Quais as características das cidades fundadas pelos padres jesuítas

Origem:

As missões jesuíticas foram uma iniciativa da Igreja Católica no mundo, com o objetivo de conter o avanço do protestantismo e disseminar o catolicismo pelo mundo. Suas principais regiões de atuação foram China, Índia, África e Américas. A Companhia de Jesus, Ordem a quem pertenciam os padres jesuítas, foi fundada pelo Padre Inácio Loyola em 1534, no contexto da Contrarreforma Católica.

Nas Américas, teve sua difusão pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, ao Peru e 1567, ao México 1572, e à Nova França (região que hoje compreende parte do território dos EUA e do Canadá) em 1611. Dentre a sua chegada até a decretação do fim da ordem da Companhia de Jesus, pelo papa Clemente XIV em 1773, os jesuítas alcançaram grande desenvolvimento e organização econômico-social entre os índios e com eles, erigindo grande aldeamentos, denominados de reduções. Tal desenvolvimento, foi considerado por muitos estudiosos, como uma verdadeira utopia da história.

Houve, em um contexto geral, várias estruturas organizacionais de reduções, sem um padrão definido, devido à diversidade e o contexto geográfico onde elas se estabeleceram e ao longo do tempo. Nas reduções mais expressivas, as localizadas entre as fronteiras do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, foram construídas 30 reduções, se observa um padrão de organização das construções. Sua estrutura reunia, no entorno da praça, moradias, igreja, colégio, oficinas, cotiguaçu, cabildo, cemitério, uma quinta, um pomar e uma adega. Sua população podia alcançar cerca de 7 mil indígenas, e dois ou três jesuítas. Quando a população atingia 7 mil habitantes, metade destes de deslocavam para montar uma nova redução. Conforme pode ser observado na foto da maquete que se encontra no museu do parque histórico da redução de São Inácio, no estado de Missiones, Argentina, há alguns dos elementos mencionados acima representados:

Quais as características das cidades fundadas pelos padres jesuítas

onde:

  1. Igreja;
  2. Praça maior. Ao centro, em algumas reduções, se instalava uma grande cruz e uma estátua do santo protetor, ou o centro era livre, com cruzes nos quatro cantos da praça;
  3. Cabildo e casa do cacique. O cabildo era o gestor da redução, eleito pela comunidade. Distribuía as atividades de trabalho entre os índios, tinha “mandado” de um ano, era eleito um ano antes de iniciar seu exercício para já iniciar seu aprendizado de gestão juntamente com o cabildo do exercício.
  4. Clautro. Era a região onde estava ficava a escola e catequese, a casa dos padres, do arquiteto da obra de construção e algumas das oficinas de trabalho;
  5. Cemitério.
  6. Casa dos órfãos e viúvas. Estes eram cuidados por toda a comunidade;
  7. Casas de índios.

Esta organização tinha algumas poucas variantes de posicionamento dos prédios, arquitetura da igrejas, e orientação norte ou sul. Os jesuítas possuíam grande conhecimento de Astronomia, o que pôde ser observado nos levantamentos realizados pelo fato de as igrejas estarem exatamente com o mesmo alinhamento, poucos graus voltados para o norte.

Interligadas por caminhos, as Reduções formavam um complexo sistema que incluía áreas de florestas, estâncias e ervais. O cotidiano missioneiro combinava a adoção de um modo de vida ocidental e cristão com a manutenção de práticas culturais indígenas, por eles perpetuadas nas Reduções e por meio do contato com os Guarani que permaneceram nas matas. Todas as reduções eram auto-sustentáveis, e uma extensa rede de trocas era realizada entre as Reduções, de forma que em todas possuíam os mesmo produtos produzidos em diferentes localidades.

A decadência das Missões iniciou com o acordo entre as coroas de Portugal e Espanha (Tratado de Madri, 1750), que previa a entrega dos Sete Povos das Missões aos portugueses e da Colônia de Sacramento (território do Uruguai) aos espanhóis. Os Guarani missioneiros se revoltaram, porém foram derrotados pelo exército formado pelas duas coroas (Guerra Guaranítica, 1753-1756). Após a expulsão dos jesuítas, em 1767, as reduções foram ocupadas por moradores locais. Em outras localidades não houve guerras, apenas o abandono por parte dos jesuítas.

As reduções permaneceram habitadas até o final do século XIX, porém sem a manutenção de suas estruturas, e sendo constantemente pilhadas para se erguerem outras edificações nas proximidades. Três das sete antigas Reduções localizadas no atual Estado do Rio Grande do Sul tiveram seus vestígios pilhados e encobertos pelas novas cidades: Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga e São Borja. Quatro apresentam remanescentes protegidos como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: São João Batista, São Lourenço Mártir, São Nicolau, tombados em 1970; e São Miguel Arcanjo tombado em 1938, declarado em 1983 como Patrimônio da Humanidade, e registrado como Tava (Lugar de referência para o povo Guarani) em 2014.

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Autor: Prof. Dr. Mário Reiss

O que caracteriza as cidades fundadas pelos jesuítas?

Resposta: Devido a terem objetivos como catequizar os indios, difundir o catolicismo e abranger ensinamentos para demais regiões sobre o catolicismo.

Quais são as características dos jesuítas?

Os jesuítas eram padres que pertenciam à Companhia de Jesus, uma ordem religiosa vinculada à Igreja Católica que tinha como objetivo a pregação do evangelho pelo mundo. Essa ordem religiosa foi criada em 1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi oficialmente reconhecida pela Igreja a partir do papa Paulo III em 1540.

O que caracterizou as cidades?

Uma cidade caracteriza-se por um estilo de vida particular dos seus habitantes, pela urbanização (infraestrutura, organização, serviços de transporte etc), pela concentração de atividades econômicas dos setores secundário, terciário etc. As atividades primárias (agricultura, pecuária) são desenvolvidas na zona rural.

O que os jesuítas fundaram no Brasil?

A história da Companhia de Jesus no Brasil teve início com a chegada dos jesuítas em 1549 à Bahia. Então fundaram um colégio e iniciaram a catequese dos índios. Posteriormente, já na segunda metade do século XVIII, seriam expulsos de Portugal e de suas colônias pelo Marquês de Pombal.