O processo de formação leitora está diretamente ligado aos conceitos de alfabetização e letramento, os quais viabilizam a habilidade de ler e compreender o que está sendo lido. Show
A alfabetização é o princípio do processo, pois ensina às crianças o alfabeto. Com isso, elas conhecem as palavras escritas e a ortografia, a fim de que possam escrever, o que permite a aquisição do sistema convencional da linguagem escrita. Ela ocorre a partir da aprendizagem da codificação e da decodificação dos elementos que compõem a escrita, por meio do reconhecimento e da memorização das letras, das sílabas, das palavras e da formação de frases. O letramento, por sua vez, refere-se à utilização da leitura e da escrita nas práticas sociais, sendo necessário interpretar e compreender o sentido das palavras e dos textos, refletir sobre eles, elaborar discursos e interagir com o meio a partir dessas habilidades. Desse modo, a alfabetização ensina a ler, e o letramento ensina a dominar e a utilizar a linguagem na prática social, ou seja, juntos, eles permitem o início do processo de formação leitora. Entretanto, é preciso muito mais do que essas duas habilidades para uma formação leitora plena, visto que ela ocorre em um processo que se inicia na infância e se estende por toda a vida. Muitos adultos, que foram alfabetizados e letrados, utilizam essas habilidades nas práticas sociais, mas não têm o hábito de ler nem têm uma visão crítica da realidade, por exemplo, leem somente textos necessários no dia a dia, como bula de remédio, cardápio ou documentos de trabalho. O processo de formação leitora: MultiletramentoAtualmente, é preciso mais do que a alfabetização e o letramento para atender às demandas da sociedade, sendo necessário um multiletramento, que considere a diversidade cultural, as diferentes práticas letradas e o impacto da globalização e da tecnologia na educação.
Considerando essa perspectiva, a leitura é muito mais do que um conjunto de palavras que comunicam algo, ela compreende tudo o que é passível de conferir sentidos, sejam os textos verbais em seus mais diversos gêneros, sejam os textos não verbais, como uma fotografia, uma pintura, um gráfico, um mapa, uma paisagem, uma música, um filme. A leitura está diretamente associada aos textos que circulam na sociedade e acompanham as novas tecnologias, os novos suportes, as novas formas de expressão, linguagens e modalidades textuais – novas leituras. Essa nova realidade requer o multiletramento, que permite uma formação leitora capaz de acessar, selecionar, compreender e produzir uma ampla gama de textos verbais e não verbais que circulam nas variadas esferas de nossa sociedade multicultural e tecnológica. As novas diretrizes da educação básica já incluem o multiletramento, conforme as competências estabelecidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para Linguagens, Códigos e suas Tecnologias:
A BNCC também aborda uma formação leitora mais ampla, que proporciona aos alunos algumas habilidades sociais e pessoais importantes por meio da leitura, desde a Educação Infantil até o final da Educação Básica. Na Educação Infantil, entre os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, a leitura se faz presente, como vemos em EI02EF03:
No Ensino Fundamental, as competências específicas da área de Linguagens enfatizam a importância da formação leitora a partir do multiletramento, indo além da leitura tradicional:
Para o Ensino Médio, as competências específicas da área de Linguagens reforçam a necessidade do multiletramento para a formação leitora, como vemos já na primeira:
Papel da Escola na formação leitoraA criança manifesta curiosidade em relação à cultura escrita desde cedo, ao ouvir e observar os diversos textos que circulam no contexto familiar e escolar. Assim, ela vai construindo sua ideia da linguagem escrita, reconhecendo seu uso social e seus diferentes formatos. A escola deve iniciar a formação leitora das crianças, a partir do que elas já sabem e das curiosidades que apresentam. Nesse contexto, o educador tem o papel de mediador entre a criança e os textos, e precisa proporcionar experiências com a leitura por meio da literatura infantil. Desse modo, esse incentivo contribuirá para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. O contato com diferentes histórias promove a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros. A relação das crianças com os textos escritos permite a construção de hipóteses sobre a escrita a partir de rabiscos e desenhos em garatujas, pois é a maneira que elas interpretam e representam o mundo ao seu redor. Depois, as crianças começam a conhecer as letras com o processo de alfabetização e passam a fazer escritas espontâneas não convencionais, mas que já indicam a compreensão da escrita como sistema de representação da língua.
Além disso, deve trazer à pauta textos que circulam na sociedade, o que implica uma prática pedagógica contextualizada e transdisciplinar. Não cabe somente ao professor de Língua Portuguesa a formação leitora, mas de todo o corpo docente! Essa concepção se apresenta nos PCNs, os quais estabelecem que uma prática efetiva de leitura na escola, cujo objetivo seja a formação de leitores competentes e críticos, deve ter como pressuposto básico o acesso por parte do aluno a uma ampla diversidade de textos, de todas as áreas do conhecimento, em contextos e práticas sociais relevantes, mas também em contextos particularmente escolares:
O professor é o responsável por apresentar o que será lido, seja um livro, um texto, uma paisagem, uma imagem, uma pintura – o mundo. Além disso, é ele quem auxilia os alunos a interpretar e a conferir significados à leitura. Para proporcionar a formação leitora efetiva, de modo a dominar as múltiplas formas de linguagem, disponíveis para a comunicação humana presentes no dia a dia, o professor precisa promover experiências, situações novas e manipulações que conduzam a este fim. A formação leitora precisa começar pela Educação Infantil, para que desde o início a criança desenvolva o gosto pela leitura e aprenda de modo assertivo a ler e a utilizar a leitura nas práticas sociais, para que ao longo de sua vida seja um hábito incorporado às suas vivências. Antes mesmo de a criança aprender a ler sozinha, é importante que os professores e a família leiam para ela, a coloque em contato com livros, ensinando a valorizar esse precioso objeto e tornando esses momentos especiais! Essas são as únicas recomendações que fazemos. Não há segredo, não há mistério, não há fórmula, tampouco metodologia. A formação de um futuro leitor demanda apenas o contato afetivo com o livro. Algumas sugestões são:
___________________________________________________________________ Quer saber como o SAE Digital pode ajudar a sua escola com a formação leitora? Então fale com um de nossos assessores! Mantenha-se informado sobre as novidades na educação acompanhando o nosso blog e os conteúdos exclusivos em nossas redes sociais. Confira! Como o professor é a escola podem influenciar o processo de formação crítica é leitora da criança?A escola deve iniciar a formação leitora das crianças, a partir do que elas já sabem e das curiosidades que apresentam. Nesse contexto, o educador tem o papel de mediador entre a criança e os textos, e precisa proporcionar experiências com a leitura por meio da literatura infantil.
Como o professor é a escola podem influenciar o processo de formação crítica é leitora das crianças Brainly?Ao introduzir a literatura infantil no contexto escolar, o(a) professor(a), além de colaborar com o aprendizado, também incentiva o hábito da leitura. Além disso, quanto antes este hábito for introduzido, mais fácil será a associação da literatura com uma atividade prazerosa para a criança.
Como os professores podem estimular as crianças a serem futuros leitores Aguardo a sua contribuição?Destinar momentos para as crianças e jovens escolherem livros que querem ler de acordo com os seus gostos também ajuda a ampliar o interesse pela leitura. Mas, para os estudantes que têm maior resistência a leitura, a liberdade de escolha é ainda mais importante.
Qual é o papel da escola é do professor na formação de leitores é escritores críticos?Em tempos de tantas fake news, saber ler criticamente, buscar fontes seguras e conhecer os autores é essencial. Ser professor/a é também estar atento a isso. É entender como o texto atravessa cada estudante e como tem sido suas leituras e interpretações dos mais variados tipos de textos, sejam eles literários ou não.
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