Ilma Nogueira Show M�rcia Maria (UFF) Neste material, procuramos mostrar de que forma os novos conhecimentos ling��sticos, principalmente os inclu�dos no campo da ling��stica textual, podem contribuir para o aprimoramento de uma das mais importantes formas de opera��es did�ticas no ensino da l�ngua portuguesa, a compreens�o e interpreta��o de texto. Essa � uma das grandes preocupa��es do professor de l�ngua portuguesa, n�o s� pelo valor da atividade, como tamb�m pelas defici�ncias apresentadas: a primeira � a aus�ncia de conte�do program�tico, pois enquanto nos demais setores de ensino da l�ngua, a sistematiza��o dos conhecimentos � uma realidade, no caso do texto ainda n�o se chegou ao mesmo n�vel de conhecimento.Apesar dessa vis�o, podemos dizer que n�o faltam trabalhos que abordam de forma fragmentada grande variedade de elementos textuais, tornando conceitos como coes�o, coer�ncia, infer�ncias, argumenta��o e etc... , bastante conhecidos. A segunda defici�ncia refere-se ao pr�prio espa�o do professor de l�ngua portuguesa na utiliza��o dessa atividade. O questionamento proposto nos textos em livros did�ticos apresenta grande variedade na quest�o da finalidade, pois fala sobre cultura, forma��o moral, o senso de cr�tica, ensino da gram�tica, significados, e etc... , mas n�o apresenta um objetivo definido. No caso � o pr�prio texto que sugere o questionamento. Dizemos, �s vezes, que o texto fala por si mesmo. Antigamente o texto era elaborado com uma s�rie de frases, mas baseado na experi�ncia do professor, chegou-se � conclus�o de que os textos, mesmo n�o apresentando problemas gramaticais eram lidos com dificuldade. Outra informa��o � de que o texto teria uma inten��o comunicativa pr�via e a linguagem permitiria a express�o desse pensamento, mas sabemos que no bin�mio linguagem x pensamento o produto se torna claro a medida que as palavras fluem, pois a inten��o � de sempre dizermos o que queremos. O texto funciona n�o como transmiss�o de um conceito de um falante para seu interlocutor, mas apresenta a possibilidade de entendimento do outro. Quando eu digo �eu trabalho� - o conceito � da minha viv�ncia, que certamente � diferente da viv�ncia do interlocutor. O texto tamb�m oferece uma vis�o referencial, contextual e situacional, colocando em cena valores extraling��sticos como a identidade dos falantes, sua rela��o social, comunica��o e etc... Se observarmos esses questionamentos, podemos chegar � conclus�o de que interpretar e compreender o texto parte da inten��o de aprender o significado do mesmo, com o objetivo de formar bons leitores. � um caminho tamb�m que o professor usa para progredir no processo da l�ngua escrita. Nesse caso a pretens�o � passar da interpreta��o para a reda��o. Cada experi�ncia did�tica em sala de aula deve servir de caminho � amplia��o das possibilidades de compreens�o de outros textos a serem lidos. Se interpreta��o de texto deve ser um caminho para melhor desempenho na pr�tica da l�ngua escrita o seu interesse maior deve ser o desenvolvimento de estrat�gias produtoras de significa��o, o que muda radicalmente o tipo de questionamento normalmente proposto. N�o devemos perguntar o que �? , mas por que � desse modo? Essa mudan�a de questionamento transforma o foco de interesse da linha do significado para a linha da estrat�gia transformando o interesse pelo desenvolvimento, muito mais do que pela finalidade. H� mais interesse pelo processo do que pelo produto. Essa proposta diferente abre espa�o para a possibilidade de sistematizar essas estrat�gias, no que se refere ao modo de organizar o texto, o que n�o seria poss�vel no caso dos significados. Se nossa pretens�o � fazer o aluno ler melhor para lev�-lo a uma boa escrita, deve-se observar os textos atuais, com estrat�gias adequadas as mais prov�veis circunst�ncias comunicativas dos alunos, o que nos leva a n�o incluir textos elaborados ou que se refira a outros momentos hist�ricos, pois as estrat�gias seriam dificilmente repetidas pelos leitores atuais. Devemos considerar tamb�m a estrat�gia de apresenta��o do texto. � melhor optar pela apresenta��o progressiva do texto, pois a organiza��o dos sucessivos segmentos que comp�em o texto, permitem uma observa��o melhor das qualidades e dos defeitos da estrutura textual, pois aparecem de modo mais claro. Essa estrat�gia tem por objetivo tamb�m motivar de modo mais intenso por parte dos estudantes na fun��o de interpretar o texto. A tem�tica apresentada no texto, tamb�m � um dado muito significativo na quest�o da interpreta��o, pois sabemos que a caracteriza��o � da ci�ncia e n�o do objeto. Assim a adequa��o tem�tica do texto n�o � t�o importante quanto o questionamento proposto sobre ele. Discute-se os novos rumos do ensino da l�ngua portuguesa no sentido de buscar a interdisciplinaridade explorando a rela��o significado, significa��o, sentido e posi��o discursiva. Considerando a posi��o comunicativa do dom�nio da l�ngua portuguesa como l�ngua materna e nacional, enfatizamos as conseq��ncias pol�ticas e sociais do ensino gramaticalizado, evidenciando a nomenclatura dos termos, que n�o serve de instrumento para o usu�rio manter uma eficiente comunica��o. � natural, portanto que os ling�istas tenham desejado mudar o contexto pol�tico da Produ��o do Saber. As quest�es dedicadas ao saber gramatical v�o dando lugar �s quest�es centradas na capacidade do ler, escrever e refletir sobre a linguagem. H� uma grande import�ncia no desenvolvimento da leitura e compreens�o de textos para determina��o atuante no que diz respeito � viv�ncia social, pol�tica e cultural do indiv�duo. A compreens�o das mensagens verbais e n�o verbais sob vis�o conseguinte de uma era que corre velozmente e proporciona uma cultura m�ltipla que exige do indiv�duo uma habilidade pol�tica, uma compet�ncia t�cnica e um bom desempenho ling��stico. H� mecanismos que proporcionam um desenvolvimento do indiv�duo na capacidade de leitura aliada a um potencial de flu�ncia discursiva e enunciativa tanto na parte oral quanto na escrita. S�o recursos suficientemente usados para melhorar a qualidade de vida do indiv�duo a partir de um processo ensino-aprendizagem da l�ngua. A criatividade e a sensibilidade s�o privil�gios dos homens que conseguem perceber um universo externo. Cada pessoa possui uma representa��o interior de mem�rias associativas, de pensamentos e linguagens simb�licas. A experi�ncia de viver d� origem �s potencialidades criativas dos homens, dando formas expressivas � linguagem verbal e n�o verbal. Ao trabalhar o texto, os alunos n�o s� desenvolvem a interpreta��o, mas tamb�m adquirem a compreens�o de sua funcionalidade diante da varia��o de potencialidades de ocorr�ncias representativas, de acordo com sua rela��o com a identidade do que est� representado. O car�ter infinito da linguagem constitui o sistema das palavras criadas para expressarem num instante m�gico as emo��es sentidas atrav�s da escrita e da fala. � importante ressaltar o valor da produtividade do discurso e o valor das atividades propostas em que o aluno tenha sempre que redigir para expressar o seu conhecimento do mundo. Verificamos que a pr�tica pedag�gica integrada ao conhecimento de mundo dos alunos pode estimular sua leitura e a produ��o textual, instrumentalizando cada um dos estudantes para a flu�ncia oral e escrita da l�ngua materna, atrav�s da estrutura textual e vocabul�rio. A finalidade de todo ato n�o � s� de informar. Ele tem o prop�sito da argumenta��o que �, simplesmente, convencer o outro a aceitar o que se pretende comunicar atrav�s dos textos que exploram os mecanismos sint�ticos e sem�nticos para provocar no leitor a cren�a no ato de transmitir. Qualquer passagem, falada ou escrita, � representada por um texto, sendo um todo significativo, independente de sua extens�o. Para o leitor o todo significativo desses textos, s� acontece juntamente com o contexto, uma vez que o leitor n�o se encontra no momento da comunica��o. Na impossibilidade do leitor esclarecer suas d�vidas, de compreens�o com o pr�prio autor, torna-se necess�rio que o texto escrito seja explorado em suas caracter�sticas expl�citas. A din�mica desenvolvida nas salas de aula com textos verbais e n�o verbais, liter�rios e n�o liter�rios, com m�sica e etc... , faz abordagem ao aspecto discursivo da l�ngua, e mostra a l�gica da flu�ncia comunicativa ling��stica associada a adequa��o das propostas de produ��o de textos ao conte�do di�rio dos alunos, o que estimula associar criatividade e quest�es normativas, incentivando um procedimento de utiliza��o de mecanismos ling��sticos na elabora��o do discurso com o objetivo de obter maior flu�ncia no texto da l�ngua escrita. O conhecimento pr�vio da linguagem n�o verbal demonstra que � um dado necess�rio para o conhecimento da linguagem verbal. O objetivo da produ��o de sentido descrito no processo de leitura da imagem procura abordar as possibilidades de realiza��o do segmento verbal por meio das infer�ncias propostas no segmento n�o verbal atrav�s de express�es faciais, gestos, posi��es, cores, formas e etc... . � preciso conhecer previamente a hist�ria do texto n�o verbal para depois construir o texto verbal. Apresentamos, na p�gina seguinte o texto que escolhemos para comentarmos a parte pr�tica de nosso trabalho: �Bet�o futuro da na��o� � um texto verbal e n�o verbal. Podemos observar que o texto parece sugerir as etapas do ciclo da vida: nascer, viver, morrer. � como se o garoto nascesse ao perceber a garota, ainda distante. Passa, ent�o a sentir sensa��o de vida plena quanto a garota passa e abre os olhos, mas logo depois tudo se transforma, porque ela passa e fecha os olhos. Morre, ent�o, a esperan�a de algum relacionamento existir no futuro. A rela��o que existe entre a linguagem e o olhar � de grande intensidade. Observamos que os narradores, sempre em primeira pessoa, constroem as narrativas conduzidas por movimentos das p�lpebras que enunciam o vis�vel e o invis�vel quando giram para um lado e para o outro. No registro dos olhos concretizam-se cenas e signos que se repetem; desejos e d�vidas que se organizam; realiza��o de busca incessante por novas paisagens e imagens. Assim, entre luzes e sombras, o contorno do texto � desenhado no contexto das imagens, na express�o facial e no movimento dos olhos. No primeiro quadro a garota aparece e ele movimenta o olhar em dire��o a ela e emite uma interjei��o, que parece refletir euforia. O leitor pode perceber a situa��o pelo movimento do olhar do personagem masculino. A express�o facial inteira parece revelar interesse e curiosidade. O personagem que aparece timidamente no canto do quadro, � esquerda, apresenta caracter�sticas femininas como cabelo, sobrancelhas e l�bios. No segundo quadro o desenho parece mostrar que a garota est� vindo em dire��o ao garoto, pois as figuras ficam mais pr�ximas uma da outra. Agora a figura feminina est� mais completa. Pode-se ver melhor os olhos, a boca bem desenhada, os cabelos, as sobrancelhas... As interjei��es que ele emite parecem refletir a emo��o que ele sente em rela��o � proximidade da garota. No terceiro quadro, as figuras est�o sobrepostas. Deve ter sido a maneira que o narrador encontrou para mostrar que a garota passava pelo garoto. O olho dela se fecha novamente e as express�es faciais dele parecem refletir uma grande decep��o. Esse registro de imagens deixa ao leitor a possibilidade de interrogativas acerca da realidade e da linguagem que envolve o visto e o n�o-visto. Observe as interjei��es: elas mudam de acordo com o contexto das imagens. � uma din�mica usada pelo narrador para definir bem o ato de comunica��o. No quarto quadro a retomada da posi��o. A express�o �p�� � bem significativa no contexto, pois anuncia uma nova dire��o no comportamento do personagem. E o texto parece mostrar bem claro essa inten��o de retomada, quando o narrador usa o verbo precisar. � um signo forte e denota decis�o de mudan�a, de transforma��o no contexto. A figura masculina (agora corpo inteiro) revela a caracter�stica f�sica, social e pol�tica do adolescente moderno. O uso da oralidade reflete uma forma de muta��o no vocabul�rio. O uso de interjei��es constituem um grande valor expressivo no texto. Elas marcam id�ias de refer�ncias, portanto contribuem com clareza a designa��o do poder evocativo de for�a, de beleza e de relativa intensidade. Sugerem coisas para al�m do texto. Se f�ssemos observar apenas a express�o facial do personagem, o texto n�o alcan�aria o efeito que alcan�ou. A estrutura frasal no final do texto leva o leitor a refletir sobre a posi��o s�cio-pol�tica e econ�mica do contexto. Os verbos, artigos e substantivos est�o organizados estruturalmente de acordo com a inten��o mut�vel revelada pela oralidade no ato de comunica��o do texto. Essas mudan�as s�o motivo de estudo ling��stico e social, pois permitem uma an�lise das transforma��es hist�ricas e sociais vivenciadas pelos grupos e mostra as influ�ncias culturais sofridas por eles ao longo do tempo. Apresentaremos a seguir as quest�es que elaboramos para motivar a interpreta��o do texto:
S�o quest�es que levam o aluno a pensar, refletir e produzir textos pela estrat�gia usada para o questionamento. Tentamos assim lev�-lo a trabalhar a reconstru��o do texto, incentivando a leitura no que se refere ao uso efetivo da linguagem em situa��es variadas de comunica��o. Incentivamos a organiza��o do texto, enfatizando n�o s� o uso das regras gramaticais, como tamb�m o uso de elementos ling��sticos, formando conceitos de coer�ncia, coes�o, infer�ncias, pressupostos, etc... . Falamos de classes gramaticais que s�o trabalhadas sem aquela ma�ante lista que o aluno tenta memorizar e n�o consegue. Na verdade, ele n�o consegue memorizar porque n�o h� interesse em trabalhar com a sistematiza��o dos conte�dos, n�o h� motiva��o para trabalhar quest�es formadas de forma mec�nica, sem reflex�o. Se o professor elabora uma quest�o que o leva � produ��o textual e o leva a trabalhar conceitos ling��sticos hist�ricos e sociais, ele se motiva e aprende o material com prazer, porque isso � pr�prio do ser humano: fazemos melhor tudo aquilo que fazemos com amor, com prazer, com interesse. As pessoas procuram ouvir, olhar e tocar o outro quando do processo de intera��o social, logo, � imposs�vel ignorar tais procedimentos ao se falar sobre o processo de comunica��o escolar. Consideramos, principalmente, que o aluno traz um certo potencial comunicativo, desenvolvido e eficiente. A partir da�, pretendemos explorar suas experi�ncias pr�vias e provocar associa��es com as desenvolvidas em sala de aula com o objetivo de aplicar � vida do aluno a pr�tica cotidiana dos ensinamentos escolares. Do texto, analisemos essa quest�o: - �substitua as interjei��es por falas do personagem�. O aluno dever� saber:
� falso dizer que os conte�dos n�o preocupam. O que se tem de verdadeiro � que esses conte�dos tenham sentido ao serem trabalhados pelo sujeito dentro do seu contexto de vida. Veja essa outra quest�o: - �Com base na leitura do texto, qual � a cr�tica contida no t�tulo �Bet�o futuro da na��o��. Para que o aluno responda bem essa quest�o � preciso que ele domine o conhecimento da:
� preciso estabelecer uma situa��o complexa a ser abordada e escolher os conte�dos que precisam ser conhecidos para aborda-la. Na ora��o a que nos referimos, o n�vel de complexidade est� relacionado a quem abordar� a situa��o. � a associa��o de um ato comunicativo, indicador de uma capacidade adquirida. � preciso muito treinamento, muito exerc�cio para que o sujeito possa produzir bem. Observe mais essa quest�o: -� Relacione a import�ncia do "P�" no contexto da mensagem em rela��o ao quadro posterior�. Com essa quest�o temos a pretens�o de provocar no aluno o interesse pelos conhecimentos de:
� preciso n�o s� repetir os conte�dos sem haver um significado, mas tamb�m demonstrar conhecimento espec�fico sobre o objeto de estudo. Sabemos que a comunica��o se faz atrav�s da linguagem. � preciso conhecer a linguagem espec�fica com a finalidade de resolver uma situa��o complexa. Cada l�ngua organiza sua articula��o a seu modo, mas � no texto que se manifestam os recursos sint�ticos, gramaticais e estil�sticos do discurso. Produzir conhecimentos � transformar informa��es complexas, cient�ficas e ideol�gicas, sens�veis e t�cnicas em resultado de um processo abstrato de trabalho. � preciso ter habilidades necess�rias pra organizar o contexto da aprendizagem, escolhendo estrat�gias de ensino. � preciso levar em conta os valores culturais dos alunos, dirigir-se a eles com uma linguagem clara, precisa e contextualizada. � preciso criar um contexto de aprendizagem em que o aluno aprenda a administrar suas emo��es, em que ele se mostre para o aprender e que sinta junto ao mundo intelectual um envolvimento com o mundo emocional. A linguagem verbal � um sistema de signos produzido por meio de processos de produ��o cultural e conseq�entemente de pr�ticas que o homem cria, reproduz e transforma. Por isso n�o podemos enxergar os produtos da linguagem humana como simples efeitos mecanicamente dependentes da infra-estrutura econ�mica de uma sociedade. Essas s�o produ��es espec�ficas com dados inocentes e transparentes sem a roupagem da ret�rica e da ilus�o do novo. As produ��es culturais s�o resultados de m�ltiplas determina��es internas, o que lhe confere como conseq��ncia o estatuto de autonomia relativa quanto �s determina��es de base produtiva econ�mica. As sociedades contempor�neas de explora��o e domina��o t�m colocado o trabalhador intelectual diante de impasses que n�o podem ser escamoteados sem profundas conseq��ncias sociais. Para os te�ricos da linguagem, enfrentar a reflex�o � uma das quest�es de base das condi��es reais em que as sociedades de domina��o t�m colocado �s produ��es s�gnicas. Essa reflex�o nos leva aos intricados caminhos da Arte Ocidental, principalmente no momento, em que h� evid�ncias de qualquer cria��o de linguagem s� proceder sob o des�gnio da ruptura e da transgress�o. � preciso apresentar meios de estrutura��o de textos para a leitura das pr�ticas de linguagem desde as mais simples �s mais complexas. De acordo com a ordem da coloca��o dos signos, podemos observar que o texto fala, comunica e traz harmonia � obra. O construir do texto determina as op��es ling��sticas adequadas. A leitura do texto em busca da compreens�o � a a��o que orienta o leitor pelas trilhas do texto. O texto n�o � constru�do s� para ser lido, mas tamb�m para ser sentido. O texto tomou caracter�sticas pr�prias, objeto de um discurso direcional, tornando-se um misto de texto especializado com a linguagem jornal�stica, que leva em algumas situa��es, a perder as riquezas de seus significados e de sua intencionalidade. O texto jornal�stico � um produto textual que abra�a diferentes qualidades relacionadas para uma esp�cie �nica: a cr�nica. Talvez a liberdade estil�stica desses textos leva o escritor a optar pelo n�o seguimento de normas t�o r�gidas quanto seguem aquelas da informa��o, o uso da cr�nica num texto jornal�stico, por exemplo, pode se fazer mais presente devido a maior flexibilidade de produ��o e pode tornar-se marca pr�pria do enunciador. O texto orienta a melhor disposi��o para os signos. Temos observado que o texto jornal�stico vem recebendo posi��o de destaque nos meios acad�micos contempor�neos. De certa maneira, isso traz preocupa��o para alguns que v�em nesse contexto uma ocupa��o do lugar que pertence ao texto liter�rio. As discuss�es giram em torno da defesa de que por um lado a est�tica e a expressividade que formam a subjetividade do texto liter�rio d� lugar � suposta subjetividade do texto jornal�stico. � em nome desse princ�pio que costumam considerar os usos da imprensa como modelo de norma a ser seguida pela comunidade idiom�tica. Na verdade, os jornais deveriam incorporar os usos da l�ngua oficial (constitui��es, documentos do governo), da linguagem t�cnica, da linguagem liter�ria, mas n�o se pode discutir o valor da contribui��o que o jornal pode oferecer para os estudos da l�ngua portuguesa. Analisemos um outro texto em linguagem verbal: Como ser brasileiro em Lisboa sem dar (muito) na vista (CASTRO, Ruy. In: Viaje bem, Revista de bordo da VASP. Ano VIII, n. 3, 1978)Sim eu sei que n�o ser� culpa sua, mas, se voc� desembarcar em Lisboa sem um bom dom�nio do idioma, poder� ver-se de repente em terr�veis �guas de bacalhau. Est� vendo? Voc� j� come�ou a n�o entender. O fato � que, como dizia Mark Twain a respeito da Inglaterra e dos Estados Unidos, tamb�m Portugal e Brasil s�o dois pa�ses separados pela mesma l�ngua. Se n�o acredita veja s� estes exemplos.(...) Para se entender as crian�as em Portugal, pedagogia n�o basta. � preciso tra�ar tamb�m uma outra ling��stica. Para come�ar, n�o se diz crian�as mas mi�dos.(N�o confundir com mi�dos de galinha, que l� s�o chamados de miudezas. Os mi�dos da galinha s�o os pintos.) Quando um guri inferniza a vida do pai, este n�o lhe amea�a com a tradicional �Dou-lhe uma co�a!�, mas com �Dou-lhe uma tareia!�, ou ent�o com o violent�ssimo �Eu chego-te a roupa � pele.�(...)
Ao elaborarmos as quest�es, a nossa pretens�o � que o aluno sonha n�o somente as regras gramaticais, mas tamb�m como aplic�-las em seu cotidiano dominando os conceitos de coer�ncia, coes�o, refer�ncias, pressupostos etc.. Procuramos passar para o aluno que texto e leitura s�o, respectivamente, produto e processo que surgem de uma elabora��o dos signos, independente da natureza do c�digo. Acreditando nessa realiza��o, experimentamos atividades de formula��o de quest�es t�cnico-did�ticas de leitura aplicadas aos mais variados textos, vivenciando as atividades experi�ncias atrav�s das quais fomos aperfei�oando nossas hip�teses te�ricas testadas e comprovadas. Pretendemos mostrar ao aluno as nossas potencialidades imaginativas, a partir da reflex�o na produ��o textual para enfrentar os atos de intera��o comunicativa. O c�digo verbal � de natureza convencional e cont�m um conjunto de valores reflexivos, dos quais se parte para a descoberta dos valores contextuais. Para n�s, a sala de aula deve ser um espa�o onde a vida � leitura e discuss�o em todo tempo, reunindo as experi�ncias vividas no cotidiano dentro do processo ensino-aprendizagem. Os sistemas s�gnicos abra�am mensagens verbais e n�o verbais da comunica��o humana e os textos revelam a organiza��o dos espa�os sociais como produto cultural tornando, assim, poss�vel um trabalho de an�lise de textos muito mais produtivo e mais atraente. Quando decidimos usar esses recursos, nossa pretens�o � de contribuir para a dinamiza��o do ensino da leitura e da produ��o de texto trazendo assim uma forma��o ling��stica mais eficiente para nossos alunos. A sala de aula � um laborat�rio em que afloram continuamente as emo��es tanto da parte dos alunos quanto da parte do professor. O professor precisa ter capacidade para administrar esse mundo complexo em que os atores sociais est�o envolvidos no mesmo contexto. � preciso canalizar as emo��es sem precisar de puni��es. � preciso ter autoridade sem apelar para o autoritarismo. � preciso saber estabelecer limites sem apelar para imposi��es. O professor deve desenvolver a habilidade de elaborar com os instrumentos de avalia��o. Elaborar bem e saber contextualizar de acordo com os objetivos estabelecidos. � saber formular a pergunta de forma clara e precisa. � saber fazer o questionamento abordando apenas os conte�dos relevantes. � evitar quest�o cuja proposta serve para derrotar o aluno. � levar o aluno � reflex�o de maneira agrad�vel, provocando nele um real prazer e certa tranq�ilidade ao conseguir desenvolver a quest�o. Voltando ao texto trabalhado, analisemos a quest�o - �Qual seria a fun��o da pergunta � Est� vendo?� para o sentido do texto?� Para desenvolver esta quest�o o aluno dever�:
Vejamos essa outra quest�o: -�Destaque do texto exemplos de pr�clise e �nclise. Explique a sua utiliza��o�.
Podemos dizer que as mudan�as sociais e o avan�o da tecnologia moderna sofrem um processo r�pido demais. E os v�rios campos do saber desenvolvem mecanismos reflexivos para gerar compet�ncias. Sabemos que compet�ncia est� intimamente ligada a um conjunto de elementos que permitem a um sujeito abordar uma situa��o complexa e resolv�-la a contento. O florescimento da ling��stica no Brasil pode oferecer contribui��es em larga escala, para a melhoria geral da educa��o.� preciso pensar em n�o s� formar ling�istas professores, mas professores que usam a ling��stica como instrumento de investiga��o do professor sobre o processo interativo que ele protagoniza com o aluno.Os professores devem incentivar a produ��o do aluno atrav�s de uma pr�tica reflexiva que lhes permita enfrentar problemas longamente diagnosticados. O professor deve contribuir para a expans�o das habilidades letradas dos alunos, levando-os a se movimentarem lucidamente entre variantes e modalidades ling��sticas, desencadeando processos de retextualiza��o, t�o preciosos para o manejo contextualizado dos recursos da linguagem. Essa preocupa��o n�o deve ser do professor de Portugu�s somente. � preciso abranger toda atividade pedag�gica e abandonar preconceitos, investindo recursos sobre a pr�tica pedag�gica com olhar renovado e muito mais comprometido. FRASES DE CAMISETA
- �Se for para morrer de batida, que seja de lim�o! 1- Ao ler a frase, percebemos a presen�a do humor. Por que isso acontece? 2- O humor aparece na frase devido ao jogo poliss�mico com a palavra batida. Com suas palavras, explique esse fen�meno e o sentido da frase. 3- Crie outra frase para camiseta, utilizando o humor e o duplo sentido (a ambig�idade) de palavras a sua escolha. Sugest�es Bibliogr�ficas AGUIAR, Vera T. de & BORDINI, M.G. A forma��o do leitor: alternativas metodol�gicas. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1988. BASTOS, L. K. & MATTOS, M. A. A produ��o escrita e a gram�tica. 2� ed. S�o Paulo, Martins Fontes, 1992. CARNEIRO, A D. Texto em constru��o. S�o Paulo, Moderna, 1992. F�VERO, Leonor L. Coes�o e coer�ncia textuais. S�o Paulo, �tica, 1991. FIORIN, Jos� L.(1996). Li��es de texto. S�o Paulo: �tica. GERALDI, Jo�o W. Linguagem e ensino: exerc�cios de milit�ncia e divulga��o. Campinas: Mercado de Letras/ALB, 1996. ------. O texto na sala de aula. S�o Paulo, �tica, 1997. INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. S�o Paulo, Scipione, 1991. ------. Gram�tica aplicada aos textos. 3� ed. S�o Paulo, Scipione, 1996. KLEIMAN, �ngela B. Oficina de leitura. Campinas, Pontes, 1993. ------. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 2� ed. Campinas, Pontes, 1992. KOCH, Ingedore V. & TRAVAGLIA, L. C. Texto e coer�ncia. 2� ed. S�o Paulo, Cortez, 1993. LEIT�O, Luiz Ricardo et al. Caderno de atividades em L�ngua Portuguesa. 3� ed. RJ, oficina do autor, 1999. ------. Gram�tica cr�tica: o culto e o coloquial no portugu�s brasileiro. 4� ed. Rio de Janeiro, oficina do autor, 2001. LUFT, Celso P. L�ngua e liberdade (O gigol� das palavras). S�o Paulo, �tica, 1995. MOTTA, Ilma Nogueira. Semi�tica aplicada aos textos verbais e n�o-verbais. Rio de Janeiro/UERJ, 1997. Anais do Congresso Nacional de Ling��stica e Filologia. POSSENTI, S�rio. Por que (n�o) ensinar gram�tica na escola. S�o Paulo, Mercado das Letras, 1996. SANTOS, Leonor W.dos . Os paradid�ticos e o ensino de leitura. Rio de Janeiro/UFRJ, 1994.( Disserta��o de Mestrado). ------. Articuladores textuais na literatura infanto-juvenil (e,mas,a�,ent�o). Rio de Janeiro/UFRJ, 2001. (Tese de Doutorado). Como o entendimento da linguística pode contribuir para a formação de professores e alunos?A formação lingüística traz também uma contribuição muito importante, ao despertar nos alfabetizadores a valorização do código oral como mediação necessária para que seus alfabetizandos adquiram de forma mais fácil e agradável a habilidade de escrever.
Como a linguística pode contribuir para o ensino da língua?A Lingüística veio mostrar que a língua pode ser analisada objetivamente, sem que se devam impor normas de um falar considerado correto, oposto a outros, vistos como incorretos. Qualquer modalidade de língua é passível de estudos, merece atenção por parte de professores e pesquisadores.
Qual a principal contribuição da linguística Textual para o professor?Para finalizar, segundo Koch (2003) a principal contribuição da LT diz respeito a dotar o professor de um instrumento teórico e prático adequado para a competência textual dos alunos, os tornando aptos a interagir através de textos doa mais diversificados gêneros, nas mais diversas situações de interação social.
Qual a contribuição da variação linguística nas escolas?Nas novas era a diversidade linguística este presente na sociedade contemporaneidade com evolução recíproca entre ambas. No contexto que regoe o processo de ensino/aprendizagem as variações linguísticas são fundamentais na identificação da cultura/social do aluno e da comunidade a qual pertence.
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