Como foi o processo de surgimento das primeiras cidades?

Como foi o processo de surgimento das primeiras cidades?

Respondendo a pergunta: O aparecimento das primeiras cidades está relacionado a uma revolução agrícola (desenvolvimento de tecnologia e geração de excedentes na agricultura). A partir do momento que o ser humano começou a ter alguma técnica agrícola ele deixa de ser nômade e surge uma divisão do trabalho originando-se, a partir de então, os primeiros aglomerados urbanos. Pode –se dizer, a princípio, que a cidade nasce da necessidade de se organizar num dado espaço no sentido de integrá- lo e aumentar sua independência visando determinado fim. Mas vamos destrinchar isso um pouco melhor!

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As primeiras cidades: onde, como e por que eram?

Segundo CARLOS (2003) o processo histórico de formação das cidades inicia-se com o 4º período glaciário (12.000 e 10.000) onde pelo fato da modificação climática, o homem teve que buscar outras formas de alimentos além da caça. A partir do momento em que o homem torna-se sedentário passa a produzir alimentos na terra, ao se fixar na terra ocorrem os primeiros agrupamentos humanos e posterior surgimento das primeiras cidades (+-5000 a. C. na Ásia). No século IV a. C. a Babilônia era o maior centro comercial ligando o oriente ao ocidente. Apresentavam boas técnicas artesanais e organização social, além de já existir classes sociais.  PALEN (1975) destaca que as primeiras cidades eram geralmente pequenas (não chegando nem a 25 mil habitantes), porém sua importância não era dada por seu tamanho, mas sim pela maneira que se organizava socialmente.*

Após a decadência do Império Romano grande parte dos historiadores definem como fim da Antiguidade e início da Idade Média marcada pelo modo de produção feudal. No sistema feudal a base política era rural e tinha economia pautada na agricultura de subsistência. As poucas cidades que sobreviveram eram geralmente comandadas por bispos (cidades episcopais), com funções urbanas praticamente inexistentes. Nelas, os nobres e as Igrejas dominavam a propriedade de terra enquanto que os servos lavradores cultivavam  porções destas propriedades  e em troca trabalhavam e pagavam título de renda aos nobres.

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Pós-Feudalismo

A partir do século XI começa o renascimento das cidades marcando o fim do feudalismo e início da transição para o capitalismo. Alguns fatores possibilitaram essa transição foram:

  • As cruzadas;
  • O fato do feudalismo ser um sistema social estável  tornou possível um suprimento de alimentos constantes;
  • O aumento da população ;
  • Criação de um mercado consumidor interno;
  • As inovações tecnológicas, principalmente as ligadas a agricultura.

Nem mesmo a peste negra freou o desenvolvimento das cidades , apesar de ter dizimado grande parte da população européia. Causou mais estragos no setor rural, pois os camponeses tentavam fugir da peste indo para as cidades e aí acabaram ficando se tornando mão – de – obra nas primeiras fábricas. Na fase pós-feudalismo, a população passa a se aglomerar de acordo com o próprio poder, seja ele econômico ou político.

Referências

  • CARLOS. Ana Fani. A cidade. O Homem e a Cidade. A cidade e o Cidadão – D e quem é o solo urbano. São Paulo. Contexto, 2003.
  • PALEN. John J. O Mundo Urbano. Forense- Universitária. Rio de Janeiro, 1975.
  • Imagem: Representação do modo de vida no Feudalismo. Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Les_Tr%C3%A8s_Riches_Heures_du_duc_de_Berry_mars.jpg >Acesso em: 11/10/2011.

As primeiras cidades como Ur e Babilônia, surgiram na Mesopotâmia, nos vales dos rios Tigres e Eufrates, no atual Iraque. Por volta de 2500 a.C, acredita-se que Ur chegou a ter 50 mil habitantes, enquanto Babilônia, 80 mil. Depois outras cidades surgiram ainda associadas aos vales fluviais como Mênfis e Tebas, no vale do Nilo (Egito); Mohenjodaro, no vale do Indo (centro-norte da Índia); Pequim e Hang-chou, no vale do rio Amarelo (China).

Diversos pesquisadores afirmam que essas cidades fazem parte de "civilizações hidráulicas", pois surgiram associadas e dependentes aos rios que as abasteciam, principalmente em relação à necessidade de terras férteis e de irrigação para a produção de alimentos excedentes. Também surgiram cidades por volta de 500 a.C, como Tenochtitlán, capital do Império Asteca (atual Cidade do México) que chegou a ter 100 mil habitantes.

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    Ruínas de Ur, na Mesopotâmia (Iraque), cidade cujos primeiros vestígios datam de 6000 a.C


Com o passar do tempo as cidades chegaram a atingir dimensões impressionantes. Atenas, na Grécia antiga, em sua fase esplendorosa chegou a ter por volta de 250 mil habitantes. Já Roma, a capital do Império Romano, chegou a congregar no século 1º d.C., mais de um milhão de habitantes. Devido à expansão do Império Romano, novas cidades surgiram no norte da África, no Oriente Próximo, na Grécia, na Gália e na Bretanha.

Com a invasão dos povos bárbaros - vindos do norte e do leste da Europa - nas terras do Império Romano, encerrou-se o período histórico conhecido como Antigüidade e teve início a Idade Média, caracterizada por um retrocesso da urbanização.

Independentemente dos exemplos acima, a urbanização ganhou escala mundial somente no século 20.

Industrialização e crescimento urbano

O início desse processo de urbanização originou-se com a primeira Revolução Industrial no final do século 18, a partir da Inglaterra. A evolução das técnicas agrícolas, trazidas por ela, permitiu que o trabalho humano fosse sendo substituído pela força das máquinas. Isso possibilitou que o êxodo rural se tornasse a maior causa da urbanização nos últimos dois séculos.

Ao mesmo tempo em que expulsava a mão-de-obra do campo, a industrialização exercia uma força de atração das populações para as cidades, pois criava novos postos de trabalho urbano. Esse processo crescia a cada ano, porque com o aumento da população da cidade, o comércio foi estimulado, gerando mais postos de trabalho. Além disso, para atender a esse crescente contingente de pessoas que migraram para as cidades, houve também o crescimento do setor terciário, por causa da criação de novos serviços, o que originava mais trabalho.

Urbanização hoje

No século 20, o processo de urbanização se generalizou, ou seja, se espalhou por toda a superfície do planeta. Vale lembrar que até meados deste século o fenômeno da urbanização era lento e circunscrito aos países que primeiro se industrializaram, os chamados países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, a urbanização se intensificou a partir de 1950, graças ao crescimento da industrialização.

No início do século 19, menos de 5% da humanidade vivia em cidades. No início do século 21, mais de 50% da população mundial já vive em cidades. Atualmente, três quartos dos habitantes dos países desenvolvidos vivem em cidades. Já entre os países em desenvolvimento, há grandes diferenças. Por exemplo, enquanto na América Latina e no Caribe a taxa de urbanização é tão elevada quanto à de países desenvolvidos, na Ásia e na África o índice não passa de 38%. Ao analisarmos os dados distribuídos na tabela abaixo, observamos que, de fato, a urbanização no mundo não é homogênea.

População Urbana (em %) - 2000

Àfrica 38
Àsia 37
América do Sul, América Central e México 75
América do Norte 77
Europa 75
Oceania 70
  • Fonte: Divisão de População, ONU, 2000.

Problemas urbanos

O inchaço das cidades gera graves conseqüências econômicas e sociais nos países, sobretudo aqueles em desenvolvimento, devido à rapidez do processo de urbanização e da carência de infra-estruturas urbanas (sistema de transportes, de energia, de água, de esgoto, de saúde e de moradia) para atender a todos os habitantes. Segundo a ONU, 30% da população mundial que reside em cidades vivem na absoluta pobreza. Entre 20 milhões e 40 milhões de famílias não têm onde morar e por volta de 920 milhões residem em favelas ou áreas irregulares.

Outro problema é a falta de postos de trabalho, o que leva 37% dos habitantes das cidades de países em desenvolvimento a trabalhar no setor informal. A esses problemas se somam o trânsito caótico, a alta produção de lixo, a violência, a poluição atmosférica, do solo e das águas, etc.

Para os problemas urbanos, de qualquer modo, não existem soluções mágicas, que se possam obter em curto prazo. Isso, se de fato existirem soluções - o que ninguém pode prever. No entanto, uma coisa é certa: o processo de urbanização é irreversível.

Veja também

  • Metrópoles, megalópoles: Classifcações das cidades
  • Urbanização do Brasil: Conseqüências e características

Quando ocorreu o surgimento das primeiras cidades?

As primeiras cidades das quais se tem registro surgiram há 5.000 anos, na Mesopotâmia, território onde encontra-se hoje o Iraque, desde então as mesmas passaram por uma série de mudanças e evoluções.

Quais foram as primeiras cidades que surgiram?

As primeiras cidades como Ur e Babilônia, surgiram na Mesopotâmia, nos vales dos rios Tigres e Eufrates, no atual Iraque. Por volta de 2500 a.C, acredita-se que Ur chegou a ter 50 mil habitantes, enquanto Babilônia, 80 mil.

Quais são os principais motivos que levaram ao surgimento das primeiras cidades?

Agricultura, trabalho coletivo e cidade Exigiam também uma direção centralizada, capaz de dividir e racionalizar as tarefas. A necessidade de centralização levou ao aparecimento da cidade, centro administrativo que reunia várias aldeias surgido em torno do templo do principal deus totêmico da comunidade.

Como foi o surgimento das primeiras cidades no Brasil?

As primeiras cidades foram construídas por ordem do Rei de Portugal para defender o território do Império Português: ​Salvador (1549), ​São Sebastião do Rio de Janeiro (1565), ​Paraíba (1585), ​São Cristóvão (1590, em Sergipe), ​Natal (1599) e ​Belém (entre 1616 e 1628). , exceções feitas a São Luís (1612), fundada ...