Qual o tempo de recuperação de uma cirurgia de raspagem de próstata?

O ator Mateus Carrieri, 54, passou por uma cirurgia de raspagem da próstata ontem (17). O procedimento foi necessário após a equipe médica constatar hiperplasia prostática benigna, um aumento da glândula da próstata que ocorre com cerca de metade dos homens após 45 anos.

"A próstata envolve o canal da uretra do homem muito próximo à bexiga. Com a idade, ela tende a crescer e esse aumento pode obstruir o canal", explica Roni Fernandes, diretor de comunicação da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia). O quadro não é considerado precursor do câncer de próstata.

Chamados de sintomas do trato urinário inferior, os sinais incluem aumento da frequência de ir ao banheiro, necessidade de urinar durante à noite (o que faz o homem acordar), esforço para poder sair a urina, jato da urina mais fraco e sensação que a bexiga não é esvaziada adequadamente.

"A recomendação é tratar os sintomas precocemente para evitar cirurgia. Se cresce muito rápido e os sintomas não melhoram, indica-se o procedimento", aponta Fernandes.

A raspagem é feita por endoscopia, através da uretra. "É uma cirurgia minimamente invasiva. Normalmente o paciente fica internado um ou dois dias, coloca-se uma sonda no canal para lavagem da bexiga e eventual retirada de sangramentos. Depois, a sonda é retirada e o homem volta urinar normalmente", indica o médico.

Os sintomas são progressivos e se o homem se adapta a eles, com a falsa impressão de que são normais, o canal é totalmente obstruído e a cirurgia passa a ser urgente.

Busca por ajuda médica aumentou entre homens, mas ainda é menor do que entre mulheres

Segundo o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), de 2016 a 2020, houve um aumento da procura do homem pelo médico de 49,96% — de 425 milhões de atendimentos para 637 milhões.

No entanto, os dados do PNS (Programa Nacional de Saúde) de 2019 mostram que 76,2% da população foi ao médico (cerca de 160 milhões de pessoas), sendo a proporção de mulheres (82,3%) superior à dos homens (69,4%). Ao avaliar os dados por estado e faixa etária, essa diferença de ida ao médico entre homens e mulheres chega a ser maior que o dobro.

O menor acesso à saúde pode ocultar doenças silenciosas. A menor ida ao especialista tem contornos culturais, uma vez que desde cedo as meninas são levadas pelas mães ao ginecologista e os meninos, por sua vez, não têm um especialista que os acompanha, ficando com essa ausência até os 50 anos, idade recomendada para se fazer os exames de toque retal e PSA para o diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Nova cirurgia do aumento da próstata conta com tecnologia inovadora que garante um pós-operatório mais rápido a pacientes submetidos ao procedimento.Uma nova tecnologia vem permitindo uma recuperação pós-operatória mais rápida aos pacientes submetidos à cirurgia de hiperplasia prostática benigna, ou aumento da próstata, como é popularmente conhecida. O sistema se chama Vaporização Plasmática Transuretral da Próstata (TUVIS) e está disponível há um mês em Manaus, no Centro de Urologia do Amazonas (Urocentro). O aparelho é o sétimo do País e o primeiro da região Norte.O urologista e sócio do Urocentro, Eugênio Rocha Jr. explica que o TUVIS revolucionou a cirurgia da próstata por permitir que o profissional consiga desobstruir o canal da uretra do paciente sem a necessidade de cortes ou raspagem e com técnica e movimentos similares àquelas já consagradas pela urologia.

“Com essa tecnologia nova, que é a vaporização com plasma, você não fatia a próstata. O tecido prostático aumentado é delicadamente vaporizado. Ela usa energia bipolar, que é mais recente, e o diferencial está localizado na ponta. Você trabalha utilizando o soro fisiológico no local e o aparelho começa a criar bolhas, que se tornam um bolsão que entra em ignição, o chamado plasma. Este último, ao entrar em contato com o tecido, faz com que ele seja vaporizado. Não há pedaços de tecido”, conta Eugênio, que teve contato pela primeira vez com a nova tecnologia em 2009, quando fez especialização em cirurgia minimamente invasiva no Institut Mutualiste Montsouris, em Paris.

No início do ano, o médico participou do Congresso Europeu de Urologia e garante que no Velho Continente todos os fornecedores e desenvolvedores de tecnologia para cirurgias de próstata já migraram para a tecnologia bipolar.

Vantagens

Segundo o especialista, a vaporização plasmática causa ainda menos agressão ao organismo do que outras técnicas minimamente invasivas disponíveis. “Nas técnicas sem corte, você faz a raspagem do canal , deixando a próstata oca. Essa é a técnica consagrada até hoje. Essa técnica é bastante segura, mas foram desenvolvidas tecnologias- como o TUVIS- que corrigem os problemas dessa técnica, como a utilização de líquidos especiais de irrigação durante a cirurgia, que estavam relacionados à algumas complicações. Usamos agora o soro fisiológico, que você encontra em qualquer hospital”, observa.

Outras vantagens apontadas pelo urologista são uma cirurgia mais curta, com mínimo sangramento, menos tempo de internação, recuperação mais rápida e menos desconforto pós- operatório.

“Esta nova tecnologia torna a cirurgia muito mais segura mesmo para aqueles pacientes com doenças cardiovasculares que não podem parar sua medicação anticoagulante. Você opera com mais segurança pacientes com idade avançada e também permite a cirurgia para pacientes testemunhas de Jeová, que não podem receber transfusão de sangue”, explica.

Processo inevitável

De acordo com o urologista Eugênio Rocha Jr., o aumento da próstata benigno faz parte do processo de envelhecimento do homem e é inevitável. Ele destaca a importância da visita ao urologista a partir dos 40 anos, para verificar se o aumento é normal ou trata-se de um câncer.

No caso do aumento benigno, o especialista afirma que a incidência chega a 50% nos homens aos 50 anos e tende a aumentar 10% a cada década de vida, atingindo 80% dos homens aos 80 anos. Apesar de benigno, tal aumento pode diminuir a qualidade de vida do paciente. Dentre os problemas, Eugênio cita dor, dificuldade para urinar, sofrer com incontinência urinária, sangramento, criar pedra na bexiga, e nos casos mais acentuados, insuficiência renal por obstrução do fluxo urinário.

“A gente vê muitos casos no serviço público de homens que estão fazendo hemodiálise por conta de uma obstrução crônica provocada pelo aumento prostático benigno. Quando o urologista percebe que já está havendo complicações causadas por essa obstrução ao fluxo urinário, indica-se o tratamento cirúrgico. Sempre há a opção pelo tratamento clínico com medicação, mas na falha deste ou se o indivíduo apresentar complicações, é indicada a cirurgia”, afirma.

Fonte: http://acritica.uol.com.br/vida/Tecnica-pos-operatorio-tranquilo-pacientes-prostata-Manaus-Amazonas_0_689331093.html

Outras Notícias

Pré-Consulta

Nós Retornamos para você!

Todos os direitos reservados - © Copyright 2020 -

Qual o tempo de recuperação de uma cirurgia de raspagem de próstata?

Como é o pós operatorio de raspagem da próstata?

A dor ao urinar fica menor a cada dia, até desaparecer. Geralmente, ao término de uma semana, a pessoa já está bem, sem dor e sem urgência miccional. Entretanto, há casos de ardência por até mais de 1 mês. Ela depende de diversos fatores como tamanho e inflamação na próstata, além da energia usada na cirurgia.

Quanto tempo de repouso após cirurgia de próstata?

A recuperação da cirurgia de próstata é relativamente rápida e apenas é recomendado ficar de repouso, evitando esforços, por aproximadamente 10 a 15 dias.

Quais os efeitos colaterais da raspagem da próstata?

Como possíveis efeitos adversos mais frequentes após o procedimento temos: infeção urinária, pequenos sangramentos, urgência miccional autolimitada, ejaculação retrograda (ausência de ejaculação), etc.

Quando tira a sonda depois raspagem próstata?

Geralmente se retira a sonda no segundo dia e os pacientes sentem dor ao urinar. As vezes durante toda micção, mas na maioria dos casos, no seu final. A uretra está inflamada e a ardência no final da micção é causada pelo contato da bexiga com a loja próstata.