Show O Maranhão é uma das 27
unidades federativas do Brasil. Localiza-se no extremo noroeste da região Nordeste, limitando-se com o Piauí a leste, Tocantins a sul e sudoeste, e o Pará a oeste.
GEOGRAFIA O estado do Maranhão possui uma área de 331.937,45 km². Possui uma costa recortada e planície litorânea com dunas e planaltos no interior. Cerca de 75% do território maranhense é composto por planícies que não chegam aos 200 metros acima do nível do mar e somente 10% é superior a 300 metros. O ponto mais elevado do estado é a Chapada das Mangabeiras, com 804 metros acima do nível do mar. A baixada litorânea é dominada por um relevo cujos acidentes geográficos são colinas e tabuleiros, que se dividem em arenitos que pertencem à série Barreiras.
No Maranhão, existem três tipos de clima: o tropical superúmido de monção, o tropical com chuvas de outono e o tropical com chuvas de verão. Esses três tipos de clima possuem temperaturas que oscilam próximo à 26ºC.
A cobertura vegetal do Maranhão é composta basicamente de floresta, campos e cerrados. A Mata de Cocais é uma formação vegetal com predomínio de palmeiras, como o babaçu e a carnaúba, que ocorre entre a Floresta Amazônica e a Caatinga. A Mata de Cocais forma a paisagem mais característica da sub-região do Nordeste denominada Meio-Norte (que compreende o leste do Maranhão e o estado do Piauí).
A quase totalidade das bacias hidrográficas do estado do Maranhão é feita da parte meridional para a parte setentrional por meio da quantidade de rios independentes que desaguam no oceano Atlântico: Gurupi, Turiaçu, Pindaré, Mearim, Itapecuru e Parnaíba. Na parte sul-ocidental, uma pequena parte das águas escoadas dirige-se para a parte ocidental, que desaguam no rio Tocantins.
HISTÓRIA Na época do Descobrimento do Brasil, o atual estado do Maranhão era povoado por diferentes tribos indígenas. Os primeiros habitantes faziam parte de dois grupos indígenas: os tupis e os jês. Os tupis habitavam o litoral, e os jês, o interior. Os dois povos indígenas da tripo tupi são os guajajaras e os urubus, que foram pacificados apenas no século XX. Os dois povos jês são os timbiras e os sacamecras.
Diversas tribos do Piauí entraram no Maranhão no século XVIII, fugindo da perseguição dos brancos.
Em 1539, foi a vez de outro fidalgo lusitano denominado Luís de Melo da Silva. Ele também teve seu navio afundado no litoral maranhense. Entretanto, retornou para Portugal em 1554. João de Barros, em 1555, mandou seus descendentes João e Jerônimo para a donataria. Naquela época, os franceses já tinham entrado no território maranhense. De acordo com narrativa de Jerônimo dirigida ao monarca português, estiveram na capitania 17 naus franceses. Os franceses
edificaram, com materiais de construção da época, casas de pedra e faziam comércio com os indígenas.
Em 1615, os portugueses, comandados por Jerônimo de Albuquerque, derrotam os franceses e iniciam a colonização. São Luís é invadida pelos holandeses em 1641, mas é recuperada por Portugal três anos depois. A partir daí, o Maranhão passa a ser base de apoio à exploração da Amazônia e ao povoamento da Região Norte.
A Revolta de Beckman foi uma rebelião nativista ocorrida em São Luís. A principal causa dessa revolta foi a grande insatisfação dos comerciantes, proprietários rurais e população em geral com a Companhia de Comércio do Maranhão, instituída pela Coroa portuguesa, em 1682.
Diante de todos esses problemas, os revoltosos objetivavam finalizar as atividades da Companhia de Comércio do Maranhão para acabar o monopólio.
A continuidade dos jesuítas era a disposição dos indígenas em aldeias no início do século XVIII. As oscilações das ordens do monarca estavam num dilema: ou a declaração de guerra contra os gentios ou não atacar os que já foram conciliados.
Adotando ao modelo de déspota esclarecido, D. João I nomeou o Marquês de Pombal como Primeiro-Ministro, que teve um papel importante na história do Maranhão. Pombal fundou o Vice-Reino do Grão-Pará e Maranhão, com capital em Belém e subdividiu-o em quatro capitanias: Maranhão, Piauí, São José do Rio Negro e Grã-Pará. Além disso, expulsou os jesuítas e criou a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, cuja atuação desenvolveu a economia maranhense.
Vídeo sobre o Maranhão (You Tube) Na fase pombalina, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, incentivou a migração de portugueses, principalmente açorianos, e aumentou o tráfico de escravos e produtos para a região. Tal fato fez com que o cultivo de arroz e algodão ganhasse força e logo colocou o Maranhão dentro do sistema agroexportador. Essa prosperidade econômica se refletiu no perfil urbano de São Luís, pois nessa época foi construída a maior parte dos casarões que compõem o Centro Histórico de São Luís, que hoje é Patrimônio Mundial da Humanidade. A região enriqueceu e ficou fortemente ligada à Metrópole, quase inexistindo relação comercial com o sul do país.
Quando D. Maria I, assumiu o trono português, a Companhia de Comércio e outras ações do Marquês de Pombal foram extintas.
A Balaiada A Balaiada foi uma revolta ocorrida no Maranhão entre 1838 e 1841. Na época, a economia maranhense enfrentava uma crise. Suas principais riquezas, o arroz e o algodão, perdiam preço e compradores devido à concorrência de produtores baianos, pernambucanos e, principalmente, estadunidenses. Além disso, muitos vaqueiros livres e escravos sofriam com a opressão social. Esses trabalhadores uniram-se para lutar contra a miséria, a escravidão e os maus-tratos. Havia também a insatisfação dos profissionais liberais que trabalhavam nas cidades e formavam o grupo Bem-te-vi, nome do jornal publicado pelos liberais na província. Foi esse grupo que iniciou a revolta contra os fazendeiros do Maranhão, contando com a participação dos sertanejos pobres.
Os principais líderes populares da Balaiada foram o vaqueiro Raimundo Gomes Jutaí, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, fabricante de balaios - cestos ovais de folhas de buriti, de onde surgiu o nome do movimento - e Cosme Bento das Chagas, negro e líder de um quilombo que reunia cerca de 3 mil escravos fugitivos. Cosme Bento foi um dos responsáveis pela expansão do movimento para o Piauí.
Apesar de pouco organizados, os balaios conquistaram Caxias, a maior cidade maranhense depois da capital, São Luís. Mas os líderes não se entenderam e o poder foi entregue aos bem-te-vis, que nesse momento estavam preocupados em conter a rebelião sertaneja e popular. Para combater a revolta, o governo central enviou cerca de 8 mil soldados, comandados por Luís Alves de Lima e Silva. Nessa altura, os bem-te-vis já haviam abandonado os sertanejos e apoiavam as tropas governamentais. Os combates finais contra a Balaiada só terminaram em 1841, quando haviam morrido cerca de 12 mil sertanejos e escravos. Cosme foi preso e enforcado.
No tempo do Brasil Imperial, o Maranhão era famoso, ao lado de São Luís, pelos seus belos sobrados, pela sua "civilidade" sofisticada. Isso fez da província o lugar ideal para quem desejava começar a vida ou buscar tranquilidade depois de um dia estressante de trabalho. Por essa razão, foram enviados pelos partidos políticos seus representantes famosos: o Marquês de Paranaguá, Pedro Leão Veloso, Leitão da Cunha, Lafayette Rodrigues Pereira, Sousa
Carvalho, Franklin Dória, Silvino Elvídio Carneiro da Cunha e José Manuel de Freitas.
O desembargador Tito Augusto Pereira de Matos foi o último presidente da província do Maranhão. Após a Proclamação da República, a administração do estado passou para as mãos do tenente-coronel João Luís Tavares, que integrava uma junta de sete cidadãos, dos quais cinco eram militares e dois civis. O primeiro governador foi Pedro Augusto Tavares Júnior. No dia 4 de julho de 1891 foi promulgada a primeira Constituição e no dia 28 de julho de 1892, uma
nova Constituição foi promulgada, acrescidas das emendas de 1898, 1904 e 1919.
O primeiro governador do século XX foi João Gualberto Torreão da Costa, sucedido pela administração de Benedito Pereira Leite, nomeado pelo presidente eleito do Brasil Afonso Pena, que visitou o estado em 1906.
ECONOMIA A agricultura e a pecuária são atividades bastante tradicionais no Maranhão, confundindo-se com o seu próprio processo de ocupação. A agricultura, tradicionalmente, situa-se ao longo do Vale do Itapecuru e do Baixo Mearim - este último, grande centro de produção de arroz e algodão. A criação de gado bovino ocupa as terras mais altas dos planaltos, cobertos pela vegetação de Cerrado. O sul do estado do Maranhão constitui uma importante área de fronteira agrícola para a produção de grãos, especialmente de soja. Essa porção do estado está incorporada à região geoeconômica do Centro-Sul por causa da sua dinâmica econômica. O Programa Corredor de Exportação Norte, que interliga essa área do Centro-Sul ao Nordeste, foi introduzido nos municípios que apresentam vegetação de Cerrado. Com o estabelecimento desse programa, estabeleceram-se oportunidades comerciais da produção de soja na região, favorecidas pelas vantagens da infraestrutura de transportes.
O sistema de transporte multimodal, isto é, que combina rodovia, hidrovia e ferrovia, permite o fácil escoamento e o embarque da produção. Esse sistema é formado pela Estrada de Ferro Carajás, pelo porto Ponta da Madeira e pelo sistema rodoviário, que permitiram baratear os custos de transportes, e atribuiu maior competitividade à produção de soja voltada para a exportação.
O desenvolvimento das plantações de soja no estado do Maranhão deve-se às iniciativas de fluxos de migração oriundos do Centro-Sul do país, em que as pessoas são atraídas pelo baixo preço inicial das terras, e também à infraestrutura criada pelo Programa Corredor de Exportação Norte. O complexo portuário e industrial de São Luís, dos quais fazem parte os portos de Itaqui e Madeira, tem colaborado muito para o crescimento econômico do estado maranhense.
Atualmente, grandes projetos de extração mineral interligam o Meio-Norte à Amazônia Oriental. A causa principal dessa interligação é a exploração mineral na área de fronteira entre o Pará e o Maranhão, que está transformando a realidade regional.
Na área coberta pela Mata de Cocais, predomina o extrativismo vegetal dos cocos de babaçu e da cera de carnaúba, que, apesar baixa rentabilidade, envolve grande parte dos habitantes dessa região, que fazem dessa atividade sua condição de subsistência através do artesanato. O coco do babaçu é usado de várias maneiras. A camada mais externa pode ser usada para a fabricação de xaxim (suporte fibroso para plantas), embalagens e adubo orgânico; a camada logo abaixo é usada na fabricação de farinha, consumida como alimento; a parte mais resistente, que protege a amêndoa, é usada em artesanatos, além de servir como lenha. Por fim, há as amêndoas, que são consumidas como alimentos e podem ser utilizadas na fabricação de cosméticos.
A carnaúba é conhecida como "árvore da providência", pois dela tudo se aproveita: a madeira, em construções e na fabricação de móveis; as raízes para usos medicinais; o fruto como alimento para o gado; a semente, para obtenção de óleo de cozinha; e as folhas como cobertura de casas, no artesanato e para extração do seu derivado mais importante, uma cera largamente utilizada na produção de cosméticos, produtos alimentícios, componentes eletrônicos, entre outros.
ALGUNS DADOS DO MARANHÃO LOCALIZAÇÃO: Região
Nordeste
ÁREA: 331.397,45 km² (8°)
Imperatriz: 254.569 (Censo 2010: 247.505 habitantes)
São José do Ribamar: 176.418 habitantes (Censo 2010: 163.045 habitantes)
IDH (IBGE 2017): 0,678 (24°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os territórios (países, estados, regiões etc.), pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo-se em quatro grandes grupos: baixo (0,00 a 0,500), médio (0,501 a 0,800), elevado (0,801 a 0,900) e muito elevado (0,901 a 1,0). Mapa das unidades federativas do Brasil segundo o IDH-M em 2010 0,800 (Muito alto) 0,700 - 0,799 (Alto) 0,600 - 0,699 (Médio) 0,500 - 0,599 (Baixo) 0 - 0,499 (Muito baixo) PIB (IBGE 2017): 78,475
bilhões (17°). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc.). Mapa brasileiro da
longevidade (2017) Mapa das unidades
federativas do Brasil por taxa de fecundidade em 2010. Mapa das unidades
federativas do Brasil por taxa de alfabetização segundo o Censo de 2010 do IBGE
A mesorregião do Centro Maranhense é formada pela união de 42 municípios agrupados em três microrregiões, distribuídos numa área de 54.348,687 km² e uma população de 749.710 habitantes (estimativa IBGE 2017).
As microrregiões com seus respectivos municípios são (os números entre parênteses refere-se à estimativa da população segundo o IBGE em 2017):
A mesorregião Leste Maranhense é formada pela união de 44 municípios agrupados em seis microrregiões. Possui uma área de 70.892 km² e uma população de 1.415.749 habitantes (estimativa IBGE 2017). As microrregiões com seus respectivos municípios são:
A mesorregião Norte Maranhense é formada pela união de 60 municípios agrupados em seis microrregiões. É a mesorregião mais importante, tanto política quanto economicamente do Estado. Possui uma área de 52.691 km² e uma população de 2.817.251 habitantes (estimativa IBGE 2017). As microrregiões com seus respectivos municípios e populações são:
A mesorregião do Oeste Maranhense é formada pela união de 52 municípios agrupados em três microrregiões. Possui uma área de 86.550 km² e uma população de 1.490.147 habitantes (estimativa IBGE 2017). As microrregiões com seus respectivos municípios são:
É formada pela união de 19 municípios agrupados em três microrregiões. Possui uma área de 67.509 km² e uma população de 333.420 habitantes (estimativa IBGE 2017). As microrregiões e seus respectivos municípios são:
REFERÊNCIA: Geografia nos dias de hoje, 7º ano / Cláudio Giardino ... [et al]. -- 2. ed. -- São Paulo: Leya, 2015. -- (Coleção geografia nos dias de hoje). Em que região está situada a porção oeste do Maranhão?Região geoeconômica Amazônia
Tem aproximadamente 5 milhões de km2, extensão que corresponde a quase 60% do território brasileiro. Compreende todos os Estados da região Norte (com exceção do extremo sul de Tocantins), o oeste do Maranhão e praticamente todo o Mato Grosso.
Quais são as regiões da regionalização geoeconômica?O Brasil é dividido em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Quais são os estados da região geoeconômica?Estados abrangidos: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, parte oeste do Maranhão e grande parte do Mato Grosso. Informações gerais: maior região macroeconômica e que abrange cerca de 60% do território nacional.
Em que região está situada a porção leste do Maranhão?Maranhão. |