Como sempre somos movidos a mudanças e ao novo, que surge da nossa necessidade de conhecer e querer mais. Na pintura não poderia ser diferente. Alguns artistas buscavam uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada na vanguarda européia. Juntos buscavam uma renovação social e artística no país evidenciando na Semana de 1922. Chegando assim uma nova visão sobre os processos artísticos com uma arte “mais brasileira”. Show
“A SEMANA DE ARTE MODERNA: SÃO PAULO, 1922”, DE DOUGLAS TUFANO, CONTA A HISTÓRIA DE FORMA DESCONTRAÍDA EM 13 CAPÍTULOS Houve um rompimento com a arte acadêmica contribuindo para uma mudança estética e para o Movimento Modernista no Brasil. A maioria dos artistas eram descendentes das oligarquias cafeeiras de São Paulo que junto aos fazendeiros de Minas Gerais, formavam uma política que ficou conhecida como “Café com Leite”. Esse fator foi determinante para a realização do evento, uma vez que foi respaldado pelo governo de Washington Luis, na época governador do Estado de São Paulo. Os artistas que tinham condições financeiras partiam para estudar na Europa trazendo suas variadas experiências artísticas formando assim o que chamamos de início do movimento modernista no Brasil. ENTRE ‘GUERRA E PAZ’, CANDIDO PORTINARI DEIXOU SUA MARCA NA HISTÓRIA DA ARTE Os artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo foram: Tarsila do Amaral (1886-1973), Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Graça Aranha (1868-1931), Victor Brecheret (1894-1955), Plínio Salgado (1895-1975), Anita Malfatti (1889-1964) entre outros talentos. Mário de Andrade – músico, poeta e romancista. Foi a força motriz por trás da Semana da Arte Moderna. Escreveu seu grande romance Macunaíma em 1928 Oswaldo de Andrade – poeta, escritor, ensaísta e dramaturgo brasileiro. Formou-se em Direito no Lago São Francisco, em São Paulo, em 1919. Fundou junto com Tarsila do Amaral o “Movimento Antropofágico” – foi uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. Graça Aranha – escritor, diplomata brasileiro e um imortal da Academia Brasileira de Letras. É considerado um dos chefes do movimento renovado de nossa literatura. Seu romance ‘Canaã’ abriu o período Pré Modernista. Victor Brecheret – foi um escultor ítalo-brasileiro considerado um dos mais importantes. Mesmo ausente do país participa com 12 esculturas da Semana de Arte Moderna de 1922. Anita Malfatti – pintora, desenhista, e ilustradora, nasceu com uma atrofia no braço e na mão direita. Isso não a impediu de seguir o seu propósito. Seu intuito era de apresentar uma nova estética pautada na liberdade e brasilidade. Expôs 20 telas na época na qual se destacava – ‘O Homem Amarelo’. Tarsila do Amaral – pintora e desenhista brasileira. Seu quadro ‘Abaporu’ de 1928 inaugurou o movimento antropofágico nas artes plásticas. Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem a arte europeia, porém, deveriam criar uma estética brasileira inspirada nos movimentos europeus. Apesar da ousadia dos artistas envolvidos continuamos sonhando com uma sociedade mais justa e não superamos a desigualdade até hoje. Artisticamente falando, temos muito trabalho e podemos com nosso talento indicar à sociedade que existe um caminho muito mais suave, verdadeiro, sem revoltas, crescendo espiritualmente que é por isso que estamos aqui. Não precisamos analisar uma obra de arte e sim senti-la. Tarsila do Amaral foi uma importante artista plástica brasileira do movimento modernista. Junto à Anita Malfatti, ela ficou conhecida como uma das mais importantes pintoras da primeira fase do modernismo. E, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, Tarsila inaugurou o movimento denominado “Antropofagia”. Biografia de Tarsila do AmaralÀ esquerda, fotografia de Tarsila. À direita, autorretrato da artistaTarsila do Amaral nasceu em Capivari, interior de São Paulo, no dia 1 de setembro de 1886. Filha de família abastada, passou a infância e adolescência com seus pais e sete irmãos na sua cidade natal. Sua família havia herdado fazendas de seu avô, José Estanislau do Amaral, conhecido como “o milionário”. Morou em São Paulo, onde esteve matriculada no Colégio de Freiras e no Colégio Sion. Mais tarde, mudou-se para Barcelona, na Espanha, a fim de terminar seus estudos. Com apenas 16 anos, Tarsila pinta seu primeiro quadro. Quando retorna ao Brasil, casa-se com André Teixeira Pinto, com quem teve uma filha, Dulce. Mais tarde, em 1920, divorcia-se dele e vai para Paris, na França, estudar arte na Academia Julian, escola de pintura e escultura. Em 1922, ano da Semana de Arte Moderna, Tarsila participou do “Salão Oficial dos Artistas da França”. Ao retornar, conheceu o escritor modernista Oswald de Andrade, com quem iniciou um relacionamento que durou de 1926 a 1930. Ao lado de Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Mário de Andrade e Menotti del Picchia, eles formaram o “Grupo dos Cinco”. Essa aliança de artistas visava mudar o cenário histórico-cultural e artístico do país, bem como trazer à cultura brasileira as influências das vanguardas europeias. De 1934 a 1951, Tarsila estabeleceu um romance com o escritor Luís Martins. Em 1965, foi submetida a uma cirurgia na coluna, entretanto, devido a um erro médico ficou paralítica. No ano seguinte, morre sua filha Dulce. Com 86 anos, Tarsila falece na cidade de São Paulo, no dia 17 de janeiro de 1973. Movimento AntropofágicoA antropofagia ou movimento antropofágico é um conceito apresentado pelos modernistas, visto como um dos movimentos mais radicais do período. Com o intuito de se afastar dos temas abordados na arte europeia, os artistas modernistas se empenharam em criar uma estética tipicamente brasileira. Utilizaram o conceito metafórico de deglutição acerca do ato de comer a cultura estrangeira e regurgitar a “nova” cultura. A antropofagia foi inspirada no quadro Abaporu, de Tarsila, que do Tupi, significa “antropófago” (homem que se alimenta de carne humana). Sobre a figura de Abaporu, Tarsila acrescenta: Abaporu (1928) é a obra símbolo do Movimento Antropofágico Segundo a descrição de Tarsila sobre a obra:
Curiosidades sobre Tarsila
Exposições de TarsilaTarsila expôs suas obras na 1.ª e na 2.ª Bienal de Arte de São Paulo, nos anos de 1951 e 1953. Mais tarde, em 1963, foi tema de sala especial na Bienal de São Paulo e, em 1964, expõe suas obras na 32ª Bienal de Veneza. Segundo a artista:
Obras e características da arte de TarsilaTarsila pintou mais de 270 obras divididas em algumas fases:
Confira abaixo algumas das telas mais emblemáticas de Tarsila: Margaridas de Mário de Andrade (1922)Retrato de Oswald de Andrade (1922)Retrato de Mário de Andrade (1922)A Negra (1923)O Autorretrato (1923)Morro da Favela (1924)Cuca (1924)O Pescador (1925)Palmeiras (1925)Sagrado Coração de Jesus (1926)Religião Brasileira (1927)Antropofagia (1929)Cartão Postal (1929)Operários (1933)Segunda Classe (1933)Vídeo sobre a trajetória de Tarsila do AmaralConfira agora esse vídeo do programa "Metrópolis" com uma breve trajetória da pintora Tarsila do Amaral. Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design. Qual a importância da artista Tarsila do Amaral para Semana de Arte Moderna no Brasil?Tarsila do Amaral (1886 – 1973) é uma das principais pintoras da arte brasileira moderna. Sua enorme importância parte principalmente de sua habilidade em concretizar os ideais modernistas unindo, à brasilidade de suas obras, influências daquilo que estava sendo produzido de mais atual na Europa em sua época.
Qual a importância de Tarsila para a Semana da Arte Moderna de 1922?Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem a arte europeia, porém, deveriam criar uma estética brasileira inspirada nos movimentos europeus.
Quem foi Tarsila do Amaral e sua importância para Arte Moderna?Tarsila do Amaral foi uma importante artista plástica brasileira do movimento modernista. Junto à Anita Malfatti, ela ficou conhecida como uma das mais importantes pintoras da primeira fase do modernismo. E, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, Tarsila inaugurou o movimento denominado “Antropofagia”.
Qual a relação de Tarsila do Amaral com a Semana de Arte Moderna de 1922?De 1920 a 1922, estudou na Académie Julian, em Paris. Assim, não participou da Semana de Arte Moderna de 1922, já que estava na França quando o evento ocorreu. A pintora, portanto, teve uma formação acadêmica antes de aderir ao Modernismo.
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