Garota de programa em cuiabá

POLÍCIA

Terça-feira, 28 de Janeiro de 2003, 19h:26 A A

PROSTITUIÇÃO INFANTIL

A Polícia Militar prendeu a dona de casa Luzia Custódio Neto, de 28 anos, por facilitação da prostituição infantil. A denúncia foi feita por K.S.C., 13 anos, que estava sendo “usada” em programas agendados por Luzia. Segundo a garota, Luzia ganhava cerca de R$ 15 com cada programa feito pela menina. Ainda de acordo com o depoimento de K., ela estava morando em Rio Branco, região de Cáceres, quando se mudou com Luzia para Mirassol D´Oeste para que pudesse trabalhar. A menina informou ainda que foi vítima de maus tratos, além de ter sido obrigada a se prostituir, em alguns casos mais de uma vez por dia. Há cerca de uma semana Luzia e K. mudaram-se para Várzea Grande, no bairro 13 de Setembro. A menina contou que havia tentado escapar na tarde de anteontem após ser obrigada a ingerir bebida alcóolica e a fazer mais programas a mando de Luzia. Como castigo pela tentativa de fuga, a garota afirma ter levado uma surra. Ainda na noite de anteontem K. conseguiu ir a um orelhão público, de onde telefonou para a Polícia Militar contando que estava sendo vítima de agressão. Ao se deslocarem ao local para verificar o que estava acontecendo, os soldados foram informados de que a garota estava sendo forçada a se prostituir. Conforme a dona de casa, ela encontrou K. se prostituindo em uma boate na região de Cáceres. A menina ainda lhe teria garantido ter 19 anos de idade. O delegado plantonista Antônio Eustáquio, da Delegacia Central, encaminhou a menina para a sede do projeto Sentinela, onde deverá permanecer até que seus pais a busquem. Luzia foi levada na manhã de ontem para a unidade feminina do presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá.

O caso envolvendo a garota de programa Danielle Sarti de Freitas, 22 anos e o ex-jogador do Cuiab�, Clayson, ganhou novos cap�tulos na �ltima quarta-feira (29), com uma nova entrevista da jovem, desta vez ao UOL, acusando o atleta de ter supostamente comprado o depoimento de colegas. Al�m disto, ela pontua que o respons�vel por iniciar as agress�es teria sido um amigo do esportista, identificado como Daniel Pio.

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A den�ncia da jovem de les�o corporal � contra Clayson e seus amigos (Daniel Pio e Paulo Henrique). Na entrevista, realizada no dia 26 de dezembro, Danielle refuta os depoimentos dos homens e tamb�m das duas colegas de trabalho, Aline Lopes da Silva e Lylia de Lima.

� pol�cia, as testemunhas haviam dito o atleta n�o participou das agress�es em um quarto de motel na madrugada do dia 6 de dezembro, em Cuiab�.

"A �nica coisa que posso dizer � que as duas meninas foram compradas porque elas presenciaram as agress�es. O Daniel e o Clayson est�o mentindo", afirmou ao ser questionada sobre as vers�es apresentadas pelas testemunhas nos relatos colhidos entre os dias 13 e 17 deste m�s na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher.

O trio a contratou em uma boate de Cuiab� junto com outras duas mulheres para uma noite em um motel da cidade. Terminado o programa, Danielle teria entrado em atrito com Daniel Pio por conta do pagamento combinado. Ap�s o ocorrido, o homem teria iniciado a agress�o e contado com a ajuda do atacante Clayson, na �poca jogador do Cuiab�.

"Ele (Daniel) que iniciou a agress�o, come�ou a me bater e iniciou todo o processo que eu n�o gosto de lembrar, � muito triste. O Clayson s� seguiu o baile, como dizemos popularmente. Ele me bateu duas, tr�s, quatro vezes. Foram socos e uma chave de bra�o. Eu at� mordi ele porque estava recebendo uma chave de bra�o", relata.

A garota de programa ainda esclarece que o corte em seu pesco�o foi causado por ela pr�pria, em uma tentativa de suic�dio, por conta do ocorrido. Ela afirma ainda estar se tratando.

De acordo com ela, a fam�lia estuda maneiras de abrir um processo na Justi�a contra os envolvidos no epis�dio em Cuiab�. Contudo, neste momento, a prioridade � cuidar de sua sa�de mental e, assim que poss�vel, retomar os estudos na universidade.

"Fui diagnosticada com outras doen�as psicossom�ticas. Isso � de fam�lia e de quest�es de viv�ncia, como depress�o, ansiedade e bipolaridade. Estou tratando at� que eu possa voltar � faculdade", disse ela.
Procurada pela reportagem, a Pol�cia Civil do Mato Grosso n�o deu informa��es sobre o andamento do caso. O atacante Clayson tamb�m foi contatado e informou, atrav�s de sua assessoria de imprensa, que reafirma sua vers�o prestada em depoimento na Delegacia Especializada da Defesa da Mulher de que n�o agrediu Danielle.

Sem Gava

Danielle ir� prestar novo esclarecimento � pol�cia. Desta vez, a inten��o da garota � esclarecer algumas d�vidas que ainda pairam e outras que surgiram depois do seu primeiro depoimento e tamb�m fazer uma retrata��o sobre a participa��o do outro atleta do Dourado, Rafael Gava, no dia dos fatos.

  Danielle contar� � pol�cia como surgiu o nome do Rafael Gava durante a confus�o e confirmar� que ele n�o estava envolvido no fato. Os detalhes, por�m, ser�o contados apenas diante das autoridades.

O advogado Neyman Monteiro � o respons�vel pela defesa da garota de programa. Questionado pela reportagem, ele confirmou o novo depoimento, mas pontuou que n�o comentar� sobre as provas do caso “por quest�o de respeito ao sigilo do processo e ao delegado que preside o inqu�rito”.

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