Diferença entre facismo e comunismo

Uma laranja é diferente de uma pera e esta é diferente de uma maçã. E se a ninguém ocorre confundi-las, de tão diferentes que são, também a ninguém ocorre procurá-las em corredores distintos do supermercado: estão na mesma secção, na frutaria, porque por mais diferentes que sejam todas partilham da mesma condição de fruta.

O mesmo se passa com o comunismo, o fascismo e o nazismo. São ideologias distintas, cada uma com as suas inspirações e referências - e por isso não confundíveis, mas todas partilhando da mesma identidade autoritária e totalitária, estando por isso arrumadas na secção das ideologias que deram origem a regimes ditatoriais, assassinos, torcionários.

Sempre que alguém expõe esta ideia, há quem se apresse a elencar as diferenças entre estas ideologias, como que impedindo a possibilidade de uma equivalência. Sucede que não está em causa, pelo menos para mim não está, que essas diferenças existam, sendo algumas significativas.

O que está em causa, e não pode ser esquecido, é que o resultado das três ideologias partilha o mesmo destino: ditadura, censura, prisões políticas, perseguições, milhões de mortes, fome, miséria. E nem vale a pena contar o número de mortos, porque as três, com o comunismo à cabeça, não têm nada de bom para apresentar. Nenhuma das três ideologias pode merecer de um defensor da liberdade qualquer contemplação. Uma hesitação a este respeito é inaceitável.

Em defesa do comunismo, há quem diga que, na sua génese, no seu espírito, este nada tem que obrigue aos resultados a que vimos assistindo. Discordo dessa ideia, mas rebatê-la seria um outro artigo. Agora diria o seguinte: essa defesa vale de pouco quando temos como certo que nenhuma experiência comunista resultou noutra coisa que não em regimes assassinos, torcionários, ditatoriais, condenando milhões à fome e à miséria. Foi sempre esse o resultado das experiências comunistas. Repito: sempre. É preciso ter ousadia para argumentar que as ideias comunistas não têm qualquer propósito nesse sentido.

Não será assim, dizem-me, com os comunistas portugueses, que estão no Parlamento e nas autarquias, participando da democracia, longe por isso de partilhar deste destino trágico. Quem diz isso nunca leu o Avante e desconhece o PCP. Os comunistas portugueses não se demarcaram até hoje dos milhões de crimes cometidos pelos regimes que apoiam. Mais, estão hoje, em pleno século XXI, na linha da frente da defesa ativa, nem sequer tímida ou envergonhada, de regimes assassinos. Nenhum partido português - desconfio que nem mesmo o Bloco de Esquerda - conseguiria durar um ano que fosse a promover regimes assassinos nos seus congressos, festas e órgãos oficiais como faz o PCP. Mas o PCP pode, e ainda aparece a dar lições de democracia. Peço imensa desculpa, mas enquanto não houver essa demarcação, honesta, séria, nada me leva a suspeitar que os comunistas portugueses se comportariam de forma diferente se alguma vez chegassem ao poder, e por isso não aceito qualquer lição de democracia vinda daqueles lados.

Vem isto a propósito do convite a Marine Le Pen para vir perorar no Web Summit. Considero Le Pen uma impostora, e tudo me afasta dela, da sua visão fechada do mundo, da sua amizade com ditaduras, da sua xenofobia. Esse meu afastamento é epidérmico, porque me afasto de tudo o que relativize ou mitigue a liberdade e nos embrulhe em coletivismos. Sucede que vários dos que à esquerda também apareceram a criticá-la, merecendo imensos aplausos, andam de braço dado com ditaduras, defendem exatamente as mesmas políticas económicas e isolacionistas que ela ou andam entretidos a arranjar desculpas para as atrocidades cometidas por regimes de extrema-esquerda. Dessa gente não vem nada de bom. Mesmo quando estão contra uma impostora como ela.   

Advogado

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico 

6) O nazismo e o fascismo necessitam do Estado e do nacionalismo. O nacionalismo é vendido como uma série de valores "comuns", mas que de 'comuns' nada têm. O nacionalismo tóxico, como valor etéreo simbolizado por bandeiras, cores, uniformes, cânticos e etc., não remete a qualquer realidade fática na história ou sociedade. É um anseio homogeneizador das elites que busca fazer desaparecer as diferenças sociais pela elevação a mito de narrativas que, na maior parte das vezes, são falsas.

O socialismo denuncia o uso do nacionalismo como combustível da violência e busca a ruptura com os laços ideológicos da diferença por "nação". Todo o homem, nascido em qualquer parte, tem direito às condições materiais que propiciem sua existência. Não se pode negar aos homens os direitos de sua existência porque eles nasceram sob a bandeira de A ou B. Buscando uma noção de sociedade global, o socialismo prega que não deve ser pelo nascimento que ocorre o surgimento das diferenças entre os seres humanos.

7) O nazismo e o fascismo são profundamente capitalistas. Capitalismo NÃO É o mesmo que "livre mercado" ou "liberdade econômica". Capitalismo é a extração e retenção privada da mais valia como um sistema que se reproduz material e ideologicamente baseado na ideia excludente de "propriedade privada dos meios de produção". O capitalismo que o nazi-fascismo defendeu sempre foi um capitalismo de corte nacionalista e que se abjurava o financismo internacional. Mas foi sempre defendendo a propriedade privada, e tornando os trabalhadores dóceis e dominados para aumentar a extração de mais valia que o regime se desenvolveu.

O socialismo se opõe a acumulação privada de recursos e à extração privada de mais valia. Afirma que toda a riqueza é socialmente construída e que o homem é, através de seu trabalho produtivo, o gerador desta riqueza. O sistema socialista não defende o fim da "propriedade privada" (tomados como casa, roupas ou utensílios), mas apenas a propriedade privada que seja usada para extração de mais valia. Posses que não sejam objeto de exploração não são proibidas. Apenas tudo aquilo que gera riqueza o deve fazer em benefício de toda a sociedade e não apenas de um punhado de pessoas.

8) O nazismo e o fascismo possuem PROJETOS POLÍTICOS de extermínio e mudança pela morte. Seja com base no racismo ou seja com base numa superioridade cultural de determinados indivíduos ou sociedades, há um claro projeto de extermínio, um ataque sistemático ao direito de vida de todos os que não compactuam com o regime.

O socialismo tem um projeto político de mudança social e nunca de extermínio. As estruturas econômicas do capitalismo devem ser exterminadas e NÃO os capitalistas ou os trabalhadores que acreditam nestes valores. Isto porque o socialismo advoga a ideia de que a materialidade gera suas explicações ideológicas às quais os homens não tem total possibilidade de rejeitar por serem parte desta formação. A vida é o bem maior a ser preservado e não a propriedade. Os capitalistas devem ser privados de suas posses, de suas ferramentas de dominação e não de seus direitos como seres humanos.

9) O nazismo e o fascismo tem um projeto de futuro inalterado. O futuro é um espaço de manutenção de conservação do mundo "como era no passado". Daí a tara que os fascistas e nazistas têm pelos passados mitificados (a glória dos dias de outrora). O futuro é, pois, o mais parecido possível com este passado glorificado. E pela certeza que "já aconteceu", o fascista tem por certo que "pode voltar a acontecer". Neste sentido, tudo o que apela para um futuro inovador, incerto, diferente e etc. é tratado como subversivo, criminoso e indesejável. E aí entra o ataque à ciência e à educação.

O socialismo desafia os seres humanos a romperem com as amarras do seu passado e buscarem um futuro radicalmente diferente. Assim, tudo o que glorifica, remete, e plasma o passado é considerado indesejável, subversivo e até criminoso. Os olhos e a preocupação das sociedades devem estar voltadas para o futuro. O passado deve ser conhecido como o local onde já se esteve e não se quer voltar.

10) O nazismo e fascismo acolhem TODAS as ferramentas de dominação ideológicas. Da religião à estética, tudo o que pode exercer uma dominação "sem sangue" é utilizado pela exata falácia de dizer-se "não-ideológico". Por esconder que a religião traz ferramentas de dominação de classe, que é ideológica e que recria processos de dominação, o fascismo tenta criar uma ideia de "neutralidade". Assim faz com absolutamente tudo, do nacionalismo aos espaços geográficos e culturais. O objetivo é encobrir os processos de dominação e manter os indivíduos no campo da ignorância. Daí o ataque à política que é a via mais clara de disputa de poder em nossas sociedades.

O socialismo DENUNCIA todas as formas implícitas de luta ideológica. Desde a religião, até o Estado e cultura, tudo é passível de um olhar crítico. Ao mesmo tempo, o socialismo abertamente se reconhece ideológico. É pela transparência das disputas político-ideológicas (e não por escondê-las) que se chega a uma sociedade plural. É a política a ferramenta mais efetiva de resolução dos nossos conflitos de poder. O socialismo diz abertamente que tem lado, que lado é este e quem ele defende. Não esconde que o mundo é um local de disputa por recursos e nem esconde que é violento. Tornar os discursos transparentes em sua ideologia é o caminho do socialismo.

O que é que o fascismo defende?

O fascismo defende ser necessária a mobilização da sociedade sob um estado totalitário de partido único para preparar a nação para o conflito armado e responder de forma eficaz às dificuldades económicas.

Por que o fascismo e anti comunista?

O anticomunismo era uma das bandeiras dos movimentos e regimes fascistas e salafistas, sendo estes vistos muitas vezes como uma reação ao crescimento dos movimentos socialistas e comunistas. A doutrina judaica do marxismo repele o princípio aristocrático na natureza.

O que defende o comunismo?

Comunismo (do latim communis) é uma ideologia e um movimento político, filosófico, social e econômico cujo objetivo final é o estabelecimento de uma sociedade comunista, ou seja, uma ordem socioeconômica estruturada sob as ideias de igualitarismo, propriedade comum dos meios de produção e na ausência de classes sociais ...

Qual é o símbolo do fascismo?

“Fascio”, em italiano, significa “feixe de varas”. O símbolo fascista consistia em uma machadinha envolta por um feixe. Em Roma, na Antiguidade, o lictor (uma espécie de oficial de justiça) levava uma machadinha envolta por um feixe de varas (em latim, “fesce”) nas mãos, quando ia executar as ordens judiciais.