O goleiro bruno morreu mesmo

Faz 12 anos nesta sexta-feira (10) que a modelo e ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, Eliza Samudio, foi assassinada em Minas Gerais.

Apesar de o corpo dela não ter sido encontrado, em janeiro de 2013 a juíza do Tribunal do Júri de Contagem, à época, na Grande BH, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, determinou a expedição da certidão de óbito (veja abaixo).

Certidão de óbito de Eliza Samudio — Foto: Reprodução

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a decisão, da qual não cabia recurso, informava que a causa da morte foi declarada por asfixia.

De acordo com investigações da Polícia Civil, Eliza desapareceu em 2010 aos 25 anos e era mãe de um menino que teve com o atleta que, à época, era recém-nascido.

Naquele ano, Bruno era jogador titular do Flamengo e não reconhecia a criança, mas um exame de DNA comprovou a paternidade.

Condenação

Ele foi sentenciado em 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador.

A sentença da juíza Marixa foi lida em 19 minutos. Na decisão, ela disse que a personalidade de Bruno "é desvirtuada e foge dos padrões mínimos de normalidade" e destacou que "o réu tem incutido na sua personalidade uma total incompreensão dos valores".

A magistrada afirmou ainda que "a execução do homicídio foi meticulosamente calculada" e que "Bruno acreditou que, ao sumir com o corpo, a impunidade seria certa".

Por fim, ela lembrou que, assassinada, "a vítima [Eliza Samudio] deixou órfão uma criança de apenas quatro meses de vida".

Para a Justiça, a ex-amante do jogador foi morta em 10 junho de 2010, em Vespasiano, na Região Metropolitana, após ter sido levada à força do Rio de Janeiro para o sítio do goleiro em Esmeraldas, também na Grande BH, onde foi mantida em cárcere privado.

A criança, que foi achada com desconhecidos em Ribeirão das Neves, vive com a avó materna em Mato Grosso do Sul.

O ex-goleiro Bruno chora durante o primeiro dia de julgamento — Foto: Reprodução Globo News

Eliza desapareceu em 2010 e o corpo não foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.

A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi em agosto de 2013 e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha, por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio com Bruno. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.

O crime

Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, não encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).

Prisão por falta de pagamento de pensão

O mandado foi expedido pelo juiz da 6ª Vara de Família e Sucessões de Mato Grosso do Sul, Alexandre Tsuyoshi Ito.

Relembre reportagem do Fantástico em 2013:

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Imagens inéditas mostram Bruno confessar que sabia da morte de Eliza

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A Polícia Civil do Rio investiga o assassinato de Jorge Luiz Lisboa Rosa, primo do ex-goleiro Bruno Fernandes. O rapaz teria sido agredido no dia 31 de agosto em uma comunidade em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Ele foi encaminhado para o Hospital Estadual Alberto Torres, no mesmo município, onde chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos.

Em 2010, Jorge Luiz foi uma das principais testemunhas da morte de Eliza Samúdio. Menor de idade na época, ele revelou que o assassinato ocorreu a mando do então goleiro do Flamengo, mas chegou a mudar seu depoimento algumas vezes.

Segundo a Polícia Civil, a morte de Jorge foi registrada na 74ª DP (Alcântara) e o órgão investiga as circunstâncias do crime. A Polícia Militar informou que não foi acionada para o caso. Já a assessoria de imprensa da secretaria estadual de Saúde confirmou a entrada de Jorge no hospital e sua morte.

Relembre o caso

O assassinato da modelo e atriz Eliza Samudio teve repercussão nacional por envolver o então goleiro titular do Flamengo, Bruno Fernandes. Eliza tinha 25 anos e tinha um filho com o atleta, após se relacionarem em 2009. Depois de conflitos por conta da gravidez e pedidos para que ela fizesse um aborto, Bruno foi denunciado por ela à polícia por agressão. Mesmo após as denúncias, Eliza foi vítima de cárcere privado, estrangulamento e esquartejamento. Além do goleiro, outras pessoas foram condenadas por envolvimento no crime.

O goleiro foi condenado a 20 anos e nove meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza e pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho dos dois. Bruno também havia sido condenado por ocultação de cadáver, pena que foi depois extinta, após a Justiça entender que o crime prescreveu. O filho do casal vive com a avó materna no Mato Grosso do Sul.

Bruno chegou a ser solto em 2017, por uma liminar do Superior Tribunal Federal (STF), quando voltou a jogar futebol pelo Boa Esporte, no Módulo 2 do Campeonato Mineiro. A medida, no entanto, foi revogada, e foi negado um pedido de habeas corpus. Ele se apresentou à polícia em abril de 2017 em Varginha, de onde saiu para cumprir prisão domiciliar em 2019.

Em maio deste ano, a Justiça voltou a decretar a prisão de Bruno por uma dívida de pensão alimentícia do filho que teve com Eliza Samudio.