Livro dos Espíritos perguntas e respostas pdf

22. Define-se geralmente a mat�ria como sendo - o que tem extens�o, o que � capaz de nos impressionar os sentidos, o que � impenetr�vel. S�o exatas estas defini��es?

�Do vosso ponto de vista, elas o s�o, porque n�o falais sen�o do que conheceis. Mas a mat�ria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, t�o et�rea e sutil que nenhuma impress�o vos cause aos sentidos. Contudo, � sempre mat�ria. Para v�s, por�m, n�o o seria.�

a) - Que defini��o podeis dar da mat�ria?

�A mat�ria � o la�o que prende o Esp�rito; � o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua a��o.�

Deste ponto de vista, pode dizer-se que a mat�ria � o agente, o intermedi�rio com o aux�lio do qual e sobre o qual atua o Esp�rito.

23. Que � o Esp�rito?

�O princ�pio inteligente do Universo.�

a) - Qual a natureza �ntima do Esp�rito?

�N�o � f�cil analisar o Esp�rito com a vossa linguagem. Para v�s, ele nada �, por n�o ser palp�vel. Para n�s, entretanto, � alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma � o nada e o nada n�o existe.�

24. Esp�rito � sin�nimo de intelig�ncia?

�A intelig�ncia � um atributo essencial do Esp�rito. Uma e outro, por�m, se confundem num princ�pio comum, de sorte que, para v�s, s�o a mesma coisa.�

25. O Esp�rito independe da mat�ria, ou � apenas uma propriedade desta, como as cores o s�o da luz e o som o � do ar?

�S�o distintos uma do outro; mas, a uni�o do Esp�rito e da mat�ria � necess�ria para intelectualizar a mat�ria.�

a) - Essa uni�o � igualmente necess�ria para a manifesta��o do Esp�rito?

(Entendemos aqui por esp�rito o princ�pio da intelig�ncia, abstra��o feita das individualidades que por esse nome se designam.)

�� necess�ria a v�s outros, porque n�o tendes organiza��o apta a perceber o Esp�rito sem a mat�ria. A isto n�o s�o apropriados os vossos sentidos.�

26. Poder-se-� conceber o Esp�rito sem a mat�ria e a mat�ria sem o Esp�rito?

�Pode-se, � fora de d�vida, pelo pensamento.�

27. H� ent�o dois elementos gerais do Universo: a mat�ria e o Esp�rito?

�Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, esp�rito e mat�ria constituem o princ�pio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermedi�rio entre o Esp�rito e a mat�ria propriamente dita, por demais grosseira para que o Esp�rito possa exercer a��o sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja l�cito classific�-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente mat�ria, raz�o n�o haveria para que tamb�m o Esp�rito n�o o fosse. Est� colocado entre o Esp�rito e a mat�ria; � fluido, como a mat�ria, e suscet�vel, pelas suas inumer�veis combina��es com esta e sob a a��o do Esp�rito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte m�nima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Esp�rito se utiliza, � o princ�pio sem o qual a mat�ria estaria em perp�tuo estado de divis�o e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe d�.�

a) - Esse fluido ser� o que designamos pelo nome de eletricidade?

�Dissemos que ele � suscet�vel de in�meras combina��es. O que chamais fluido el�trico, fluido magn�tico, s�o modifica��es do fluido universal, que n�o �, propriamente falando, sen�o mat�ria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente.�

28. Pois que o Esp�rito �, em si, alguma coisa, n�o seria mais exato e menos sujeito a confus�o dar aos dois elementos gerais as designa��es de - mat�ria inerte e mat�ria inteligente?

�As palavras pouco nos importam. Compete-vos a v�s formular a vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. As vossas controv�rsias prov�m, quase sempre, de n�o vos entenderdes acerca dos termos que empregais, por ser incompleta a vossa linguagem para exprimir o que n�o vos fere os sentidos.�

Um fato patente domina todas as hip�teses: vemos mat�ria destitu�da de intelig�ncia e vemos um princ�pio inteligente que independe da mat�ria. A origem e a conex�o destas duas coisas nos s�o desconhecidas. Se promanam ou n�o de uma s� fonte; se h� pontos de contacto entre ambas; se a intelig�ncia tem exist�ncia pr�pria, ou se � uma propriedade, um efeito; se � mesmo, conforme � opini�o de alguns, uma emana��o da Divindade, ignoramos.

Elas se nos mostram como sendo distintas; da� o considerarmo-las formando os dois princ�pios constitutivos do Universo. Vemos acima de tudo isso uma intelig�ncia que domina todas as outras, que as governa, que se distingue delas por atributos essenciais. A essa intelig�ncia suprema � que chamamos Deus.

Propriedades da mat�ria

29. A ponderabilidade � um atributo essencial da mat�ria?

�Da mat�ria como a entendeis, sim; n�o, por�m, da mat�ria considerada como fluido universal. A mat�ria et�rea e sutil que constitui esse fluido vos � imponder�vel. Nem por isso, entretanto, deixa de ser o princ�pio da vossa mat�ria pesada.�

A gravidade � uma propriedade relativa. Fora das esferas de atra��o dos mundos, n�o h� peso, do mesmo modo que n�o h� alto nem baixo.

30. A mat�ria � formada de um s� ou de muitos elementos?

�De um s� elemento primitivo. Os corpos que considerais simples n�o s�o verdadeiros elementos, s�o transforma��es da mat�ria primitiva.�

31. Donde se originam as diversas propriedades da mat�ria?

�S�o modifica��es que as mol�culas elementares sofrem, por efeito da sua uni�o, em certas circunst�ncias.�

32. De acordo com o que vindes de dizer, os sabores, os odores, as cores, o som, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos n�o passam de modifica��es de uma �nica subst�ncia primitiva?

�Sem d�vida e que s� existem devido � disposi��o dos �rg�os destinados a perceb�las.�

A demonstra��o deste princ�pio se encontra no fato de que nem todos percebemos as qualidades dos corpos do mesmo modo: enquanto que uma coisa agrada ao gosto de um, para o de outro � detest�vel; o que uns v�em azul, outros v�em vermelho; o que para uns � veneno, para outros � inofensivo ou salutar.

33. A mesma mat�ria elementar � suscet�vel de experimentar todas as modifica��es e de adquirir todas as propriedades?

�Sim e � isso o que se deve entender, quando dizemos que tudo est� em tudo!� (1)

O oxig�nio, o hidrog�nio, o azoto, o carbono e todos os corpos que consideramos simples s�o meras modifica��es de uma subst�ncia primitiva. Na impossibilidade em que ainda nos achamos de remontar, a n�o ser pelo pensamento, a esta mat�ria prim�ria, esses corpos s�o para n�s verdadeiros elementos e podemos, sem maiores conseq��ncias, t�-los como tais, at� nova ordem.

a) - N�o parece que esta teoria d� raz�o aos que n�o admitem na mat�ria sen�o duas propriedades essenciais: a for�a e o movimento, entendendo que todas as demais propriedades n�o passam de efeitos secund�rios, que variam conforme � intensidade da for�a e � dire��o do movimento?

�� acertada essa opini�o. Falta somente acrescentar: e conforme � disposi��o das mol�culas, como o mostra, por exemplo, um corpo opaco, que pode tornar-se transparente e vice-versa.�

34. As mol�culas t�m forma determinada?

�Certamente, as mol�culas t�m uma forma, por�m n�o sois capazes de apreci�-la.�

a) - Essa forma � constante ou vari�vel?

�Constante a das mol�culas elementares primitivas; vari�vel a das mol�culas secund�rias, que mais n�o s�o do que aglomera��es das primeiras. porque, o que chamais mol�cula longe ainda est� da mol�cula elementar.�

Espa�o universal

35. O Espa�o universal � infinito ou limitado?

�Infinito. Sup�e-no limitado: que haver� para l� de seus limites? Isto te confunde a raz�o, bem o sei; no entanto, a raz�o te diz que n�o pode ser de outro modo. O mesmo se d� com o infinito em todas as coisas. N�o � na pequenina esfera em que vos achais que podereis compreend�-lo.�

Supondo-se um limite ao Espa�o, por mais distante que a imagina��o o coloque, a raz�o diz que al�m desse limite alguma coisa h� e assim, gradativamente, at� ao infinito, porquanto, embora essa alguma coisa fosse o vazio absoluto, ainda seria Espa�o.

36. O v�cuo absoluto existe em alguma parte no Espa�o universal?

�N�o, n�o h� o v�cuo. O que te parece vazio est� ocupado por mat�ria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos.�

CAP�TULO III

DA CRIA��O

1. Forma��o dos mundos. - 2. Forma��o dos seres vivos. - 3. Povoamento da Terra. Ad�o.

4. Diversidade das ra�as humanas. - 5. Pluralidade dos mundos. - 6. Considera��es e concord�ncias b�blicas no tocante � Cria��o.

Forma��o dos mundos

O Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que n�o vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espa�o, assim como os fluidos que o enchem.

37. O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade, como Deus?

�� fora de d�vida que ele n�o pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda a eternidade, n�o seria obra de Deus.�

Diz-nos a raz�o n�o ser poss�vel que o Universo se tenha feito a si mesmo e que, n�o podendo tamb�m ser obra do acaso, h� de ser obra de Deus.

38. Como criou Deus o Universo?

�Para me servir de uma express�o corrente, direi: pela sua Vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da G�nese - �Deus disse: Fa�a-se a luz e a luz foi feita.�

39. Poderemos conhecer o modo de forma��o dos mundos?

�Tudo o que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender � que os mundos se formam pela condensa��o da mat�ria disseminada no Espa�o.�

40. Ser�o os cometas, como agora se pensa, um come�o de condensa��o da mat�ria, mundos em via de forma��o?

�Isso est� certo; absurdo, por�m, � acreditar-se na influ�ncia deles. Refiro-me � influ�ncia que vulgarmente lhes atribuem, porquanto todos os corpos celestes influem de algum modo em certos fen�menos f�sicos.�

41. Pode um mundo completamente formado desaparecer e disseminar-se de novo no Espa�o a mat�ria que o comp�e?

�Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos.�

42. Poder-se-� conhecer o tempo que dura a forma��o dos mundos: da Terra, por exemplo?

�Nada te posso dizer a respeito, porque s� o Criador o sabe e bem louco ser� quem pretenda sab�-lo, ou conhecer que n�mero de s�culos dura essa forma��o.�

Forma��o dos seres vivos

43. Quando come�ou a Terra a ser povoada?

�No come�o tudo era caos; os elementos estavam em confus�o. Pouco a pouco cada coisa tomou o seu lugar. Apareceram ent�o os seres vivos apropriados ao estado do globo.�

44. Donde vieram para a Terra os seres vivos?

�A Terra lhes continha os germens, que aguardavam momento favor�vel para se desenvolverem. Os princ�pios org�nicos se congregaram, desde que cessou a atua��o da for�a que os mantinha afastados, e formaram os germens de todos os seres vivos. Estes germens permaneceram em estado latente de in�rcia, como a cris�lida e as sementes das plantas, at� o momento prop�cio ao surto de cada esp�cie. Os seres de cada uma destas se reuniram, ent�o, e se multiplicaram.�

45. Onde estavam os elementos org�nicos, antes da forma��o da Terra?

�Achavam-se, por assim dizer, em estado de fluido no Espa�o, no meio dos Esp�ritos, ou em outros planetas, � espera da cria��o da Terra para come�arem exist�ncia nova em novo globo.�

A Qu�mica nos mostra as mol�culas dos corpos inorg�nicos unindo-se para formarem cristais de uma regularidade constante, conforme cada esp�cie, desde que se encontrem nas condi��es precisas. A menor perturba��o nestas condi��es basta para impedir a reuni�o dos elementos, ou, pelo menos, para obstar � disposi��o regular que constitui o cristal. Por que n�o se daria o mesmo com os elementos org�nicos? Durante anos se conservam germens de plantas e de animais, que n�o se desenvolvem sen�o a uma certa temperatura e em meio apropriado. T�m-se visto gr�os de trigo germinarem depois de s�culos. H�, pois, nesses germens um princ�pio latente de vitalidade, que apenas espera uma circunst�ncia favor�vel para se desenvolver. O que diariamente ocorre debaixo das nossas vistas, por que n�o pode ter ocorrido desde a origem do globo terr�queo? A forma��o dos seres vivos, saindo eles do caos pela for�a mesma da Natureza, diminui de alguma coisa a grandeza de Deus? Longe disso: corresponde melhor � id�ia que fazemos do Seu poder a se exercer sobre a infinidade dos mundos por meio de leis eternas. Esta teoria n�o resolve, � verdade, a quest�o da origem dos elementos vitais; mas, Deus tem seus mist�rios e p�s limites �s nossas investiga��es.

46. Ainda h� seres que nas�am espontaneamente?

�Sim, mas o g�rmen primitivo j� existia em estado latente. Sois todos os dias testemunhas desse fen�meno. Os tecidos do corpo humano e do dos animais n�o encerram os germens de uma multid�o de vermes que s� esperam, para desabrochar, a fermenta��o p�trida que lhes � necess�ria � exist�ncia? � um mundo min�sculo que dormita e se cria.�

47. A esp�cie humana se encontrava entre os elementos org�nicos contidos no globo terrestre?

�Sim, e veio a seu tempo. Foi o que deu lugar a que se dissesse que o homem se formou do limo da terra.�

48. Poderemos conhecer a �poca do aparecimento do homem e dos outros seres vivos na Terra?

�N�o; todos os vossos c�lculos s�o quim�ricos.�

49. Se o g�rmen da esp�cie humana se encontrava entre os elementos org�nicos do globo, por que n�o se formam espontaneamente homens, como na origem dos tempos?

�O princ�pio das coisas est� nos segredos de Deus. Entretanto, pode dizer-se que os homens, uma vez espalhados pela Terra, absorvem em si mesmos os elementos necess�rios � sua pr�pria forma��o, para os transmitir segundo as leis da reprodu��o. O mesmo se deu com as diferentes esp�cies de seres vivos.�

Povoamento da Terra. Ad�o

50. A esp�cie humana come�ou por um �nico homem?

�N�o; aquele a quem chamais Ad�o n�o foi o primeiro, nem o �nico a povoar a Terra.�

51. Poderemos saber em que �poca viveu Ad�o?

�Mais ou menos na que lhe assinais : cerca de 4.000 anos antes do Cristo.�

O homem, cuja tradi��o se conservou sob o nome de Ad�o, foi dos que sobreviveram, em certa regi�o, a alguns dos grandes cataclismos que revolveram em diversas �pocas a superf�cie do globo, e se constituiu tronco de uma das ra�as que atualmente o povoam. As leis da Natureza se op�em a que os progressos da Humanidade, comprovados muito tempo antes do Cristo, se tenham realizado em alguns s�culos, como houvera sucedido se o homem n�o existisse na Terra sen�o a partir da �poca indicada para a exist�ncia de Ad�o.

Muitos, com mais raz�o, consideram Ad�o um mito ou uma alegoria que personifica as primeiras idades do mundo.

NOTA(1): O texto colocado entre aspas, em seguida �s perguntas, � a resposta que os Esp�ritos deram. Para destacar as notas e explica��es aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor. Quando formam cap�tulos inteiros, sem ser poss�vel a confus�o, o mesmo tipo usado para as perguntas e respostas foi o empregado.

 

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Quantas perguntas tem o livro dos espíritos?

Nesta segunda edição é que aparecem 1018 perguntas e respostas, sendo que algumas edições atuais trazem 1019 perguntas, acréscimo que, segundo a Federação Espírita Brasileira (FEB), foi devido ao Codificador não ter numerado a pergunta imediatamente após a 1010, aquela que seria a 1011.

Qual é a primeira pergunta do Livro dos Espíritos?

1. Que é Deus? “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (1).

O que nos ensina o livro dos espíritos?

Os bons Espíritos nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação; os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado.

Quanto tempo um Espírito desencarnado leva para se comunicar?

Pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos” (comentário à questão 165, de O Livro dos Espíritos). Logo, este é um fator preponderante ao se avaliar a possibilidade de comunicação destes Espíritos com os parentes encarnados.