Importância do brincar para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil

As crianças aprendem muito rapidamente. Ao brincarem, não só estão a explorar o ambiente à sua volta como também a desenvolver a sua própria identidade. De um modo geral, o brincar e o jogar, não são mais do que uma fase de aprendizagem natural para a criança. Os jogos e a forma como a criança brinca contribuem por isso para o seu desenvolvimento global.

Brincar é também um modo de expressão. Antes de dominar a sua língua, a criança comunica os seus sentimentos (positivos ou negativos) ao atirar um objeto ao chão, ao sorrir para um boneco, ao rasgar um desenho, etc. Com estas ações, a criança partilha com os outros aquilo que sente. Por outro lado, este é um meio privilegiado através do qual a criança lida com os seus medos e os supera.

Brincar desenvolve (e muito!) a imaginação da criança. Assim, vai descobrindo os objetos, as pessoas e os acontecimentos que a rodeiam e começando a criar a sua própria realidade, transformando-a e adaptando-a aos seus desejos. Pode dar vida aos objetos, criar um amigo imaginário, falar com os animais…

Este jogo imaginário é essencial para o desenvolvimento emocional e social da criança pois permite-lhe aprender a ver as situações de um ponto de vista diferente e antecipar consequências. Porque é divertido, muitas vezes as crianças se tornam absorvidas naquilo que estão a fazer, o que contribui também que desenvolvam a sua capacidade de concentração.

A maioria das crianças são naturalmente imaginativas e essa imaginação, espontaneidade e criatividade devem ser ativamente incentivadas! No fundo, a arte de brincar é precisamente a de deixar a criança pensar, resolver problemas, falar, movimentar-se e cooperar.

Brincar e aprender: Como? De que forma?

  • Dançar, correr, saltar, jogar à bola são excelentes estímulos para o desenvolvimento motor, contribuindo para uma maior facilidade de movimentos do corpo, para uma maior força e flexibilidade assim como para a melhoria da coordenação motora.
  • Os blocos de construção, encaixáveis e quebra-cabeças ajudam no reconhecimento de diferentes formas e tamanhos, permitem desenvolver a noção de seriação e de lógica.
  • Desenhar e pintar, brincar com a plasticina, brincar com bonecos, permite estimular a criatividade, a imaginação e a expressão de sentimentos.
  • Aproveitar os momentos de praia para brincar com a areia e a água é uma excelente introdução precoce à ciência e matemática! Por exemplo, aprender que a água é fluída (e não sólida), que pode ser medida em diferentes recipientes de diferentes tamanhos, etc..
  • Cantar e brincar com instrumentos musicais simples representam estímulos fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, auditivo, sensorial, da fala, etc..

Por último, e não esquecendo: aprender pode ser (e é) muito divertido. A brincadeira estruturada e dirigida é importante, sem dúvida, contudo devem privilegiar-se os momentos de brincadeira livre e desestruturada.

A criança precisa de fazer coisas que gosta, experimentar objetos, encontrar novas (e incomuns) maneiras de realizar uma determinada atividade. A seu tempo e à sua maneira, a criança vai-se desenvolvendo e atribuindo significado às suas experiências.

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Brincar é uma das maneiras mais naturais e divertidas de formar conhecimento. Até mesmo na adolescência e na fase adulta, é preciso nos sujeitarmos a novas experiências, dramatizações e a muita sujeira para testarmos ideias e aprendermos novas lições. Contudo, muitos pais ainda têm dúvidas ao lidar com as brincadeiras da criançada: o que é saudável para cada fase? Quando ter contato com a tecnologia? Para responder a essas e outras questões sobre o desenvolvimento infantil, leia o que trouxemos para você!

Qual é a importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil?

É por meio das brincadeiras que a criança emerge no processo de aprendizagem, facilitando a construção da autonomia, reflexão e criatividade. Dessa forma, a criança se desenvolve integralmente, abrangendo os âmbitos sociais, afetivos, culturais, cognitivos, emocionais e físicos. Portanto, as brincadeiras são vitais para o desenvolvimento infantil.

Mas se você pensa que brincar se restringe à diversão, é hora de rever seus conceitos! Brincar vai além da recreação. Trata-se de uma dinâmica complexa, na qual a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo ao seu redor. Assim, o desenvolvimento ocorre com as trocas recíprocas. Além de brincar e se divertir, a criança desenvolve a memória, a atenção, a imitação e a imaginação, bem como a sua personalidade, inteligência e afetividade.

Vygotsky, um dos maiores representantes da psicologia histórico-cultural, afirmava que o sujeito se constitui ao se relacionar com os outros em atividades “caracteristicamente humanas”. A brincadeira infantil, nesse sentido, é uma maneira de a criança se expressar e formar sentidos sobre o mundo. Por meio da brincadeira e de atividades lúdicas, a criança atua simbolicamente nas diferentes situações vividas por ela, elaborando conhecimentos, significados e sentimentos.

Quando as crianças brincam, assumem diferentes papéis. Assim, elas criam mecanismos para agir diante da realidade, substituindo ações cotidianas pelas ações cumpridas pelo papel assumido. É por meio das brincadeiras que a criança estabelece contato com o mundo físico e social.

Quais são as 3 etapas fundamentais da brincadeira, segundo o desenvolvimento da criança?

De 0 a 2 anos de idade, a criança participa do que chamamos de Jogos de Exercício. Nessa etapa, a criança está adquirindo suas competências motoras e desenvolvendo autonomia. Ela demonstra alegria ao imitar a fala e demanda que os adultos a coloquem no chão. Também revela prazer ao descobrir seu corpo através dos sentidos. E assim, as brincadeiras da criança se desenvolvem em torno da exploração dos objetos através dos sentidos _ e é essencial ter cuidado com artefatos pequeninos, que as crianças tendem a inserir nas narinas, na boca e nos ouvidos! Com os chamados “jogos de manipulação”, a criança fortalece a autoestima.

Entre os 2 e os 7 anos de idade, a simbologia passa a exercer um papel fundamental nas brincadeiras da criança. Daí a preferência por fantoches, desenhos, histórias e “faz de conta”. Nessa fase, a criança já é capaz de produzir imagens mentais e, com a fala, substitui objetos por símbolos. Através desta simbologia, a criança compreende os papéis sociais que integram sua cultura, como o do pai, da mãe, professores, irmãos, entre outros.

A partir dos 7 anos de idade, a criança passa a ter um entendimento melhor sobre seguir regras. Daí a importância de brincadeiras e jogos nos quais a criança desenvolva estratégias para tomar decisões. Desse modo, as crianças interagem socialmente, descobrindo que não são os únicos sujeitos envolvidos nas ações, desenvolvendo a empatia e a capacidade de entender os objetivos de outras pessoas.

Através de jogos com regras, as crianças aprendem também a controlar o comportamento impulsivo. Portanto, de acordo com cada jogo, a criança desenvolve competências para adaptar seu comportamento. Dados os objetivos e a estrutura do jogo, a criança desenvolve sua capacidade de pensar e refletir sobre seus próprios atos, fazendo uma autoavaliação de seu progresso, habilidades e de seu comportamento moral.

Qual é o papel dos adultos para estimular o desenvolvimento infantil?

Diante de tantas ofertas de brinquedos pedagógicos e materiais educativos, é comum que os pais se sintam desorientados sobre o que é mais saudável para os pequenos.

Porém, não há fórmula mágica: cada criança possui um desenvolvimento singular. Cabe aos adultos estimularem a imaginação dos pequeninos, questionando-os e incentivando-os a encontrar soluções para os problemas que surgirão. Por isso, procure instigar seu filho a trilhar seu próprio caminho e se envolver nas brincadeiras! Brincar com alguém reforça laços afetivos, e quando um adulto se dispõe a brincar com as crianças, ele demonstra afeto e eleva o nível de interesse dos pequenos.

Como tornar a tecnologia uma aliada nesse processo?

Para diversos pedagogos, o papel da tecnologia no desenvolvimento infantil ainda é dúbio. Smartphones, tablets e outros artefatos tecnológicos estão por toda parte, e o contato entre as crianças e essas tecnologias acontece cada vez mais cedo. Para pais sobrecarregados, garantir o acesso dos pequenos a smartphones e tablets é uma forma de garantir um pouco de liberdade, deixando as crianças mais calmas.  Além disso, muitos pais acreditam que tornar os filhos hábeis com o universo tecnológico logo cedo é uma forma de prepará-los para o mundo.

Segundo a Pedagogia Waldorf, a utilização precoce e sem limites da tecnologia pode ser altamente nociva para o desenvolvimento infantil. Isso porque as atividades virtuais têm ocupado um espaço maior na vida infantil, fazendo com que um grande grupo de crianças esteja se exercitando cada vez menos, sofrendo com dificuldades para lidar com o próprio corpo e com a obesidade.

Principalmente na primeira infância, é importante que a criança tenha contato sensorial tridimensional com o mundo ao seu redor. Na tela plana dos eletrônicos, o contato sensorial da criança é bastante limitado, o que prejudica o desenvolvimento motor, a linguagem, o aprendizado e a capacidade de lidar com as emoções e com outras pessoas.

Diante desse cenário, como proceder? É importante lembrar que as crianças aprendem pelo exemplo. Pais que vivem conectados o tempo todo devem repensar seus hábitos, incentivando os filhos a adotarem práticas mais benéficas, que incentivem a interação com o mundo real. Antes de presentear seus filhos com tablets e smartphones, busque estimular o uso de bolas, livros, materiais de desenho, bonecas e petecas. Assim, ela estará mais madura acerca dos próprios sentidos e emoções antes de lidar com esses aspectos no mundo virtual.

Brincar não significa apenas ter recreação. Trata-se da forma mais complexa de uma criança se comunicar com o mundo e consigo mesma. Por isso, uma das melhores formas de acompanhar e incentivar o desenvolvimento infantil é proporcionar um ambiente rico para brincadeiras, tanto no âmbito escolar quanto familiar, fazendo com que as crianças explorem diferentes linguagens e desenvolvam sua criatividade, imaginação e uma grande diversidade de habilidades cognitivas.

Brinque com o seu filho e fique atento às atividades oferecidas pela escola! Se você gostou deste artigo, leia também sobre o que é brincar na contemporaneidade e não perca a chance de entender ainda mais sobre os desafios dos novos tempos para a educação do seu filho!

Qual a importância do brincar para o desenvolvimento da criança na educação infantil?

Brincando, as crianças conseguem estabelecer relações sociais, entender sua autonomia, organizar emoções, aprender regras, testar as suas limitações físicas, desenvolver o raciocínio, atenção, imaginação e criatividade. Além disso, brincar desenvolve a aprendizagem da linguagem e habilidade motora.

Qual a importância do brincar nos processos de desenvolvimento e aprendizagem?

Além de proporcionarem momentos lúdicos e prazerosos, possibilitando que a criança resolva pequenos problemas e se sinta motivada em vencer seus próprios limites. Sendo assim, enquanto brinca, a criança está pensando, criando e desenvolvendo, dentre outros fatores, suas habilidades e competências.