Como explicar o crescimento natural da população?

Crescimento vegetativo é o valor obtido através da diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de determinada região.

Juntamente com o índice migratório, o crescimento vegetativo ajuda a definir o crescimento demográfico do local observado.

Também conhecido como “crescimento natural”, este pode ser classificado em três diferentes categorias: positivo, negativo e nulo.

Quando o crescimento vegetativo é positivo, significa que o número de nascimentos é superior ao de mortes, fazendo com que haja um aumento progressivo no número de habitantes da região analisada.

O crescimento natural negativo é o oposto do positivo. Caracteriza-se pela maior quantidade de mortes do que nascimentos.

Por fim, quando se configura como nulo, quer dizer que a taxa de natalidade e mortalidade apresentam o mesmo número. Neste caso, não há um crescimento na população, mas sim a sua estagnação.

Saiba mais sobre o significado da Taxa de Natalidade e da Taxa de Mortalidade.

As condições econômicas, sociais, culturais e religiosas influenciam diretamente no crescimento demográfico da região.

Segundo a Teoria da Transição Demográfica, o crescimento vegetativo pode variar de acordo com alguns fatores relacionados ao desenvolvimento de determinado local.

Os países subdesenvolvidos, por exemplo, apresentam um elevado crescimento vegetativo, visto que as famílias ainda têm muitos filhos, fazendo com que o número de nascimentos seja superior ao de falecimentos.

Já os países desenvolvidos tendem a ter um crescimento vegetativo muito menor, pois as famílias passam a ter menos filhos.

Aliás, este é um dos principais obstáculos dos países desenvolvidos. Com uma população envelhecida, há escassez de mão-de-obra profissionalmente ativa para movimentar a economia do país. A previdência social dos países com baixo crescimento vegetativo fica sobrecarregada.

Vale lembrar que o crescimento vegetativo não leva em consideração o saldo migratório, mas apenas os indivíduos que nasceram no local analisado.

O chamado crescimento absoluto analisa tanto o número de nascimentos como o de migrações para determinado país.

Ver também: o significado de População Absoluta.

Crescimento vegetativo no Brasil

Atualmente, o Brasil está entre os países mais populosos do planeta. O crescimento vegetativo brasileiro se potencializou a partir da década de 1950, com um aumento de aproximadamente 140 milhões de pessoas em 50 anos.

No entanto, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento vegetativo do Brasil está diminuindo.

Em comparação há 50 anos, quando cada casal tinha em média 6,5 filhos, a atual faixa é de 2,3 por família.

De acordo com o censo de 2013, o Brasil tem 200,4 milhões de habitantes. O IBGE aponta que nos próximos anos o aumento deverá ser de pouco mais de 55 milhões, e a taxa de crescimento vegetativo será de 0,24%.

Não significa, no entanto, que a população brasileira diminuirá, visto que a expectativa de vida do brasileiro aumentará. Assim como ocorre com os atuais países desenvolvidos europeus, o Brasil será um país predominantemente envelhecido.

No último século a população brasileira multiplicou por dez: em 1900 residiam no Brasil cerca de 17 milhões de pessoas, no ano 2000 quase 170 milhões. Desde o primeiro recenseamento (1872) ocorreram várias mudanças no padrão da evolução demográfica brasileira.

Até o início da década de 1930 o crescimento da população do Brasil contou com forte contribuição da imigração. A partir de 1934, com a adoção da "Lei de Cotas" que estabelecia limites à entrada de imigrantes, o aumento da população dependeu, principalmente, do crescimento vegetativo (cv), isto é, a diferença entre as taxas de natalidade e a de mortalidade expressa em % (por cem) ou %0 ( por mil) habitantes.

No entanto, foi depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) que o crescimento tornou-se acelerado, devido à diminuição das taxas de mortalidade. Isso é explicado por fatores como a expansão da rede de esgoto, acesso à água encanada, campanhas de vacinação em massa, acesso a medicamentos básicos, etc. Entre 1940 a 1960 foi registrada a maior evolução das taxas de crescimento populacional, atingindo em 1960 a taxa de 2,9% a.a. (ao ano - ou 29%0 a.a.). Este período marcou a primeira fase de transição demográfica brasileira.

Como explicar o crescimento natural da população?

A partir da década de 1960, começou a ocorrer uma desaceleração demográfica contínua: a diminuição das taxas de natalidade passou a ser maior que a das taxas de mortalidade, registrando em 2000 um crescimento demográfico de 1,6% a.a., com tendência à queda. Essa mudança no padrão do crescimento populacional brasileiro mostra uma situação típica da segunda fase de transição demográfica.

Como explicar o crescimento natural da população?

Mudanças das taxas de fecundidade

A razão fundamental da queda das taxas de crescimento populacional no Brasil foi a diminuição da taxa de fecundidade (média de número de filhos por mulher em idade de procriar, entre 15 a 49 anos), que caiu de 6,3 filhos, em 1960, para 2,0 filhos, em 2006, o que significa que as famílias brasileiras estão diminuindo.

Apesar do crescimento cada vez mais lento, a população brasileira deverá chegar a 183 milhões de habitantes no final de 2009. O número de brasileiros mais que dobrou em 35 anos, uma vez que em 1970 havia 90 milhões de pessoas no país. Apenas nos últimos cinco anos - 2000 e 2005 - cerca 15 milhões de habitantes foram acrescentados ao país.

Urbanização e queda das taxas de crescimento

O intenso processo de urbanização, verificado no Brasil principalmente a partir da década de 1960, foi o principal responsável pela redução das taxas de fecundidade e a conseqüente queda das taxas de crescimento demográfico. É na cidade que as informações e o acesso aos métodos de contra-concepção são maiores e foi justamente a partir deste período que a pílula anticoncepcional passou a ser difundida na sociedade brasileira.

As mulheres engrossaram o mercado de trabalho urbano e as famílias passaram a dispor de menos tempo para se dedicar aos filhos. Além disso, na cidade as despesas com a criação e formação da criança são maiores que no meio rural, constituindo um fator inibidor para a formação de famílias numerosas.

No caso das mulheres mais pobres, diante da dificuldade de terem acesso a métodos de contra-concepção, a esterilização foi a principal opção adotada. Registraram-se no Brasil casos em que a esterilização das mulheres em hospitais públicos foi realizada inclusive sem o consentimento da paciente, logo após o trabalho de parto.

As alternativas de contra-concepção mais utilizadas pelas mulheres brasileiras são, respectivamente: a ligadura de trompas (esterilização), a pílula e a camisinha. Nos países desenvolvidos a ligadura de trompas é o método menos utilizado, sendo mais comum a vasectomia, que é o processo de esterilização masculina, que pode ser reversível.

Crescimento populacional e estrutura etária

A distribuição da população por faixas de idade em um país é conseqüência das taxas de crescimento populacional, da expectativa de vida e das migrações.

A população é geralmente agrupada em três faixas etárias:

  • jovens (0-17 anos);
  • adultos (18-64 anos); e
  • idosos (acima de 65 anos).

Nos países desenvolvidos, a estrutura etária é caracterizada pela presença marcante da população adulta e de uma porcentagem expressiva de idosos, conseqüência do baixo crescimento vegetativo e da elevada expectativa de vida. Essa situação tem levado a reformas sociais, particularmente, no sistema previdenciário em diversos países do mundo, já que o envelhecimento da população obriga o Estado a destinar boa parte de seus recursos econômicos para a aposentadoria.

Nos países subdesenvolvidos os jovens superam os adultos e os idosos, conseqüência do alto crescimento vegetativo e da baixa expectativa de vida. Essa situação coloca os países subdesenvolvidos numa situação de desvantagem, particularmente os pobres que possuem famílias mais numerosas: sustentar um número maior de filhos limita as possibilidades do Estado e da família em oferecer uma formação de boa qualidade, coloca a criança no mercado de trabalho e reproduz o círculo vicioso da pobreza e da miséria ao dificultar a possibilidade de ascensão social futura.

No caso do Brasil, e de outros países classificados como "emergentes", a proporção de jovens tem diminuído a cada ano, ao passo que o índice da população idosa vem aumentando. Essa é uma das razões das mudanças recentes no sistema de previdência social, com estabelecimento de idade mínima para a aposentadoria e teto máximo para pagamento ao aposentado.

Pirâmides etárias

A pirâmides etárias são representações gráficas (histograma) da população classificada por sexo e idade. No eixo vertical (y) estão indicadas as diversas faixas etárias, enquanto que no eixo horizontal (x) está indicada a quantidade de população: as barras da esquerda representam a população masculina e as barras da direita representam a população feminina. Observe duas pirâmides etárias correspondentes a dois países que apresentam um perfil sócio-econômico bastante diferente.

Como explicar o crescimento natural da população?

A forma da pirâmide está associada ao nível de desenvolvimento do país. As pirâmides com forma irregular, topo largo e base estreita, correspondem aos países com predomínio de população adulta e população envelhecida, caso dos países desenvolvidos que atingiram ou estão próximos de atingir a fase de estabilização demográfica. As pirâmides de base larga e forma triangular representam países com população predominante jovem e baixa expectativa de vida, caso dos países subdesenvolvidos, em fase de crescimento acelerado, ainda na primeira fase da transição demográfica.

No Brasil, a pirâmide etária tem se modificado a cada década. Sua forma revela uma situação intermediária entre as duas primeiras pirâmides apresentadas, de acordo com as alterações recentes ocorridas do padrão demográfico brasileiro. Observe estas mudanças através da sobreposição das pirâmides de 1980 a 2000.

Como explicar o crescimento natural da população?

Observação: Não existe um critério único para a distribuição da população por faixa etária; o mais adotado (inclusive pelo IBGE, atualmente) divide a população em jovens (0-14 anos), adultos (15-65 anos) e idosos (acima de 65 anos). Essa distribuição tem como critério a população ligada ao mercado de trabalho (pessoas de 15 a 65 anos, aproximadamente), empregada ou não, e as pessoas consideradas fora desse mercado (com menos de 15 anos ou mais de 65 anos, aproximadamente).

Deve-se observar que, a divisão da população, em três grandes grupos etários: de 0 a 14 anos, 15 a 64 e 65 anos e mais, não é restritivo. A utilização da divisão dos tradicionais grupos etários é base para o cálculo da razão de dependência em relação à população potencialmente ativa. A razão de dependência é a relação entre a população dependente (menores de 15 anos + acima de 65 anos) e a população em idade ativa (de 15 a 64 anos), multiplicado por cem. Com relação a faixa etária dos idosos, o critério de 65 anos e mais é utilizado para a conceituação do índice de envelhecimento que é indicado pelo "número de pessoas de 65 anos e mais de idade para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado."

Site para pesquisa



  • IBGE

Como se explica o crescimento natural da população?

O crescimento vegetativo, chamado também de crescimento natural, é calculado pela diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma população em determinado intervalo de tempo. Quando esse indicador é positivo, significa que houve um aumento na população.

Quais são os dois tipos de crescimento natural?

O crescimento natural pode ser: Elevado: Quando o número de nascimentos é maior que o de mortes. Reduzido: Quando o número de nascimentos é menor que o de mortes.

Quais os fatores para o crescimento de uma população?

Inúmeros fatores influenciam o crescimento populacional, mas os principais são natalidade, migração, qualidade de vida, geração de empregos e desenvolvimento social.

O que significa crescimento da população?

Crescimento populacional ou demográfico: é a taxa de crescimento populacional calculada a partir da soma entre o crescimento natural e o crescimento migratório.