O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?

O compliance é hoje o principal antídoto das empresas contra os problemas causados pela corrupção e falhas na conduta humana.

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Como mostra a pesquisa Definitive Risk & Compliance Benchmark Report 2021, da Navex (em inglês), as organizações estão cada vez mais atentas a isso.

O estudo revela que, em um ano, cresceu em 29% a quantidade de programas de compliance avançados, enquanto os programas básicos diminuíram em 35%.

Nada acontece por acaso no meio corporativo.

Se os gestores estão avançando em relação ao compliance nas empresas, é porque ele traz resultados concretos.

Alguns desses resultados você conhecerá neste artigo, em que vamos “destrinchar” o conceito de compliance nos seus principais aspectos e esclarecer como colocar compliance em prática.

Continue lendo os tópicos abaixo:

  • O que é compliance?
    • Gestão de riscos
    • Governança corporativa
    • Gestão de processos e negócios
    • Como surgiu o compliance?
  • Qual a importância do compliance?
  • Principais benefícios do compliance
  • Qual a diferença entre compliance e auditoria?
  • Quais os pilares do compliance?
    • Comprometimento da alta direção da empresa
    • Métodos de avaliação de riscos
    • Implantação de política de compliance e código de condutas
    • Controle interno
    • Comunicação e treinamento
    • Canais de denúncia
    • Investigação interna
    • Due Diligence
    • Auditoria e monitoramento
  • Tipos de compliance
    • Compliance tributário
    • Compliance empresarial
    • Compliance fiscal
    • Compliance trabalhista
    • Compliance socioambiental
  • Como implantar o compliance nas empresas?
    • Elaborar um código de conduta
    • Utilizar sistemas de informação que permitam monitorar as atividades
    • Fortalecer rotinas de inspeção
    • Gerir contratos de serviços e materiais para alinhar os níveis estabelecidos pela empresa
    • Investir num processo de padronização da empresa
    • Promover processos de auditoria interna
    • Estruturar a comunicação
  • Qual é a relação entre compliance e LGPD?
  • Quem é o responsável por aplicar o sistema de compliance?
  • Como funciona o mercado de trabalho na área de compliance?
  • Compliance na FIA: confira nossos cursos.

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?

Leia também:

  • Gestão Empresarial: o que é, como funciona e como aplicar
  • Cultura empresarial: qual a sua importância, o que significa e como implantar
  • Consultoria Empresarial: o que é, tipos e como aplicar

O que é compliance?

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Compliance tem se mostrado cada vez mais necessário para as empresas

Compliance é um termo em inglês que, em tradução livre, pode ser interpretado como “estar em conformidade”.

O cenário político no Brasil, especialmente após a aprovação da Lei 12.846/13, conhecida como Lei Anticorrupção, tornou ainda mais evidente a necessidade de um profissional especializado nas grandes empresas.

A legislação obriga as instituições a propor políticas internas de controle bastante rígidas sobre quaisquer possibilidades de fraudes, desvios ou atos de corrupção.

A responsabilidade do profissional aparece tanto na elaboração quanto na execução das normas de compliance da empresa – além de ser de sua competência a divulgação de informações e incentivos para que executivos e colaboradores respeitem os regulamentos.

O principal desafio da área de compliance nas empresas é criar um ambiente organizacional em que nenhuma modalidade de fraude prospere.

Apesar de ser uma área que lida diretamente com legislação, não existe no Brasil qualquer regulação restringindo a advogados ou graduados em Direito a atuação como profissional.

De fato, indivíduos de diversas formações diferentes podem alcançar o sucesso na função, desde que estejam preparados tecnicamente e contem com as habilidades exigidas para o posto.

Esse profissional deve ter uma ética resiliente, capaz de sobressair em situações adversas.

Também são desejáveis boa comunicação e diplomacia, de maneira a transmitir os valores da empresa para todos os colaboradores e mediar possíveis conflitos.

Some a isso ter conhecimento amplo da legislação que compete à instituição.

O compliance officer deve entender bem a cultura da empresa e ser capaz de apontar gargalos e deficiências do processo.

Confira neste vídeo um resumo sobre o que é compliance, sua história, normas de compliance e alguns dos benefícios que essa área pode gerar:

Gestão de riscos

Esse nível engloba tudo que está relacionado aos riscos que podem ameaçar a prosperidade de um negócio no longo prazo.

À gestão de riscos não compete apenas a identificação de eminências potenciais, mas também exige uma postura resolutiva.

Segundo a ISO 31.000, esse é um processo que deve proteger e gerar valor para a empresa.

Ele é composto por quatro fases: identificação, avaliação, mitigação e monitoramento.

Governança corporativa

Essa é a parte mais “executiva” do sistema, por assim dizer.

A governança corporativa serve para estabelecer as regras do compliance, as quais devem guiar a atuação da instituição com seus clientes e pares.

Idealmente, o sistema deve ser composto pelo conselho de administração, conselho consultivo, comitê de funcionários, comitê de clientes e diretoria executiva.

Gestão de processos e negócios

Por fim, mas não menos importante, temos a gestão de processos e negócios.

Estabelecidas as regras com a governança corporativa e cumprida a gestão dos riscos, é preciso otimizar os processos e garantir que cada colaborador domine sua função para que a empresa rode alinhada ao compliance.

Aqui, entram em pauta questões de produtividade, identificando gargalos e desperdícios.

É preciso garantir que a empresa esteja entregando valor aos clientes finais sem custos desnecessários.

Como surgiu o compliance?

Apesar de o termo ter ganhado notoriedade nos últimos anos, muito em razão das denúncias envolvendo empresas brasileiras, o conceito de compliance é antigo e já vem sendo aplicado há muitas décadas.

A data exata de sua origem é motivo de debate, mas muitos autores tomam o ano de 1930 como um marco regulatório para as suas práticas.

Nessa data, foi realizada a chamada Conferência de Haia.

O evento, que estabeleceu o Bank for International Settlements (BIS), espécie de instituição de pagamento e compensações internacionais, tinha o objetivo de delimitar as interações entre os bancos centrais, tornando suas atividades mais seguras e confiáveis.

Para que houvesse um relacionamento correto entre instituições que respondem a diversos estados e legislações variadas, era preciso contar com um código ético que pudesse equalizar essas diferenças.

Foi com isso em mente que, em 1960, a Comissão de Títulos e Câmbios dos Estados Unidos passou a divulgar uma orientação oficial.

Seu objetivo?

Que as empresas dispusessem de um compliance officer, profissional capacitado para criar procedimentos internos de controle, monitoramento e mitigação de atividades suspeitas.

Qual a importância do compliance?

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Evitar sanções à empresa é um dos grandes objetivos do compliance

Como já destacado, o conceito de compliance tem se tornado muito importante em um contexto no qual há cada vez menos tolerância com a corrupção.

O Brasil é, talvez, um dos melhores exemplos nesse sentido.

Basta estar atento ao noticiário nos últimos anos para encontrar referências e diversas empresas citadas em escândalos de corrupção.

Apenas a Petrobras espera recuperar mais de R$ 40 bilhões no âmbito da Operação Lava-Jato – valor esse que corresponde aos prejuízos acumulados sobre a companhia em razão de práticas fraudulentas.

Mas não se pode cometer o erro de acreditar que a necessidade do compliance é restrita ao Brasil.

Relatório (em inglês) divulgado pela Associação de Examinadores Certificados de Fraudes (ACFE, na sigla em inglês) aponta que, em todo o mundo, em 2018, apenas 15% de todos os casos de fraudes em empresas foram detectados por processos internos de auditoria.

A maioria das descobertas está ligada a denúncias de colaboradores (40%), o que revela grande oportunidade para programas de compliance no enfrentamento do problema.

Além disso, em média, os entrevistados pela entidade afirmaram acreditar que até 5% do faturamento das empresas é desperdiçado anualmente em casos de fraude.

Ao considerar o PIB global, a ACFE concluiu, então, que as perdas por essa causa poderiam chegar a incríveis US$ 4 trilhões.

Tais dados são definitivos para atestar a importância das normas de compliance.

Mas há outros aspectos a considerar nessa análise.

Em um mundo cada vez mais conectado, a falta ou deficiência no controle da empresa pode resultar no vazamento de informações confidenciais.

Por isso, a questão do armazenamento em cloud computing (em nuvem, de forma remota) deve ser avaliada dentro da gestão de riscos, parte integrante de uma política bem-feita.

Quando falamos em “ser” ou “estar” em compliance, isso vai além de manter prazos e entregar um produto que esteja de acordo com o que foi anunciado.

O risco de atuar sem compliance é grande, podendo acarretar sanções legais ou financeiras à instituição.

Esse tipo de conduta, em última instância, pode extinguir uma organização, seja pelos altos custos das multas e penas impostas, seja pela perda total de sua reputação.

Principais benefícios do compliance

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Estratégia de maior controle interno gera diversos benefícios às empresas

No ambiente corporativo, a ausência de ética e transparência sempre causa reações e efeitos indesejados, seja em curto, médio ou longo prazo.

As consequências podem aparecer quando for tarde demais para reparar o estrago, que, em alguns casos, é irreversível.

O compliance é uma forma de proteger uma empresa dos danos em potencial gerados pela falta de processos em conformidade.

É por isso que 34% das instituições contam com parcerias para conduzir as atividades desse setor, como mostra o relatório Cost of Compliance 2021: Shaping the Future, da McKinsey (em inglês).

Elas fazem isso não apenas para evitar sanções e penalidades, mas pensando nos benefícios que as organizações que respeitam as regras do jogo percebem.

Confira a seguir alguns deles.

Delimitação de práticas e ações alinhadas aos valores da empresa

Empresas são entidades vivas, orientadas por princípios e valores próprios – ao desviar-se deles, podem se corromper.

O compliance é uma espécie de guardião desses valores, mantendo as operações e as estratégias sempre em consonância com a postura desejada.

Ela blinda o negócio contra tentativas individuais de burlar as leis, de modo a evitar que a maioria pague o preço pelas falhas de uma minoria.

Também protege de iniciativas que, mesmo não sendo eticamente reprováveis, vão de encontro àquilo que a empresa acredita ser o melhor.

Preservação da integridade civil e criminal

Enquanto fundamento para a prática empresarial, o compliance é um mecanismo anti-corrupção.

O relatório Corporate Anti-corruption Compliance Drivers, Mechanisms and Ideas for Change (em inglês), da OCDE, enfatiza a importância desse setor para evitar, por exemplo, a prática do suborno.

O estudo aponta que, para 91,1% das empresas, é nas interações dos seus líderes com os órgãos do governo que o risco de corrupção é maior.

No Brasil, o noticiário revela o tempo todo os prejuízos causados pela ação de agentes públicos corruptos, bem como os danos que causam às empresas que se associam a eles.

Esse tipo de aliança nefasta gera complicações não só no nível patrimonial, mas principalmente no nível da responsabilidade civil e criminal, culminando em processos e detenções.

O compliance é o conjunto de métodos e ferramentas que uma empresa pode usar para evitar que isso aconteça.

Identificação de riscos

Não é por acaso que os departamentos de compliance têm a palavra riscos agregada.

Embora diferentes por natureza, Riscos e Compliance (RC) devem estar sempre no radar dos gestores de um negócio.

Quem se antecipa aos riscos minimiza prejuízos ou impede que eles possam se materializar.

Muito melhor do que viver apagando incêndios, não é mesmo?

Aumento da eficiência

Regras não são criadas apenas para impedir fraudes.

Elas existem para estabelecer os parâmetros de uma certa atividade, de modo a garantir a sobrevivência e a competitividade em um setor do mercado.

Jogar conforme as regras por meio do compliance e da governança corporativa é também uma maneira de se tornar mais competitivo.

Outra consequência desejável é o aumento da eficiência, até porque quem preza pela integridade larga na frente para produzir mais e melhor.

Ganho de produtividade

Falando em produzir mais, é quase inevitável que isso aconteça nas empresas que mantém um setor de compliance.

Um exemplo disso é o que fazem os escritórios contábeis que, ao seguirem as práticas recomendadas de conformidade, registram ganhos de produtividade de 65% a 90%.

Isso acontece porque uma das bases da estratégia é a eliminação de processos ineficazes ou que possam abrir brechas para fraudes e desvios.

Aumento da vantagem competitiva       

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
O compliance pode tornar os processos de uma empresa ainda mais eficazes

Segundo o professor Michael Porter, vantagem competitiva é a condição em que uma empresa se encontra acima dos concorrentes, oferecendo soluções que eles não podem copiar ou igualar.

Um setor de Riscos e Compliance abre as portas para que uma empresa melhore seus processos, de modo que eles sejam não só mais éticos e seguros, como mais eficazes.

A partir disso, ela se habilita a implementar o mindset de melhoria contínua, podendo assim superar a concorrência, a ponto de ela deixar de ser uma preocupação.

Construção de uma cultura organizacional

Se os valores são um dos pilares que sustentam uma empresa, a cultura organizacional é a substância que preenche esta construção.

A cultura é a manifestação diária daquilo que uma organização, enquanto entidade viva, quer para si e para as pessoas que farão parte dela no futuro.

Medidas de compliance são fundamentais para a preservação da cultura empresarial, orientando as pessoas em relação às melhores práticas.

É também um caminho para mudar a cultura naquelas empresas que eventualmente precisem melhorar nesse sentido.

Qual a diferença entre compliance e auditoria?

Compliance, como vimos, é o conjunto de procedimentos e regras que tem como objetivo manter a organização em linha com as normas vigentes, sejam elas legais ou internas.

Para ser bem-sucedido, seu programa precisa ter a adesão de todos os colaboradores da empresa e integrar a cultura organizacional.

Já a auditoria, que pode ser interna ou externa, é um processo específico de fiscalização do cumprimento das normas às quais a empresa está submetida.

Pode ser uma auditoria oficial, como as fiscalizações da Receita Federal, ou uma auditoria interna para detecção de erros em processos.

Quais os pilares do compliance?

A estratégia deve ser sustentada por alguns pilares sobre os quais os mecanismos de controle, detecção e prevenção de fraudes e irregularidades se apoiam.

A seguir, confira alguns pilares do compliance compilados a partir das regras do Decreto 8420/15:

Comprometimento da alta direção da empresa

Esse é um dos principais pilares do compliance, pois a mudança deve começar de cima.

Sem a adesão e o comprometimento dos executivos da empresa, incluindo os conselheiros, não é possível implantar uma política interna.

Ao apoiar o programa, a alta direção dá o exemplo e estimula a adesão dos demais membros da organização.

Métodos de avaliação de riscos

As empresas correm diferentes tipos de riscos, tanto econômicos quanto regulatórios ou de reputação.

Os riscos estão relacionados aos prejuízos causados pelo não cumprimento de regras legais e normas éticas, tanto internas quanto externas.

Um bom programa de compliance deve contemplar métodos de avaliação que mapeie a natureza e a extensão dos riscos aos quais a organização está exposta.

Esse método tem um nome: Compliance Risk Assessment (CRA), um roteiro que deve ser executado periodicamente pelo compliance officer e pela alta liderança.

Implantação de política de compliance e código de condutas

Os padrões de conduta, que incluem política de integridade e transparência, devem ser estabelecidos em um documento formal, estendido inclusive a terceiros.

Além de manter a conformidade legal, o código de conduta contribui com a criação de uma cultura organizacional íntegra que estimula comportamentos éticos.

Conforme o Decreto nº 8.420/15, empresas que adotam programas de integridade podem ter multa reduzida em eventuais condenações resultantes de processos administrativos.

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?

Controle interno

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Este é um dos pilares do compliance

Diversos instrumentos de controle interno podem ser adotados a fim de evitar a ocorrência de eventos que possam materializar um risco, seja ele regulatório ou de reputação.

A partir dos mecanismos de controle, os gestores acompanham a rotina da empresa perante as obrigações externas e o próprio código de conduta.

Nesse aspecto, a tecnologia pode ser útil.

Por meio de sistemas informatizados, o controle interno pode coletar e processar informação em tempo real sobre as diversas áreas de atuação da empresa.

Comunicação e treinamento

Um programa de compliance não terá efetividade sem comunicação e treinamento.

Todos os colaboradores da empresa devem entender as regras e saber o seu papel no cumprimento delas.

A ideia é criar uma cultura organizacional orientada para as conformidades legais e éticas.

Deve refletir na rotina de cada membro da organização.

Para tanto, os treinamentos precisam ser periódicos, a fim de garantir a adaptação e o aprimoramento do programa e fazer ajustes quando necessário.

Canais de denúncia

Mesmo que uma empresa tenha um programa que usa inteligência artificial para patrulhar diferentes setores da organização, podem ocorrer desvios de conduta imperceptíveis ao sistema.

Os canais de denúncia, nesse caso, são um mecanismo que ajuda no controle e na identificação de eventuais problemas.

Os canais devem ser abertos aos colaboradores e a terceiros, e precisam garantir a proteção dos denunciantes.

Investigação interna

Caso seja captado algum desvio que viole o programa de compliance, a empresa deve proceder imediatamente uma investigação interna.

O objetivo é interromper as irregularidades encontradas ou infrações detectadas e tomar as medidas cabíveis.

Due Diligence

A due diligence (diligência prévia) consiste na avaliação de organizações que tenham algum vínculo com a empresa em casos de terceirização, consórcios, joint venture, etc.

É um processo muito comum em operações de Mergers and Acquisitions (M&A), ou fusões e aquisições.

A ideia é investigar as condições precedentes de um negócio e avaliar se vale ou não a pena seguir com a negociação.

Auditoria e monitoramento

Por fim, através da auditoria e do monitoramento constante, o programa de compliance tem condições de manter o negócio dentro dos limites da lei e em conformidade com o código de conduta.

A partir do monitoramento contínuo, fica mais fácil aperfeiçoar os métodos de prevenção, detecção e combate às irregularidades que possam prejudicar a empresa, tanto do ponto de vista econômico quanto de reputação.

Tipos de compliance

No Brasil, as instituições financeiras foram as primeiras a inserir esses programas nos planos estratégicos.

Com o tempo, organizações de outros setores também passaram a adotar iniciativas de conformidade, seja por exigência regulatória ou por necessidade de mercado.

Atualmente, os principais tipos são:

  • Compliance tributário
    • Compliance empresarial
    • Compliance fiscal
    • Compliance trabalhista
    • Compliance socioambiental.

Vamos falar mais detalhadamente sobre eles agora.

Compliance tributário

Trata-se de um conjunto de regras internas que tem como objetivo garantir a conformidade das empresas perante a legislação tributária.

Engloba tanto as obrigações tributárias principais (relacionadas ao correto pagamento dos tributos), quanto as acessórias (relatórios detalhados das atividades tributárias).

Além de garantir o cumprimento das obrigações perante os órgãos governamentais, o compliance tributário evita o pagamento desnecessário de impostos, tornando a empresa mais competitiva.

Compliance empresarial

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Programa de compliance para as empresas

A estratégia pode ser adotada por diferentes organizações: governos, ONGs, associações e empresas.

O compliance empresarial, portanto, é o conjunto de regras cujo propósito é manter a empresa em conformidade com as regras legais e boas práticas.

Empresas que criam programas conquistam a confiança do investidor, têm credibilidade no mercado, evitam ações judiciais e criam um ambiente saudável para se trabalhar.

Saiba mais sobre a sua importância na gestão empresarial nesta palestra no canal da FIA no YouTube.

Compliance fiscal

O compliance fiscal é o conjunto de regras que tem como objetivo adequar a empresa às normas fiscais vigentes.

Tem relação direta com o tributário.

Enquanto o setor tributário cuida da apuração e recolhimento dos tributos e das obrigações acessórias, o departamento fiscal cuida de toda escrituração fiscal e inserção de dados no sistema de gestão.

Tanto o compliance fiscal quanto o tributário visam a garantir a conformidade perante o Fisco, evitando prejuízos com pagamento indevido de impostos ou multas por erros e atrasos.

Compliance trabalhista

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Fugir de embaraços judiciais é um dos ganhos com programas de compliance

Do recrutamento à eventual demissão, as empresas precisam manter todos os aspectos trabalhistas dentro da legalidade para evitar dores de cabeça com processos judiciais.

Com o compliance trabalhista, é possível estabelecer um conjunto de normas e condutas que garantem o cumprimento das leis, dos acordos coletivos e do plano de cargos e carreiras.

Além de observar a legislação, o trabalhista deve abranger também temas como segurança do trabalho, promoção e integração, respeito à diversidade, dentre outros aspectos.

Saiba mais nesta palestra publicada no canal da FIA no YouTube:

Compliance Socioambiental

A legislação ambiental no Brasil prevê penalidades administrativa, civil e penal para quem degrada o meio ambiente.

Além das sanções cabíveis, empresas que não cumprem a lei também são mal vistas pelos investidores e consumidores.

Diante disso, estar em conformidade com as regras ambientais e desenvolver políticas que valorizem a comunidade local são atribuições do compliance socioambiental.

Trata-se de um conjunto de regras que garantem o cumprimento da lei e o comprometimento da organização com a agenda ESG.

Na sequência, vamos ver como colocar compliance em prática.

Como implantar o compliance nas empresas?

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Elaborar um código de conduta pode ser o primeiro passo para iniciar a estratégia de compliance

Quer entender como colocar compliance em prática?

É função da alta administração dar o pontapé inicial para a implantação de um programa nas empresas.

O primeiro passo é buscar um profissional dentro ou fora da diretoria que tenha as habilidades desejáveis para a função.

Essa pessoa deve ser diplomática e se mostrar capaz de dialogar com os diferentes setores da organização, sem abrir mão da ética na tomada de decisões.

Se não houver nenhum colaborador com esse perfil dentro da organização, talvez seja o caso de abrir um processo seletivo externo para buscar um compliance officer.

Após selecionado, o responsável pela área deve realizar uma análise de riscos para entender quais serão os desafios de implantar um programa na organização naquele momento.

A partir disso, ele vai montar um plano de ação para que a transição seja feita da melhor forma possível.

Paralelo à formulação de um código de conduta, o officer deve manter uma gestão de riscos das práticas do dia a dia, além de um trabalho de conscientização dos diretores e demais colaboradores sobre a importância de ser e de estar em compliance.

Elaborar um código de conduta

Organizações pautadas em códigos de conduta transmitem uma imagem de credibilidade para seus clientes e parceiros.

A elaboração e fiscalização sobre a aplicação desse tipo de norma é uma das responsabilidades dos profissionais da área.

Em certos casos, contar com essa normativa faz toda a diferença ao concorrer em licitações, por exemplo.

Além disso, códigos alinhados às boas práticas de compliance são um “repelente” contra parcerias lesivas e potenciais fraudadores nos quadros institucionais.

Utilizar sistemas de informação que permitam monitorar as atividades

Como vimos, a automação é parte das medidas a adotar, especialmente em áreas como marketing, contábil, jurídica e de gestão de pessoas.

Nesta última, os sistemas implementados em resposta às medidas preventivas de RC eliminam o trabalho manual, impedindo assim problemas como adulteração de documentos.

Também ajudam a monitorar as atividades diárias, possibilitando conferir em tempo real se os prazos estão sendo respeitados, bem como os processos.

Fortalecer rotinas de inspeção

Em certos segmentos, é necessário não só monitorar as atividades, como inspecionar in loco o que acontece nos locais de trabalho.

Na indústria, o sucesso depende das rotinas de chão de fábrica, que estão sempre sujeitas a falhas, tanto humana quanto dos equipamentos.

Um setor de RC pode orientar no sentido de antecipar essas falhas, podendo instituir rotinas de manutenção preventiva e inspeções de segurança.

Gerir contratos de serviços e materiais para alinhar os níveis estabelecidos pela empresa

Service Level Agreement (SLA) é um tipo de contrato no qual a empresa deixa claro para o cliente que tipo de serviços deverá prestar.

Nele, devem estar previstos os seguintes tópicos:

  • Detalhamento dos serviços a serem prestados
  • Definição de direitos e deveres para ambas as partes
  • Tempo de resposta para resolução de problemas
  • Regras para tratar de disputas
  • Penalidades em casos de não conformidade.

Todos esses pontos podem ser esclarecidos com mais consistência quando a empresa conta com profissionais de compliance.

Investir num sistema de padronização da empresa

A falta de processos leva a perdas, porque as pessoas não sabem exatamente o que acontece entre o início e o fim de uma operação.

Um setor de compliance responde bem a esse tipo de desafio, levando a uma necessária padronização das atividades.

Ajuda também a implementar sistemas automatizados, a fim de reduzir a exposição à falha humana em processos de rotina, padronizando-os.

Promover processos de auditoria interna

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
O conceito de compliance

Uma das primeiras medidas adotadas nas empresas que não contam com profissionais dedicados ao compliance são as auditorias internas.

Elas são autênticas varreduras em processos e rotinas, que servem para identificar focos de falha ou eventuais pontos cegos que possam dar margem à ação de fraudadores.

Trata-se de uma medida indispensável para que uma empresa seja creditada pelos órgãos de qualidade, com especial destaque para a certificação ISO 9001.

Estruturar a comunicação

Não seria possível formar um ambiente salutar de respeito às regras se não houvesse um fluxo de comunicação ininterrupto.

Com o compliance, fica mais fácil definir de onde a comunicação parte na empresa, para quem ela deve ser dirigida e os seus respectivos canais.

Assim, diferentes negócios podem implementar também a cultura do feedback, na qual todos são estimulados a participar com suas críticas e sugestões.

Qual é a relação entre compliance e LGPD

Na era digital, em que a informação se tornou um ativo de grande valor, surge a LGPD (Lei Geral de Proteção dos Dados).

O objetivo é proteger os dados pessoais, principalmente sensíveis, e responsabilizar organizações por eventuais vazamentos.

Dentro de um programa de compliance, as empresas devem estabelecer critérios para tratar e armazenar, com o devido cuidado e segurança, dados pessoais de seus clientes e colaboradores.

Afinal, a estratégia consiste em fazer o que é certo, de acordo com as determinações legais e com as boas práticas.

Quem é o responsável por aplicar o programa de compliance?

A autoridade máxima desse departamento ou setor é o chamado compliance officer.

Este profissional é responsável por implementar as práticas a serem observadas em todos os setores, desde os mais altos escalões até os de apoio.

A partir das suas orientações, podem se formar subdivisões do compliance dentro de uma empresa, dependendo do nicho em que atua e dos riscos que precisa enfrentar.

Como funciona o mercado de trabalho na área de compliance?

O mercado de trabalho na área vai bem, obrigado.

Como mostram as estatísticas, as empresas estão investindo cada vez mais em programas nesse sentido, quando não na estruturação de departamentos inteiros.

Os salários também estão em crescimento.

Segundo o site vagas.com, um compliance officer ganha, em média, R$ 15.000 mensais.

O site Glassdoor, por sua vez, conta todos os cargos nessa área, informando nesse caso uma média salarial de R$ 6.025.

Compliance na FIA: confira nossos cursos

Você pode entrar no crescente mercado de trabalho de compliance, caso se prepare adequadamente.

A FIA oferece cursos de pós-graduação e MBA nessa área que exige profissionais altamente qualificados.

Confira:

●     Compliance Sustentável
●     Investigações Corporativas e Compliance
●     Pós-Graduação Gestão de Riscos de Fraudes e Compliance
●     Gestão De Riscos e Compliance
●     MBA Gestão de Riscos de Fraudes e Compliance.

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?

Conclusão

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa?
Qualificação em compliance abre diversas portas no mercado de trabalho

Não é à toa que o compliance tem ganhado destaque na imprensa e dentro dos ambientes administrativos, não raro aparecendo neles como uma demanda de primeira urgência.

Seus benefícios são claros para todos que entram em contato com o conceito.

Afinal, são várias as situações prejudiciais para a organização que podem ser evitadas com um programa bem estabelecido.

Além do ganho em produtividade, há um ganho enorme em reputação.

Em um mundo globalizado, que cada vez mais aperta o cerco contra a corrupção, o compliance repercute em maior competitividade para a empresa, que se mostra comprometida com um consumo ético e sustentável.

Dessa forma, é também uma oportunidade promissora como profissão do futuro.

Se você deseja atuar na área, o primeiro passo é se qualificar para tanto.

A FIA BUSINESS SCHOOL possui cursos de extensão no tema, além de uma pós-graduação em Gestão de Riscos de Fraude e Compliance e até mesmo um MBA na mesma área.

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O que é compliance e qual a sua importância?

Com origem no verbo inglês “to comply”, que quer dizer cumprir, obedecer, estar de acordo, define-se Compliance como seguir as leis, normas e procedimentos internos das organizações, além de parcerias éticas, seja com o setor público ou privado e seus fornecedores.

O que é o compliance e qual a sua importância na governança corporativa de exemplos?

O compliance visa o cumprimento da legislação e das boas práticas do setor em que a empresa atua para evitar inconformidades e mitigar possíveis riscos de operação. Ou seja, é do compliance o papel de manter os princípios éticos na empresa.

Qual é a importância do compliance?

Importância do compliance empresarial para uma gestão O compliance empresarial funciona como um norte para os gestores. Afinal, é a partir de procedimentos pré-determinados que ele poderá coordenar, gerenciar e cobrar sua equipe para que os processos estejam de acordo com a lei e com os objetivos da empresa.

Qual a importância da compliance nas empresas?

E por que é importante? Esta é a importância do Compliance nas Empresas: possuir a garantia de que seu quadro de colaboradores e terceiros agem de forma ética e correta, e que, em caso de fraudes, tem um arcabouço de práticas que garantam a adequada correção dos desvios cometidos.