O que seria possível fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas grandes cidades?

Pela primeira vez na história da humanidade, de acordo com o relatório das Nações Unidas sobre deslocamento demográfico, mais de 50% da população mundial vive nas metrópoles. Historicamente, esse êxodo é compreensível, já que as pessoas migram em busca de melhores oportunidades, empregos, educação, e qualidade de vida. Em termos sociais, no entanto, há um grande ônus acarretado por esse processo.

Para aqueles que vivem em cidades de países em desenvolvimento o problema fica mais evidente. Sua população é mais vulnerável a riscos de saúde, segurança e questões ambientais. Já em países industrializados, a migração em massa da população urbana para os subúrbios, leva a outro fenômeno: o declínio da região central de várias cidades.

A criação de uma nova infra-estrutura para os desafios dessas cidades e assim reverter e revitalizar esses centros urbanos implicaria em investimentos globais de  US$ 53 trilhões nos próximos 35 anos, como relatado pela OECD (Organization for Economic Cooperation and Development). Embora pareça ser muito dinheiro, este montante só seria suficiente para cobrir despesas para melhorias de infra-estrutura básica, como rodoviárias, ferroviárias, telecomunicações, eletricidade e água.

O desafio, aqui, é pensar além da questão econômica.  É indispensável focar em um  planejamento para antecipar problemas futuros e ao mesmo tempo lidar com as necessidades atuais. Um planejamento adequado se traduz em um design mais integrado e abordagem de entrega de um projeto de construção que, no Reino Unido, de acordo com um estudo do Tesouro de Sua Majestade (HM), resultou em 89% de projetos entregues dentro do prazo, ou com antecedência. Da mesma forma, de acordo com um estudo do CBC  (Conference Board of Canada), esses projetos integrados promoveram ganhos em eficiência de até 61.2% sobre os feitos de forma convencional. No entanto, isso requer olhar para os projetos através de uma lente mais ampla; um olhar para as cidades em sua totalidade, um sistema de sistemas ao invés de focar em partes individuais.

Esta tendência para urbanização representa uma oportunidade de aumentar a eficiência energética, reduzir o consumo geral de recursos e reduzir as emissões de CO2 per capita. Por outro lado, ela também representa uma oportunidade de perpetuar padrões insustentáveis de desenvolvimento, causando danos a ecossistemas sensíveis e colocando mais pessoas em risco como resultado das mudanças climáticas, quando o planejamento holístico não é uma prioridade.

Começar hoje a pensar onde as pessoas querem estar em 10 ou 15 anos pode ser o princípio de uma solução. A partir daí, deve-se elaborar os projetos de acordo com as metas propostas coletivamente, ao invés de desenvolvê-los de maneira isolada.

O que seria possível fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas grandes cidades?

Fonte: Corbis

Tecnologia em combinação com colaboração social

Todo cidadão tem um conceito de sua cidade perfeita.  Embora seja difícil listar os critérios, a possibilidade de visualizar essa cidade perfeita é fundamental, pois muda a forma de executar do projeto. A ideia não é e não pode ser apenas de um indivíduo. Tipos de ferramentas necessárias devem permitir a participação de comunidades inteiras a participarem de colaboração em tempo real.

Se os cidadãos e partes interessadas não têm um entendimento pessoal do que aquilo significa para elas, logo pensam que aquilo não irá lhes impactar e talvez não contribuirão para um objetivo final. Assim, com uma possibilidade remota de interagir com o futuro, as pessoas se distanciam dele por não gostarem de mudanças.

Muitos dos desafios e oportunidades que irão definir as nossas cidades no início do século XXI já podem ser visualizados em 3D, e não como um desenho abstrato no papel. Hoje as tecnologias de projeto podem ajudar a criar uma representação visual de como gostaríamos que essa cidade fosse; lidando com abordagens holísticas no planejamento, projeto e construção. À medida que avançamos e colaboramos como a sociedade para trabalhar para a superação de desafios, devemos entender o que é possível hoje com a tecnologia – o que pode nos ajudar a planejar, visualizar e tirar as melhores idéias para nossas desejadas futuras cidades.

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Redação Vida Equilíbrio

O que seria possível fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas grandes cidades?

Professor da AESEBusiness School e do I.I.M.Rohtak, Índia. Autor do livro “O Despertar da Índia”

Nas cidades pequenas, com menos de um milhão de habitantes, tudo é mais acessível, sobretudo se há uma boa integração dos meios de deslocação coletiva dentro dela. Nas grandes tudo é mais exigente.

Penso na vida árdua de quem vive nas grandes cidades, em particular dos pobres. As deslocações de um extremo ao outro, demoradas e com os seus custos, farão optar quando possível por ocupações profissionais no local onde vivem, mesmo menos compensadoras. Os organismos de Governo local, aqui na Índia, estão a dar a maior atenção a tais problemas, tentando melhorar a situação dos transportes intra-cidades.

Nas cidades pequenas, com menos de um milhão de habitantes, tudo é mais acessível, sobretudo se há uma boa integração dos meios de deslocação coletiva dentro dela.

Em Lisboa como noutras cidades há passes multi-modais que permitem tomar diferentes meios de transporte, conforme a conveniência. E se não há motivos fortes para se deslocar em carro próprio, pode fazer-se com eficiência nos transportes coletivos.

O Metropolitano é uma grande ajuda

Nas cidades paquidérmicas como Delhi, deu boa prova de rapidez e conforto o metropolitano, com longos troços à superfície, nas partes novas da cidade, e subterrâneos nas zonas antigas, mais populosas e de maior tráfego. O seu valor percebido despertou grande interesse e levou a lançar um vasto Programa de metropolitanos nas grandes cidades da Índia.

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A rapidez da construção e a perfeição do seu funcionamento, fizeram que em menos de 20 anos do seu lançamento, ele se estenda por mais de 400 kms. A capacidade de planeamento e realização demonstradas pelo seu Primeiro Presidente, o  Dr. Shreedaran, a ponto de terminar as duas primeiras fases com quase 2,75 anos de antecipação sobre a data estipulada, e estritamente dentro dos custos orçamentados, fizeram acreditar que era possível na Índia fazer obras de grande envergadura, com qualidade, rapidez e a custos controlados. É o meio de transporte muito utilizado, a custos acessíveis e com grande frequência de circulação de comboios (de 2 em 2 minutos, 6 carruagens, nas horas de maior tráfego).

Inevitável fazer beneficiar as outras grandes cidades das vantagens de um extenso metro. Estão assim a avançar com rapidez as obras do metro de Mumbai, com troços já em funcionamento. Também o Metro de Bangalore, de Chennai, de Hyderabad, de Kolkota, de Pune e de Jaipur vão a boa velocidade.

Em complemento, todas as grandes cidades tem uma rede de autocarros, com e sem ar condicionado, em paralelo com os comboios nalguns casos. Viajam sempre superlotados e há muito ultrapassaram o tempo da sua vida útil. Para se chegar ao destino final, à ultima milha, organizam-se com espontaneidade serviços de ricksaws ou de táxis, dos pontos de afluência para onde organismos administrativos, atrativos turísticos e comerciais ou hoteleiros se situam.

Apesar disso tudo, a vida não deixa de ter a sua dureza com longas deslocações e, muitas vezes, com calor e chuva.

Ordenamento do território e planos para o futuro

É da maior importância um bom ordenamento do espaço, com a criação de polos de certa autosuficiência, dentro da grande cidade. Melhor ainda se eles são pensados e começados com antecedência, para que tudo cresça de modo harmónico. Assim, quem procura trabalho pode ter em conta um local de residência onde encontre serviços que necessitará, como as escolas para os filhos, os centros de saúde, hospitais, mercados e zonas comerciais.

Uma ideia assim levou à criação de duas cidades satélites de Delhi: Noida e Gurgaon. Essas cidades cresceram sem medida, dadas as muitas atividades de IT e I&D que lá se foram instalar. Têm autonomia e vida própria e o metro de Delhi tem extensões para elas e para outras pequenas cidades que se desenham nos arredores da Grande Delhi.

Cada Estado terá, suponho, um plano para ordenar o desenvolvimento futuro, fomentando o surgir de cidades de média dimensão ou pequenas, com vida própria, com indústrias, serviços, zonas residenciais, entertainment, mercados de abastecimento de produtos agrícolas e alimentares, etc. Estando nelas, as pessoas  não terão porque mudar-se para as grandes cidades.

Tal planeamento é urgente, com os dados que se dispõem, mas virado para o futuro, com a previsão de futuras Instituições de carácter social, como as Escolas, Universidades e Institutos Universitários de prestígio, Hospitais, que se instalarão na sua área de influência.

Com os progressos tecnológicos e a sua rápida difusão a ter lugar na Índia é de prever que apareçam muitas cidades-inteligentes, amigas do cidadão, que tornem a sua vida mais suportável. Talvez com lentidão nos primeiros passos, mas com rapidez depois, uma vez adquirida experiência e estando a tecnologia mais madura. As fontes de energia renovável são como uma obrigação, já com elevada procura e custos a decrescer, no campo solar, eólico e hidráulico. Falta uma contínua R&D para melhorar a eficiência de captação e transformação, sobretudo na energia do sol.

As empresas de ITC-Tecnologias de Informação e Comunicação na Índia continuam a aumentar os novos recrutamentos e formação de efectivos, treinando-os para os desafios da digitalização, da Inteligência Artificial, das Máquinas a aprender, dos big data, etc., para se criar a infraestrutura que as cidades inteligentes irão utilizar tanto para identificar problemas e encontrar-lhes soluções, como para melhorar incessantemente as condições de vida dos cidadãos, para as fazer mais saudáveis, menos estressantes e a baixos custos. Há um plano para se começar com 100 smart-cities, e ampliar depois para 4.000. Não falta ambição.

Delhi, 24 de Outubro de 2019

O que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida nas grandes cidades?

Como melhorar a qualidade de vida de um bairro?.
Implante academias ao ar livre. ... .
Ofereça aulas de ginástica gratuitas para a terceira idade. ... .
Instale um playground para as crianças. ... .
Reconstrua as praças públicas. ... .
Cuide da arborização do bairro..

O que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida da população?

Cuidar da saúde mental é tão importante quanto do corpo. Realizar leituras frequentes, praticar uma atividade onde o pensamento tenha que ser estimulado – como yoga ou pilates, por exemplo, são maneiras de manter a mente sã e melhorar a qualidade de vida.

Como é a qualidade de vida nas grandes cidades?

Talvez o maior benefício de morar em cidade grande seja ter facilidade para encontrar todo tipo de produto ou serviço com muito mais facilidade que no interior. Ao contrário do que acontece em municípios menores, sempre tem algum estabelecimento aberto, mesmo de madrugada.

O que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida no Brasil?

Adote hábitos saudáveis: alimente-se de maneira saudável; não fume; evite café e bebidas alcoólicas em excesso; não dirija após ingerir bebida alcoólica; procure dormir 8 horas diárias; faça atividades esportivas e de lazer regularmente; resolva problemas de forma racional, encarando-os positivamente; administre seu ...