Tempo de leitura: 3 minutos Show
No que consiste a Sociologia da Religião?A Sociologia da Religião é um ramo da Sociologia e ela se fundamenta na compreensão humana entre o “profano” e o“sagrado”. Independente da crença, o que é mais significativo da religião para a Sociologia é o papel fundamental que ela exerce na vida social. Como é a pesquisa em Sociologia da Religião? Quais são os principais Sociólogos?A pesquisa em Sociologia da Religião se dá de forma empírica, através de autores clássicos como Émile Durkheim, Max Weber, Georg Simmel, e outros autores que colaboram pra essa análise como Sigmund Freud e William James. Vou me concentrar a falar um pouco sobre os Clássicos. Lembrando que, a orientação pessoal de cada sociólogo emerge de modo claro por meio das próprias definições de religião. Émile Durkheim e as Formas Religiosas – Durkheim considera a religião como parte essencial da vida social, em sua própria obra “As formas elementares da vida religiosa” ele diz: “Nosso objetivo, neste livro, é estudar a religião mais primitiva e simples atualmente conhecida, fazer a análise dela, tentar sua explicação.” Para o sociólogo, a ciência não substitui a religião. Há algo eterno na Religião. Em toda obra ele visa a busca da origem da vida social, e tem como pesquisa o Totemismo de povos primitivos na Austrália. Em busca do universo ideológico do fenômeno religioso ele consegue articular as representações de tempo, espaço, morte através da instituição nas quais ele acreditava ter uma consciência coletiva. Conclui a obra entendendo que a religião é algo eminentemente social, as representações religiosas são representações coletivas ( Ritos ) nesse sentido a religião é um produto do coletivo. Max Weber e a Religião – Um dos principais motivos de sua pesquisa foi captar as relações entre economia e religião. Ele reconhece o capitalismo como uma força na realidade social moderna, mas evita atribuir a uma só matriz a origem das dinâmicas sociais (divergindo de Marx). Nesse sentido ele trabalha com o econômico e o religioso em sua obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Nessa obra ele analisa a origem de uma consciência econômica condicionada a um conteúdo da fé religiosa. Tem como recorte o caráter predominante protestante calvinista, que em sua análise pregava a acumulação de capital em um objetivo existencial, e que o sucesso na profissão é um sinal de predileção divina. Georg Simmel Religiosidade e Religião – Simmel da início diferenciando os dois conceitos – Religiosidade e Religião, que em sua opinião se difere pelo fato de que a Religião é criada pela Religiosidade e não o contrário. A Religiosidade seria uma “ disposição de ânimo interior”, e a religião uma fase mais avançada, uma objetivação da fé. . Um processo similar que o autor faz com natureza e cultura. Um exemplo: A crença na versão simmeliana seria um exemplo de religiosidade, enquanto os ritos se encontrariam a meio caminho entre a religiosidade e religião. Concluo que essas são algumas das boas percepções acerca da Sociologia da Religião. Pensemos! Abner Davi – Estudante de Sociologia. Você gostou deste artigo? Receba as novidades mais quentes sobre Sociologia em seu email! É GRATUITO. ROBERTO DOS SANTOS Resumo: Palavras-chave: Sociologia. Religião. Fenômenos Sociais. Sociedade. Abstract: Keywords: Sociology, religion, social phenomena, society. 1. INTRODUÇÃO A pesquisa em Sociologia da Religião se dá de forma empírica, através de autores clássicos como Émile Durkheim, Max Weber, Georg Simmel, e outros autores que colaboram pra essa
análise como Sigmund Freud e William James. Vou me concentrar a falar um pouco sobre os Clássicos. Lembrando que, a orientação pessoal de cada sociólogo emerge de modo claro por meio das próprias definições de religião. 2. O SÉCULO XIX E A TEORIZAÇÃO DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO Para compreendermos o
surgimento de uma disciplina acadêmica dedicada, especificamente, a entender e explicar os processos sociais que envolvem as religiões, precisamos voltar às origens da sociologia. A sociologia é uma ciência tipicamente moderna, produto das grandes transformações sociopolíticas, culturais e econômicas ocorridas na Europa nos séculos XVI e XVII. O longo processo histórico de constituição da Modernidade culmina no século XIX com a instauração de um novo modelo de sociedade, regido por valores
burgueses, por arranjos sociais e políticos condizentes com as novas formas de organização do sistema produtivo e, consequentemente, das relações sociais. A ascensão de uma nova classe social – a burguesia – tem como resultado a perda de poder dos monarcas e senhores feudais. O desenvolvimento das cidades, acelerado pela Revolução Industrial, transforma camponeses e artesãos em operários. A forma capitalista de produzir os bens necessários à vida substitui a economia fundada nas relações
familiares. O tempo da enciclopédia – “das ciências, das artes e dos ofícios”. E “dos esforços do espirito humano em todos os seus gêneros” – substitui o universo da “Summa”, em que Deus era o principio e o fim, e cujos selos a teologia guardava. A revolução da sociedade que sacode o Ocidente cristão de 1775 a 1818 não é senão urna peripécia, um entusiasmo da historia diante desta revolução da consciência e inteligência. (Poulat, É. Liberté, laïcité, p. 391). O sentido religioso da vida e da sociedade dá lugar a uma visão racionalizada e secularizada. Afirmam-se a liberdade de pensamento e a autonomia da consciência. Trata-se de uma verdadeira revolução do pensamento, “a emergência de novas formas de pensar, uma reestruturação das grandes evidencias que,
durante muito tempo, haviam animado a sociedade ocidental e fundado sua unidade cultural” (POULAT, 1987). O pensamento mítico-religioso, em um processo lento, mas inexorável, é pouco a pouco substituído pelo calculo racional do pensamento das luzes. Octavio Ianni fala do “destino trágico” dos seres humanos obrigados a confrontar-se, na modernidade, com si próprios, prescindindo de Deus (IANNI, 1989, p. 20). 3. A SOCIOLOGIA APLICADA A RELIGIÃO Desde o seu início, a sociologia interessa-se pela religião. Poder-se-ia mesmo dizer que, no limite, nasce como sociologia da religião, na medida em que, ao se propor entender a sociedade de maneira
científica, a sociologia confronta-se imediatamente com o fato religioso. Os fundadores da sociologia – Marx, Durkheim e Weber – ocuparam-se, em graus diversos e de maneiras diferentes, da religião. Não para discutir a veracidade de suas afirmações teológicas, mas porque entendê-la era fundamental para compreender a sociedade moderna. Dá-se, então, uma profunda ruptura. A fragmentação da ciência e a constituição de campos especializados do saber abalam a pretensão totalizante da filosofia e da
teologia. A ciência toma a religião como seu objeto. Ela é “confinada” a um campo. Torna-se objeto da investigação de um campo do conhecimento alheio e “liberto” da religião: as ciências sociais. 4. TAREFAS DA SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO Negativamente, podemos dizer que não é tarefa da sociologia ocupar-se da religião “em si mesma”. O que está em questão para o sociólogo da
religião são as relações entre religião e processos sociais. Neste sentido, uma das tarefas definidoras do trabalho da sociologia da religião é identificar as origens e as funções sociais dos mitos, das doutrinas e dos dogmas religiosos. Essa tarefa realiza-se em três dimensões. A primeira delas é a compreensão do papel da religião nas diferentes sociedades e culturas. A segunda, a análise do significado e do impacto da presença e da força das religiões no correr da história humana. E,
finalmente, a identificação das forças sociais que modelam as religiões, por um lado, e o reconhecimento do papel das religiões na transformação dos processos sociais, por outro. 5. OS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO Para Marx, Weber e Durkheim, a religião apresentou-se como um problema a ser analisado para se entender a sociedade. Abordaram diferentemente a questão da possibilidade da ordem social nas sociedades modernas, cujas bases são a legitimidade e a extensão de direitos e interesses individuais. Como pode a sociedade manter-se coesa, se o seu centro passou da
comunidade ao indivíduo? Em seu famoso livro Comunidade e sociedade, Tonnies havia proposto a forma comunitária como própria das sociedades tradicionais e a societária como a forma organizacional especificamente moderna. Ora, se a religião organizava os laços comunitários e garantia a coesão, agora é em torno da figura do indivíduo que os laços sociais se tecem. O que acontece, então, com a religião? E com a sociedade que prescinde dela? Nossos três autores concordam em que as religiões são
importantes elementos na construção dos laços sociais. Mas diferem na consideração do quanto o são e de que forma. 6. A FUNDAMENTAÇÃO FEMINISTA CRÍTICA DA SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO Pode-se afirmar que, no século XX, o feminismo alterou profundamente as práticas sociais e políticas, os padrões culturais correntes e as formas do conheci- mento humano. Entre os campos que sofreram de maneira intensa o impacto das ideias feministas está o religioso, seja pelas mudanças provocadas nas práticas religiosas das mulheres, seja pela influência sobre o desenvolvimento de um novo discurso – a teologia
feminista. Os efeitos da crítica feminista às religiões, especialmente ao cristianismo no Ocidente e ao islã, no Oriente, foram dos mais contraditórios: do abandono de qualquer fé religiosa pelas mulheres à criação de espaços feministas de espiritualidade de vários tipos, expressando uma enorme criatividade, inclusive com a reinterpretação de textos tidos por sagrados, como a Bíblia e o Corão. Começaram a rever sua conclusão de que a religião contribuía inevitavelmente para a subordinação das mulheres. O movimento de espiritualidade das mulheres e as teologias da libertação feministas sugeriam que as ideias religiosas retrabalhadas podiam ser mais uma fonte de empoderamento das mulheres do que de sua subordinação. Entretanto, o consenso sobre a mutabilidade das religiões e seu papel potencialmente liberador é consideravelmente menos desenvolvido entre feministas do que entre estudantes de religião e política. Grande parte da teoria feminista ainda duvida da capacidade de um movimento iniciado em uma igreja dominada por homens emancipar as mulheres. (DROGUS, 1997, p. 1-11). Na avaliação de Rita Gross, apesar do domínio histórico dos homens no campo dos estudos da religião, as estudiosas feministas foram bem-sucedidas em seus esforços para estabelecer uma presença respeitada e influente. Assim como a prática religiosa foi transformada pelas feministas, também o fora m os estudos acadêmicos da religião. Todas as áreas dentro dessa disciplina fora m afetadas pelos métodos feministas, dos estudos bíblicos ao estudo com parado das religiões. (GROSS, 1996, p. 45). Levantando rapidamente a história dessa área de estudos, Gross cita o primeiro encontro de teólogas e especialistas em estudos das
religiões, em junho de 1971, nos Estados Unidos. Dessa reunião saiu uma serie de propostas com o objetivo de estabelecer uma agenda específica – painéis, conferências, papers – que tratasse da temática “mulheres e religião”, na American Academy of Religion (AAR) e na Society for Biblical Literature (SBL): duas das mais influentes associações profissionais nesse campo de estudos. Como resultado da atuação política dessas acadêmicas, uma mulher, Christine Dowing, é eleita presidente da AAR.
Estabelece-se uma rede de contatos entre essas acadêmicas, com efeitos positivos sobre o desenvolvimento de suas carreiras, na teologia ou nos estudos de religião. Tentar contribuir […] para a elucidação da lógica social que preside a estruturação dessas atitudes e desses comportamentos religiosos ditos “femininos”. Lógica social que a ideologia dominante – servida em primeiro lugar pelo discurso oficial das instituições religiosas – oculta e reforça, imputando tais atitudes e comportamentos à ordem eterna da natureza, identificada à vontade divina, e que define para a mulher uma vocação específica. (Hervieu-Léger, 1980, p. 1). A explicação dada por Hervieu-Léger ao título escolhido para o colóquio – religião e opressão das mulheres – é reveladora do tipo de análise proposto: Trata-se de uma tomada de posição metodológica [sublinhado no original] que engajava a problemática deste colóquio. Poder-se-ia ter proposto “As mulheres e a religião”; não fazê-lo era recusar a ideia de uma relação homogênea das mulheres com a religião, relação que procederia de uma suposta “natureza feminina”; era excluir a hipótese de uma religiosidade feminina inscrita em alguma parte […] na estrutura biopsíquica das mulheres; era romper com o pressuposto que toma como um fato da natureza o que nós tentamos compreender como fato social. (Hervieu-Léger, 1980, p. 1). Esse tipo de abordagem teórico-metodológica permitiu interrogar as religiões do ponto de vista das relações sociais entre os sexos, ou de gênero. Algumas pesquisas empíricas foram dedicadas a dissecar as formas pela quais crenças, práticas e representações religiosas contribuem, seja para a
reprodução da desigualdade entre mulheres e homens, seja para sua transformação. Em todos os campos de estudo das religiões, uma das questões fundamentais passou a ser a compreensão da maneira pela qual atividades simbólicas – crenças, ritos e discursos religiosos -, que parecem escapar à diferenciação colocada pelo gênero, são, na verdade, moldadas por sua ação. A preocupação de pesquisadoras femininas tornou-se, assim, mostrar como as religiões apresentam-se em uma realidade social e
histórica, atravessadas e conformadas pelas relações de gênero. Suas pesquisas mostraram haver evidência sociológica de que mulheres e homens interpretam símbolos religiosos diferentemente, confirmando hipóteses que propõem o gênero como mediador da experiência religiosa. 7. OS TEMAS ATUAIS DA SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO E OS ESTUDOS BRASILEIROS NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO Não é tarefa simples fazer, de forma rápida e sintética, um balanço dos temas de que se tem ocupado a sociologia da religião contemporaneamente. Um bom parâmetro para se
aquilatar a multiplicidade das questões que ocupam os cientistas sociais da religião são as conferências da Sociedade Internacional de Sociologia das Religiões/SISR. Realizadas a cada dois anos, essas reuniões organizam-se em torno de uma temática específica. Algumas das temáticas já abordadas são: a regulação do corpo e das concepções da natureza próprias a diferentes tradições religiosas, no cruzamento com problemáticas transversais, como ecologia, desenvolvimento da ciência; etnias,
coexistência e choque cultural no contexto das migrações; aceleração dos processos de mudança e a dinâmica da transmissão religiosa às novas gerações de crentes. BOLOGH, Roslyn W. Love or greatness; Max Weber and masculine thinking – A feminist inquiry. London: Unwin Hyman, 1990. DROGUS, Carol. Women, religion, and social change in Brazil’s popular church. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 1997. ERICKSON, Victoria Lee. Where silence speaks; feminism, social theory and religion. Minneapolis: Fortress, 1993. FALK, Nancy Auer & Gross, Rita. Unspoken words: women’s religious lives. Belmont: Wadsworth Press, 1989. GIDDENS, Anthony. Em defesa da sociologia; ensaios, interpretações e tréplicas. São Paulo: Unesp, 2001. GROSS, Rita M. Feminism & religion; na introduction. Boston: Beacon Press, 1996. HERVIEU-LÉGER, Daniele et al. Oppression des femmes et religion. Colloque de l’ Association Française de Sociologie Religieuse. Paris: Centre d’Etudes Sociologiques, 1980. HERVIEU-LÉGER, Danièle. Vers um nouveau Christianisme? Introduction à la sociologie du christianisme occidental. Paris: Cerf, 1986. _______________& WILLAIME, Jean-Paul. Sociologies et religions; approches classiques. Paris: PUF, 2001. IANNI, Octávio. A sociologia e o mundo moderno. São Paulo: USP, 1989. MARIZ, Cecília. A sociologia da religião de Max Weber. In: TEIXEIRA, Faustino (org.). Sociologia da religião; enfoques teóricos. Petrópolis: Vozes, 2003. MERNISSI, Fatima. Sexe idéologie islam. Paris: Tirece, 1983. MONTERO, Paula. Religiões e dilemas da sociedade brasileira. In: MICELI, Sergio (org.). O que ler na ciência social brasileira. São Paulo/Brasília: Sumaré, ANPOCS/CAPES, p. 237-286, v. 1 Antropologia, 1999. PIERUCCI, Antônio Flávio. Sociologia da religião – Área impuramente acadêmica. In: MICELI, Sergio (org.). O que ler na ciência social brasileira. São Paulo/Brasília: Sumaré, ANPOCS/CAPES, p. 237-286, v. 1 Antropologia, 1999 ________________. O desencantamento do mundo; todos os passos do conceito Marx Weber. São Paulo: Editora 34, 2003. POULAT, Émile. Liberté, laïcité; la guerre des deux France et le príncipe de la modernité. Paris: Cerf/Cujas, 1987. SHARMA, Arvind (ed.). Women in world religions. New Work: University of New York Press, 1987. VEILLETTE, Denise. Introductions, hiérarchisation social des sexes, occultation des femmes et appropriation masculine du sacré. In: VEILLETTE, Denise (dir.). Femmes et religions. Québec: Corporation canadienne des Sciences Religieuses/Les Presses de l’Université de Laval, p. 1-40, 1995. O que a religião significa para a Sociologia?Os sociólogos estudam a religião tanto como um sistema de crenças como uma instituição social. Por ser um sistema de crenças, a religião influencia o que as pessoas acreditam e como elas enxergam o mundo.
Como a Sociologia percebe a religião na sociedade?Weber coloca duas principais características da religião apreendida como fenômeno social: o vínculo social e o tipo de poder que ela gera. Desse fato, a sociologia da religião weberiana busca definir os tipos de “comunalização religiosa”, assim como os tipos de dominação religiosa.
Qual a importância do estudo das religião para a Sociologia?No campo da Sociologia, o estudo das religiões é importantes porque identifica os fatos sociais que ocorrem no contexto religioso. Para Durkheim (1858-1917), o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais.
Qual a função da religião na sociedade para Durkheim?A religião era importante para Durkheim como exemplo de representações coletivas compartilhadas, como não há prova da existência de um deus, a analisava como ferramenta social. Ele via a religião como portadora de uma função integradora, capaz de manter a solidariedade social.
|