Em qual dos municípios há maior média de precipitação durante o ano explique sua resposta

O clima de Pernambuco é o tropical com variações locais marcadas pela posição geográfica, pela falta de chuvas e pelos sistemas meteorológicos atuantes na região. Assim, pode-se dividir o estado em quatro tipos climáticos: tropical quente e úmido (litoral), tropical quente subúmido e seco (Zona da Mata), tropical de altitude (norte) e tropical quente e seco (Agreste e Sertão).

Por estar localizado entre sete e oito graus abaixo da Linha do Equador, Pernambuco sofre influência direta da Zona da Convergência Intertropical Tropical (ZCIT), que promove uma precipitação constante em todas as áreas afetadas. Entretanto, muitas massas de ar atuam sobre o estado, desviando a chuva do território pernambucano.

Pelo menos quatro sistemas meteorológicos além da ZCIT atuam sobre o estado, sendo eles: Vórtices Ciclônicos em Ar Superior, Cavado e Instabilidades de Frentes Frias, Ondas de Leste e Sistemas de Brisa. Isso faz com que as chuvas se concentrem especialmente no Litoral e na Zona da Mata, caracterizando o clima destas mesorregiões como tropical úmido.

No litoral, as chuvas se prolongam ao longo de quase todo o ano com um curto período de seca, geralmente registrado na primavera. A partir de fevereiro, a porção litorânea do estado passa a registrar maiores índices de pluviosidade, atingindo picos no mês de junho, quando o leste do estado fica sob plena estação chuvosa. Em anos normais, a precipitação média anual na região pode chegar a 2050 mm. As temperaturas médias ficam entre 25 e 30ºC no litoral pernambucano, expressando amplitudes térmicas anuais próximas a 5ºC.

O regime de ventos na região é considerado regular, em geral, direcionado no setor Leste-Sudeste. Ventos alísios e brisas marítimas também possuem forte influência no clima local, incidindo não apenas no clima, mas também na formação vegetal e morfológica do litoral pernambucano.

Aquém do litoral, mais de 70% do estado de Pernambuco está inserido no chamado Polígono das Secas, região marcada pela média anual pluviométrica em torno dos 800 mm. Dos 185 municípios pernambucanos, 145 ficam na área compreendida pelo Polígono das Secas. Tanto as mesorregiões do Sertão e do Agreste como a do São Francisco estão situadas nesta área, caracterizada pelo clima semiárido.

No Sertão do São Francisco, a sudoeste do estado, a média pluviométrica anual não costuma ultrapassar os 500 mm. Entre os meses de janeiro e abril são registrados os maiores índices de chuva na região, que podem chegar a 400 mm. Por outro lado, o inverno é o período em que a expectativa de chuvas na região é a mais baixa. O máximo esperado para um mês é de 18 mm. Ainda assim, os registros mostram que, em alguns meses da estação, não caiu uma gota do céu.

Nos últimos anos, o número de desastres causados pela estiagem e pela seca foi muito elevado. Somente em 2012, registrou-se 184 ocorrências de desastres no estado. Entre 1991 e 2012, Araripina, Iguaraci e Iati (no Sertão Pernambuco), Taquaratinga (no Agreste) e Taquaratinga do Norte (no São Francisco Pernambucano) foram os municípios mais afetados pelos eventos de estiagem e seca. O aumento populacional em áreas vulneráveis e a destruição da vegetação natural por meio das queimadas acarretam em uma piora do quadro na região, a ponto de expandir o semiárido sobre áreas ainda não atingidas.

Referências bibliográficas:

AGÊNCIA Pernambucana de Águas e Clima. Disponível em: <http://www.apac.pe.gov.br/>.

ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 2015.

ANUÁRIO Estatístico de Pernambuco. Disponível em: <http://www.anuario.pe.gov.br/>.

MANSO, Valdir do A. V. (et al.). Pernambuco. In: MUEHE, Dieter (org.). Erosão e Progradação no Litoral Brasileiro. Brasília: MMA, 2006. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_sigercom/_arquivos/pe_erosao.pdf>

RELATÓRIO Final do Grupo de Trabalho Interministerial para Redelimitação do Semi-árido nordestino e do Polígono das Secas. Disponível em: <http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=090e3f78-bde3-4a1b-a46c-da4b1a0d78fa&groupId=10157>.

SANTOS, Patrícia Cardoso dos (et al.). Enciclopédia do Estudante: geografia do Brasil: aspectos físicos, econômicos e sociais. São Paulo: Moderna, 2008.

UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina – Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais: 1991 a 2012. 2 ed. Vol. Pernambuco. Florianópolis: CEPED UFSC, 2013. Disponível em: <http://150.162.127.14:8080/atlas/Atlas%20Pernambuco%202.pdf>.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/clima-de-pernambuco/

Maritimidade e continentalidade são fatores climáticos associados à localização de uma área com relação aos oceanos e atuam diretamente na temperatura, mais precisamente na amplitude térmica, e também na umidade do ar. Regiões mais próximas do mar recebem a influência da maritimidade, enquanto nas áreas mais distantes do litoral é a continentalidade que atua na dinâmica do clima.

Confira nosso podcast: O que eu preciso saber sobre os fatores climáticos

Tópicos deste artigo

  • 1 - Resumo sobre maritimidade e continentalidade
  • 2 - O que é maritimidade?
  • 3 - O que é continentalidade?
  • 4 - Influência da maritimidade e da continentalidade no clima
  • 5 - Diferenças entre maritimidade e continentalidade
  • 6 - Exercícios resolvidos sobre maritimidade e continentalidade

Resumo sobre maritimidade e continentalidade

  • Maritimidade e continentalidade são ambos fatores climáticos.

  • A maritimidade é a proximidade de uma área com relação ao mar.

  • A continentalidade diz respeito ao afastamento de uma área com relação ao mar.

  • A maritimidade se faz presente nas regiões costeiras, enquanto a continentalidade influencia no clima de áreas localizadas no interior dos continentes.

  • Nos climas em que a maritimidade é um fator atuante, a umidade do ar é maior, o que condiciona temperaturas mais amenas e menor amplitude térmica.

  • Nos climas continentais, marcados pela atuação da continentalidade, há maior variação de temperaturas e menor umidade do ar.

  • Os ventos frescos e de baixa intensidade são frequentes no litoral e recebem o nome de brisa. A brisa aumenta o conforto térmico nessas regiões e proporciona climas mais agradáveis.

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O que é maritimidade?

A maritimidade é a proximidade de um local com relação a grandes corpos de água, como é o caso dos mares e oceanos. Por afetar diretamente o comportamento dos elementos climáticos, como a umidade do ar, os ventos e a temperatura, a maritimidade é considerada um fator do clima. Os climas litorâneos e as áreas mais próximas da costa são as mais afetadas pelos efeitos da maritimidade.

É importante destacar que outros reservatórios de água natural que são capazes de influenciar no clima de uma determinada região podem ser igualmente considerados na análise de uma ocorrência climática, como grandes lagos, represas e rios.

O que é continentalidade?

A continentalidade é a distância (ou o afastamento) de um determinado local com relação aosmares e oceanos. Em função disso, as áreas situadas a maiores distâncias do mar, no interior dos continentes, são aquelas nas quais os efeitos da continentalidade recaem com maior intensidade.

Assim como a maritimidade, a continentalidade é um fator climático, tendo em vista que ela exerce grande influência sobre os elementos do clima, como na umidade do ar e nas temperaturas registradas diária e anualmente.

Em qual dos municípios há maior média de precipitação durante o ano explique sua resposta
Um exemplo de onde a continentalidade atua de maneira intensa é na região da Ásia Central, representada na paisagem da foto acima.

Influência da maritimidade e da continentalidade no clima

A maritimidade e a continentalidade são fatores climáticos. Os fatores climáticos são aqueles componentes do meio natural e outros aspectos relacionados a uma localidade que exercem influência sobre os elementos do clima, alterando sua dinâmica e a maneira como se comportam. No caso em questão, a maior ou menor distância dos oceanos afeta em especial dois elementos do clima: a temperatura e a umidade do ar.

A umidade do ar é maior nas regiões mais próximas do mar e de outros corpos d’água do que no interior do continente, onde a influência de superfícies hídricas é menor. Com uma maior quantidade de vapor d’água em suspensão na atmosfera, a capacidade de reter calor se torna também maior, ao mesmo tempo que a perda desse calor acontece de forma mais lenta.

Assim, climas que recebem a influência da maritimidade possuem baixa amplitude térmica tanto diária quanto anual, ou seja, a variação de temperaturas é pequena. Já os climas que recebem a influência da continentalidade possuem alta amplitude térmica, experimentam tempo mais seco e maior perda de calor decorrente da baixa umidade do ar.

Tomemos como exemplo o clima tropical atlântico, presente no litoral leste do Brasil. Esse clima é marcado por temperaturas elevadas durante todo o ano, com invernos amenos e chuvas bem distribuídas. Já o clima tropical, presente no interior do país, é marcado por uma estação quente e chuvosa e outra estação fria e seca.

Os ventos tendem a ser mais frequentes nos climas sob a influência da maritimidade. Nesse caso, destaca-se um tipo em específico de vento, que é a brisa. As brisas são muito características das regiões litorâneas e sopram de maneira constante durante o dia e a noite como resultado de um sistema de circulação ou convecção que se cria nessas áreas. Classifica-se as brisas em:

  • Brisa marítima: são ventos frescos que sopram do mar em direção à terra durante o dia. Nesse período, a areia aquece mais rapidamente do que a água do oceano, criando sobre o continente uma área de baixa pressão para onde o ar com temperaturas mais amenas que paira sobre o mar se desloca.

  • Brisa terrestre: são ventos frescos que sopram da terra em direção ao mar durante a noite. Com o passar do dia, a água dos oceanos aquece lentamente e permanece aquecida durante a noite, diferentemente da terra, que perde calor rapidamente. Assim, a zona de baixa pressão agora está localizada sobre o mar, e por essa razão o ar se desloca na sua direção.

A dinâmica apresentada faz com que os climas litorâneos sejam mais amenos do que os climas que caracterizam o interior dos continentes, aumentando o conforto térmico nas regiões costeiras.

Em qual dos municípios há maior média de precipitação durante o ano explique sua resposta
As brisas amenizam o calor e proporcionam um clima mais agradável no litoral.

Leia também: Qual é a relação entre a latitude e o clima?

Diferenças entre maritimidade e continentalidade

A diferença entre a maritimidade e a continentalidade está na localização das áreas ou climas sobre os quais elas atuam.

  • Maritimidade: fator climático que atua nas regiões localizadas próximo do mar, ou seja, nos climas próximos ao litoral e à costa.

  • Continentalidade: fator climático que age nas áreas mais afastadas do litoral, ou seja, nos climas que estão presentes no interior dos continentes.

Exercícios resolvidos sobre maritimidade e continentalidade

Questão 1

(Unesp) Dentre os vários fatores que afetam o clima de determinada região estão a maritimidade e a continentalidade. Esses fatores estão associados à distância dessa região aos mares e oceanos. Do ponto de vista da física, os efeitos da maritimidade e da continentalidade estão relacionados ao alto calor específico da água quando comparado com o do solo terrestre. Dessa forma, esses fatores afetam a amplitude térmica e a umidade da atmosfera de certo território.

Em qual dos municípios há maior média de precipitação durante o ano explique sua resposta

As propriedades físicas da água e os fatores climáticos citados fazem com que:

A) áreas banhadas por oceanos enfrentem invernos mais moderados, enquanto que, em áreas distantes de oceanos, essa estação é mais bem percebida.

B) ocorra uma maior amplitude térmica diária em regiões litorâneas do que a verificada em regiões desérticas, devido ao efeito da maritimidade.

C) áreas sob maior influência da continentalidade tendam a apresentar mais umidade, caso não haja interferência de outros fatores climáticos.

D) poucas nuvens se formem em áreas costeiras porque a água absorve e perde calor rapidamente, o que explica o baixo índice pluviométrico dessas regiões.

E) regiões sob grande efeito da continentalidade tendam a apresentar altos índices pluviométricos, devido à grande quantidade de vapor de água na atmosfera.

Resolução:

Alternativa A

As amplitudes térmicas anual e diária são menores nas áreas banhadas pelos oceanos, condicionando invernos amenos com pouca diferença de temperatura quando comparados ao verão. No interior dos continentes, em contrapartida, a baixa umidade do ar proporciona maior perda de calor, e por essa razão os invernos tendem a ser mais frios, portanto melhor percebidos.

Questão 2

(UFU)

Em qual dos municípios há maior média de precipitação durante o ano explique sua resposta

Os fatores climáticos que contribuem para as diferentes amplitudes térmicas nas cidades apresentadas são:

A) massas de ar e altitude.

B) latitude e vegetação.

C) forma de relevo e correntes marinhas.

D) continentalidade e maritimidade.

Resolução:

Alternativa D

A tabela nos mostra que há uma grande variação nas temperaturas máximas e mínimas na cidade de Brasília (DF), sendo essa diferença acentuada tanto no mês quanto em um período mais extenso. O inverso acontece em Ilhéus (BA), que apresenta pouca variabilidade térmica. Brasília é uma cidade interiorana, situada na região Centro-Oeste do Brasil, onde um dos fatores climáticos atuantes é a continentalidade. Ilhéus fica no litoral do estado da Bahia, na região Nordeste do país, onde recebe a influência da maritimidade.

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia