Qual a estratégia do modelo da filosofia de comunicação total na educação de surdos?

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Qual a estratégia do modelo da filosofia de comunicação total na educação de surdos?

Qual a estratégia do modelo da filosofia de comunicação total na educação de surdos?

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Porém quando se trata de pessoas surdas, que não usam a fala, começam as 
dificuldades e dúvidas em relação ao modo de se efetivar a comunicação. 
O preconceito que existia em relação às pessoas surdas fica evidenciado em 
boa parte das literaturas. Muitas delas retratam a crueldade demasiada, inclusive com 
inúmeros assassinatos cometidos contra as crianças que nasciam surdas. Essa foi uma 
realidade em Roma, Grécia e outros Países. 
 Ao longo da história, algumas filosofias educacionais ganharam destaque em 
relação à educação de surdos: “[...] apesar das diferentes opiniões que dividem e 
subdividem as metodologias específicas ao ensino de surdos, em termos de pressupostos 
básicos, existem três grandes correntes filosóficas: a do Oralismo, da Comunicação 
Total e do Bilinguismo” (DORZIAT, 1999, p. 13). 
Não se pode deixar de citar, entre as principais metodologias, a ‘Pedagogia 
Surda’. Esta é a mais querida, desejada e defendida pelos surdos e que vem ganhando 
espaço dentro do Brasil. 
A seguir serão apresentadas e descritas as principais metodologias que 
vigoraram na educação dos surdos destacando-se, desta forma, aquelas que são 
utilizadas atualmente em várias instituições brasileiras. 
 
 
 
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Oralismo 
 
O principal objetivo da metodologia Oralista é desenvolver a fala do surdo, pois 
para os defensores deste método, a língua falada era considerada essencial para a 
comunicação e desenvolvimento integral das crianças surdas. Esta metodologia foi 
proposta e defendida em um evento internacional realizado em Milão/Itália chamado 
‘Congresso Internacional de Educação de Surdos’. 
De acordo com Goldfeld (2002), essa concepção de educação enquadra-se no 
modelo clínico, destacando a importância da integração dos surdos na comunidade de 
ouvintes. Para isto ocorrer o sujeito surdo deve aprender a falar por meio de reabilitação 
da fala em direção à “normalidade” exigida pela sociedade. 
A autora destaca que 
 
O Oralismo percebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada 
pela estimulação auditiva. Essa estimulação possibilitaria a aprendizagem da 
língua portuguesa e levaria a criança surda a integrar-se na comunidade 
ouvinte e desenvolver uma personalidade como a de um ouvinte. Ou seja, o 
objetivo do Oralismo é fazer uma reabilitação da criança surda em direção à 
normalidade. (GOLDFELD, 2002, p. 34). 
 
A metodologia Oralista, após o Congresso, passou a ser utilizada pela 
maioria das escolas na educação de surdos de muitos países. A língua de sinais foi 
proibida, começando assim uma longa e sofrida batalha do povo surdo para defender o 
direito linguístico por meio da sua língua natural, a língua de sinais. 
Diante da concepção clínica da surdez e do surdo, as escolas são transformadas 
em salas de tratamento. As estratégias pedagógicas passam a ser estratégias 
terapêuticas. Nesta época, muitos professores surdos que trabalhavam com a língua de 
sinais foram demitidos e substituídos por profissionais ouvintes. Schelp (2008), explica 
que no Oralismo a primeira medida educacional implantada foi proibir o uso da língua 
de sinais e obrigar os alunos surdos a sentarem sobre as mãos para que, assim, 
pudessem ser oralizados. Segundo o autor, os professores surdos que, até então, 
atuavam nas escolas e nas salas de aula, foram dispensados de todas as escolas e 
institutos. 
 
 
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Capovilla (2000, p.102) ao explicitar o método Oralista na comunicação com 
pessoas surdas ressalta que 
 
O método oralista objetivava levar o surdo a falar e a desenvolver a 
competência linguística oral, o que lhe permitiria desenvolver-se emocional, 
social e cognitivamente do modo mais normal possível, integrando-se como 
um membro produtivo do mundo dos ouvintes. 
 
 
De acordo com estudos da pesquisadora Dorziat (1997) é possível estabelecer 
que as técnicas mais utilizadas no método Oralista são: o treinamento auditivo, o 
desenvolvimento da fala e a leitura labial. Treinar a audição por meio do 
desenvolvimento do resíduo auditivo para que o surdo aprendesse a discriminar os sons 
e, consequentemente, pudesse desenvolver a sua fala era a filosofia dos defensores do 
Oralismo. Eles também enfatizavam a importância da leitura labial como via de 
comunicação. 
Falar é algo fácil par as pessoas ouvintes que armazenam vocabulários em 
sua mente desde que nascem. Porém, quando se trata de uma pessoa surda, esses 
caminhos se tornam difíceis ou até mesmo impossíveis, pois o fato de não ouvirem 
impossibilita-os de assimilarem palavras em seus cérebros. Como o surdo não tem 
palavras em sua mente, somente pode aprender por meio de sinais que assimilam pelo 
contato visual. 
De acordo com Skliar, (1998, p. 1) 
 
 
Foram mais de cem anos de práticas enceguecidas pela tentativa de correção, 
normalização e pela violência institucional; instituições especiais que foram 
reguladas tanto pela caridade e pela beneficência, quanto pela cultura social 
vigente que requeria uma capacidade para controlar, separar e negar a 
existência da comunidade surda, da língua de sinais, das identidades surdas e 
das experiências visuais, que determinam o conjunto de diferenças dos surdos 
em relação a qualquer outro grupo de sujeitos. 
 
Como consequência das práticas oralistas, os surdos não aprenderam a falar. 
Conseguiam pronunciar apenas algumas palavras que eram repetidas de forma mecânica 
sem saber o que elas realmente significavam. Esse método resultou em milhões de 
surdos analfabetos. E os surdos que passaram por essa metodologia trazem marcas 
negativas em suas vidas até os dias atuais (STREIECHEN, 2012, p.17). 
 
 
 
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Comunicação Total 
 
Quando se constatou que os surdos educados por meio da metodologia Oralista 
nunca conseguiriam se comunicar ou falar como os ouvintes de maneira satisfatória e 
que, mesmo com a imposição das práticas oralistas, as pessoas surdas insistiam em se 
comunicar por meio da língua de sinais, decidiu-se então que os surdos poderiam 
utilizar toda e qualquer forma de comunicação. Surge, então, o método que ficou 
conhecido como Comunicação Total. A principal meta era o uso de qualquer estratégia 
que pudesse permitir o resgate na comunicação das pessoas surdas. Este modelo 
combinava a língua de sinais, gestos, mímicas, leitura labial, entre outros recursos que 
colaborasse com o desenvolvimento da língua oral (SCHELP, 2008). 
Segundo Ciccone (1996, p.06-08) 
 
A Comunicação Total é uma filosofia de trabalho voltada para o atendimento 
e a educação de pessoas surdas. Não é, tão somente, mais um método na área 
e seria realmente, um equívoco considerá-la, inicialmente, como tal (...). A 
Comunicação Total, entretanto, não é uma filosofia educacional que se 
preocupa com ideais paternalistas. O que ela postula, isto sim, é uma 
valorização de abordagens alternativas, que possam permitir ao surdo ser 
alguém, com quem se possa trocar idéias, sentimentos, informações, desde 
sua mais tenra idade. Condições estas que permitam aos seus familiares 
(ouvintes, na grande maioria das vezes) e às escolas especializadas, as 
possibilidades de, verdadeiramente, liberarem as ofertas de chances reais para 
um seu desenvolvimento harmônico. Condições, portanto, para que lhe sejam 
franqueadas mais justas oportunidades, de modo que possa ele, por si mesmo 
lutar em busca de espaços sociais a que, inquestionavelmente, tem direito. 
 
 
Assim, o método da Comunicação Total não surge para fazer negação ao 
Oralismo, que até então vigorava na educação de surdos: “[...] a Comunicação Total não 
está em oposição à utilização da língua oral, mas apresenta-se como um sistema de 
comunicação complementar” (MARCHESI,1995, p. 59). 
A Comunicação Total também não surtiu resultados satisfatórios, visto que a sua 
abordagem defendia o uso simultâneo das duas línguas: a fala e os sinais (bimodalismo) 
e por serem duas línguas distintas e com estruturas diferentes dificultava a 
aprendizagem

O que defende a filosofia da comunicação total?

Comunicação Total Define-se como uma filosofia que requer a incorporação de modelos auditivos, manuais e orais para assegurar a comunicação eficaz entre as pessoas com surdez. Tem como principal preocupação os processos comunicativos entre surdos e surdos, e entre surdos e ouvintes.

O que é comunicação total na educação dos surdos?

comunicação total: concepção que nasceu nos Estados Unidos nos anos 1960 e que chegou ao Brasil nos anos 1980, propõe o uso simultâneo de diversos recursos para a comunicação com os surdos, abrangendo oralização, sinalização e uso de sinais para tentar uma correspondência com a língua oral.

O que é a comunicação total é como a filosofia se manifesta na educação dos surdos?

A Comunicação Total trabalha simultaneamente com a língua oral e a sinalizada de- nominando essa forma comunicativa de bimodalismo, um dos recursos utilizados por essa Filosofia no processo de aquisição da linguagem pela criança e na facilitação da comunicação entre surdos e ouvintes, acredita-se que essa forma de ...

Quais as estratégias metodológicas são necessárias para a aprendizagem dos alunos surdos?

Assim, para favorecer a aprendizagem do aluno surdo não basta apenas apresentar os conteúdos em Libras, é preciso explicar os conteúdos de sala de aula utilizando de toda a potencialidade visual que essa língua tem.