo.

Tarcísio não pode simplesmente dar uma banana a Bolsonaro e seus apoiadores porque sabe que sua eleição para o Bandeirantes se deveu exclusivamente a eles.

SEM PRESSA… – O futuro governador era um técnico carreirista de Brasília, que ocupara postos de relevo nos governos de Dilma, Temer e Bolsonaro, e só se tornou candidato porque o ainda presidente da República decidiu ungi-lo como tal e para ele transferiu seus votos. Um afastamento rápido demais, que possa ser interpretado como traição, poderia liquidar sua recém-iniciada carreira política.

Tarcísio também sabe que, nos próximos anos, a influência do ex-chefe será declinante e que seria impossível fazer um governo minimamente razoável valendo-se só de quadros do bolsonarismo, cuja incompetência é proverbial.

Dado que os apoiadores mais radicais do capitão reformado exigem nada menos do que lealdade absoluta, é uma questão de tempo até que se acumulem divergências que tornarão uma ruptura inevitável.

DIVIDINDO O GRUPO – Esses dilemas do nem tão rápido, nem tão devagar aparecem na composição do secretariado. Tarcísio trouxe para seu círculo de auxiliares algumas figuras ligadas ao bolsonarismo, incluindo um da linha prendo e arrebento para tomar conta da segurança pública, mas cercou-se também de cientistas que fizeram oposição aberta a atitudes do ainda presidente.

Como conselheiro político, ele aproximou-se de Gilberto Kassab, que, no plano federal, deve apoiar o governo Lula. Se Tarcísio não quiser ser político de um mandato só, tem uma janela de quatro anos para criar luz própria.

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José Carlos Capinam, um dos mestres da MPB

Paulo Peres
Poemas & Canções

O médico, publicitário, poeta e letrista baiano José Carlos Capinan, na letra de “Rancho de Ano Novo”, em parceria com Edu Lobo, fala da tristeza da separação de um grande amor com a despedida na chegada do novo ano. A música faz parte do LP Gracinha Leporace, lançado em 1968 pela Philips.

RANCHO DE ANO NOVO
Edu Lobo e Capinan

Meu amor abriu em prantos
debaixo de uma palmeira
Ano Novo vi entrando
vi o rancho na ladeira
Mestre João vinha na frente
levando a sua gente
numa estrada, a madrugada,
que demora a vida inteira

No sopro do seu clarim
vinha vindo a madrugada
a pastora Mariana
dava voltas de ciranda
lá vem dona Juliana
carregada de jasmim
de Joana são as tranças
e o amor que levou fim

Lancha nova está no porto, ô.ô
meu amor abriu em prantos, ô.ô
na entrada do Ano-Novo
vou voltar pra te buscar
lá se foi a lancha nova
que do céu caiu no mar

Joana não é nada
Juliana eu vou e juro
não há nada nesse mundo
que me faça demorar
lá se foi a lancha nova
que do céu caiu no mundo
faz um ano, Mariana
que eu não paro de chorar    

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Bolsonaristas continuam acampados diante do QG do Exército

Carlos Newton

É uma situação jamais conhecida em Brasília, desde a fundação da cidade, nos anos JK. Milhares de militantes políticos – fanáticos por Bolsonaro ou Lula – estão sendo esperados na capital. Depois do vandalismo do dia 12, quando os vitoriosos Lula da Silva e Geraldo Alckmin foram diplomados, e após a prisão de ativistas fortemente armados, inclusive com explosivos, ninguém sabe o que pode acontecer e jamais houve um esquema de segurança tão rigoroso.

Está tudo esquisito. O Ministério da Justiça autorizou a atuação da Força Nacional em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF) “nas atividades de escoltas” da Operação Posse Presidencial 2023, iniciada oficialmente na última terça-feira, dia 27.

RUMO A BRASÍLIA – No Rio Grande do Sul, a Polícia Rodoviária Federal filmou ônibus repletos de bolsonaristas nas estradas em direção a Brasília. Portanto, há algo no ar, além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé.

Em Brasília, foram montados postos de fiscalização nas rodovias federais 060, 020 e 040 para fazer a identificação dos veículos, que os agentes pretendem acompanhar até os locais designados.

Será indagado de qual cidade vieram, motoristas e passageiros serão identificados, os agentes vão colocar um número no parabrisa do ônibus e, a partir dali, a patrulha rodoviária escolta do veículo até o Plano Piloto, para que a Polícia Militar então leve os manifestantes ao local onde deverão permanecer, seja no pavilhão do Parque da Cidade, no Estádio Mané Garrincha, na Granja do Torto ou em escolas públicas.

HÁ CONTROVÉRSIAS – A estimativa da Polícia Roodoviária é de que cheguem em torno de 800 a mil veículos de transportes, entre ônibus, vans e minivans, trazendo aproximadamente 20 mil pessoas.

Mas há controvérsias, diria o grande ator Francisco Milani. O PT anunciou que ia fretar 700 ônibus, o que significa no mínimo 35 mil pessoas. Os bolsonaristas também falam em centenas de coletivos, vindos dos mais diversos estados.  E a primeira-dama, dona Janja da Silva, espera colocar 300 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios para assistir ao show e ouvi-la cantar, conforme prometeu no “Fantástico”.

Exageros à parte, o certo é que a Polícia Federal vai botar mais 300 agentes nas ruas no dia 1º. A Polícia Civil do Distrito Federal tomou idêntica providência, a Polícia Militar promete comparecer com todo o seu efetivo e o Corpo de Bombeiros está de prontidão.

FALHA GRITANTE – O esquema de segurança parece bem montado, mas exibe uma falha gritante. Devido à tal Festa do Futuro, criada e organizada por dona Janja, toda a preocupação da segurança ficou concentrada no domingo, dia da posse de Lula e do show musical, quando somente 30 mil pessoas poderão ter acesso à posse na Praça dos Três Poderes, após submetidas a revista.

Isso significa que na noite de sábado, dia 31, quando se comemora o réveillon, a capital ficará inteiramente desprotegida, abrindo possibilidade de novos casos de vandalismo etc. e tal.

O pior é que as autoridades planejam confinar os manifestantes bolsonaristas numa área longe da Esplanada dos Ministérios, onde foram instalados os dois gigantescos palcos. E não se pode saber como os manifestantes reagirão se os policiais os impedirem de circular pela cidade, pois  conhecem o direito de ir e vir.

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P.S. – Pode ser que não aconteça nada, mas essa comemoração inventada por dona Janja é uma das ideias mais idiotas dos últimos tempos, porque representa uma provocação aos bolsonaristas. Oremos, pois. (C.N.)

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Vicente Limongi Netto

Ninguém amou Pelé mais do que a bola. A afinidade entre os dois era completa. Sempre foi tratada por Pelé como uma deusa. Como joia rara. Como bichinho de pelúcia. Sempre com carinho e ternura. A felicidade de Pelé também era dela, que não podia guardar a menor queixa do craque.

Pelo contrário, a bola vivia nas nuvens, com tudo que Pelé lhe proporcionava. Pelé nunca escondeu quem deu tudo para ele. Com uma simples toque de Pelé, as coisas mudavam em campo, tudo virava emoção.

UM BEIJO NA BOLA – Quando marcou o milésimo gol, no Maracanã, deu um beijo inesquecível na bola. E a guardou pelo resto da vida.

Pelé gostava de ver todos felizes. Vibrava com a alegria das pessoas. Tinha prazer de viver. Juntos com a bola, encantou as multidões e o mundo. Pelé nunca ficou decepcionado com a bola, que o fez ser idolatrado por todos os admiradores do futebol, incluindo reis, rainhas, governantes e belas mulheres.

Quando estava atuando, Pelé esquecia o mundo. A bola passava a ser a figura que ele mais amava. Nesta sexta-feira, às vésperas da grande festa da virada, o mundo inteiro ficou triste. A ficha vai custar a cair. Pelé dignificou o futebol e a própria vida. Nunca houve nem haverá ninguém como ele, eleito o Atleta do Século, vinte anos antes do século acabar…

A VOLTA DO MINISTÉRIO – O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, aplaudiu a recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e a escolha do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para exercer o cargo de ministro.

Para Tadros, recentemente reeleito presidente da CNC para novo mandato de quatro anos, “Geraldo Alckmin, além de ser um político íntegro,  honesto e decente, tem ótima interlocução com os setores produtivos, especialmente com os empresários do comércio de bens, serviços e turismo, que representam a mais expressiva fatia do PIB brasileiro”.

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Bolsonaro é um enigma e pode estar fingindo viajar

Paulo Cappelli
Metrópoles

Após a repercussão negativa, Bolsonaro reavalia viajar aos Estados Unidos antes da posse de Lula. O presidente ainda pretende passar um período sabático no exterior, mas passou a cogitar deixar o Brasil somente após a posse, mesmo que parte de seus assessores já esteja nos EUA.

Caso confirme a decisão de viajar antes de Lula assumir, avalia fazê-lo até mesmo no dia 31 de dezembro (sábado), data limite para que possa usar o avião da FAB, como informou o colunista Igor Gadelha. Dessa forma, ganharia tempo para trabalhar num pronunciamento a seus apoiadores.

POLÊMICA INTERNA – Aliados aconselharam fortemente o presidente a não viajar sem que antes se dirija a seu eleitorado.

Deputado bolsonarista, Otoni de Paula (MDB) afirmou que Bolsonaro agirá como “covarde” se viajar para os Estados Unidos.

Parlamentares do PL, partido de Bolsonaro, também passaram a atuar para que o presidente não deixe o país sem que antes faça um discurso.

PRESENTE PÓS-NATAL – Esplanada dos Ministérios terá ‘presente’ de Bolsonaro a Lula na posse. O governo bolsonarista espalhou nas fachadas dos ministérios um conjunto de placas que exaltam a administração que está de saída

O vídeo da campanha, que deve ter custado um bom dinheiro aos cofres públicos, mostra como os petistas serão recepcionados no dia da posse.

“Se olhar para cima, Lula lembrará de Bolsonaro”, brinca um auxiliar do presidente que está de saída.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Por que Bolsonaro anunciou a viagem, mas continua em Brasília? É muito estranho. Não saiu nada no Diário Oficial da União. Ele não pode simplesmente fugir. Se ele viajar, o presidente da Câmara tem de assumir, pois não há mais vice, desde que Mourão se desincompatibilizou para se candidatar ao Senado. Bolsonaro é igual a Jânio Quadros e sonha com uma revolução popular que o mantenha no poder, via artigo 142. Será que está esperando os fanáticos se rebelarem neste final de semana, para baixar o estado de sítio? É preciso interná-lo com camisa de força. Apenas isso. (C.N.)

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Adorado no mundo inteiro, Pelé era muito simples e cordial

Antonio Carlos Rocha

No governo de Fernando Henrique Cardoso, Pelé era o ministro dos Esportes. Nessa época eu fazia parte do Instituto de Yoga e Meditação Budista, fundado em Santa Teresa, bairro histórico co Rio de Janeiro, pela professora de Educação Física formada pela UFRJ e pelo Instituto Sivananda de Nova York, Eloah Esteves.

Ela era amiga do Rei Pelé quando ambos moraram nos EUA, ele jogava no Cosmos de New York e ela aprofundava os seus estudos com os discípulos do mestre indiano Sivananda, que era médico e professor de Yoga em Rishikesh, uma cidade indiana no sopé do Monte Himalaia.

UM LOCAL ABERTO – Eu compartilhava as técnicas de Meditação Budista com os alunos, praticantes, seguidores e simpatizantes. Era um local livre e aberto a pessoas de qualquer religião e mesmo a quem não tem/tinha religião.

Hoje os dois – Eloah Esteves e Edson Arantes do Nascimento –estão em outra dimensão e a memória me faz lembrar o belo dia que o ministro dos Esportes apareceu Instituto de Yoga e Meditação Budista para abraçar a amiga e eu saudá-lo condignamente.

Era um sábado, à tarde, o carro oficial parou na principal rua de Santa Teresa, por onde ainda passa o bondinho. O ministro desceu as escadas. Vestia roupa esporte no calor carioca, sentou no tapete do salão à maneira dos yoguis e conversamos animadamente, eles lembrando dos “papos” em Nova York.

CIDADÃO DO MUNDO – Edson Arantes do Nascimento nasceu católico, tornou-se um cidadão do mundo que vai brilhar sempre. Em suas múltiplas viagens ao exterior, aprendeu a conviver e a respeitar ecumenicamente pessoas de outros credos. Já maduro, casou com missionária evangélica e tinha muito respeito pela Yoga e demais correntes orientais que ensinam a trabalhar os corpos físico, mental, espiritual, emocional.

Pelé ficou no Instituto pouco mais de uma hora, o ministro tinha outros compromissos, mas valeu a honrosa visita. O Instituto de Yoga e Meditação Budista não existe mais, este pequeno artigo é em memória do Rei Pelé e da professora Eloah Esteves.

Que os seres de Luz, anjos, espíritos elevados do Oriente e Ocidente recebam a alma de Pelé no céu. A professora Eloah Esteves certamente está entre eles, recepcionando o amigo.

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Simone Tebet chamou Haddad para participar da foto

Vinicius Doria e Victor Correia
Correio Braziliense

Simone Tebet, atualmente senadora pelo MDB do Mato Grosso do Sul, foi anunciada oficialmente como ministra nesta sexta-feira pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Aos jornalistas, a parlamentar declarou que trabalhará em conjunto com o próximo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, especialmente no programa PPI (Parceria Público Privada), que será gerido pela pasta comandada pela atual senadora e aprovado por Haddad, como chefe da equipe econômica.

TRÊS IDENTIFICAÇÕES – Segundo a futura ministra Simone Tebet, essa parceria com Fernando Haddad na busca pelo crescimento sustentável não tem como dar errado.

“Sem dúvida nenhuma. Nós já começamos tendo três identidades: somos professores universitários, ele tem parentes no meu estado, que são amigos em comum, e nós somos de origem libanesa. Não tem como dar errado”, respondeu Tebet, ao ser questionada por ter chamado Haddad para uma foto, logo após sua oficialização como ministra.

A pasta de Planejamento e Orçamento é um desmembramento do atual ministério da Economia, que resultará na Fazenda, Gestão e Inovação e Indústria e Comércio a partir de janeiro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao posar para fotógrafos e cinegrafistas ao lado de Fernando Haddad e Simone Tebet, o presidente Lula está fazendo uma prévia de sua própria sucessão. Se ele não for candidato à reeleição, conforme afirma e quase todos duvidam, Haddad e Simone estarão entre os  candidatos, com chances reais de vitória. (C.N.)

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Flávio Dino mostra que será um ministro antidemocrático

J.R. Guzzo
Estadão

O novo ministro da Justiça, que até hoje não disse uma única vez a palavra “justiça”, mas desde que foi anunciado para o cargo faz ameaças quase diárias a quem protesta contra a eleição de Lula, apresentou ao Brasil uma teoria sobre segurança pública que jamais tinha sido ouvida até agora. Segundo ele, o terrorismo está no ar através de todo o País, e vem dos acampamentos formados perto dos quartéis para denunciar o que os manifestantes consideram fraudes eleitorais – ou para pedir, em SOS, que o Exército ponha um freio à junta judiciária que agride todos os dias a Constituição e o restante das leis em vigor no Brasil.

O novo ministro diz, sem apresentar o mais miserável fiapo de prova, que as manifestações são uma “incubadora de atos terroristas”.

HORA DE REPRIMIR – Esses atos precisam ser reprimidos, portanto – e aí se vê bem claro o quanto a ideia da repressão policial fascina esse novo governo. Apareceu alguma dificuldade? Chamem a polícia. Estão amando isso…

A prisão de um indivíduo que, segundo as acusações, pretendia fazer uma explosão próxima ao aeroporto de Brasília, foi a última desculpa que o ministro usou no seu esforço serial para desmanchar as manifestações populares de oposição à Lula.

Vem tentando isso desde o primeiro minuto; não admite, junto com o seu chefe e com o PT, que haja gente na rua exercendo o seu direito constitucional de dizer em público o que pensa.

LULA LADRÃO – Dino já disse que chamar Lula de “ladrão” é crime – apesar de suas condenações por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Justiça brasileira. Tenta criminalizar, também, as faixas que dizem “SOS Forças Armadas”. Quer que o Exército retire as pessoas que estão em volta dos seus quartéis; do contrário, ameaça dissolver as manifestações à força.

Para combater “o terrorismo”, anuncia uma ofensiva contra os clubes de tiro, os caçadores e os brasileiros que têm armas legalizadas.

O que a bomba que não explodiu no aeroporto de Brasília tem a ver com os clubes de tiro ao alvo, ou com a caça da marrequinha-piadeira?

DIZEM OS NÚMEROS – As armas registradas são responsáveis por exatamente 0% da criminalidade no Brasil. (Houve 45 mil homicídios no país em 2022, mas o novo ministro não disse uma única sílaba até agora sobre o assunto; seu problema são os cidadãos a quem a lei permite ter armas.)

Que sentido pode fazer essa obsessão em “desarmar” a população? Os criminosos continuam cada vez mais armados. Quem está disposto a detonar uma bomba não vai pedir autorização para a Polícia Federal. É uma farsa em seu estado mais evidente.

Pior ainda é a criminalização de manifestações populares pacíficas, ordeiras e perfeitamente legais; em 50 dias de protesto, não se quebrou um vidro, não se tocou fogo numa única lata de lixo, ninguém foi agredido, nenhuma contravenção foi cometida, e muito menos qualquer crime.

ATOS PACÍFICOS – Tudo o que se fez foi falar, cantar o Hino Nacional e mostrar bandeiras do Brasil. Porque, então, os manifestantes teriam de sair da rua? A Constituição Federal garante plenamente o seu direito de estar lá. E eles têm o direto, sim, de dizer que são a favor de um regime militar, ou do que quiserem. Que lei proíbe alguém de pedir militares no governo?

O sujeito também pode ser a favor do fim do mundo, ou contra a água encanada, ou dizer que acredita em disco voador. A Constituição, em nenhum momento, faz uma lista de assuntos que podem ou não podem ser levados à praça pública; ou seja, todos podem.

É falso dizer que as manifestações diante dos quartéis são “atos antidemocráticos”; trata-se de puro e simples exercício de direitos civis. Antidemocrático é tirar da rua, à força, quem expressa suas opiniões de modo ordeiro e dentro da lei.

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Lula com a superdotada “ministra” Daniela do Waguinho

Carlos Newton

Sai do ministério a insuportável Damares Alves, após passar quatro anos no alto da goiabeira, e entra a deputada recém-eleita Daniela do Waguinho, cujo maior mérito profissional é ser casada com o prefeito de Belfort Roxo, da movimentada Baixada Fluminense. Se alguém aí tiver condições qual das duas ministras é a pior, por gentileza nos informe, com a máxima urgência.

Desta vez, há um número considerável de mulheres no primeiro escalão, mas o quesito competência parece não ter sido levado muito em conta.

PROBLEMAS NA AMAZÔNIA – Por exemplo, Lula cometeu novamente o erro da primeira gestão e colocou Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente. Se ela fosse ecologista, tudo bem. Acontece que a política acreana é muito mais do que isso, podemos classificá-la de ecoólatra. Se depender dela, que foi eleita deputada federal pelos paulistas, todo mundo vai voltar a ser índio para caçar onça na praça da Sé, no meio dos fumadores de crack.

Lembrem-se que, no primeiro governo Lula, Marina teve de ser demitida porque vetava qualquer empreendimento que agredisse a natureza, sem perceber que tudo que consumimos deriva justamente de matérias-primas naturais. Ficou famoso seu boicote à indispensável duplicação da BR-101, no Rio Grande do Sul. por causa do viveiro das minipererecas e do sapo-narigudo-de-barriga-vermelha.

Bem, espera-se que nestes 20 anos Marina Silva tenta deixado de ser ecoólatra e se tornado apenas ecologista.

INDÍGENAS EM FESTA – Lula inovou com o Ministério dos Povos Indígenas, aquinhoado à recém-eleita deputada Sônia Guajarara, do PSOL paulista. A nova ministra, vejam bem, pretende terminar logo as demarcações para defender a independência política, econômica, social e territorial das tribos, na forma do Estatuto Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, que conta com apoio ostensivo de todas as 185 nações do mundo que não fazem parte da Amazonia.

No entanto, como a vida é um bumerangue, estes problemas que Lula pensou ter atirado para longe vão acabar voltando direto na sua cabeça.

Quanto à ala masculina do primeiro escalão, quando vi que serão ministros figuras como Juscelino Filho, Carlos Lupi, Waldez Goes, Jader Barbalho Filho e outros mais, num governo que terá o deputado petistas José Guimarães (dólares na cueca) como líder do governo na Câmara, então percebi que a ala feminina do Ministério é bem melhor do que a masculina.

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P.S. – Parodiando o gaúcho Oswaldo Aranha, um político de verdade, com expressão de estadista internacional, podemos dizer que o Ministério de Lula é um deserto de homens e ideias, com algumas ressalvas femininas, como Simone Tebet no Planejamento e Nísia Trindade na Saúde – dois grandes acertos de Lula, que parece ter o dedo podre para escolher ministros, como o filho de Jader Barbalho (Ministério das Cidades), cuja experiência profissional é semelhante às exibidas pelo filho fenômeno de Lula e pelo sobrinho fenômeno de Fernando Haddad. Os três são absolutas inutilidades, que se beneficiam da fenomenologia familiar do novo normal brasileiro. (C.N.)

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Bolsonaristas não aceitaram desmontar o acampamento

Pedro Henrique Gomes e Brenda Ortiz
g1 — Brasília

O secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Gustavo Rocha, afirmou nesta quinta-feira (29) que o Exército decidiu suspender uma operação em parceria com agentes distritais marcada para a manhã de sexta-feira, que desmobilizaria um acampamento antidemocrático de bolsonaristas em frente ao Quartel-General da Força Armada.

Autoridades do Distrito Federal deram essa informação numa entrevista coletiva sobre a segurança na posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada para o domingo (1º).

ACAMPAMENTO MANTIDO – Os jornalistas questionaram sobre o início da anunciada ação no Quartel General, que não foi adiante. Agentes chegaram a caminhar entre os bolsonaristas, mas não desfizeram o acampamento.

O secretário disse que o Exército entendeu que conseguiria dar conta sozinho da missão, e por isso não precisava mais da operação em conjunto com o GDF. Ainda segundo Rocha, o GDF espera uma ação do Exército no QG ainda nesta sexta.

“Com relação à ação no QG, como eu disse agora há pouco, o GDF vem em contato constante com o Exército. Havia previsão de operação pela manhã, como de fato se iniciou. No decorrer dela, o Exército entendeu que conseguiria fazer sem necessidade da operação. Por isso que foi suspensa. Estamos aguardando ação do Exército no decorrer do dia de hoje”, afirmou o secretário.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Criou-se, assim, um impasse. Os agentes de segurança do governo de Brasília não têm autorização para entrar na área militar onde foi montado o acampamento. Como o Exército decidiu manter os manifestantes no local, isso significa que está dando cobertura aos militantes bolsonaristas. Assim, a situação tornou-se outra vez preocupante, porque a Patrulha Rodoviária Federal filmou ônibus repletos de bolsonaristas nas estradas em direção a Brasília. Portanto, há algo no ar, além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé. (C.N.)

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Onda reformista renascerá com a posse de Lula no Planalto

Pedro do Coutto

No programa Em Pauta da GloboNews, noite de terça-feira, foi discutida a caracterização ideológica a ser atribuída ao presidente eleito, Lula da Silva, que assume o governo na madrugada de 1º de janeiro. Alguns debatedores o identificaram como um homem da esquerda, outros de centro-esquerda, e eu acredito que Lula seja melhor definido como de centro avançado, preocupado, aliás como todos os cristãos, com a miséria, com a fome, na busca eterna pelo desenvolvimento e pela justiça social.

A posição de centro avançado inspirada na realidade da população brasileira não se volta, como não se voltou em momento algum, contra a propriedade privada, contra o lucro das empresas, contra os financiamentos estatais à iniciativa privada e à favor de uma política de emprego e de salários, sobretudo para que esses não percam para a inflação, pois neste caso estarão sendo reduzidos através do tempo.

PREOCUPAÇÕES – Foi exatamente isso o que aconteceu com a política do ministro Paulo Guedes adotada pelo governo Bolsonaro. Caso ser da esquerda é preocupar-se com a fome e a miséria, com a falta de saneamento, com a saúde pública e com o atraso registrado de 1,1 milhão processos de segurados não atendidos pelo INSS, tal posicionamento só pode ser considerado de esquerda ou de centro-esquerda se o compararmos com o extremismo da direita conservadora que considera um absurdo (falando ironicamente) que o presidente que desperta na alvorada de janeiro seja um revolucionário.

Reformista é a palavra correta e não representa absurdo algum sustentar simplesmente que todos devem poder tomar o café da manhã, almoçar e se alimentar à noite. O conservadorismo se enraizou de tal maneira no Brasil, sob a capa da mão de tigre do chamado mercado, que qualquer projeto de desenvolvimento social transforma-se em um perigo para o cenário estabilizado do capital que não remunera o trabalho à altura da dignidade do ser humano.

Daí a favelização, do déficit habitacional, a inexistência de esgoto para metade da população brasileira, a falta de água potável para 25% dos habitantes. São dados estarrecedores e preocupantes para com o futuro.

ONDA REFORMISTA –  – Futuro? Será de esquerda combater o desmatamento da Amazônia e o garimpo ilegal ? Será de esquerda combater as fraudes na administração pública e a corrupção sem fronteiras ? Lula da Silva governou o Brasil por oito anos; não deu qualquer sinal de ameaça à democracia e à liberdade. Assumirá um terceiro mandato conquistado nas urnas de outubro, integrando-se na onda reformista que deve renascer com a sua posse no Planalto.

É tempo de alvorada e de reforma social, mas não de um posicionamento na esquerda, sobretudo porque o radicalismo esquerdista no mundo desabou  com o Muro de Berlim em 1989 e com o fim da União Soviética em 1991. O pensamento no sentido da reforma converge com o humanismo que no fundo encontra sua mais forte inspiração no cristianismo surgido há dois mil anos. Hoje, ninguém pode defender a escravidão , a opressão, a fome, a miséria e a tortura diária proporcionada por uma desigualdade que ultrapassa as fronteiras do próprio humanismo e da humanidade.

ELETROBRAS – Numa excelente reportagem, O Globo desta quarta-feira, Manuel Ventura e João Sorima Neto revelam que a equipe de transição de Lula da Silva propõe alterar para melhor a privatização da holding aprovada em junho pelo governo Bolsonaro.  A meu ver, não se compreende a privatização de uma empresa já por si privatizada na medida em que suas ações encontram-se nas Bolsas de Valores de São Paulo, de Nova York e de Madrid.

A manobra efetuada voltou-se para a privatização do comando da empresa, que é algo bem diferente da sua privatização total, e criou uma contradição como sustenta Manuel Ventura e João Sorima Neto de a União não deter o comando de uma empresa da qual detém 42%. Revela-se estranho, portanto, que um grupo que possua 10% ou 12% do sistema acionário possa comandar uma holding 42% estatal. Há outros fatos.

Um deles, o de que Furnas emitiu R$ 180 milhões em debêntures para pagar dívidas em favor da Odebrecht e da Andrade Gutierrez pela construção da Usina de Santo Antônio em Rondônia. O pagamento feito por Furnas foi considerado essencial para que a privatização se realizasse.

DÍVIDA – Ocorre que na empresa subsidiária Santo Antônio Energia, Furnas detinha mais de 35% das ações e outros 35% praticamente divididos em partes iguais pela própria Odebrecht e pela Andrade Gutierrez. Ambas figuram, portanto, entre os proprietários do empreendimento. Assim, a Santo Antônio Energia pagou uma dívida para dois de seus proprietários e o pagamento foi realizado com um endividamento adicional da própria empresa de Furnas.

O ativo da Eletrobras foi subavaliado amplamente. Afinal, quanto vale as usinas de Furnas, da hidrelétrica de São Francisco, da EletroSul e da EletroNorte? Quanto valem as linhas de transmissão através das quais Furnas interliga a produção da Usina de Itaipu ao sistema elétrico brasileiro? Divulgou-se que o ativo foi avaliado por baixo em R$ 176 bilhões. Compare-se esse valor com o valor das transações internacionais de preço muito alto envolvendo empresas muito menores. O grupo de transição de Minas e Energia, no caso Eletrobras, terá muitas tarefas pela frente.

Bolsonaristas ainda não desistiram de tumultuar a posse

Victoria Azevedo, Cézar Feitoza e Thaísa Oliveira
Folha

A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem divergido sobre como lidar com as manifestações antidemocráticas em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. De um lado, aliados liderados pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), defendem uma posição mais forte pela desmobilização do acampamento até o dia 1º, quando será realizada a cerimônia de posse.

Para eles, a gota d’água foi a tentativa de atentado com explosivo no Aeroporto Internacional de Brasília no último sábado (24).

NO DIA DA POSSE – Há uma preocupação ainda com possíveis manifestações contrárias à eleição de Lula que possam ocorrer no dia da posse. Membros da Polícia Rodoviária Federal tiveram acesso a vídeo que mostra caravanas de bolsonaristas deixando Porto Alegre rumo ao Distrito Federal — o que eleva ainda mais a pressão para a desmobilização do acampamento.

Indicado para comandar o Ministério da Defesa de Lula, José Múcio Monteiro tem divergido da linha adotada por Dino e pelo futuro diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos.

Múcio pondera que deve ocorrer uma costura delicada para evitar novos atritos com bolsonaristas. O objetivo, justifica Múcio a interlocutores, é criar uma saída “pactuada” sem necessariamente a retirada compulsória dos manifestantes. Ele tem argumentado ainda que o ambiente atual é hostil e que é preciso apostar no diálogo.

HÁ CONTROVÉRSIAS – A divergência do tom transpareceu nesta semana. Um dia após a tentativa do atentado, Dino publicou nas redes sociais que os acampamentos “viraram incubadoras de terroristas”.

Dois dias depois, em coletiva de imprensa, Múcio afirmou que os atos em frente aos quartéis têm sido “pacíficos” e citou ainda que há “pedintes que vão lá receber comida, pessoas que vivem pela rua dormindo nas praças [do quartel], porque tem um certo abrigo”. As declarações de Múcio foram dadas ao lado de Dino, que voltou a enquadrar o ocorrido no sábado em Brasília como “terrorismo”.

Segundo relatos, o próprio Lula compartilha da visão de que é necessário desmobilizar o acampamento o quanto antes. De acordo com aliados do petista, ele tem expressado que os manifestantes estão expansivos, se sentindo empoderados e confortáveis.

TESTE DE AUTORIDADE – Além disso, Lula disse a aliados que o acampamento no quartel-general representa uma espécie de teste de autoridade de seu governo e que, por isso, ele precisa ser desmobilizado.

Para auxiliares de Lula, uma coisa é certa: caso o acampamento não seja desmontado até a posse, ele o será na próxima semana. Se necessário, com a retirada compulsória dos bolsonaristas.

Mas interlocutores de Lula afirmam que receberam recados de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o acampamento em frente ao QG do Exército deverá ser desmobilizado completamente até esta quinta (29).

EXÉRCITO DESMENTE – Integrantes do Exército, no entanto, dizem que as estruturas devem ser retiradas quase na sua totalidade até o final desta sexta (30), mas que não é possível evitar a presença de manifestantes no local.

Dino se reuniu nesta semana com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para falar de questões de segurança relativas à posse. Na ocasião, eles trataram do acampamento dos bolsonaristas. Também participaram Múcio, Andrei Passos e o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo.

Segundo relatos de pessoas com conhecimento da reunião, Múcio afirmou na ocasião que recebeu um recado de interlocutores de Bolsonaro de que o chefe do Executivo deixaria uma carta antes de embarcar ao exterior na qual agradeceria a defesa de seus apoiadores e pediria para eles voltarem para suas casas. Na visão dele, seria um sinal de que a situação pode ser resolvida de forma pacificada. Até o momento, porém, não houve a divulgação pelo Planalto de mensagem com esse teor.

SILÊNCIO CÚMPLICE – Generais do Alto Comando do Exército e da reserva afirmaram à Folha que há uma avaliação na caserna de que o silêncio de Bolsonaro dificulta a desmobilização dos acampamentos na frente do quartel-general em Brasília.

Eles afirmam que somente o presidente teria o poder de reconhecer a derrota e comunicar aos apoiadores que não haveria razão para pedidos de intervenção das Forças Armadas.

Segundo interlocutores, essa insatisfação, as críticas de bolsonaristas à atuação das cúpulas militares e os diversos apelos para desmobilizar os acampamentos desagradaram o general Freire Gomes, comandante do Exército sob Bolsonaro.  Essas seriam as principais razões para o comandante pedir a saída antecipada do cargo. A avaliação, de acordo com relatos de militares com conhecimento do assunto, é que o general de Exército Júlio César de Arruda poderá conduzir melhor as demandas, já que foi escolhido pela equipe de Lula.

MANIFESTANTES RESISTEM – A quatro dias da posse presidencial, o acampamento em frente ao QG do Exército continua funcionando com duas grandes cozinhas, banheiros químicos, barracas, tendas e até mesmo espaço com tomadas para carregar o celular.

Manifestantes improvisam varais em árvores para secar roupas e se revezam nas cozinhas para que as três principais refeições do dia sejam servidas no local. Cartazes espalhados informam que o acampamento aceita doações de itens diversos.

Faixas e cartazes continuam espalhados com frases como “Intervenção militar com Bolsonaro no poder”, “Socorro Forças Armadas” e “Presidente Bolsonaro, acione as Forças Armadas contra a fraude eleitoral”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A informação da Polícia Rodoviária é inquietante. Se realmente chegarem muitos manifestantes a Brasília, pode haver novos vandalismo e conflitos. Ao que parece, os manifestantes mais pacíficos estão indo embora, mas serão substituídos por um pessoal da pesada, digamos assim. Portanto, todo cuidado é pouco e o neoministro José Múcio precisa tomar um chá se Simancol, como se dizia antigamente. (C.N.)

Cachorro de brinquedo que parece de verdade

Cinco ônibus e vários carros foram incendiados na capital

Camila Mattoso e Fabio Serapião
Folha

A Polícia Federal começou na noite desta quarta-feira (28) as primeiras prisões de suspeitos de participação na tentativa de invasão ao prédio da corporação e nos atos de vandalismo que resultaram em incêndios a carros e ônibus em Brasília, no último dia 12. Duas pessoas foram presas, uma no Rio e outra em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

As medidas fazem parte de uma operação maior deflagrada na manhã desta quinta (29), com mais de 30 mandados a serem cumpridos, contando prisões e buscas e apreensões.

OPERAÇÃO NERO – A operação ocorre no DF e em mais sete estados: Pará, Tocantins, Ceará, Rio, São Paulo, Rondônia e Mato Grosso. A Polícia Civil do DF também participa da operação, batizada de Nero.

No Rio, a pessoa detida foi Átila Mello. Ele foi preso no município de São Gonçalo. A presa em Brasília é identificada como Klio Hirano. Nas redes sociais, ela tem diversas postagens publicadas em acampamento em frente ao QG do Exército, onde manifestantes pedem uma intervenção das Forças Armadas para evitar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ela ainda fez um vídeo em frente à sede da Polícia Federal no dia do vandalismo no DF. Na gravação, ela pede que “defensores da pátria” sigam ao local. “É hoje que a gente vai ter a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que a gente está tanto procurando”, diz.

NA MESMA NOITE – Os ataques à sede da PF e a veículos estacionados nas ruas do entorno do prédio ocorreram naquela noite do dia 12 de dezembro após a prisão do indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante.

O vandalismo é parte da escalada de atos com discurso golpista patrocinados por apoiadores do ainda presidente da República. O indígena foi preso após pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que apontou sua participação nos atos antidemocráticos na capital federal.

Os atos antidemocráticos que pedem um golpe militar e escalam em casos de violência pelo país têm sido atiçados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) desde a sua derrota para Lula no segundo turno das eleições.

ATOS DE VIOLÊNCIA – A escalada da violência nesses atos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público do presidente e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.

Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico e acenderam o alerta das autoridades, que realizaram prisões e investigam até possível crime de terrorismo.

Os responsáveis poderão ser punidos na Justiça com base na Lei Antiterrorismo, legislação que os próprios bolsonaristas tentaram endurecer visando punir manifestantes de esquerda.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A legislação é clara. Qualquer manifestação pacífica tem de ser tolerada. Mas desta vez os militantes realmente exageraram, na esperança de tumultuar a lei e a ordem e obrigar os militares a intervirem. Como diria Roberto Carlos, daqui pra frente tudo vai ser diferente… (C.N.)

Cachorro de brinquedo que parece de verdade

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Rafael Moraes Moura
O Globo

Aliados de Jair Bolsonaro estão tensos com o que chamam de “pacote de maldades” a ser aplicado contra ele pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 1º de janeiro de 2023. Bolsonaristas dão como certo que sofrerão com uma “perseguição cruel e implacável” em várias frentes, do levantamento de sigilo de informações incômodas à revelação de informações que poderiam desencadear processos e investigações e impedi-lo de disputar novas eleições.

Segundo a equipe da coluna apurou, militares do círculo íntimo do chefe do Executivo dão como certa a revogação, a conta-gotas, dos sigilos decretados por ele em documentos do governo.

MELHOR SUMERGIR – Por isso, têm aconselhado o presidente a submergir nos primeiros meses para tentar diminuir o ímpeto dos petistas e apaziguar os ânimos.

Entre as informações que podem vir a público com a revogação do sigilo imposto por Bolsonaro estão os dados sobre quem visitou a primeira-dama Michelle no Palácio da Alvorada, o processo interno do Exército contra o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello, os documentos referentes ao processo de aquisição da vacina indiana Covaxin e a apuração da Receita Federal sobre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das “rachadinhas”. São todos temas espinhosos para o clã presidencial, mas de interesse público.

As preocupações não são só com o levantamento do sigilo. Há, também, apreensão quanto ao rumo de dois inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) comandados pelo ministro Alexandre de Moraes – o das fake news e o das milícias digitais.

HÁ MUITOS ALVOS – O presidente da República, os filhos, empresários e parlamentares aliados são alvos dessas investigações, que não devem acabar tão cedo.

Moraes ainda é motivo de dor de cabeça para o atual ocupante do Palácio do Planalto por comandar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde tramitam 14 ações que investigam sua campanha derrotada à reeleição.

Como é presidente do tribunal, cabe a Moraes decidir quando os casos serão apreciados pelo plenário.Essas ações apuram abuso de poder político, econômico e uso indevido dos meios de comunicação e são movidas pelo PT, PDT de Ciro Gomes e pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS).

VÁRIAS INVESTIGAÇÕES – Elas miram, por exemplo, a estratégia do então candidato do PL de desembolsar bilhões de reais para garantir o Auxílio Brasil de R$ 600 em pleno período eleitoral, o uso da estrutura do Palácio da Alvorada para atacar as urnas e o Poder Judiciário e a existência de um “ecossistema de desinformação” nas redes sociais para atingir Lula.

Se essas ações forem julgadas procedentes, Bolsonaro poderá até ser declarado inelegível, ficando impedido de disputar qualquer eleição pelos próximos oito anos.

Outro flanco que pode vir a ser problemático para os bolsonaristas, mais à frente, é a Procuradoria-Geral da República (PGR). Em setembro do ano que vem termina o mandato de Augusto Aras, que será substituído por um procurador escolhido por Lula.

FIEL ALIADO – O procurador-geral Augusto Aras tem sido um fiel aliado do Palácio do Planalto e sua gestão já pediu o arquivamento de uma série de pedidos de investigações contra o presidente Bolsonaro, seus filhos e principais aliados, inclusive os que foram formulados após a conclusão dos trabalhos da CPI da Pandemia no Senado.

Com a indicação de um novo chefe da Procuradoria-Geral da República pelo presidente Lula, aliados de Bolsonaro estão apavorados com a possibilidade de o Ministério Público revisitar as provas coletadas pela CPI DO Senado e responsabilizá-los pela desastrosa atuação do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid-19.

Cachorro de brinquedo que parece de verdade
Paulo Peres
Poemas & Canções

O romancista, musicólogo, historiador, crítico de arte, fotógrafo e poeta paulista Mário Raul de Moraes Andrade (1893-1945), no poema “Tostão de Chuva”, fala sobre o resultado catastrófico recebido por antônio Jerônimo, em consequência da zombaria do seu pedido ao “padim” Padre Cícero.

TOSTÃO DE CHUVA
Mário de Andrade

Quem é Antonio Jerônimo? É o sitiante
Que mora no Fundão
Numa biboca pobre. É pobre. Dantes
Inda a coisa ia indo e ele possuía
Um cavalo cardão.
Mas a seca batera no roçado…
Vai, Antônio Jerônimo um belo dia
Só por debique de desabusado
Falou assim: “Pois que nosso padim
Pade Ciço que é milagreiro, contam,
Me mande um tostão de chuva pra mim”.
Pois então nosso “padim” padre Cícero
Coçou a barba, matutando, e disse:
“Pros outros mando muita chuva não,
Só dois vinténs. Mas pra Antônio Jerônimo
Vou mandar um tostão”.
No outro dia veio uma chuva boa
Que foi uma festa pros nossos homens
E o milho agradeceu bem. Porém
No Fundão veio uma trovoada enorme
Quem numa átimo virou tudo em lagoa
E matou o cavalo de Antônio Jerônimo.
Matou o cavalo.

Cachorro de brinquedo que parece de verdade

Charge do Humberto (Folha de Pernambuco)

Lúcio Vaz
Gazeta do Povo

Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras de empresas brasileiras no exterior chegavam ao banco já aprovados pelo governo federal, que escolhia os países a serem atendidos e as condições do contrato. Dos US$ 10,5 bilhões desembolsados, 98% foram destinados às cinco maiores empreiteiras do país – todas elas investigadas pela Lava Jato. Houve inadimplência de US$ 1 bilhão e outros US$ 573 milhões estão por vencer.

Relatórios do BNDES informam como esses financiamentos funcionam no Brasil. Eles são determinados pela administração direta do governo federal, que estabelece as operações, os países de destino, as condições contratuais como valor, prazo, taxa de juros e seguros, e os mitigadores de risco do país que sedia a obra.

148 OPERAÇÕES – Já com essas aprovações, o processo chega ao BNDES em sua parte final, onde é enquadrado e analisado. Ao todo, foram realizadas 148 operações.

O BNDES explica também o motivo da concentração das operações com grandes empreiteiras. Só a Odebrecht recebeu 76% do total; a Andrade Gutierrez, mais 14%. Havia ainda a Queiroz Galvão, a Camargo Correa e a OAS.

“Quando os pedidos de financiamento chegavam ao BNDES, os contratos comerciais já estavam estabelecidos. Esses pedidos só eram analisados pelo Banco após a aprovação do Governo. Na época das operações, não havia nenhuma restrição legal à contratação com essas empresas”, registra o BNDES.

LEI DAS ESTATAIS – A alteração da Lei das Estatais pela Câmara dos Deputados, às pressas, na noite do dia 13 deste mês, abriu caminho para o ex-ministro Aloizio Mercadante assumir o comando do BNDES e despertou o receio de novas intervenções do governo federal no banco estatal.

As cinco empreiteiras foram investigadas pela Lava Jato no escândalo do “Petrolão”, sobre superfaturamento de obras na Petrobrás, pagamento de propinas e financiamento eleitoral de políticos pelo caixa 2. Essas empreiteiras também fizeram repasses à empresa Lils Palestras e ao Instituto Lula. Esses repasses foram investigados e considerados legais pela Justiça.

O BNDES afirma que suspendeu desembolsos a “empreiteiras envolvidas com corrupção” e, acrescenta que, em 2016, em acordo com o Ministério Público Federal, passou a exigir das empresas brasileiras exportadoras de serviços de engenharia a assinatura de um Termo de Compliance, com rígidas regras de governança, como condição para liberação de recursos.

R$ 11 BILHÕES – “Após essa medida, o BNDES reteve US$ 11 bilhões que estavam previstos para serem desembolsados, referentes a 47 operações ativas. Esses procedimentos servirão de base para a análise de futuras operações”, afirma o banco estatal.

Levantamento feito pelo BNDES aponta 32 projetos que tiveram desembolsos suspensos em 2015, num total US$ 7 bilhões. A maior parte – US$ 3,15 bilhões – é da Venezuela. Foram cancelados desembolsos de US$ 419 milhões para o metrô de Caracas e US$ 862 milhões para o metrô de Los Taques, obras contratadas pela Odebrecht; US$ 638 milhões para a construção do estaleiro Astialba, obra da Andrade Gutierrez; e US$ 358 milhões para o projeto de Saneamento PDSI Tuy, projeto da Camargo Corrêa.

Os desembolsos cancelados para Angola somaram US$ 808 milhões, sendo US$ 500 milhões para o aproveitamento hidrelétrico da Laúca, projeto tocado pela Odebrecht. A República Dominicana teve desembolsos cancelados num total de US$ 1,5 bilhão, com US$ 656 milhões para a construção da Termoelétrica Punta Galina, com duas unidades de geração a carvão mineral.

LULA INTERMEDIAVA – O relatório final da CPI do BNDES, aprovado em 2013, registrou os encontros e viagens do ex-presidente Lula pela África e América Latina em companhia de executivos da Odebrecht.

“Cabe ressaltar que, muito embora não fosse integrante do governo havia mais de dois anos, Lula permaneceu como interlocutor preferencial de empresas brasileiras na África, bem como de autoridades daquele continente interessadas em estreitar os laços comerciais com o Brasil, ainda que para isso fosse necessário ‘flexibilizar exigências’ do BNDES para empréstimos, conforme trecho de comunicação diplomática classificada como ‘reservada’”, diz o relatório da comissão parlamentar.

Em maio de 2014, Lula esteve em Angola com uma comitiva de dez integrantes. No dia 6 de maio, a comitiva deslocou-se para a província de Malanje, onde visitou a Usina Biocom, empreendimento da Construtora Odebrecht Angola com a Sonangol. “Durante toda sua visita ao Malanje, o ex-presidente Lula esteve acompanhado do dr. Emílio Odebrecht e de funcionários brasileiros da Empresa Odebrecht Angola”, diz o relatório.

DEPOIMENTO MENTIROSO – No dia seguinte, Lula teria se encontrado por cerca de uma hora com o presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos. Em depoimento perante o Ministério Público Federal, o ex-presidente afirmou que jamais conversou com o presidente angolano sobre qualquer financiamento do BNDES.

“Não obstante, conforme nota de expediente emitida pela embaixada do Brasil naquele país, dentre outros assuntos, Lula conversou expressamente com José Eduardo dos Santos a respeito do financiamento do banco para a construção da hidrelétrica de Laúca”, registra o relatório da CPI. A funcionária da Embaixada que elaborou a nota afirmou ter estado em todas as reuniões, acompanhando o ex-presidente brasileiro.

PROPINAS EM PALESTRAS – Segundo apurou a comissão de inquérito, ao longo dos últimos cinco anos, a empreiteira Odebrecht pagou a Lula por meio de sua empresa, a Lils Palestras Eventos e Publicidade, R$ 4 milhões por palestras no Brasil e nos países onde a empresa conquistou obras a partir de financiamentos do mesmo BNDES.

O programa de financiamento à exportação de serviços de engenharia foi criado em 1998. Do valor desembolsado, 88% ocorreram no período entre 2007 e 2015, nos governos Lula e Dilma. Dos US$ 10,5 bilhões, 89% foram concentrados em apenas seis países: Angola (US$ 3,2 bilhões), Argentina (US$ 2 bilhões), Venezuela (US$ 1,5 bilhão), República Dominicana (US$ 1,2 bilhão), Equador (US$ 0,7 bilhão) e Cuba (US$ 0,65 bilhão). Ficaram inadimplentes a Venezuela (US$ 681 milhões), Cuba (US$ 226 milhões) e Moçambique (US$ 122 milhões).

Impressiona o número de projetos aprovados para Angola – 40. Entre eles, a construção da Avenida N’Gola/Killuange, a construção da via expressa Luanda/Kifangongo, o Polo Industrial Viana, o Aeroporto Internacional de Catumbela, a Auto-Estrada Periférica de Luanda, a Construção da Quarta Avenida, a Construção Loteamento Zango, o Abastecimento de Águas de Luanda, a Estrada Golfe/Viana, a Estrada da Samba, a Hidroelétrica de Cambambe, a Implantação do Aproveitamento Elétrico de Laúca, a Linha de Transmissão UÍGE, o Polo Agroindustrial de Capanda, o Projeto Águas de Benguela, a Usina Hidrelétrica Capanda e a Quinta Avenida.

TESOURO GARANTE – Os recursos são destinados ao exportador brasileiro de bens ou serviços. O devedor é a empresa ou país estrangeiro que compra o bem ou serviço.

Em caso de inadimplência do devedor, a estrutura de garantias é acionada e o BNDES é ressarcido como, por exemplo, pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE). Os Pagamentos recebidos somaram US$ 12,8 bilhões, incluindo os ressarcimentos financiados pelo FGE. O saldo devedor a vencer chega a US$ 946 milhões.

A assessoria de imprensa de Lula afirmou ao blog que “todos os empréstimos foram analisados pelos setores técnicos do banco. Sobre valores atrasados, eles serão cobrados e os mecanismos de garantia acionados”.

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Muitos cães se sentem mais reconfortados quando possuem um bicho de pelúcia, principalmente aqueles que sofrem quando ficam sozinhos por algum tempo. Tem o Pato, Sapo e o Urso. Pelo fato do apito ter um som bem alto, estes bichinhos são perfeitos para treinamento e para chamar a atenção dos cães em exposições.

Por que meu cachorro chora com brinquedo?

O principal motivo do choramingado de um cão é para chamar a sua atenção, pois ele está precisando de alguma coisa que pode ser água, comida, uma caminhada. Pode ser também por que ele não consegue alcançar o seu brinquedo favorito. O Choro do animal irá parar no momento em que você fizer o que ele estava “pedindo”.