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Você se lembra de quem é o “terceiro educador”?Assim como se reconhece a importância dos espaços ambientados na construção de aprendizagens e de melhor aproveitamento das potencialidades e individualidades das crianças, e da construção das relações interpessoais e sociais, também podemos identificar como absolutamente válida a participação dos ambientes nos processos de alfabetização. A partir das possibilidades ofertadas pelos ambientes, desde que planejados por educadores também potentes e atentos, maiores serão as aproximações das crianças com os recursos nele contidos e, por consequência, o desenvolvimento voluntário de práticas e vivências que evidenciem e favoreçam a alfabetização. Mas acredite, não se trata de espalhar cartazes e fichas com as letras e nomes próprios pelas paredes da escola e estará construído um ambiente alfabetizador. É necessário partirmos do princípio de que a criança é sujeito ativo em suas aprendizagens para permitirmos sua mais completa interação com o ambiente. É preciso fazer sentido. Ler e escrever como prática cotidianaSeja para apropriar-se das primeiras letras ou, ainda mais adiante siga se aproximando da escrita do próprio nome ou de seus colegas, a interação reiterada é quem vai garantir o protagonismo da criança em seus processos de aprendizagem e construção de conhecimento. A partir do momento em que é dado o “start” neste interesse legítimo e genuíno de aproximação com os processos de alfabetização, a criança passa a comparar sons e grafemas, inicia reflexões sobre a escrita e passa a utilizar modelos de escrita de novas palavras que serão agregadas aos contextos. A importância das ações participativasOutro importante pilar na construção de ambientes alfabetizadores é fazer com que haja interação direta das crianças com quaisquer que sejam as ações propostas. Para que as letras, números ou as escritas expostas de alguma forma sejam acessíveis em propostas que façam sentido em suas vivências.
Fotos: Escola Semear Vamos elencar algumas dicas que podem inspirar nossa criatividade:
Certamente quando permitimos o acesso facilitado e livre da criança aos materiais, estamos evidenciando as construções de conhecimento e reforçando sua autoestima com a validação daquilo que nos demonstram, à sua maneira. Importante lembrar: a distribuição e a altura das propostas fixadas nas paredes devem estar de acordo com a altura das crianças. O contato visual e tátil faz parte dessa busca por informações. Não é só copiar e colar?Definitivamente não. Sabemos que decorar e imitar podem até ter alguma função no arregimentar de conteúdo. Mas é definitivo, também, que a construção de processos de aquisição de conhecimento precisa passar necessariamente pelas vivências e pelo aproveitamento das situações do cotidiano. Especialmente para este processo, que sabidamente é dos mais importantes pilares na aquisição de outros saberes, nosso blog já trouxe algumas reflexões como “A alfabetização na construção da vida humana” e “As hipóteses de escrita e a alfabetização” cuja leitura também recomendamos. A ideia da construção de um ambiente alfabetizador passa pela proatividade preconizada por Jean Piaget e pela pesquisadora argentina Emilia Ferreiro. O ponto central é a possibilidade de entregar à criança: acesso, interação, ação e transformação dos ambientes, promovendo experiências cotidianas de aprendizagem e desenvolvimento. Se você tem alguma sugestão para compartilhar conosco sobre práticas cotidianas que possam contribuir na formação de um ambiente alfabetizador, coloque aqui abaixo nos comentários colaborando conosco e com todos os nossos leitores. Como já nos foi ensinado por Ana Teberosky, uma das mais renomadas pesquisadoras sobre o tema, coautora da Psicogênese da Língua Escrita: “Um ambiente alfabetizador aquele em que há uma cultura letrada, com livros, textos digitais ou em papel, um mundo de escritos que circulam socialmente. A comunidade que usa a todo o momento esses escritos, que faz circular as ideias que eles contêm, é chamada alfabetizadora.” Vamos fazer circular nossas ideias por aqui? Hipóteses de escrita com Teca AntunesCurso formado por 3 módulos interdependentes em que vamos nos aprofundar na compreensão do pensamento infantil a respeito da escrita, analisando os saberes construídos em cada momento do processo de aprendizagem sobre o sistema alfabético de escrita e refletindo sobre condições didáticas fundamentais para apoiá-los nesse percurso.
De professor para professor Como criar um ambiente alfabetizador em sala de aula?A sala deve despertar o interesse pela leitura, pela escrita e pelo manuseio do material didático, antes mesmo que as crianças dominem suas convenções. A ideia é fazer das paredes murais vivos, em constante ampliação e utilização, conforme a evolução das aulas. Muitas das atividades são bem simples.
Como podemos criar um ambiente alfabetizador?Em todos os espaços e materiais, os alunos podem auxiliar na confecção, a fim de que se sintam pertencidas ao ambiente. O trabalho com os nomes próprios é de SUMA importância durante o primeiro ano, já que os nomes são as primeiras referências de palavras que as crianças têm.
Como o professor deve utilizar o ambiente alfabetizador?A sala de aula deve estar preparada de forma a despertar o interesse pela leitura, pela escrita e pelo manuseio do material didático. O material “vivo” na sala de aula, que está em constante ampliação e utilização, é uma escrita de referência para os alunos.
Como o professor contribui para que a sala de aula se torne um ambiente alfabetizador?O professor que se mostra leitor, lendo e escrevendo aos seus alunos, fará com que seus alunos entendam a importância e complexidade destes atos e sintam-se cada vez mais estimulados e desafiados a descobrirem as funções sociais e culturais da linguagem.
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