Qual é a importância da doação de sangue porque é fundamental a compatibilidade do tipo sanguíneo do doador e do receptor?

Nos transplantes de órgãos, como fígado ou pulmão, é importante que doador e receptor tenham a mesma tipagem sanguínea (A, B, O, AB). Nos transplantes de medula não é obrigatório, pois são transplantadas as células-tronco que fabricam o sangue. Se, por exemplo, o paciente tem tipagem A e o doador tem tipagem B, depois da pega da medula o paciente vai aos poucos trocar a tipagem dos seus glóbulos vermelhos para produzir sangue de tipagem B.

A compatibilidade necessária nos transplantes de medula chama-se HLA (Human Leukocyte Antigen). O exame de HLA é feito por laboratórios especializados em uma amostra de sangue simples, como as que são coletadas para fazer um hemograma.

O HLA está no nosso código genético e leva à produção de proteínas que ficam em todas as células do corpo. Estas proteínas avisam nosso sistema imunológico que nós somos nós mesmos, para que nossas células de defesa não nos ataquem. Por isso são tão importantes no transplante.

Cada pessoa tem vários tipos de HLA, que são chamados locus. Os principais são: A, B, C, DR, DQ. Podemos “olhar” estes locus de maneira mais genérica (tipagem em baixa resolução), em resolução intermediária (em que se usa números e letras) ou com bastante detalhe (alta resolução).

Herdamos nossa tipagem HLA metade do pai e metade da mãe. Assim, cada irmão tem 25% de chance de ter herdado a mesma tipagem HLA de seus pais. Dois irmãos que herdaram o mesmo HLA dos pais são irmãos com HLA idêntico. Se somente a parte de um dos pais foi herdada igual, chama-se “haploidêntico”.

Até a poucos anos, a chance dos transplantes serem feitos com sucesso dependiam muito da compatibilidade quase total entre doador e receptor. Nas ultimas décadas descobriu-se que o sangue de cordão umbilical não precisa de compatibilidade completa e que parentes com HLA haploidêntico também podem ser doadores e, adaptando-se os medicamentos no transplante, estes podem ter resultados tão bons quanto os transplantes com HLA-idêntico.

A busca por um doador compatível

Quando um paciente precisa de um transplante de medula alogênico, outra pessoa tem que ser seu doador.

Irmãos de mesmo pai e mesma mãe têm 25% de chance de ter herdado a mesma tipagem HLA. Transplantes entre irmãos são feitos há quase 50 anos e tem os melhores resultados.

Se o paciente não tem um irmão HLA-idêntico, outra opção é um doador voluntário, não aparentado, também com HLA idêntico. Existem hoje mais de 27 milhões de voluntários cadastrados nos registros em todo o mundo (www.bmdw.org), quase 4 milhões deles no Brasil, incluídos no REDOME – Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea. Existem tantos tipos diferentes de HLA nestes registros, que não faz sentido promover uma campanha de cadastro de doadores para um paciente doente – exceto se for a tipagem HLA de um povo isolado, não representado nos registros.

Existe uma chance pequena de que pessoas da mesma família, que não são irmãos, tenham a mesma tipagem HLA, mas isto ocorre principalmente no caso de casamentos consangüíneos (entre parentes) ou em povos que não se misturaram muito com o resto da população.

Pacientes que precisam de transplante, e não tem doador familiar e nem voluntário não aparentado, têm duas outras opções: transplantes com sangue de cordão umbilical, que já encontra-se estocado, tipado e pronto para ser usado e os transplantes de parentes haploidênticos (que herdaram apenas metade da carga genética).

Nestes dois tipos de transplantes a recuperação do sistema imunológico é mais lenta depois do transplante, o que pode aumentar a chance de infecções. Entretanto, o tempo que demora em encontrar um doador na própria família é sempre muito menor e isso pode ser decisivo no tratamento de algumas doenças.

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Você sabia que...

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Programa de rádio reapresenta série sobre doação de sangue e ouve especialistas da Faculdade de Medicina e Fundação Hemominas


16 de junho de 2017


Programa de rádio reapresenta série sobre doação de sangue e ouve especialistas da Faculdade de Medicina e Fundação Hemominas

Qual é a importância da doação de sangue porque é fundamental a compatibilidade do tipo sanguíneo do doador e do receptor?
Se você tem entre dezesseis e 69 anos de idade, goza de boa saúde e pesa mais de cinquenta quilos… Sorria! Você pode ser um doador de sangue. Para isso, é importante não ter tido hepatite após os 11 anos nem ter se exposto a situações de riscos para infecções sexualmente transmissíveis.

“É bom lembrar que acima de 61 anos está apto a doar quem já era doador antes dos sessenta”, acrescenta a chefe da gerência de Captação e Cadastro da Fundação Hemominas, Heloísa Gontijo. Segundo Heloísa, o processo de doação de sangue é fundamental para o funcionamento de um hospital, uma vez que ele precisa de um banco de sangue para tratamentos cirúrgicos e outros procedimentos.

Qual é a importância da doação de sangue porque é fundamental a compatibilidade do tipo sanguíneo do doador e do receptor?

Foto: Reprodução

O diretor técnico-científico do Hemominas, Fernando Basques, também cita a importância desse banco ao citar avanços mais recentes. “Há vinte anos, um transplante hepático consumia quarenta bolsas de sangue. Hoje, na maioria das vezes, os cirurgiões conseguem operar sem a utilização de hemocomponentes. Mas é sempre importante ter uma reserva, caso haja necessidade”, afirma.

Tipos sanguíneos

Um aspecto importante em procedimentos que envolvem transfusão de sangue está ligado à compatibilidade entre os tipos sanguíneos, definidos pelo sistema ABO (tipos de sangue A, B, AB e O) e RH (positivo ou negativo).

“Quem é do grupo A tem um antígeno que é chamado de A, então ele reconhece quem é A como se fosse da turma dele. Já com o grupo B ele vai dizer ‘olha, esse não faz parte da minha turma’ porque ele não tem a aglutinina A. Quem é do grupo O é como se fosse o ‘gente boa’, ou seja, tanto grupo A quanto grupo B, ao entrarem em contato com o O, não o reconhecem como estranho”, explica de modo didático o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, José Roberto de Faria.

No sistema ABO, se o grupo O pode doar pra qualquer um, o grupo AB é o receptor universal. “Quem é do grupo AB, como tem tanto o A como o B, não faz anticorpo nem contra um nem contra o outro, ou seja, ele pode receber de qualquer um. Já o O pode doar pra qualquer um”, diz José Roberto. O professor ainda ressalta que quem tem o RH positivo pode doar sangue somente para outro positivo, enquanto o RH negativo doa para ambos.

Qual é a importância da doação de sangue porque é fundamental a compatibilidade do tipo sanguíneo do doador e do receptor?

Ilustração simplificada do sistema ABO. Reprodução: Internet

De acordo com Heloísa Gontijo, tudo isso influencia nos estoques de banco de sangue. “Estamos passando por dificuldades com os grupos negativos, especialmente o O negativo. Isso porque quase 90% da população é de grupos positivos”, informa. A especialista também explica porque o sangue O negativo é valioso para esse estoque: “Quando uma pessoa chega ao pronto-socorro precisando de uma transfusão e não dá tempo de classificar seu tipo sanguíneo, liga-se um sangue O negativo”.

Para agendar uma doação na Fundação Hemominas, ligue gratuitamente para o número 155 e tecle a opção oito. Quem faz o agendamento prévio tem prioridade no atendimento.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 186 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.


Qual a importância da doação de sangue por que é fundamental a compatibilidade do doador com O receptor?

Dessa forma, é importante que o aglutinogênio característico do doador, seja compatível com a aglutinina presente no plasma do receptor. Caso contrário ocorrerá aglutinação das hemácias recebidas, causando sérios problemas ao receptor.

Qual é a importância da doação de sangue por que é fundamental?

Com um gesto solidário e rápido, é possível salvar vidas de pessoas submetidas a tratamentos, intervenções médicas, feridos e pacientes de doenças crônicas graves que necessitam de reposição ou transfusão. Mesmo com as restrições de distanciamento, o processo para doar sangue é seguro.

Qual é a importância de doar?

O ato de doar contribui efetivamente com a transformação para o melhor da sociedade, das instituições e, principalmente das pessoas. Ao enxergar as necessidades do próximo e fazer algo para supri-las, nos tornamos mais justos e igualitários.

Qual a importância de conhecer O tipo de sangue antes de realizar uma transfusão sanguínea?

A tipagem sanguínea é o processo de coleta e análise do sangue do paciente para identificar a qual grupo sanguíneo ele pertence. Além de facilitar na hora do atendimento, também é importantíssimo saber o tipo sanguíneo para doações de sangue, transfusões e para o período gestacional.