Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Considerada a região que não integra o perímetro urbano, a zona rural é de fundamental importância para a produção de alimentos e para a conservação ambiental.

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Zona Rural

Zona rural é uma região que não integra o perímetro urbano, ou seja, é uma área do município não classificada como zona urbana ou zona de expansão urbana.

A zona rural é de fundamental importância para nossas vidas, pois nela são desenvolvidas as atividades agropecuárias, como o cultivo de vários alimentos (arroz, feijão, frutas, legumes, etc.) e a criação de animais (bois, vacas, porcos, entre outros).

Outra característica econômica da zona rural é o ecoturismo, também chamado de turismo rural. Essa é uma atividade realizada de forma consciente e ecologicamente correta, que segue os princípios elementares de desenvolvimento sustentável.

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Passeio a cavalo é uma alternativa de lazer na zona rural

Muitas pessoas buscam sair da rotina estressante da zona urbana, e encontram na zona rural uma forma de descanso. Entre as atividades realizadas no campo estão: trilhas ecológicas, cavalgadas, banhos em cachoeiras, etc.

A zona rural também tem as importantes funções de preservar a biodiversidade de um determinado local, garantir a qualidade da água e manter as terras indígenas. Nesse sentido, as Unidades de Conservação foram criadas com o intuito de preservar o patrimônio ambiental e cultural do país.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Escola Kids

A importância do campo na vida dos brasileiros e à economia do país

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?
Plantação de batatas (Imagem: Pixabay)

O campo é fundamental para a economia e a existência de uma sociedade. E para conscientizar a população à sua importância, celebramos no dia de hoje (10/05), o Dia do Campo.

É do campo de onde vem uma das principais fontes de vida para o homem. É da terra do campo onde nascem os alimentos servidos à mesa e que abastecem os lares de milhares de famílias em todo o mundo. O campo está presente no dia a dia das pessoas, da alimentação às roupas, passando pelos combustíveis e móveis, chegando a instrumentos musicais e objetos de decoração, entre tantos outros itens.

Sendo o campo primordial para a vida humana, em 2015, a ONU estabeleceu o ano como sendo dedicado à conservação do solo, isto devido a importância do solo para a produção de água, alimentos, fibra e energia, itens indispensáveis para a sobrevivência do homem que, em função do aumento exponencial da população - a cada dia - demanda em maior quantidade estes bens.

É também do campo que brotam-se as oportunidades para o desenvolvimento econômico de qualquer nação. O agronegócio – setor proveniente do campo –representa mais de 1/5 do PIB brasileiro graças ao crescimento da produção agrícola e a explosão da produtividade nos últimos 50 anos. Em 2014, o Brasil passou de importador a exportador de alimentos, garantindo saldo positivo na balança comercial e divisas para o país.

Atualmente, o Brasil se destaca no cenário mundial de grãos, carnes e fibras, comprovando todos os dias sua eficiência produtiva no campo. Segundo balanço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), existem no país 25 milhões de produtores e trabalhadores rurais, responsáveis por 70% de tudo o que o mercado interno consome. A população brasileira mais que dobrou nas últimas cinco décadas, e hoje o brasileiro só está comendo mais e melhor porque o aumento da produção derrubou o preço dos alimentos.

Para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), o campo é vital, pois é responsável pelo abastecimento de seus entrepostos que funcionam como canais de distribuição da produção de frutas, legumes, verduras, flores e plantas para todo o país. Somente no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) são comercializados por ano 3,4 milhões de toneladas de produtos provenientes do campo.

Cidade e Campo: para alÉm dos critÉrios e atributos, as relaÇÕes e contradiCÕes entre o urbano e o rural 

Recibido: 10 de septiembre de 2013; devuelto para revisión: 22 de enero de 2014; aceptado: 25 de mayo de 2014


Cidade e campo: para al�m dos crit�rios e atributos, as rela��es e contradi��es entre o urbano e o rural (Resumo)

Este texto traz uma contribui��o ao debate sobre a quest�o cidade-campo e urbano-rural, apontando elementos hist�ricos, te�ricos e metodol�gicos que articulados contribuam para aprofundar a reflex�o e trazer subs�dios para ampliar a compreens�o dessa problem�tica. Para tanto, consideramos necess�rio ir al�m dos crit�rios e atributos usualmente tomados como definidores do urbano e do rural e, assim, considerar novas perspectivas, nesse contexto, com destaque para as rela��es, as interdepend�ncias e as contradi��es entre o urbano e o rural.

Palavras chave: urbano-rural, campo-cidade, rela��es, contradi��es 


 Town and field: beyond the criteria and attributes, relations and contradictions between urban and rural (Abstract)

This paper provides a contribution to the debate about the town-field and urban-rural question, indicating historical, theoretical and methodological elements for broaden further the discussion of the theme. So provides subsidies to expand the understanding of this problem. Therefore, we consider the need to go beyond the criteria and attributes usually taken as urban and rural definitions and we consider the need of new perspective, the perspective of relationships, interdependencies and contradictions between the urban and rural.

Key words: urban-rural, town-field, relationships, contradictions


 

 As transforma��es hist�rico-espaciais nas formas de organiza��o da sociedade t�m desafiado estudiosos a constru�rem e desenvolverem m�todos para explicar a realidade do mundo atual. Estas reflex�es muitas vezes s�o marcadas por crit�rios capazes de distinguir, caracterizar e compreender o modo de organiza��o da sociedade, mesmo sem considerar, nesse limiar, toda a complexidade engendrada na estrutura��o e configura��o dessa organiza��o[1].

Inclu�da nessa observa��o est� a quest�o da quantifica��o e qualifica��o do que � cidade e campo, do que � urbano e rural e do entendimento de suas analogias, rela��es e contradi��es. Essa quest�o tem chamado a aten��o de pesquisadores, muito em virtude das intensidades e ritmos com que as transforma��es se estabelecem no �tempo-espa�o�[2].

Compreender a atual quest�o remete a necessidade do entendimento de que o �espa�o � acumula��o desigual de tempos�[3] e, da mesma forma, que a cidade e o campo de hoje s�o o resultado cumulativo de suas formas anteriores, do processo contradit�rio de sua constru��o, destrui��o, manuten��o e transforma��o atrav�s dos tempos. A compreens�o assim constru�da evidencia uma sequ�ncia de processos que acabam por configurar o espa�o geogr�fico, conferindo-lhe particularidade a cada novo olhar, num contexto de desenvolvimento hist�rico.

Nessa perspectiva, se a cidade se constitu�a, em seus prim�rdios, como �fortemente aglutinada atr�s de uma coura�a protetora de muralhas�, distinguindo-se �da regi�o vizinha por onde prolongavam-se, por vezes, prec�rios arrabaldes e onde reinava a agricultura�[4], � medida que as cidades ganhavam import�ncia pol�tica e econ�mica, principalmente pelo avan�o t�cnico e crescimento demogr�fico, as formas espaciais e de usos tipos nas cidades e a partir das cidades extrapolam os limites de suas antigas muralhas.

O aperfei�oamento dos meios de transporte permitiu o recolhimento de mat�rias-primas e alimentos em dist�ncias mais longas, e, estimulado pelo desenvolvimento industrial, favoreceu a multiplica��o das formas da cidade sob v�rios aspectos, fazendo com que se alargassem atrav�s do campo [5]. Desse modo, a partir da amplia��o das formas e, propriamente, das rela��es urbanas, torna-se extremamente complexa a tarefa de definir limites ou mesmo conceitos sobre o que � cidade e o que � campo, visto que, como indica Lefebvre [6], a rela��o campo-cidade alterou-se intensamente no decorrer do tempo hist�rico, segundo �pocas e modos de produ��o.

Nesse contexto, o presente texto aborda a problem�tica da quest�o cidade-campo, urbano-rural, buscando apontar elementos hist�ricos, te�ricos, conceituais e metodol�gicos no intuito de organizar uma reflex�o que contribua para aprofundar a compreens�o dessa problem�tica.

Primeiramente, busca-se contextualizar a quest�o na contemporaneidade, revelando a exist�ncia de um processo de complexiza��o do modo de organiza��o socioespacial da sociedade que acaba trazendo novos elementos que dificultam a defini��o e caracteriza��o da cidade-campo e urbano-rural.

Posteriormente, sistematiza-se alguns crit�rios e atributos usualmente empregados para a caracteriza��o do urbano e rural, para na sequ�ncia indicar que a simples distin��o, por meio de defini��es estat�sticas, n�o � suficiente para a compreens�o da din�mica da sociedade em sua totalidade. Para isso se faz necess�rio considerar as complementaridades e diferen�as espaciais e funcionais existentes, compreendendo os processos contradit�rios de desenvolvimento hist�rico da sociedade e identificando os tra�os particulares, a ess�ncia do urbano e ado rural.

Nesse sentido, atrav�s das discuss�es te�ricas apresentadas, sinaliza-se, em fase de considera��es, que o urbano extrapola territorialmente os limites da cidade e, portanto, uma abordagem anal�tica que considere as rela��es sociais, a superposi��o das formas urbanas e rurais, atrav�s de um continuum espacial, pode contribuir para o entendimento da din�mica de um espa�o que est� em constante transforma��o. 

A cidade e o campo, o urbano e o rural na atualidade - contextualizando o problema

Se na antiguidade os limites campo-cidade podiam ser considerados n�tidos, na atualidade tal afirmativa n�o � mais verdadeira. Isso decorre, sobretudo, por uma s�rie de transforma��es socioespaciais que ocorreram principalmente ap�s a Revolu��o Industrial.

Tem sido postulado que tais transforma��es acentuaram, em dado momento, a possibilidade de diferencia��o entre o campo e a cidade, especialmente em raz�o dos avan�os t�cnicos provocados, que significaram a amplia��o da centraliza��o econ�mica e social da cidade, tornando seu modo de vida e organiza��o singulares em rela��o ao restante do espa�o. Na verdade, entretanto, o advento da Revolu��o Industrial, devido a amplia��o e intensifica��o de rela��es entre o urbano e o rural, �introduziu uma confus�o total�[7].

A distin��o urbano e rural torna-se menos acentuada, menos clara, a ponto de pod�-la confundir, pois a intensifica��o das atividades e rela��es capitalistas de produ��o e,� consequentemente, a maior intera��o, por meio de articula��es e fluxos cada vez mais frequentes, faz com que a ind�stria mantenha presen�a marcante no campo e o trabalhador rural na cidade (o trabalhador boia-fria � um exemplo) [8].

Mais recentemente, com o aprofundamento das mudan�as decorrentes do processo de industrializa��o e da constitui��o do meio t�cnico-cient�fico-informacional [9], que propiciou uma reconfigura��o e complexiza��o no modo de organiza��o socioespacial da sociedade, promovendo altera��es na composi��o das densidades espaciais, na din�mica de interliga��es e nas significa��es funcionais da cidade e do campo, o debate a respeito da quest�o da interpreta��o sobre o que � cidade e campo e sobre o que � urbano e rural adquiriu import�ncia no debate acad�mico, instigando muitos pesquisadores a aprofundarem o tema [10].

Endlich [11] e Rosa & Ferreira [12] indicam que esse debate foi revigorado pela observ�ncia de alguns fatos novos que marcam a reorganiza��o da sociedade, tais como:

 Atividades n�o tradicionais que passaram a desenvolver-se no campo, denotando uma �resignifica��o� do rural: desde a utiliza��o de novos produtos agropecu�rios, decorrentes do processo de industrializa��o da agricultura, especialmente ap�s a �Revolu��o Verde�, e a quest�o do assalariamento dos trabalhadores do campo; at� atividades caracterizadas por n�o serem tipicamente agropecu�rias, como aquelas vinculadas � presta��o de servi�os, atividades de entretenimento ou mesmo moradia;

  Falta de crit�rios mais precisos para a defini��o do que � cidade e por oposi��o o que � campo, que acaba revelando um processo de urbaniza��o questionado.

 Processo de desmetropoliza��o, atrav�s de uma reestrutura��o produtiva apoiada na desconcentra��o espacial das atividades econ�micas, sobretudo, com empresas buscando novos mercados, proximidade das �reas produtoras de mat�rias primas e at� mesmo incentivos fiscais;

  Interdepend�ncia econ�mica e social entre o campo e a cidade, o rural e o urbano.

Desse contexto, entende-se que a caracteriza��o da cidade-campo, do urbano-rural, na atualidade � um processo complexo. As mudan�as recentes verificadas nas formas de organiza��o da sociedade assinalam transforma��es que se engendram de forma n�o homog�nea e linear no tempo-espa�o, com estrutura��o e reestrutura��o de fluxos, rela��es e contradi��es em diferentes n�veis de intensidades entre a cidade e o campo [13]. Assim, talvez n�o seja mais poss�vel uma distin��o espec�fica entre esses espa�os, sobretudo se tomado o aspecto das suas rela��es, ou �ainda se essas distin��es e oposi��es possam [...] ser reconhecidas, elas n�o s�o suficientes para a an�lise da �quest�o cidade-campo� em termos mais completos�[14].

Em decorr�ncia, como entender ent�o o que � urbano e o que � rural na atualidade?� A resposta a esse questionamento passa necessariamente pelo esfor�o de sistematiza��o dos crit�rios ou atributos utilizados para tal defini��o/caracteriza��o e, mais do que isso, pela necessidade de compreens�o das rela��es, contradi��es e complementariedades existentes entre o urbano e o rural.

Principais crit�rios e atributos utilizados para a defini��o do urbano e do rural

Determinados crit�rios s�o usualmente empregados para a caracteriza��o do urbano e, por oposi��o ou complementa��o, do rural. Assim, muitos deles sempre estiveram atrelados e permanecendo como marcas das cidades desde a antiguidade. Outros s�o constru��es recentes na tentativa de desobscurecer a quest�o cidade-campo. Nesse sentido, sistematiza-se na sequ�ncia alguns crit�rios selecionados.

Em uma abordagem normativa, o crit�rio limites oficiais ou pol�tico-administrativos revela o urbano e rural como adjetivos territoriais [15]. Trata-se de adjetivar, por meio de legisla��o, por��es territoriais, criando uma dicotomia urbano-rural similar �quela definida por muralhas na antiguidade. Esse crit�rio expressa no plano territorial os limites entre a cidade e campo, delineando unidades-espaciais urbanas e rurais. Esse crit�rio se traduz pela express�o �cidadecampo (cidade diferente do campo)�[16].

As limita��es da utiliza��o desse crit�rio, no caso brasileiro, s�o bastante conhecidas e, consequentemente, esse crit�rio � alvo de in�meros questionamentos. Primeiramente, porque o estabelecimento dos limites urbano-rural � realizado por meio administrativo e arbitr�rio, ou seja, pela defini��o do per�metro da cidade realizado por lei municipal, sem considerar outros atributos.� Nesse sentido, o rural � entendido como o algo remanescente para al�m da �rea do per�metro urbano.

De modo a melhor representar espacialmente esse crit�rio, apresenta-se abaixo a divis�o pol�tica administrativa da regi�o do Vale do Rio Pardo, localizada no centro do Estado do Rio Grande do Sul, no Sul do Brasil. (figura 1) Nela se destaca a delimita��o dos territ�rios municipais com suas respectivas �reas distritais e �reas urbanas. Estas correspondendo ao per�metro urbano das sedes municipais.

A partir desse crit�rio t�m-se a diferencia��o da forma de extra��o da renda da terra, se urbana ou rural, e consequentemente tributa��o, se urbana (Imposto Predial e Territorial Urbano � IPTU) ou rural (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural � ITR). Por meio desse crit�rio � poss�vel tamb�m tecer algumas considera��es acerca do aumento dos �ndices de urbaniza��o, j� que os habitantes dessas unidades-espaciais s�o contabilizados nos censos demogr�ficos como popula��o urbana ou rural.

Por meio dessa forma de quantifica��o, o Brasil apresenta sucessivos aumentos nas taxas de urbaniza��o, alcan�ando em 2011, 84,36% da popula��o [17]. Essa informa��o indica a exist�ncia de um processo constante de deslocamento da popula��o que vive em �reas n�o qualificadas como per�metro urbano para o interior das �reas assim qualificadas. Consequentemente, esse processo tamb�m contribui para os crescentes problemas urbanos, como o crescimento desordenado das cidades, a �faveliza��o� e a cria��o de �reas de transi��o, dentro de per�metros urbanos, mas sem equipamentos urbanos essenciais. 

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Figura 1. Exemplo da delimitação do urbano e rural, segundo limites oficiais ou político-administrativos.
Fonte: ObservaDR, 2011.

Outro crit�rio usualmente utilizado � a defini��o de um patamar demogr�fico. Nesse crit�rio utiliza-se o n�mero absoluto da popula��o e define-se o urbano pela aglomera��o de pessoas e o rural pela dispers�o (figura 2). O patamar demogr�fico � estipulado de forma arbitr�ria e, por isso, sujeito a contesta��es, principalmente pela simplifica��o da interpreta��o do urbano ao tamanho de sua popula��o [18].

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Figura 2. Exemplo de delimitação do urbano e do rural, segundo o critério do patamar demográfico.Fonte: Girardi, 2008

A densidade demogr�fica, outro crit�rio empregado para a defini��o do urbano e rural, utiliza a propor��o do n�mero de habitantes em rela��o a uma determinada �rea, ao inv�s do n�mero absoluto da popula��o. Nesse caso, o urbano � identificado pela maior densidade demogr�fica, enquanto o rural pela menor densidade demogr�fica (figura 3)[19].

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Figura 3. Exemplo de delimitação do urbano e do rural, segundo o critério da densidade demográfica.Fonte: Girardi, 2008

�Paralelamente a esse crit�rio, Sposito [20] indica a concentra��o demogr�fica como um atributo das cidades, n�o somente ao que se refere ao adensamento de pessoas, �mas de obras, objetos, de infraestruturas, de equipamentos, de edifica��es, de acontecimentos, de ideias, de valores, de possibilidades, etc�. Assim, a cidade � considerada a partir de suas caracter�sticas em compara��o com o campo, podendo-se designar �cidade versus o campo�, numa perspectiva que demonstra que a �cidade � o que o campo n�o �. Por�m, como salientam Bernardelli [21] e a pr�pria Sposito [22], a determina��o de n�veis de densidade habitacional deve ser ponto de partida das an�lises e nunca ponto de chegada, pois a urbaniza��o � um processo complexo e n�o deve ser simplificado ao aspecto populacional.

A ocupa��o econ�mica da popula��o � outro crit�rio. Nessa perspectiva, o urbano est� associado �s atividades secund�rias e terci�rias, enquanto o rural vincula-se essencialmente �s atividades prim�rias.� Assim, o �car�ter urbano amplia-se quanto maior o n�vel e a quantidade de atividades n�o agr�colas presentes� [[23]], sendo essencial a presen�a de atividades do setor terci�rio. Nesse contexto, a defini��o do urbano, e, por contraposi��o, do rural, estariam vinculadas ao estabelecimento de uma propor��o maior ou menor de habitantes ocupados economicamente com atividades secund�rias e/ou de servi�os (figura 4).

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Figura 4. Exemplo de delimitação do urbano e do rural, segundo o critério da ocupação econômica da população.
Fonte: Girardi (2008)

A cr�tica a este crit�rio refere-se a sua n�o sufici�ncia para caracterizar e explicar o urbano e rural, sobretudo, no modo de organiza��o da sociedade atual, onde se verificam atividades n�o prim�rias sendo desenvolvidas no campo e, em alguns casos, atividades prim�rias sendo desenvolvidas em �reas entendidas como cidade. Al�m disso, tal exemplifica��o pode incorrer em cr�ticas, por n�o considerar de uma forma mais completa a grande diversidade das formas e conte�dos tidos no processo de organiza��o socioespacial e econ�mico das regi�es brasileiras.

De uma maneira geral, os crit�rios e atributos apresentados parecem n�o satisfazer a compreens�o da atual realidade urbana-rural. Nesses referenciais os conceitos de urbano e de cidade est�o mesclados e confundem-se. Assim, a compreens�o da ess�ncia da quest�o cidade-campo, e urbano-rural, requer a considera��o de outras dimens�es e abordagens que extrapolam defini��es fundamentadas em estat�sticas e em normatiza��es arbitr�rias e, sobretudo, que possibilitem a compreens�o das novas formas de manifesta��o das pr�ticas socioespaciais do mundo contempor�neo. 

Para al�m dos crit�rios e atributos: as rela��es e contradi��es entre o urbano e o rural

A considera��o e a defini��o do urbano e do rural a partir dos crit�rios anteriormente mencionados, de �forma descontextualizada, sem analisar a historicidade presente nos fatos e processos, parece est�tico demais�[24]. Essa afirma��o est� relacionada com a necessidade de se entender a din�mica da sociedade em sua totalidade, na qual a simples distin��o e oposi��o� urbano-rural n�o s�o suficientes.

Nesse sentido, se as perspectivas mencionadas anteriormente trazem, de forma generalizada, o entendimento da exist�ncia de uma oposi��o entre urbano e rural, a abordagem da �diferencia��o social�, possibilita, enquanto procedimento anal�tico, considerar os processos de �rela��o entre cidade e campo�. E dessa forma, revelar os sentidos e pap�is desses espa�os e consequentemente a �unicidade e complementaridade compreendida por esse par dial�tico�[25].

Assim, para al�m dos crit�rios e atributos para a defini��o do urbano e do rural, � importante a compreende��o dos movimentos e for�as que os articulam e os produzem, o que �exige n�o apenas a apreens�o dos fatos, mas uma teoria, no �mbito da qual os conceitos de urbano e rural constituem-se em ferramentas fundamentais para se compreender cidade e campo�[26].

Nesse contexto, pode-se citar a teoria dos lugares centrais de Christaller [27], que embora tenha promovido muitas pol�micas e tentativas de verifica��o e refuta��o, indica uma forma de analisar as cidades e seu espa�o de rela��o. Essa teoria pode ser considerada uma abordagem metodol�gica e conceitual, e estabelece � cidade o papel de lugar central, �um n�cleo suscept�vel de unificar, de dominar, de organizar a periferia�[28].

Explicitando essa afirmativa, Beaujeu-Garnier [29] indica que a cidade, enquanto �concentra��o de homens, de necessidades, de possibilidades de toda a esp�cie [...], com uma capacidade de organiza��o e transmiss�o, � ao mesmo tempo sujeito e objeto�. � objeto por se constituir materialmente [�o quadro urbano�], e � sujeito por �exercer influ�ncia nos seus habitantes�, mantendo liga��es complexas com espa�os que ultrapassam o seu quadro urbano.

Assim, o papel da cidade engloba a �no��o de difus�o de um bem ou de um rendimento e a do limiar da sua popula��o�[30], indicando a tend�ncia do urbano se alargar para al�m dos seus limites e consequentemente permitindo a separa��o dos conceitos de cidade e urbano[31], mesmo ambos possuindo conex�es profundas.

Mesmo considerando que a cidade � marcada pelo predom�nio de rela��es secund�rias e de negocia��es e o campo pelas rela��es prim�rias, Wirth [32] afirma que os modos de vida produzidos nesses espa�os se interpenetram.� Para esse autor, o urbano e rural n�o devem ser interpretados como opostos ou como espa�os e modos de vida separados e sem contato. O modo de vida produzido na cidade, o urbano, � influenciado, em certa medida, pelo modo de vida produzido no campo, o rural, e do mesmo modo, o �urbanismo�[33]� espraiado para al�m das fronteiras da cidade, denotando a ideia de cultura urbana. Nas palavras do autor: �o urbanismo n�o est� confinado a tais localidades, mas manifesta-se em graus vari�veis onde quer que cheguem as influ�ncias das cidades�[34].

Nessa concep��o, a cidade apresenta-se como espa�o da diversidade de objetos e a��es, e o urbano � entendido como o modo de vida de quem vive na cidade, mas que extrapola os limites f�sicos desta. Ao ponto do rural, em virtude da influencia do modo de vida urbano, ser considerado como praticamente superado. Nesse contexto, as cidades se acentuam como �elementos dominantes na nossa civiliza��o e [estendem] enormemente o modo de vida para al�m dos [seus] limites�[35], no campo.

Assim, �embora possa ser mantida a preocupa��o com a defini��o de cidade, o urbano a extrapola. O urbano irradia-se a partir da cidade e atinge territorialmente os limites das influ�ncias dela�[36].

N�o obstante, e com o entendimento de que o urbano e rural se referem a diferentes modos de vida, Endlich [37], ao analisar a perspectiva da sociedade urbana de Lefebvre, indica que, com o avan�o do capitalismo, os neg�cios dos capitalistas tornam-se urbanos e cria-se um modo de viver de base urbana, que se irradia pelos campos, por meio da entrada de sistemas de objetos (eletricidade, objetos e estruturas tecnol�gicas...) e de valores (h�bitos, padr�o de consumo, modismos...).

Para Lefebvre [38], a rela��o cidade-campo torna a cidade um centro de decis�o e aparentemente de associa��o e, desse modo, �a cidade em expans�o ataca o campo, corr�i-o, dissolve-o�. Simultaneamente, a condi��o de vida urbana penetra na condi��o de vida do campo, transformando caracter�sticas e elementos tidos como tradicionais, num processo marcado, �s vezes, por resist�ncias.

Esta nova condi��o de vida urbana, se compreendida em uma forma mais ampla, pode gerar uma nova configura��o de sociedade, a sociedade urbana de Lefebvre [39]. Pois para esse autor, as comunidades rurais s�o compreendidas por possu�rem uma condi��o de vida que vem sendo superada material e culturalmente, e, portanto, a urbaniza��o tenderia a apagar a distin��o cidade-campo, por meio de �uma fus�o da sociedade urbana com o campo�[40].

De maneira geral, essas possibilidades de abordagens te�ricas trazem perspectivas urbanas, por meio das quais, se pode buscar a compreens�o das transforma��es hist�rico-espaciais da sociedade. Reiterando algumas considera��es, pode-se ressaltar que a quantifica��o e tamb�m a qualifica��o do urbano e do rural n�o se resume � estipula��o de crit�rios ou da simples pondera��o de atributos. Essas abordagens te�ricas indicam a apreens�o de que pode-se conceber cidade-campo e urbano-rural como categorias diferenciadas (figura 5). As primeiras, campo e cidade, entendidas enquanto materialidade, meio, condi��o e produto da sociedade, espa�os constru�dos/modificados que manifestam em seus conte�dos os processos contradit�rios de desenvolvimento hist�rico da sociedade. E as segundas, o urbano e o rural, compreendidas enquanto rela��es sociais, ou seja, formas abstratas, tamb�m condi��o e produto do desenvolvimento hist�rico da sociedade, mas que extrapolam os limites morfol�gicos da cidade e, no sentido inverso, os limites do campo.

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Figura 5. Categorias analíticas: campo-cidade e urbano-rural
Fonte: Elaboração dos autores

Essas formas abstratas, surgidas e derivadas da cidade ou do campo, mant�m constante embate entre si no tempo-espa�o e acabam modificando pouco a pouco a configura��o e o padr�o de organiza��o da sociedade, revelando, por exemplo, altera��es nos �modos de vida� e, inclusive, possibilitando a constitui��o de uma nova condi��o de vida da sociedade, na perspectiva da sociedade urbana de Lefebvre.

Nesse contexto, essas formas abstratas representam o n�o aparente da cidade e do campo, sendo que para empreend�-las � indispens�vel compreend�-las a partir de sua ess�ncia. E a ess�ncia � manifestada mediante sua intera��o com outros objetos, fatos e processos que os cercam e influenciam, introduzindo modifica��es em seu conte�do [41].

Assim, a compreens�o da ess�ncia da cidade e do campo, suas rela��es, analogias e contradi��es, passa pela considera��o da intr�nseca rela��o sociedade-natureza, onde atrav�s de um processo dial�tico, materializado pelo trabalho, pelas rela��es sociais, pelos �sistemas t�cnicos e sistemas de a��es�[42], a sociedade se organiza espacialmente e reproduz seu espa�o, num processo indissoci�vel com a natureza. Acredita-se, portanto, que a compreens�o do urbano e do rural, enquanto rela��es derivadas da cidade e do campo, requer a considera��o da dial�tica, onde a organiza��o da sociedade no tempo-espa�o se desenvolve atrav�s de movimentos, de mudan�as, de processo de transforma��es, considerando o desenvolvimento das for�as produtivas e a estrutura��o econ�mica e social.� �

� a partir do olhar hist�rico e dial�tico sobre a cidade, o campo e suas rela��es que se percebe que nenhuma das suas configura��es s�o definitivas. Tudo tem uma forma anterior e uma forma posterior. Tudo est� em movimento. Houve e h� processos de mudan�a, de transforma��o, onde novos elementos, novas fun��es, novas ruralidades e novas urbanidades s�o verificados. H� um encadeamento de processos, nos quais as influ�ncias das partes s�o totalizantes, tudo exerce influencia em tudo. Por isso, nada est� acabado, n�o h� uma configura��o final, mas h� uma sequ�ncia de processos que acabam por configurar esses espa�os e suas rela��es diferentemente a cada novo olhar, num contexto de desenvolvimento hist�rico. Contudo, estas configura��es n�o s�o t�o simples quanto aparentam. Para compreend�-las torna-se necess�rio entender como este processo se realiza, ou seja, o processo dial�tico de sua constante transforma��o.

Dessa forma, o espa�o geogr�fico n�o s� se transforma e se configura em campo ou cidade, mas mant�m tra�os que n�o s�o simplesmente puros de um ou de outro. Assim, no interior das rela��es urbanas ou rurais existem for�as que se embatem, pois mant�m caracter�sticas de polos opostos. Estas for�as tendem para a afirma��o e para a nega��o de caracter�sticas urbanas e rurais.

Logo, o entendimento e a compreens�o do urbano e do rural passam pela l�gica da afirma��o, nega��o e nega��o da nega��o. As rela��es tipicamente urbanas ou rurais apresentam contradi��es, enquanto um agrupamento de rela��es � negado por n�o possuir caracter�stica que o outro possui, o outro agrupamento de rela��es que possui tal caracter�stica � valorizado, portanto afirmado. Exemplo: o campo � afirmado por ter a capacidade de gerar alimentos para serem comercializados e consumidos na cidade ou por proporcionar usos dificilmente poss�veis de serem realizados nas cidades; entretanto, � negado por carecer de servi�os urbanos, t�picos da cidade. Assim, um espa�o � afirmado pelo que possui, mas � negado pelo que n�o possui, num processo contradit�rio de presen�a e aus�ncia. A afirma��o de um espa�o se d� pela nega��o do outro espa�o. Nota-se, nenhum deixa de existir por isso, pelo contr�rio.

Portanto, as diferen�as entre esses espa�os se apresentam de forma a complement�-los, mas n�o tornando-os homog�neos. Do ponto de vista da dial�tica, a cidade, por exemplo, � ao mesmo tempo o urbano e � o seu contr�rio, o rural. A cidade n�o existe sem o rural e o campo n�o existe sem o urbano. Embora, haja oposi��o e diferen�as entre a cidade e o campo, ambos s� existem a partir de seu contr�rio. Isso equivale a dizer que uma afirma��o n�o � absoluta, pois a afirma��o cont�m uma parte da nega��o, exemplo: o campo, produtor de alimentos para comercializar na cidade, cont�m em si a necessidade dos servi�os e caracter�sticas urbanas para existir, � a afirma��o que cont�m parte da nega��o. Logo, por a cidade e o campo e suas rela��es, o urbano e o rural, conterem afirma��es e nega��es conflitantes, eles se transformam, se modificam num terceiro termo que � a nega��o da nega��o, a s�ntese.

O movimento de afirma��o-nega��o ajuda na compreens�o das modifica��es que ocorrem nesses espa�os, nas suas rela��es e na perman�ncia das suas caracter�sticas pr�prias. H�, pois, movimentos de territorializa��o de atividades urbanas sobre o campo e consequentemente de desterritorializa��o de atividades rurais, mas h�, tamb�m, a transforma��o do rural e do urbano num sentido que, enquanto s�ntese dessas contradi��es, geram uma nova realidade.

Assim, coexistem no territ�rio um conjunto de rela��es que originam a emiss�o, media��o e recepta��o de fluxos materiais e imateriais, tornando a oposi��o cidade-campo n�o absoluta, mas sim, relativizada e ganhadora de um sentido cada vez maior de complementaridade.

Avan�ando nesse ponto, em que pese a oposi��o ainda remanescente entre a cidade e o campo, e entre suas rela��es, verifica-se que a dificuldade da distin��o, no plano das formas espaciais, da cidade e do campo, alargada pela amplia��o das �reas de transi��o entre as morfologias de rela��es urbana e rural, requer a considera��o de uma nova forma de se pensar a quest�o e, sobretudo, a forma espacial de an�lise.

Nesse aspecto, diversos autores prop�em a considera��o de uma superposi��o de formas espaciais caracterizadas por aspectos urbanos e rurais, formando um continuum espacial. Esse conceito, que n�o � recente, foi elaborado por Robert Redfiel em meados de 1930 para explicar as varia��es e continuidades entre os aspectos culturais de popula��es urbanas e rurais.

A considera��o dessa superposi��o �n�o pressup�e o desaparecimento da cidade e do campo como unidades espaciais distintas, mas a constitui��o de �reas de transi��o e contato entre esses espa�os que se caracterizam pelo compartilhamento, no mesmo territ�rio, ou em micro parcelas territoriais justapostas e sobrepostas, de usos do solo, de pr�ticas socioespaciais e de interesses pol�ticos e econ�micos associados ao mundo rural e ao urbano�[43].

Assim, essa proposi��o consegue conter contraditoriamente o urbano e o rural �superpostos, amalgamados e intrinsecamente relacionados�[44]. Essa superposi��o, al�m de superar a oposi��o entre o campo e a cidade, engloba todo o ritmo de mudan�as recentes que marcam a organiza��o da sociedade, resultados da l�gica da produ��o territorial da cidade no modo de produ��o capitalista.

A no��o do continuum implica considerar a exist�ncia de uma gradua��o entre o urbano e o rural, de modo que pode-se identificar diferentes n�veis escalares de rela��es urbanas ou rurais, os quais seriam n�veis de transi��o entre os extremos urbano e rural (figura 6).

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Figura 6. Níveis escalares do urbano-rural
Fonte: Elaboração dos autores

� nesse aspecto que o continuum se diferencia das perspectivas que buscam definir territ�rios como sendo unicamente urbanos ou rurais, num sentido arbitr�rio de delimita��o do que � urbano e do que � rural, como exposto anteriormente.

A perspectiva do continuum, entretanto, quando analisada com maior acuidade, permite a verifica��o da exist�ncia de duas vertentes, as quais os autores, inclusive aqueles trazidos nesse texto, se filiam. A primeira vertente est� inserida no paradigma que procura compreender a passagem das sociedades tradicionais, pr�-capitalistas, essencialmente rurais, para uma sociedade moderna, capitalista, essencialmente urbana. Indica, desse modo, que o campo perderia sua identidade enquanto espa�o de rela��es rurais, ou seja, a cidade, enquanto fonte de valores dominantes estabeleceria seu dom�nio sobre todo o conjunto urbano-rural da sociedade. J� a segunda vertente est� inserida no contexto em que, mesmo com a aproxima��o entre o rural e o urbano, n�o desaparecem suas particularidades. Nessa vertente ressaltam-se as semelhan�as e diferen�as entre o extremo urbano e o extremo rural, demonstrando a continuidade de rela��es existentes entre o campo e a cidade, representando a reafirma��o da exist�ncia das rela��es rurais. Assim, �reas com caracter�sticas pr�prias permaneceriam existindo, mas com grau de inser��o � din�mica social e econ�mica regional e global diferenciada. Para esta vertente, o processo de desenvolvimento hist�rico gera maior intera��o entre o urbano e o rural, por�m n�o havendo homogeneiza��o.

De modo geral, o continuum, enquanto unidade espacial, pode contribuir para o entendimento da din�mica de espa�os em constante transforma��o. Ou seja, acredita-se que a no��o de continuum pode ser pensada para se entender que tanto o urbano quanto o rural s�o partes da mesma sociedade, fazem parte da �totalidade�.

Considera��es finais

A problem�tica da quest�o cidade-campo, urbano-rural, e do entendimento de suas analogias, rela��es, complementaridades e contradi��es, � muito mais ampla que a trazida neste texto, tampouco foi nossa inten��o esgotar o seu debate. Contudo, pode-se tecer e tamb�m ressaltar algumas considera��es, que, em certa medida, j� foram expostas no decorrer do texto.

Primeiramente, � importante que se entenda que a compreens�o da problem�tica atual da quest�o cidade-campo, urbano-rural, deve considerar o processo de sua constru��o hist�rica.� Com o exacerbamento da divis�o do trabalho, do desenvolvimento do modo de produ��o capitalista e da difus�o dos sistemas cibern�ticos, as configura��es da sociedade se transformam, tornando cada vez menos percept�vel as diferen�as entre a cidade e o campo e principalmente entre o urbano e o rural.

A tentativa de utiliza��o de diferentes crit�rios e atributos para desobscurecer a quest�o e elucidar a diferencia��o entre o que � cidade/urbano e o que � campo/rural n�o atendem a compreens�o da problem�tica em sua plenitude, visto sua complexidade. A considera��o de abordagens te�rico-metodol�gicas para a interpreta��o da quest�o parece ser mais produtivo, principalmente: i)� pela potencialidade de qualifica��o das categorias anal�ticas cidade/campo e urbano/rural, que ao que parece � o grande problema em quest�o; e, consequentemente, ii) pelo fato da possibilidade de compreens�o da din�mica das rela��es e contradi��es que comp�em a sociedade no tempo-espa�o.

Nesse sentido, a proposi��o da superposi��o de formas, rela��es e qualidades urbanas e rurais, por meio de um continuum espacial, pode ser considerada uma forma alternativa para se pensar a quest�o, principalmente enquanto procedimento de an�lise espacial. Essa proposi��o, embora necessite de maior aprofundamento, dado suas vertentes, parece representar uma possibilidade real de avan�o no sentido da compreens�o da configura��o do espa�o contempor�neo, um espa�o em constante constru��o, destrui��o, manuten��o e transforma��o.  

Qual a importância do campo para a cidade e a cidade para o campo?

Cabe ao campo a produção dos alimentos e de matérias-primas utilizadas pela indústria. As cidades se urbanizam, e tem como função principal a atividade industrial e o setor de serviços. Nessa atividade veremos a importância da relação entre o campo e a cidade e como isso influencia nossas vidas.

Qual é a importância da relação entre o campo e a cidade?

Enquanto cidade e campo são formas concretas, materialização de um modo de vida, urbano e rural são representações sociais. Historicamente a relação entre cidade e campo é vista por meio da divisão do trabalho em: intelectual e manual, de modo que na cidade é beneficiado o produto oriundo do campo.

Qual é a importância do campo?

Desde a época da colonização, a agricultura e a pecuária são atividades que mantêm a importância do campo para o desenvolvimento do homem. A agricultura ainda é a principal base econômica do Brasil e há expectativa de aumentar ainda mais as exportações neste ano de 2020.

Qual a importância do trabalho do campo para a cidade?

Além da produção de alimentos, as atividades desenvolvidas por esse profissional geram matéria-prima para a fabricação de inúmeros produtos essenciais à comunidade. Além dos milhões de empregos gerados diretamente pela agricultura, o setor estimula a criação de vagas em diversas outras áreas.