Como os alimentos são classificados em relação seu teor de umidade?

A determinação do NDT na prática é morosa e cara. Atualmente calcula-se o NDT a partir da energia digestível, tomando-se por base que 1 kg de NDT produz cerca de 4400 Kcal de energia digestível.

D. Determinação de minerais

A análise de minerais, tanto os macros como os micros, atualmente é realizada com grande precisão pela técnica de absorção atômica. Os macrominerais são expressos em % dos ingredientes e os microminerais na base de mg/kg de alimento ou ppm. As análises mais comuns são para determinação de cálcio e fósforo.

E. Determinação de vitaminas

A análise de vitaminas que antigamente era feita por métodos microbiológicos, hoje está sendo efetuada por espectrofotometria e por cromatografia. As vitaminas A, D e F são expressas em unidades internacionais (UI), as demais são expressas em miligrama.

F. Determinação de aminoácidos

Os aminoácidos que antigamente foram determinados por método microbiológico, hoje são analisados quantitativamente por cromatografias. Na análise de aminoácidos é necessário, inicialmente, hidrolisar as proteínas, o que é feito com ácido clorídrico a 6 N. Com hidrólise ácida, muitos aminoácidos poderão ser destruídos e, para contornar este fato, usa-se a hidrólise ácida para certos aminoácidos e a hidrólise alcalina para outros.

Posteriormente, o hidrolisado pode ser analisado por cromatografia gasosa ou separado por cromatografia em coluna, e analisado por calorimetria, usando ninidrina como reagente. O analisador de aminoácidos separa e analisa os aminoácidos.

G. Outras análises e testes

· Teste de Eber

· Reação de Kreis

· Testes de peróxidos

· Índice de Uréase

· Teste de Gossipol

· Determinação do nitrogênio não protéico

· Determinação da digestibilidade in vitro

· Determinação da presença de pesticidas

· Determinação do conteúdo de NaCl

· Determinação do teor de caroteno

· Determinação do teor de xantofilas

· Determinação de micotoxinas

· Determinação do pH

2.2 Análises Físicas

Existe uma grande quantidade de testes que ainda poderão ser feitos para o controle de qualidade dos alimentos e da própria ração balanceada. Entre eles estão:

A. Testes microscópicos

Através dos testes microscópicos, determina-se o formato das células e dos grãos de amido dos ingredientes. Em função destes parâmetros é possível detectar-se falsificações.

B. Determinação do valor energético

A energia bruta de um alimento pode ser avaliada através do calor produzido durante sua combustão em uma bomba calorimétrica. A determinação da energia bruta é bastante usada em pesquisas para avaliar os valores de energia metabolizável do alimento.

C. Granulometria

A determinação da granulometria de moagem dos alimentos, principalmente das sementes de milho e soja, é bastante importante na fabricação de rações balanceadas. Sabe-se que a digestibilidade da ração é bastante influenciada pelo tamanho das partículas dos alimentos que a constitui.

D. Secagem

O grau de secagem dos grãos é importante para fazer seu armazenamento, evitando-se o desenvolvimento de fungos e perda do material. Além disso, o teor de matéria seca dos ingredientes da ração influencia no total dos nutrientes e da energia da ração.

E. Torração

A avaliação do grau de cozimento, tostagem ou torração é bastante importante para avaliar a qualidade do alimento. O excesso de torração pode desnaturar as proteínas do alimento, tornando-o de baixa qualidade. Muitas vezes é observado excesso de torração no farelo de soja.

F. Excesso de escamas, ossos, chifres, pêlos, sangue, cartilagens, materiais estranhos, etc

Estes tipos de determinações são bastante usados para avaliar produtos e sub-produtos de origem animal.

As farinhas de pescados não de vem conter excessos de escamas, cartilagens, ossos e sangue. Estes materiais, apesar de conter níveis elevados de proteínas, cálcio e fósforo, possue baixa qualidade e aproveitamento pelos animais.

Ë comum observar a adição fraudulenta de ossos, sangue, chifres, pêlos, cascas e conteúdo do aparelho digestivo nas farinhas de carne. Estes resíduos possuem elevados teores de proteínas, mas de qualidade e aproveitamento muito baixo.

G. Densidade, cor e odor

A determinação destes características é também bastante importante para avaliar a qualidade da matéria prima de uma ração. São usadas constantemente para ajudar no diagnóstico de fraudes.

2.2. Análises Bacteriológicas

As análises bacteriológicas são usadas para verificar o grau de contaminação com microorganismos e presença de toxinas. A aspergilose é bastante comum nos concentrados de origem vegetal, principalmente no farelo de amendoim, e precisa ser avaliada antes do uso destes alimentos.

As farinhas de origem animal são freqüentemente contaminados com microrganismos que diminui o desempenho dos animais, provocando diarréias e em casos mais graves, a morte. As determinações mais comuns são:

· Contagem e tipificação de microrganismos

· Aspergilos

· Salmonelas

· Coliformes

· Fungos, etc.

2.3. Testes biológicos

Vários testes podem ser realizados, entre eles estão a determinação do valor biológico das proteínas e o valor energético dos alimentos.

As forragens constituem, freqüentemente, a principal fonte de nutrientes para os bovinos e, às vezes, são o único alimento oferecido, sob a forma de pasto verde picado, silagens ou feno. De todos os nutrientes necessários às exigências dos bovinos, a energia constitui a principal contribuição das forragens. Por isto, torna-se importante conhecer a digestibilidade de cada uma das forragens que compõe a alimentação destes animais.

Resumindo, podem-se citar os seguintes testes biológicos:

· Valor biológico de proteínas

· Digestibilidade in vivo

· Valor energético dos alimentos

· Biodisponibilidade de nutrientes

· Avaliação do valor nutricional de alimentos através do desempenho dos animais

· Avaliação dos efeitos dos fatores anti-nutricionais presentes em alimentos, etc.

Fracionamento de proteína e carboidrato pelo CNCPS

1. Introdução

As determinações de proteína e energia não levam em consideração a dinâmica da fermentação ruminal e as perdas. Para solucionar estes problemas os sistemas modernos de adequação de dietas para ruminantes enfatizam a necessidade da sincronização da degradação de nitrogênio e carboidrato no rúmen, para que se obtenha a máxima eficiência de síntese de proteína microbiana, bem como a redução das perdas energéticas e nitrogenadas decorrentes da fermentação ruminal. Com base neste princípio o sistema Cornell – Cornell Net Carbohydrate and Protein System (CNCPS) criou o fracionamento dos carboidratos e proteínas para poder predizer com maior precisão o desempenho dos animais a partir dos ingredientes da dieta. O CNCPS, por intermédio de modelos mecanicistas, estima a quantidade de proteína microbiana sintetizada, o escape ruminal de nutrientes e, com isso, a proteína metabolizável, a partir dos dados relativos às frações de carboidratos e proteínas, bem como de suas taxas de degradação. Estas informações podem ser utilizadas como base para predizer a EM e proteína absorvida.

2. Fracionamento dos alimentos

O CNCPS assume que os alimentos são compostos de proteína, carboidratos, gorduras, minerais e água. A matéria seca (MS) da proteína e dos carboidratos são novamente subdivididos pela composição química, características físicas, degradação ruminal e características de digestibilidade pós-ruminal. As frações de proteína, carboidrato, mineral, gordura e água nos alimentos pode ser originada das seguintes análises químicas laboratoriais padrão (SNIFFEN et al., 1992):

a) MS dos alimentos;

b) Fibra detergente neutro (FDN) e lignina (VAN SOEST et al., 1991);

c) Nitrogênio total como analisado através do macro ou micro Kjeldahl;

d) Proteína solúvel como determinado pelo procedimento de KRISHNAMOORTHY et al. (1983);

e) Nitrogênio que é insolúvel em detergente neutro (NIDN) (sem sulfito de sódio) e detergente ácido (NIDA) (VAN SOEST et al., 1991);

f) Minerais (MM);

g) Gordura solúvel em extrator (EE); e

h) Cálculo do carboidrato não fibroso (CNF) pela determinação do FDN, proteína, gordura, e minerais ou diretamente (VAN SOEST et al., 1991): 100 – [(FDN – PIDN) + EE + MM].

3. Fracionamento da proteína dos alimentos

Importância – As exigências em proteína metabolizável dos ruminantes são atendidas pela proteína microbiana sintetizada no rúmen e pela proteína dietética digestível que escapa à fermentação ruminal, o que torna a nutrição protéica do ruminante bastante complexa. Portanto, qualquer método para determinação da qualidade da proteína dos alimentos deve, necessariamente, considerar a contribuição do alimento para a síntese de proteína microbiana e para a proteína que escapa do rúmen.

A proteína é dividida em três frações: nitrogênio não protéico (NNP), proteína verdadeira, e nitrogênio indisponível. Isto tem sido descrito como fração A (NNP), B (proteína verdadeira), e C (proteína indisponível), respectivamente. A proteína verdadeira é novamente fracionada em três subfrações (B1, B2 e B3) baseada nas suas taxas inerentes de degradação ruminal.

Fator de Conversão – O fator 6,25 é normalmente usado para se transformar a % de nitrogênio em proteína, levando-se em conta que as proteínas contêm, em média, 16% de nitrogênio.

Quando o teor da fração A dos alimentos estiver alto, pode resultar em perdas nitrogenadas ruminais na forma de amônia – NH3. Isto porque, esta fração esta prontamente disponível no rúmen de tal forma que os microorganismos não podem utilizar, quando em excesso, todos os aminoácidos e NH3 liberados. Em tais situações, a adição de fontes energéticas de rápida degradação pode reduzir as perdas nitrogenadas e melhorar o desempenho animal, em virtude do aumento da síntese de proteína microbiana no rúmen. (MALAFAIA, 1997).

A taxa de digestão da fração B1 é de 150 a 300%/h (SNIFFEN et al., 1992).

O nitrogênio associado com o FDN é normalmente a proteína ligada à parede celular que também inclui o nitrogênio indisponível encontrado no resíduo de detergente ácido. A proteína insolúvel em solução de detergente neutro, mas solúvel em detergente ácido é digestível, porém lentamente degradável e tem sido definida como a fração B3 no CNCPS. Geralmente a proteína associada à parede celular está amplamente ligada aos carboidratos hemicelulolíticos (glicoproteínas) que estão envolvidos na ligação ramificada de cadeias de carboidratos na parede celular da planta (Fry, 1988, citado por LICITRA et al., 1996). O aquecimento desnatura a fração B2 das proteínas e pode aumentar a proteína indisponível e assim aumentar a fração B3 bem como a fração C obtida como NIDA.

Essas proteínas estão quimicamente ligadas à parede celular vegetal, apresentando as funções de defesa contra patógenos, de elasticidade, no processo de lignificação e na rigidez da parede celular vegetal (Showalter, 1993, citado por MALAFAIA e VIEIRA, 1997).

Não é possível uma completa extração de todo nitrogênio da parede celular da planta. A parte central do resíduo parece ser resistente, indigestível e está associada com a lignina em forragens tenras que não contêm tanino. O tanino quando presente, é um dos fatores possivelmente responsável por aumentar a proteína insolúvel associada com a parede celular da planta. Outro fator é a reação de Maillard ou caramelização enzimática causada pelo aquecimento e secagem. Estas frações têm baixa disponibilidade biológica e tende a ser reconsiderada na FDA (VAN SOEST and MASON, 1991).

O nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) é considerado como indigestível durante sua permanência no trato gastrintestinal. Esta fração é denominada fração C no Sistema de Cornell.

Para determinar o NIDA é necessário fazer a fibra detergente ácida (FDA). A FDA é entendida como uma preparação para a determinação da celulose, lignina, NIDA, cinza insolúvel em detergente ácido (CIA) e sílica. Ela não é uma fração fibrosa válida para uso nutricional ou para a predição de digestibilidade.

As análises seqüenciais para as frações fibrosas são atrativas porque interferências importantes podem ser encontradas e porque o uso de amostra é mais econômico. A principal vantagem é que estimam com maior precisão o conteúdo de hemicelulose e celulose por diferença. A hemicelulose estimada pela subtração da FDA pela FDN será tão baixa quando a pectina for precipitada dentro do FDA. A sílica biogênica tem um efeito semelhante porque ela é solúvel em solução de detergente neutro e insolúvel em solução de detergente ácido (VAN SOEST et al., 1991).

A análise seqüencial de FDA é determinada a partir do resíduo da análise de FDN. Devido o fato da solução de detergente neutro solubilizar pectinas, cinzas e outros compostos não removidos por detergente ácido, a FDA seqüencial é menor que a FDA direta na maioria dos alimentos. Todos os métodos para FDA isolam principalmente celulose e lignina com alguma contaminação por pectina, cinza e compostos nitrogenados (principalmente produtos da reação de escurecimento não-enzimático (MERTENS, 1992)).

Mediante a diferença entre os teores de NIDN e os de NIDA, pode-se determinar a fração B3 (SNIFFEN et al., 1992).

A fração B3 é degradada lentamente no rúmen e, portanto, apresenta elevado escape, sendo potencial fonte de aminoácidos no intestino delgado (CABRAL, 1999). A taxa de digestão da fração B3 é de 0,1 A 1%/h (SNIFFEN et al., 1992).

A fração B2, a qual é degradada em taxa intermediária no rúmen, serve tanto como fonte de aminoácidos e peptídeos no rúmen, quanto no intestino delgado (CABRAL, 1999). A taxa de digestão da fração B2 é de 5 a 15%/h (SNIFFEN et al., 1992).

A determinação do NIDN e do NIDA segue inicialmente os mesmos protocolos para obtenção da fibra em detergente neutro (FDN) descritos por VAN SOEST et al. (1991).

Considerações do fracionamento de proteína

A taxa de degradação dos alimentos é influenciada pela taxa de passagem que varia devido ao tamanho da partícula, densidade, hidratação e nível de alimentação. A fração A e B1, por apresentar elevada degradação, sendo pouco afetada pelo aumento da taxa de passagem. Dessa forma, pode-se inferir que é a principal fonte de nitrogênio no rúmen nas primeiras horas após a ingestão de alimentos, e sua contribuição no duodeno é muito pequena. Entretanto, as frações B2 e B3, por apresentar taxa intermediária e lenta de digestão no rúmen, respectivamente, tendem a escapar em maior proporção e serem mais afetadas pelo aumento da taxa de passagem, contribuindo com a maior parte da proteína potencialmente digestível no intestino delgado.

Os alimentos que contribuem com maior proporção de PNDR digestível no intestino delgado (PNDRd) são aqueles com maior percentagem das frações B2 e B3.

Portanto, constata-se a importância da determinação das frações que compõem a PB dos alimentos e de suas taxas de digestão, pois, dessa forma torna-se possível estimar a degradação ruminal e o escape protéico, que, aliados aos dados de digestibilidade intestinal, permitem estimar a proteína metabolizável de cada alimento (CABRAL, 1999).

Segundo VALADARES FILHO (2000), nem todo fracionamento protéico feito pelo CNCPS deveria ser adotado no Brasil, em relação à avaliação protéica dos alimentos para ruminantes. Apenas deveriam ser obrigatórias, além da análise de PB, pelo menos a determinação da fração dos compostos nitrogenados não protéicos, da fração insolúvel em detergente ácido (NIDA) e insolúvel em detergente neutro (NIDN), isto é as frações A, C e por diferença (NIDN – NIDA) a fração B3, respectivamente. Porém, dependendo da finalidade da pesquisa, o fracionamento conforme descrito pelo CNCPS, se torna necessário, principalmente, quando se pretende calcular o escape ruminal de proteína oriundo de cada uma dessas frações.

Como a quantificação e a estimativa das taxas de degradação dessas frações de proteína são responsáveis pelo maior ou menor escape de nitrogênio ruminal e pelo atendimento dos requerimentos de nitrogênio dos microorganismos ruminais, fica implícito que alimentos com teores de PB similares, mas com diferenças nestas frações e nas suas taxas de degradação, resultarão em predições incorretas sobre o desempenho animal se na formulação das rações não for considerada a dinâmica destas frações no rúmen e nos intestinos (MALAFAIA, 1997).

Tabela 01 – Percentagem de proteína bruta (PB), proteína não-degradada no rúmen e digestível no intestino delgado (PNDRd) e das frações nitrogenadas

O que é teor de umidade de um alimento?

Também chamada de teor de água, a umidade em um produto alimentar é medida pelo valor da água total que o alimento contém. Por isso é necessário medir essa quantidade de água e entender se a umidade no alimento não interfere na estabilidade dele, afinal cada produto tem características diferentes.

Como a umidade em um alimento interfere na qualidade dele?

O percentual de umidade é uma das principais determinações analíticas realizadas com o propósito de verificar padrões de identidade e qualidade em alimentos, além de auxiliar na tomada de decisão em várias etapas do processamento, como escolha da embalagem, modo de estocagem do produto, etc.

Qual a importância da medida do teor de umidade dos alimentos?

A análise do teor de sólidos/umidade serve para determinar a quantidade de água em uma determinada substância e é de extrema importância em diversos processos industriais, pois pode afetar a vida útil, usabilidade, processabilidade e qualidade de um produto.

Quais os métodos de determinação de umidade em alimentos?

Métodos de Determinação de Umidade por Secagem.
SECAGEM EM ESTUFAS. A secagem em estufas é o método mais utilizado em alimentos e se baseia na remoção da água por aquecimento. ... .
SECAGEM POR RADIAÇÃO INFRAVERMELHA. ... .
SECAGEM EM FORNO DE MICROONDAS. ... .
SECAGEM EM DESSECADORES..