Se cruzarmos uma planta de genótipo vv para cor de ervilha com uma planta que produz apenas ervilhas

A segunda lei de Mendel, também conhecida como lei da segregação independente, estabelece que cada par de alelos segrega-se de maneira independente de outros pares de alelos, durante a formação dos gametas. Ela foi formulada com base em análises da herança de duas ou mais características acompanhadas ao mesmo tempo. A seguir entenderemos melhor essa lei e os experimentos realizados pelo monge Gregor Mendel e que foram fundamentais para que ele chegasse a essas ideias.

Atenção: Para melhor compreender a segunda lei de Mendel, é fundamental conhecer a primeira lei de Mendel. Sugerimos que faça antes a leitura do texto: Primeira lei de Mendel.

 

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Tópicos deste artigo

Experimento de Mendel

Como sabemos, Gregor Mendel (1822-1884) foi um monge e biológo, nascido na região da Áustria, que se destaca pelos seus estudos sobre a hereditariedade. Seus experimentos foram iniciados em torno de 1857 e baseavam-se no estudo do cruzamento de ervilhas. Com base nesses estudos, Mendel chegou a importantes conclusões, que ficaram conhecidas como a primeira lei e a segunda lei de Mendel.

As primeiras conclusões, que deram origem à chamada primeira lei de Mendel, foram baseadas na análise do processo de hereditariedade de apenas uma característica das ervilhas. Mendel então deu prosseguimento aos seus trabalhos e realizou análises de duas ou mais características ao mesmo tempo. Foram essas análises que deram origem à lei da segregação independente, mais conhecida como segunda lei de Mendel.

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Para compreendermos melhor esses experimentos, utilizaremos a seguir o exemplo do cruzamento de indivíduos que apresentam semente lisa e amarela (RRVV) com indivíduos que apresentam a semente rugosa e verde (rrvv). Baseando-se nos seus estudos anteriores, Mendel já sabia que as sementes amarelas eram dominantes sobre as verdes, e que as sementes lisas eram dominantes sobre as rugosas.

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Em seu experimento, Mendel sempre utilizava como geração parental progenitores puros, ou seja, que, após várias gerações de autopolinização, geram descendentes com a mesma característica. Desse cruzamento, Mendel obteve 100% de ervilhas com semente lisa e amarela (geração F1). As plantas dessa geração são dí-hibridas, pois são heterozigotas para as duas características (RrVv).

Mendel então realizou o cruzamento entre indivíduos da geração F1, obtendo sua geração F2. Nessa geração, o biológo obteve quatro categorias fenotípicas com uma proporção de 9:3:3:1 (nove sementes amarelas lisas, para três verdes lisas, para três amarelas rugosas, para uma verde rugosa).

Mendel fez então a análise das diferentes características das ervilhas combinando-as de forma di-híbrida. Seus resultados sempre demonstraram a mesma proporção fenotípica: 9:3:3:1.

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  • Conclusões de Mendel

Ao realizar seus experimentos, Mendel procurava responder a uma questão:

Os fatores para determinada característica estão sempre juntos ou os fatores para diferentes características são herdados de maneira independente?

Para responder a essas dúvidas, o cientista analisou os resultados de F1 e F2.

Caso os alelos fossem transmitidos sempre juntos, os indivíduos da geração F1 deveriam produzir apenas dois tipos de gametas: RV e rv. Essa forma de separação dos fatores formaria uma geração F2 com proporção de 3:1, entretanto, o que pode ser observado foi uma proporção de 9:3:3:1.

Com o resultado obtido, podemos concluir que a geração F1 produziu quatro tipos de gametas diferentes (RV, Rv, rV e rv) e que, consequentemente, cada alelo é transmitido de maneira independente do outro. Além disso, quando ocorre a fecundação entre indivíduos de F1, temos quatro tipos diferentes de gametas femininos e quatro tipos diferentes de gametas masculinos, que se combinarão de 16 formas diferentes (observe figura seguinte). Portanto, os alelos distribuem-se de maneira independente e na fecundação combinam-se ao acaso.

Se cruzarmos uma planta de genótipo vv para cor de ervilha com uma planta que produz apenas ervilhas
Veja atentamente os resultados obtidos por Mendel na geração F1 e na geração F2.


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Enunciado da segunda lei de Mendel ou lei da segregação independente

A segunda lei de Mendel, ou lei da segregação independente, pode ser enunciada da seguinte forma:

Os pares de fatores para duas ou mais características segregam-se de forma independente na formação dos gametas.

Exercício resolvido sobre a segunda lei de Mendel

Veja um exercício que aborda a segunda lei de Mendel:

(Udesc) Se um indivíduo de genótipo AaBb for autofecundado, o número de gametas diferentes por ele produzidos e a proporção de indivíduos com o genótipo aabb na sua prole serão, respectivamente:

a) 2 e 1/16

b) 2 e 1/4

c) 4 e 1/16

d) 1 e 1/16

e) 4 e 1/4

Resolução: A resposta correta é a letra c. Como o indivíduo apresenta o genótipo AaBb, ele poderá gerar os gametas: AB, Ab, aB e ab. Realizando a autofecundação, teremos:

Qual o resultado do cruzamento entre ervilhas verdes VV com ervilhas amarelas VV?

1. Resposta O enunciado nos diz que as ervilhas verdes são homozigotas com genótipo recessivo (vv), e que as ervilhas amarelas são heterozigóticas com genótipo dominante (Vv). Podemos concluir que 50% dos descendentes possuem genótipo Vv, ou seja, cor amarela, e os outros 50% possuem o genótipo vv, ou seja, cor verde.

Qual é o resultado do cruzamento de uma ervilha pura de coloração verde com uma ervilha pura de coloração amarela?

Portanto, a resposta correta é a letra c. Resolução: O cruzamento de uma ervilha híbrida amarela e uma ervilha verde (Vv x vv) gera os seguintes descentes: Amarela Vv; amarela Vv; verde vv; verde vv.

Como distinguir aquelas que são VV das que são VV?

As plantas VV produzirão apenas descendentes de flores vermelhas, enquanto as plantas Vv podem produzir descendentes de flores brancas.

Como as ervilhas se reproduzem?

Plantas de ervilha são também fáceis de cruzar ou reproduzir de maneira controlada. Isso é feito transferindo-se o pólen das anteras (partes masculinas) de uma planta de uma variedade até o carpelo (parte feminina) de uma planta madura de outra variedade.