Quais são cinco os conteúdos sugeridos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs para as aulas de Educação Física Assinale a alternativa correta?

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Acesse aqui os PCN e veja os conteúdos das grades curriculares

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, mais conhecidos como PCN, é uma coleção de documentos que compõem a grade curricular de uma instituição educativa.

Esse material foi elaborado a fim de servir como ponto de partida para o trabalho docente, norteando as atividades realizadas na sala de aula.

É claro que cada instituição deve montar o seu Projeto Político Pedagógico, sua proposta pedagógica, adaptando esses conteúdos à realidade social da localidade onde está inserida.

O documento é uma orientação quanto ao cotidiano escolar, os principais conteúdos que devem ser trabalhados, a fim de dar subsídios aos educadores, para que suas práticas pedagógicas sejam da melhor qualidade.

Em sua abordagem, os parâmetros curriculares nacionais definem que os currículos e conteúdos não podem ser trabalhados apenas como transmissão de conhecimentos, mas que as práticas docentes devem encaminhar os alunos rumo à aprendizagem.

A reflexão da prática docente deve ser feita através de reuniões com todo o grupo da escola, direção, coordenação, orientação, psicopedagoga, psicóloga, professores, dentre outros profissionais, ligados à rotina da instituição e de sala de aula.

Cabe a cada instituição se organizar nesse sentido, pois a escola que não promove momentos de reflexão da prática docente causa uma relação duvidosa entre docente, alunos e conteúdos a serem ministrados.

Muitas vezes os professores não conhecem a proposta pedagógica da instituição, pois os diretores mantêm a mesma sob sete chaves, para que ninguém copie seu conteúdo. Isso torna difícil a reflexão do professor sobre o seu próprio trabalho, pois o mesmo precisa conhecer que tipo de educação aquela instituição quer oferecer, que princípios devem trabalhar e quais os objetivos a serem conquistados.

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A escola deve ter responsabilidade social, instituir situações didáticas fundamentais entre os temas a serem abordados e a prática docente, as formas pelas quais a aprendizagem acontecerá, através do desenvolvimento de habilidades de leitura, interpretação, estudo independente e pesquisa.

Os PCN estão divididos a fim de facilitar o trabalho da instituição, principalmente na elaboração do seu Projeto Político Pedagógico. São seis volumes que apresentam as áreas do conhecimento, como: língua portuguesa, matemática, ciências naturais, história, geografia, arte e educação física.

Outros três volumes trazem elementos que compõem os temas transversais. O primeiro deles explica e justifica o porquê de se trabalhar com temas transversais, além de trazer uma abordagem sobre ética. No segundo volume os assuntos abordados tratam de pluralidade cultural e orientação sexual; e o terceiro volume aborda meio ambiente e saúde.

O MEC (fazer os links) disponibiliza esse material a todos os professores, a fim de que os mesmos possam estudá-lo e conhecê-lo a fundo, auxiliando os professores em sua atividade profissional, além de perceber a responsabilidade social conferida ao ofício de professor.

Os PCN podem ser facilmente encontrados, estando divididos para o Ensino Fundamental 1, do 1º ao 5º ano, e o documento para o Ensino Fundamental 2, do 6º ao 9º ano.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Introdu��o

    Os Par�metros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educa��o F�sica se constituem num referencial te�rico que busca a reflex�o sobre os conte�dos curriculares a n�vel Nacional, Estadual e Municipal. Tendo em vista orientar e garantir a coer�ncia das pol�ticas de melhoria da qualidade de ensino, socializando discuss�es, pesquisas e recomenda��es, al�m de nortear a pr�tica pedag�gica do docente desta �rea, principalmente objetivando mostrar as formas e meios de adequa��o no que se refere � constru��o do planejamento com vistas no projeto pol�tico-pedag�gico da escola, para que este se efetive de maneira din�mica e concreta.

    A proposta tem como base a considera��o dos aspectos s�cio-culturais dos educandos, de modo a atender as diferentes realidades encontradas em nosso pa�s, haja vista que o referencial tem validade a n�vel Federal, mesmo que por alguns Estados seja contestada a sua aplicabilidade. A proposta enquadra os conte�dos na perspectiva da cultura corporal de movimento, de maneira a considerar as experi�ncias e manifesta��es apresentadas pela clientela escolar local. Refor�ando essa id�ia, Martins e Noma (2002) analisando o relat�rio de Jacques Delors e os Par�metros Curriculares Nacionais, afirmam que ambos foram elaborados a partir da Confer�ncia Mundial de Educa��o para Todos realizada em Jomtien, na Tail�ndia em 1990, com o intuito de estabelecer um princ�pio educacional que norteasse as propostas em quest�o, de modo a contemplar tem�ticas relacionadas e educa��o sexual, �tica, educa��o continuada, conv�vio social entre outros, mostrando que a preocupa��o estava pautada em dar coer�ncia entre a educa��o e as diferentes realidades sociais, com vistas a formar cidad�os capazes de desenvolver suas potencialidades. Os autores enfatizam que para criar uma sociedade com cidad�os qualificados e criativos, deve-se antes preparar os indiv�duos conforme as constantes mudan�as sociais.

    Para tanto, esse trabalho elege como objetivo geral analisar a proposta na perspectiva de cultura corporal contidas nos Par�metros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Essa pesquisa conjuga a an�lise documental e a revis�o bibliogr�fica para alcan�ar o objetivo proposto.A tem�tica apresentada ser� abordada nos dois t�picos que comp�e o trabalho �Divis�o e crit�rios de sele��o dos conte�dos� e �Conte�dos da Cultura Corporal�. Por fim, ser� realizada uma an�lise e s�ntese das discuss�es nas considera��es finais.

Divis�o e crit�rios de sele��o dos conte�dos

    A seguir ser� feita uma abordagem acerca de como os PCNs tratam a quest�o dos conte�dos, principalmente na sua rela��o com a cultura corporal de movimento. O primeiro crit�rio trata da quest�o da relev�ncia social que tem por meta selecionar pr�ticas da cultura corporal de movimento que se estreitam com as caracter�sticas da sociedade brasileira, com fins de intera��o s�ciocultural, o usufruto das possibilidades de lazer, a promo��o da sa�de pessoal e coletiva. O segundo crit�rio tem relev�ncia extrema na tocante que diz respeito �s caracter�sticas dos alunos, tendo como base primordial a quest�o extremamente cultural, buscando considerar as diferen�as entre regi�es, cidades e localidades brasileiras e suas respectivas popula��es, al�m dos n�veis de crescimento e desenvolvimento e as possibilidades de aprendizagem dos educandos nesta fase de forma��o educacional. Portanto, em �ltima inst�ncia, procurou-se ater nas especificidades da �rea, com o objetivo de possibilitar a utiliza��o das pr�ticas da cultura corporal de movimento de maneira ampla e diferenciada (BRASIL, 1998).

    Para Costa(2005) os novos modelos da Educa��o F�sica tratam os conte�dos em termos culturais, abarcados por fins antropol�gicos, ou seja, enfoca os indiv�duos como seres culturais. O mesmo autor complementa ainda afirmando que � fun��o dos PCNs � de assegurar aos alunos a pr�tica da cultura corporal, de modo que possam construir atitudes cr�ticas e reflexivas acerca das pr�ticas que comp�e essa proposta.

    Os conte�dos dos PCNs do Ensino Fundamental s�o divididos em tr�s blocos, para melhor contextualiza��o e aplica��o no �mbito escolar: esportes, jogos, lutas, gin�sticas, atividades r�tmicas e expressivas e conhecimentos sobre o corpo.

    Tendo em vista que os PCNs (BRASIL, 1998, p.28) descrevem que �dentro desse universo de produ��es da cultura corporal de movimento, algumas foram incorporadas pela Educa��o F�sica como objetos de a��o e reflex�o�, dessa forma os conte�dos s�o justamente essas produ��es que comp�em a proposta do documento, ou seja, os esportes, jogos, lutas, gin�sticas, atividades r�tmicas e expressivas e conhecimentos sobre o corpo.

    Em primeiro lugar, os PCNs abordam os conte�dos dentro de uma perspectiva de cultura corporal do movimento, mas o que vem a ser uma proposta pautada nesse paradigma?

    Para que se possa falar de cultura corporal, se faz necess�rio que se tenha conhecimento primeiramente de seu conceito. Os PCNs (BRASIL, 1998, p.28) apresentam a cultura corporal como sendo os �conhecimentos e representa��es que se transformaram ao longo do tempo. Ressignificadas, suas intencionalidades, formas de express�o e sistematiza��o�.

    � nesse sentido que a cultura corporal tem sua rela��o com a Educa��o F�sica, pois no decorrer da hist�ria foram-lhe atribu�das algumas pr�ticas especificas que hoje s�o conte�dos da �rea em quest�o, sendo neste caso o jogo, o esporte, a gin�stica, a luta, as atividades r�tmicas e expressivas. Portanto, a Educa��o F�sica � atualmente considerada como um forte instrumento de forma��o �integral� do ser humano por contemplar culturalmente os m�ltiplos conhecimentos produzidos pela sociedade a respeito do movimento.

    Conforme os PCNs (BRASIL, 1998) a cultura corporal tem seu valor no que se refere �s atividades culturais de movimento voltadas para a vida, com fins de se buscar o lazer, a express�o de sentimentos, afetos e emo��es, e com possibilidades de promo��o, recupera��o e manuten��o da sa�de. Portanto, com essa vis�o de cultura corporal, pretende-se dar subs�dios, a partir desses conte�dos (gin�stica, jogos, lutas, esportes, etc.) no que se refere � fundamenta��o das propostas em Educa��o F�sica.

    De acordo com os estudos de Salerno (2004), a cultura corporal consiste em conte�dos que permeiam as manifesta��es das dan�as, gin�sticas, lutas, esportes e os jogos, dessa forma fazendo com que o aluno reflita, explore, crie, recrie e entenda o mundo atrav�s da linguagem corporal. Portanto, percebe-se que um trabalho fundamentado na perspectiva da cultura corporal visa desenvolver no aluno n�o apenas a quest�o motora, mas principalmente a social, afetiva, emocional, cognitiva, enfim, busca atingir o altru�smo, a vis�o cr�tica e reflexiva da realidade concreta.

    Portanto, a cultura corporal visa o aluno para uma forma��o pautada numa perspectiva cr�tico-social, assim, com a abordagem dos conte�dos de maior relev�ncia, conjuntamente com a reflex�o e a capacidade de transforma��o de formas e vis�es da sua pr�pria cultura, busca-se um ensino voltado para a inclus�o e democratiza��o com valores �ticos e solid�rios (PINTO; SILVEIRA, 2001, p. 4).

    Enfim, com base no Coletivo de Autores(1992), a cultura corporal tem seu paradigma pautado na busca da reflex�o pedag�gica sobre as representa��es que o homem vem produzindo no decorrer de sua hist�ria a respeito do mundo, sendo assim, os jogos, as dan�as, as lutas, os esportes e outros, podem ser identificados atrav�s de representa��es simb�licas da realidade, pois foram historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas. Portanto, a pr�tica pedag�gica na �tica da cultura corporal tem como objetivo fundamental contemplar os conte�dos nos diferentes aspectos (hist�ricos, sociais, t�cnicos, �ticos, fisiol�gicos, culturais e pol�ticos) de forma abrangente, democr�tica e contextualizada, fazendo com que os educandos possam enxergar as possibilidades de transforma��es desta pr�tica (PINTO; SILVEIRA, 2001).

Conte�dos da cultura corporal

    De acordo com o documento em quest�o, os conte�dos da cultura corporal de movimento que dizem respeito aos conhecimentos sobre o corpo tem por finalidade explicitar a auto-conquista obtida pelos alunos mediante as pr�ticas corporais, de forma a fazer com que o aluno compreenda o seu corpo como um organismo integrado ao meio f�sico e cultural. Para que esses conte�dos sejam abarcados com maior clareza se faz necess�rio o estudo de alguns elementos, sendo: �os conhecimentos anat�micos, fisiol�gicos, biomec�nicos e bioqu�micos que capacitam � an�lise cr�tica dos programas de atividade e o estabelecimento de crit�rios para julgamento, escolha e realiza��o de atividades corporais saud�veis� (BRASIL, 1998, p. 68). Deve-se ressaltar que esses conhecimentos possuem certa superficialidade em sua abordagem, buscando de forma sistem�tica serem trabalhados conjuntamente com a forma��o de conceitos, atitudes e procedimentos ao fazer, compreender, sentir e falar sobre as possibilidades e necessidades corporais

    Tendo como base os estudos de Martins (2005), constata-se que o conhecimento sobre o corpo associado aos aspectos fisiol�gicos, biol�gicos est� intimamente ligado ao ambiente, sendo este �ltimo concebido no seu sentido amplo, incluindo as oportunidades de viv�ncias do corpo em situa��es que tenha como caracter�stica a busca da resolu��o de problemas, objetivando assim a supera��o dos conflitos que porventura surgirem.

    Portanto, fica aqui bem explicito a import�ncia de se trabalhar esses conte�dos junto �s aulas de Educa��o F�sica, de forma a ampliar a cultura corporal de movimento do aluno juntamente com a percep��o e compreens�o do seu corpo mediante o meio em que o indiv�duo est� inserido.

    Os PCNs (Brasil, 1998, p.70) atribui-se ao esporte a seguinte defini��o:

    [...] considera-se esporte as pr�ticas em que s�o adotadas as regras de car�ter oficial e competitivo, organizadas em federa��es regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atua��o amadora e a profissional. Envolvem condi��es espaciais e de equipamentos sofisticados como campos, piscinas, bicicletas, pistas, ringues, gin�sios etc. (BRASIL, 1998, p. 70).

    No entanto, independente de suas caracter�sticas, o esporte sempre fez parte da vida do homem, podemos constatar isso ao voltarmos l� nos gregos (Idade Antiga) que atribu�am um grande valor �s atividades f�sicas e esportivas da �poca, isso tudo com intuito de se promover a forma��o f�sico-moral de seus cidad�os. Constitu�do como um dos fen�menos sociais de maior signific�ncia mundial, o esporte evoluiu juntamente com as transforma��es sociais e tecnol�gicas, principalmente do s�culo XIX em diante, dessa forma servindo como discurso aos campos pol�ticos, econ�micos, culturais e educacionais (KORSACAS; ROSE JR., 2002).

    Refor�ando essa id�ia Kunz (2003, p. 22) afirma que: �[...] fica evidente que o esporte � em todas as sociedades atuais um fen�meno extremamente importante. Defrontamo-nos com ele a toda hora e em todos os instantes, mesmo sem pratic�-lo�.

    Desde modo, perante tamanha import�ncia, o esporte passa a ser concebido de acordo com a sua forma de utiliza��o, sendo em vezes voltado para o alto rendimento e em outras para fins pedag�gicos. Sendo assim, para que se possa explicitar melhor essa diferencia��o, especialmente no Brasil, tem-se como refer�ncia, o texto da Lei n� 9.615 de 1998 que diz ser o esporte de rendimento praticado �segundo as normas gerais e das regras de pr�tica esportiva, nacionais e internacionais, com finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do Pa�s com as de outras na��es�. Por outro lado, de acordo com Korsakas & Rose Jr. (2002) o esporte voltado para a educa��o tem por caracter�stica ser uma modalidade praticada nos sistemas de ensino, clubes, pra�as, com a finalidade de alcan�ar o desenvolvimento integral do indiv�duo, evitando a seletividade e a hipercompetitividade. Kunz (2003, p. 24) salienta ainda que o esporte tem fortes liga��es com o �desenvolvimento das sociedades atuais, onde o rendimento configura-se no princ�pio m�ximo de todas as a��es�.

    Em conson�ncia a este contexto podemos elucidar que o esporte ganha muita for�a e espa�o nas aulas de Educa��o F�sica, pois al�m de estar fortemente ligado a nossa cultura � tamb�m instrumento ideol�gico do sistema s�cio-pol�tico governamental, servindo muitas vezes de argumentos para se justificar a inclus�o da Educa��o F�sica como componente curricular.

    Portanto, quando em muitas vezes o fato da Educa��o F�sica ser interpretada como o pr�prio esporte dentro da escola, isso se deve em grande propor��o � vis�o de muitos professores que colocam o esporte como um fim.

    N�o se pretende afirmar que o esporte em si n�o seja instrumento que tem sua valoriza��o no que no que diz respeito a sua aplica��o nas aulas de Educa��o F�sica, pois muitos pedagogos da �rea em quest�o t�m nas atividades esportivas uma forma de justificar a inclus�o da Educa��o F�sica no espa�o escolar, ressaltando a contribui��o social a partir da intera��o de crian�as, assim fazendo com que as mesmas tenham uma vis�o diferente de mundo, tendo em vista que no conv�vio social precisamos considerar que al�m de n�s existem �os outros�, devemos tamb�m respeitar determinadas regras e ter determinados comportamentos, assim o fato de se aplicar o esporte nessa perspectiva tem seu real sentido, pois existe uma fun��o social a ser cumprida e atrav�s do esporte pode-se desenvolver essa consci�ncia (BRACHT, 1992). Por outro lado, para Parlebas, (1980 apud BRACHT, 1992, p.59) essa vis�o pode ser modificada mediante os objetivos que se imp�e a aplica��o do esporte na escola, principalmente o institucionalizado e regulamentado que acaba imprimindo �no comportamento as normas desejadas da competi��o e da concorr�ncia�. Portanto, se o esporte for literalmente produzido na escola acaba por moldar uma atitude irreflexiva e inquestion�vel �s regras, trazendo assim o acomodamento e a falta de criticidade dos alunos perante a sua conviv�ncia enquanto cidad�os livres. O mesmo autor diz ainda que isso tudo forja o aluno a ser um �conformista feliz e eficiente�, pois como Bracht (1992, p. 59) diz: �[...] o aprender as regras significa reconhecer e aceitar regras pr�-fixadas�.

    Os PCNs ressaltam ainda que os professores devem atrav�s do esporte promover aos alunos a capacidade de adapta��o, no que diz respeito aos espa�os e materiais, fazendo com que os mesmos vivenciem situa��es de participa��o e competi��o, assumindo os diferentes pap�is durante a pr�tica, al�m de propiciar organiza��es de pequenos eventos.

    Segundo os PCNs (BRASIL, 1998) nos jogos existe a possibilidade de mudan�as no que se refere a sua forma de organiza��o, e isso pode ser feito de acordo com as necessidades e condi��es onde vai ser praticado. Al�m disso, o jogo pode assumir car�ter competitivo, recreativo ou mesmo cooperativo. Para o documento, os alunos devem desenvolver atrav�s do jogo a capacidade de usufruir do seu tempo de lazer e integra��o social, atitudes cooperativas, criatividade, valoriza��o de sua pr�pria cultura. Escobar (1990 apudSALERNO, 2004, p.4), afirma que em rela��o ao jogo como instrumento pedag�gico da cultura corporal podemos dizer que o mesmo: �� uma inven��o do homem, um ato que sua intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade e o presente� e que o jogo satisfaz necessidades das crian�as, especialmente a necessidade de �a��o�.

    Salerno (2004), afirma ainda que o jogo sempre vem acompanhado de uma necessidade que por fim gera uma a��o, assim n�o se deve conceber o jogo como apenas uma mera sele��o de talentos a partir das t�cnicas apresentadas, mas sim proporcionar aos alunos situa��es reais de reflex�o e incessante busca de solu��es para os diversos problemas que possam surgir, de modo a desenvolver a cr�tica sobre a pr�tica. Refor�ando essa id�ia podemos nos apoiar em Oliveira (1985) que afirma o seguinte:

    O jogo � uma forma de se exercitar � talvez a �nica � que atinge o ser humano na sua totalidade. Jogando, mais do que qualquer outra atividade, as pessoas t�m oportunidade de se reconstituir como tais, reintegrando os segmentos cognitivo, psicomotor e afetivo-social num todo que os comportamentalistas teimam em negar (OLIVEIRA, 1985, p.54).

    Portanto, o jogo se configura como sendo um forte instrumento de manifesta��o hist�rico-social, e na verdade � bem mais que isso, pois n�o se restringe apenas a esfera escolar, al�m do que na sua pr�tica as pessoas se relacionam socialmente, identificando e elaborando uma enorme gama de situa��es que envolvem ora seus direitos, ora seus deveres. Dessa forma, o jogo n�o est� apenas inserido no contexto dos esportes em geral, mas tamb�m nas rela��es sociais, nos conflitos ideol�gicos, pol�ticos, religiosos, pois atrav�s do jogo o indiv�duo, em �ltima inst�ncia, se julga como �ser� e n�o como �objeto� (OLIVEIRA, 1985).

    Corroborando com a id�ia de Oliveira (1985), Betti (2001) afirma que trabalhar jogos com os alunos pode possibilitar situa��es em que os mesmos precisem criar solu��es para resolver os problemas que poder�o surgir dentro da escola, de modo que esta circunst�ncia possa tamb�m se repetir no dia a dia junto � sociedade.

    Tomando como base este contexto, n�o resta d�vida de que o jogo tem extrema import�ncia como conte�do nas aulas de Educa��o F�sica, principalmente se trabalhado na perspectiva da cultura corporal, destacando a import�ncia de uma reflex�o cr�tica sobre sua pr�tica e as rela��es existentes com o meio a que pertence.

    Os Par�metros Curriculares Nacionais de Educa��o F�sica (BRASIL, 1998, p.70), concebe lutas na seguinte vis�o:

    As lutas s�o disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s) com t�cnicas e estrat�gias de desequil�brio, contus�o, imobiliza��o ou exclus�o de um determinado espa�o na combina��o de a��es de ataque e defesa. Caracterizam-se por regulamenta��o espec�fica a fim de punir atitudes de viol�ncia e de deslealdade. (BRASIL, 1998, p. 70).

    Conforme Salerno (2004) as lutas se configuram como algo mais al�m do que a pr�pria defesa ou mesmo o ataque, ela constitui-se de pr�ticas que priorizam a filosofia a ser seguida pelos que delas usufruem de forma a propiciar as mais variadas viv�ncias e experi�ncias para que os alunos possam conhecer diversas filosofias nas quais de prega o conv�vio com o outro de forma harm�nica e a busca da harmonia interna para que n�o seja necess�rio usar a for�a de uma luta, mas sim a for�a para n�o precisar entrar em conflito.

    De acordo com os PCNs (BRASIL, 1998, p. 70) tem-se a seguinte defini��o para gin�sticas: �s�o t�cnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um car�ter individualizado com finalidades diversas�. Dessa forma a aplica��o da gin�stica pode adotar variadas formas, pois pode ser utilizada como treinamento de base, como meio de se buscar o relaxamento, ou mesmo na conserva��o e recupera��o da sa�de, al�m de ser empregada ainda como pr�tica de lazer, competi��o e at� como meio de conv�vio social.

    Ressaltando a valoriza��o da gin�stica como componente curricular Lorenzini e Tavares (1998) afirmam que � relev�ncia de se trabalhar a gin�stica reside no fato de que o aluno poder� aprender a resolver os problemas relativos ao movimento, com maior liberdade, assim podendo vivenciar as mais variadas pr�ticas corporais, de modo que isso lhe permita criar novas formas de exercita��es.

    Fundamentados em estudos presentes nos Par�metros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 71) podemos ter as seguintes defini��es para as atividades r�tmicas e expressivas: �em rela��o � express�o, essas pr�ticas se constituem em c�digos simb�licos, por meio dos quais a viv�ncia individual do ser humano, em intera��o com os valores e conceitos do ambiente sociocultural, produz a possibilidade de comunica��o por gestos e posturas�. J� no que se refere ao ritmo o documento afirma que �desde a respira��o at� a execu��o de movimentos mais complexos, se requer um ajuste com refer�ncia no espa�o e tempo, envolvendo, portanto, um ritmo ou uma pulsa��o�.

    Na obra Metodologia do Ensino da Educa��o F�sica, elaborada por um Coletivo de Autores verifica-se que a Educa��o F�sica trata do conhecimento denominado cultura corporal que configura-se com temas ou formas de atividades. O estudo desses conhecimentos visa aprender a express�o corporal como linguagem (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

    Em se tratando de ritmo e express�o n�o se pode deixar de fazer uma abordagem acerca da dan�a, pois esta pr�tica caracteriza muito bem os aspectos a que se refere este bloco de conte�dos (atividades r�tmicas e expressivas).

    Pacheco (1996) em seu estudo referente � dan�a na cultura corporal publicado nos anais do I Encontro Fluminense de Educa��o F�sica Escolar descreve que:

    Os movimentos corporais sempre estiveram presentes no desenvolvimento hist�rico humano, sendo uma necessidade de representa��o cultural e social do homem. Parece un�ssono o pensamento de que dan�a enquanto manifesta��o da cultura corporal humana � pass�vel de ser tematizada como conte�do da educa��o f�sica escolar, bem como, de atender a objetivos e propostas pedag�gicas da institui��o educacional. (PACHECO, 1996, p.28).

    A autora evidencia ainda que deve-se perceber a dan�a como um fen�meno insepar�vel de suas dimens�es sociais, culturais e hist�ricas, onde o significativo das rela��es humanas � constru�do e reconstru�do. Portanto, tomando como base este contexto, a dan�a tem extrema valoriza��o por proporcionar o desenvolvimento da �capacidade cr�tica, coopera��o, versatilidade e autonomia do grupo na elabora��o de seus pr�prios movimentos, produ��o coreogr�fica, supera��o de conflitos, discuss�o e express�o� (PACHECO, 1996, p.29).

    No sentido educacional da dan�a Bregolato (2000, p. 145) assegura que ao oportunizar os alunos momentos de elabora��o de seus pr�prios movimentos, �a dan�a desenvolve a iniciativa e autonomia, qualidades voltadas � liberdade de ser e estar no mundo�. Ainda com fins educacionais, Salerno (2004) citam que o trabalho deve ser realizado de modo a possibilitar aos alunos a compreens�o de seu corpo como sendo um instrumento que d� vida aos sentimentos e que tudo isso deve ser encaminhado no ritmo de cada praticante, fazendo com que o indiv�duo possa compreender o seu mundo.

Considera��es finais

    Ao passo que os Par�metros Curriculares Nacionais t�m por fun��o exatamente orientar e garantir a coer�ncia das pol�ticas de melhoria da qualidade de ensino, al�m de nortear a pr�tica pedag�gica em Educa��o F�sica a n�vel federal, (mas dando liberdade para que cada estado e munic�pio adotem outras propostas de ensino) principalmente objetivando mostrar as formas e meios de adequa��o a cada realidade local.

    Os PCNs dentro da perspectiva cr�tica buscam uma educa��o num contexto hist�rico-social, proporcionando ao indiv�duo condi��es para exercer sua cidadania. Nesse sentido, uma educa��o pautada nos PCNs deve formar cidad�os conscientes, mas antes de tudo �ter� professores conscientes, conscientes da necessidade de aprimorar seus conhecimentos, seja nas bases te�ricas que fundamentam a sua pr�tica ou ainda na sua pr�tica que sustenta a sua teoria.

Refer�ncias

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  • BRACHT, V. Educa��o f�sica e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992.

  • BRASIL, Secretaria de Educa��o Fundamental. Par�metros Curriculares Nacionais. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: educa��o f�sica. Bras�lia: Minist�rio da Educa��o/Secretaria de Educa��o Fundamental, 1998. 114p. (PCNs 5� a 8� S�ries).

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  • COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino em Educa��o F�sica. S�o Paulo: Cortez, 1992.

  • KORSAKAS, P; ROSE J�NIOR, D. Os encontros e desencontros entre esporte e educa��o: uma discuss�o filos�fico-pedag�gica. Revista Mackenzie de Educa��o F�sica e Esporte, S�o Paulo, v. 1, n. 1, p. 83-93, jan./dez. 2002.

  • KUNZ, E. Transforma��o did�tico-pedag�gica do esporte. 5� ed. Iju�: Editora Uniju�, 2003.

  • LORENZINI, Ana Rita; TAVARES, Marcelo. A cultura corporal na pr�tica pedag�gica dos professores de educa��o f�sica do estado de Pernambuco. Revista Corporis, Recife, ano III, n. 3, jan./dez., 1998.

  • MARTINS, M. L; NOMA, A. K. A influ�ncia das id�ias neoliberais na educa��o atual: interlocu��o com o relat�rio Jacques Delors e os PCNs. In: JORNADA DO HISTEDBR: Regi�o Sul, II., 2002, Ponta Grossa e Curitiba. A produ��o em hist�ria da educa��o na Regi�o Sul do Brasil. Anais... Campinas, SP: HISTEDBR, 2002.

  • OLIVEIRA, V. M. Educa��o F�sica Humanista. Rio de Janeiro: Ao livro t�cnico, 1985.

  • PACHECO, J. P. Educa��o f�sica e dan�a na cultura corporal: algumas considera��es. I ENCONTRO FLUMINENSE DE EDUCA��O F�SICA ESCOLAR, 1., 1996, Niter�i. Anais... Niter�i... Niter�i: Departamento de Educa��o F�sica e Desportos, 1996, p. 134.

  • PINTO, J. F; SILVEIRA, G. C. F. Educa��o f�sica numa perspectiva cr�tica da cultura corporal: uma proposta pedag�gica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CI�NCIAS DO ESPORTE, XII., 2001, Caxambu, MG. Sociedade, ci�ncia e �tica: desafios para a educa��o f�sica/ci�ncias do esporte. Anais... Caxambu, MG: DN CBCE, Secretarias Estaduais de Minas Gerais e S�o Paulo, 2001.

  • SALERNO, M. B. Educa��o f�sica escolar. Movimento & Percep��o, S�o Paulo, v. 4, n. 4-5, p. 1-12, jan./dez. 2004.

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Quais são os 5 conteúdos sugeridos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para as aulas de educação física?

O Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (MEC) indicam que três blocos temáticos propostos para o ensino da Educação Física, são eles: Conhecimentos sobre o corpo; Esportes, jogos, lutas e ginásticas; e Atividades rítmicas e expressivas.

Quais são os conteúdos da educação física de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais?

No caso dos PCNs para a Educação Física, os conteúdos dessa disciplina foram organizados, nesse documento, em três blocos: 1) Esportes, jogos, lutas e ginásticas; 2) Atividades rítmicas e expressivas; 3) Conhecimento sobre o corpo.

O que os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs buscam da disciplina de educação física?

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física trazem uma proposta que procura democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos.

São alguns conteúdos desenvolvidos nas aulas de educação física Escolar Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais?

Dentre as produções dessa cultura corporal, algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta.