Dor na gengiva do ultimo dente

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As manifestações dolorosas são muito desagradáveis e, quando ocorrem na boca, causam grandes incômodos que interferem até mesmo na alimentação e na fala. Como problemas e doenças podem afetar toda a cavidade oral, como saber se estamos passando por uma dor de dente ou na gengiva?

Realmente pode ser difícil descobrir a origem das dores, já que elas podem se manifestar de maneira difusa e refletir para a face, causando até mesmo dor de cabeça. De toda a forma, exigem atenção, porque esse é o alerta de que algo está errado.

Preparamos este artigo para lhe ajudar a identificar quando as sensações dolorosas vêm do dente e os indícios que apontam que o problema está na gengiva. Veja, também, de que maneira esse sintoma se relaciona com a saúde bucal.

Quem já sentiu dor de dente sabe o quanto ela incomoda. Dependendo da intensidade, pode até ser incapacitante por gerar desconfortos que irradiam para todo o crânio. Por isso, não podemos ignorar esse sinal de alerta do organismo.

Mas nem sempre as dores partem exatamente do dente, porque o problema pode não estar nele. Há casos em que ela se reflete na dentição, mas seu local de origem é outro. A seguir explicamos como saber de onde o sintoma está partindo.

Dor de dente

A dor de dente de verdade é aquela que se manifesta quando ele está passando por problemas. Esse é o caso de doenças como cárie, pulpite ou sensibilidade. Todas essas condições afetam áreas isoladas da boca.

As dores acontecem porque a parte interna do dente (polpa) está sofrendo uma agressão, seja por micro-organismos ou fatores externos. É nessa estrutura que estão localizadas as partes sensíveis (terminações nervosas, vasos sanguíneos), então, quando ela é agredida, ocorrem estímulos que desencadeiam a dor.

O que caracteriza a dor de dente é o fato de ela estar localizada em uma região da boca ou acontecer somente sobre determinadas condições, como ao ingerir alimentos ou mastigar de um lado. Alterações no aspecto e na tonalidade do dente podem indicar que o problema está partindo exatamente dele.

Dor na gengiva

Quando a dor de dente tem origem na gengiva pode ser mais fácil identificar onde está o problema. Isso porque ocorrem outras manifestações que indicam que o tecido gengival está doente.

Como ele é uma mucosa, quando não está saudável seu aspecto se modifica, muitas vezes de forma drástica. Assim, se há uma gengivite ou periodontite, por exemplo, você poderá associá-la à dor:

  • vermelhidão;
  • inchaço;
  • sensibilidade na gengiva;
  • espaço entre a gengiva e o dente;
  • sangramentos;
  • encurtamento da gengiva;
  • sensação de dentes soltos;
  • mau hálito persistente;
  • gosto ruim na boca;
  • presença de pus.

As doenças que afetam a gengiva podem se limitar a somente uma região da boca ou se estenderem por toda a arcada dentária, provocando desconfortos generalizados.

Relação entre saúde bucal e dor de dente

Quando a dor de dente ocorre de forma difusa este pode ser o indício de que o problema está ocorrendo no periodonto, conjunto de tecidos que sustentam a dentição, incluindo a gengiva e o osso. Essa é uma condição que exige atenção porque causa sérios comprometimentos para a saúde.

Problemas mais generalizados como a periodontite provocam infecções graves, levam à perda de dentes e as bactérias presentes nessas lesões podem migrar para órgãos vitais como pulmão e coração. Porém, isso não significa que a dor de dente localizada não exige tratamento.

Ainda que somente um dente esteja comprometido é fundamental que ele seja tratado para evitar o agravamento da doença. Além disso, as bactérias presentes na cárie podem migrar para outros dentes.

Se a origem da dor estiver na polpa ou raiz dentária, existe a possibilidade de a inflamação ou infecção se espalhar pelo periodonto e atingir outros dentes. Sendo assim, qualquer manifestação dolorosa exige a investigação do dentista.

Caso você sinta dor de dente é fundamental procurar um profissional, porque somente ele pode apontar ao certo a origem desse sintoma. Ele indicará o melhor tratamento para cessar o incômodo e evitar que evolua para condições mais graves.

Não se esqueça que esse acompanhamento precisa ser feito por um profissional experiente. Por isso, veja como escolher um bom dentista para cuidar da sua saúde bucal.

Na sua próxima visita ao dentista, não fique ofendido se ele disser que você precisa melhorar sua escovação. Afinal, isso não é propriamente uma crítica negativa, mas uma demonstração de que ele está cumprindo o seu dever profissional: ajudá-lo a prevenir doenças bucais, como a periodontite.

Conhecida também como doença periodontal, essa enfermidade é consequência de uma inflamação nas gengivas - a gengivite -, cuja causa mais comum é o acúmulo de placa bacteriana. Esta, por sua vez, é resultado da higienização inadequada.

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Quando esse processo inflamatório avança, atinge as estruturas que dão sustentação ao dente (periodonto e osso alveolar). Além disso, promove a degeneração membranosa (da pele da boca), a movimentação (migração) dos dentes e a formação de espaços entre eles e as gengivas (bolsas).

Uma enfermidade bastante comum

Nos Estados Unidos, entre 8% e 10% da população adulta tem alguma forma de periodontite (o que equivale ao número total de habitantes de um país como a Arábia Saudita), mas os números estão em declínio. No Brasil, a doença pode afetar 9 entre 10 pacientes adultos examinados.

Crianças também podem ter periodontite, embora a gengivite seja a situação mais frequente na infância. "Se a criança não for tratada, pode chegar à adolescência com as formas mais graves da doença periodontal", alerta Eliete Rodrigues de Almeida, docente dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul (SP).

Os dados da última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, do Ministério da Saúde (SB Brasil 2010), revelaram a presença de algum tipo de alteração periodontal em 37% das crianças de 12 anos de idade. Esse quadro ressalta a importância do diagnóstico precoce da doença e sua prevenção.

Saiba se você corre risco

No dia a dia dos consultórios odontológicos, a maior parte dos casos de periodontite se dá como resultado do acúmulo prolongado de placa bacteriana (ou biofilme). Mas se você se encaixa em alguma das condições abaixo, fique atento, pois todas elas influenciam ou são influenciadas pela doença:

  • Tabagismo;
  • Diabetes;
  • Síndrome de Down;
  • Doença de Crohn;
  • Leucopenia;
  • Aids;
  • Gravidez (devido às mudanças hormonais).

Entre as crianças, incluem-se ainda as seguintes situações:

  • Respiração pela boca, com ressecamento da mucosa intrabucal e gengiva;
  • Dente de leite caindo/trocando;
  • Puberdade (e suas mudanças hormonais);
  • Restauração mal adaptada;
  • Uso de aparelho ortodôntico.

Por que você deve se preocupar

A boca é habitada por bactérias de diferentes tipos que levam o nome de biofilme. O problema é que tanta variedade de micro-organismos pode ser fonte de contaminação, levando a complicações em diferentes regiões do corpo.

Paula Fernanda Leal Corazza, docente dos cursos de graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul (SP), diz que as evidências científicas "apontam possíveis relações entre doença periodontal e alterações no controle sistêmico do diabetes, nas patologias respiratórias e na gravidez - com partos prematuros e nascimentos de bebês com baixo peso e enfermidades cardiovasculares".

Isso significa que uma visita ao dentista reduz as chances de desenvolvimento de outras doenças, não só as que se manifestam dentro da boca.

Identifique os principais sintomas da periodontite

Além dos sinais presentes na gengivite - como gengiva inchada e avermelhada, sangramento espontâneo durante a escovação ou uso de fio dental, dor ao comer, mau hálito persistente e formação de pus -, você poderá notar:

  • Retração da gengiva;
  • Mobilidade do dente;
  • Dor (é raro, mas ocorre);
  • Incômodo na gengiva, como se fosse uma coceira.

Entretanto, os especialistas alertam para o fato de que a periodontite é conhecida por ser uma doença silenciosa, ou seja, é comum que o paciente não perceba os sintomas até que o quadro esteja avançado.

Outras causas, além da placa bacteriana

Genética: os estudos médicos nessa área estão ainda em andamento, mas o que se sabe até agora é que a predisposição à periodontite está relacionada aos mecanismos de defesa do organismo.

Uso de medicamentos: todos os remédios têm efeitos colaterais e algumas categorias poderão influenciar a forma como a inflamação se desenvolve (anti-inflamatórios), a composição da placa bacteriana (antibióticos) ou mesmo o sistema de defesa do corpo, como os fármacos usados no tratamento do câncer (imunossupressores). Daí a importância de evitar a automedicação.

A hora certa de procurar ajuda

Consulte um dentista toda vez que observar qualquer alteração na boca (como os sintomas mencionados acima). Nos casos graves, o próprio profissional deve encaminhá-lo para um periodontista, que é o especialista habilitado para o diagnóstico e o plano de tratamento em todas as fases da doença.

Já na consulta, para que o especialista entenda a situação, primeiro deve querer saber sobre seu estado geral de saúde e se você faz uso de algum tipo de medicação.

Na sequência virá o exame físico, que se resume na palpação dos gânglios em região de cabeça e do pescoço, inspeção dos tecidos orais, exploração dente a dente e radiografia (a fim de avaliar as condições do osso).

Há um exame específico, chamado sondagem periodontal, que mede o tamanho do problema. Só então o diagnóstico pode ser definido.

Tratamento da periodontite

Quanto mais rápido você for ao dentista, melhor. Assim, as chances de controlar o avanço da periodontite aumentam. A terapia começa com instruções de higiene oral específica para cada pessoa, além da limpeza feita pelo dentista por meio de uma raspagem da placa bacteriana e tártaro. O uso de anestesia ocorrerá somente nos casos mais difíceis.

Medicamentos costumam ser indicados só nos casos mais graves. Nessas situações, pode ser recomendado antibiótico por via oral ou sistêmica.

A falta de tratamento pode levar à perda dos dentes. Além do evidente problema estético e da dificuldade para mastigar, a pessoa pode desenvolver problemas de articulação (ATM) e sofrer com deficiência nutricional, entre outros problemas.

Dicas de prevenção

- Visite seu dentista regularmente, mesmo que não apresente sintomas. O acompanhamento clínico é fundamental para o controle dos hábitos de higiene oral e manutenção da saúde da boca.

- Peça ao seu dentista uma orientação personalizada sobre como fazer a limpeza bucal. A repetição de erros básicos é suficiente para abrir caminho para a contaminação.

- Faça uso de escovas convencionais, tufo e interdentais, assim como fio ou fita dental diariamente.

- Ensine seus filhos a usar diariamente a escova, o fio dental e a pasta de dente.

- Evite a utilização de enxaguatório bucal pelas crianças, principalmente aqueles que contêm álcool ou flúor na composição e não podem ser engolidos. Dependendo da idade dos pequenos, isso pode acontecer. Adolescentes podem ser encorajados a usar o produto desde que com recomendação do dentista.

- Alimente-se corretamente. Uma dieta anti-inflamatória, rica em vegetais e gorduras saudáveis (presentes em oleaginosas, peixes ricos em ômega 3, azeite de oliva e abacate, por exemplo), contribui para manter o organismo protegido.

- Afaste-se do cigarro. Comparados aos não fumantes, quem faz uso do tabaco aumenta de 3 a 6 vezes o risco de ter inflamação gengival.

Fontes: Eliete Rodrigues de Almeida, mestre e doutora em saúde pública, docente dos cursos de graduação e pós-graduação em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul (SP);Luciana Scaff Viana, membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP);Luciane Kraul, doutoranda em laser na Universidade de São Paulo (USP), mestre em materiais dentários e especialista em ortodontia, com pós-graduação em DTM pela mesma universidade; Marcelo Cavenague, membro da Câmara Técnica de Periodontia do CROSP; Paola Fernanda Leal Corazza, mestre em radiologia e imaginologia pela Universidade São Leopoldo Mandic (SLMANDIC), especialista em periodontia pela Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO) e estomatologia pela SLMANDIC e docente do curso de graduação em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul (SP).

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O que é dor na gengiva atrás do último dente?

A pericoronarite aguda é uma reação inflamatória que se manifesta, de forma súbita, na gengiva, quando o dente do siso está a tentar nascer. Envolve, com frequência, sintomas intensos, tais como febre, inchaço e dor, sendo que estes também podem indicar a propagação da infeção.

O que fazer quando o último dente está doendo?

Se a dor for latejante e a sensação de incômodo estiver se estendendo pelo rosto, o mais indicado é fazer compressas com água quente. Já se a dor for local e sua gengiva estiver apresentando sinais de inflamação, inchaço ou até mesmo sangramento, o ideal é que sejam feitas compressas frias.

Por que o último dente dói?

O dente do siso pode causar dor porque, usualmente, não há espaço suficiente para eles crescerem na nossa boca. Por conta da falta de espaço, eles pressionam todos os dentes para forçar sua entrada.

Quando o dente dói perto da gengiva?

Gengivite A gengivite consiste numa inflamação da gengiva devido ao acúmulo de placa bacteriana nos dentes, provocando dor na gengiva e entre os dentes, sangramento, inchaço e vermelhidão.