O primeiro registro de educação a distância no brasil se tratava de:

Jo�o Roberto Moreira Alves (1)

1. - Introdu��o

A educa��o a dist�ncia no Brasil � marcada por uma trajet�ria de sucessos, n�o obstante a exist�ncia de alguns momentos de estagna��o, provocados por aus�ncia de pol�ticas p�blicas para o setor.

Em mais de cem anos, excelentes programas foram criados e, atrav�s dos mesmos, fortes contribui��es existiram para que se democratizasse a educa��o de qualidade, atendendo, principalmente, cidad�os fora das regi�es mais favorecidas.

H� registros hist�ricos que colocavam o nosso Pa�s dentre os principais no campo da EAD, especialmente at� os anos setenta do s�culo passado. A partir dessa �poca, outras na��es avan�aram e o Brasil estagnou, e ent�o surgiu uma queda no ranking internacional.

Somente no final do mil�nio � que as a��es positivas voltam a acontecer e o crescimento passa a despontar, voltando a permitir prosperidade e desenvolvimento. Muito ainda h� a ser feito, contudo os �ltimos resultados demonstram tend�ncias de progresso, o que beneficiar� toda a sociedade.

2. - Surgimento da EAD no Brasil

As pesquisas realizadas em diversas fontes mostram que pouco antes de 1900 j� havia an�ncios em jornais de circula��o no Rio de Janeiro oferecendo profissionaliza��o por correspond�ncia. Tratava-se de curso de datilografia ministrado n�o por um estabelecimento de ensino, mas sim por professora particular.

N�o obstante essas a��es isoladas, que foram importantes para uma �poca em que se consolidava a Rep�blica, o marco de refer�ncia oficial � a instala��o das Escolas Internacionais, em 1904.

A unidade de ensino, estruturada formalmente, era filial de uma organiza��o americana que, ali�s, at� hoje existe, com presen�a em alguns pa�ses. Os cursos oferecidos eram todos voltados para as pessoas que pretendiam estar empregadas, especialmente no com�rcio e no setor de servi�os. O ensino era, naturalmente, por correspond�ncia, com remessa de materiais did�ticos pelos correios, que usavam principalmente as ferrovias para o transporte.

Nos vinte primeiros anos tivemos, portanto, apenas uma �nica modalidade, a exemplo, por sinal, de todos os outros pa�ses.

3. - A revolu��o via r�dio

Em 1923 era fundada a R�dio Sociedade do Rio de Janeiro. Tratava-se de uma iniciativa privada e que teve pleno �xito, mas trazia preocupa��es para os governantes, tendo em vista a possibilidade de transmiss�o de programas considerados subversivos, especialmente pelos revolucion�rios da d�cada de 30.

A principal fun��o da emissora era a de possibilitar a educa��o popular, atrav�s de um sistema ent�o moderno de difus�o do que acontecia no Brasil e no Mundo. Os programas educativos, a partir dessa �poca, se multiplicavam e repercutiam em outras regi�es, n�o s� do Brasil, como em diversos pa�ses do continente americano.

A R�dio funcionou, em sua primeira fase, nas depend�ncias de uma escola superior mantida pelo Poder P�blico. Posteriormente fortes press�es surgiram para as mudan�as de rumo da entidade, sendo criadas exig�ncias de dif�cil cumprimento, especialmente considerando a inexist�ncia de fins comerciais. Em 1936, sem alternativas, os instituidores tiveram que doar a emissora para o Minist�rio da Educa��o e Sa�de.

Vale registro que at� 1930 inexistia um minist�rio espec�fico para a educa��o e os assuntos eram tratados em �rg�os que tinham outras fun��es principais, mas cuidavam, tamb�m, da instru��o p�blica.

A educa��o via r�dio foi desta forma, o segundo meio de transmiss�o a dist�ncia do saber, sendo apenas precedida pela correspond�ncia.In�meros programas, especialmente os privados, foram sendo implantados a partir da cria��o, em 1937, do Servi�o de Radiodifus�o Educativa do Minist�rio da Educa��o. Destacaram-se, dentre eles, a Escola R�dio-Postal "A Voz da Profecia", criado pela Igreja Adventista em 1943, com o objetivo de oferecer aos ouvintes cursos b�blico.

O SENAC - Servi�o Nacional de Aprendizagem Comercial iniciou, em 1946, suas atividades e logo a seguir desenvolveu no Rio de Janeiro e em S�o Paulo a Universidade do Ar que em 1950 j� atingia 318 localidades.

A Igreja Cat�lica, por meio da Diocese de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, criou em 1959 algumas escolas radiof�nicas, dando origem ao Movimento de Educa��o de Base.

No sul do Pa�s, destaque para a Funda��o Padre Landell de Moura, no Estado do Rio Grande do Sul, com cursos via r�dio.

Projetos como o MOBRAL, vinculado ao Governo Federal, prestaram grande aux�lio e tinham abrang�ncia nacional, especialmente pelo uso do r�dio.

A revolu��o deflagrada em 1969 abortou grandes iniciativas, e o sistema de censura praticamente liquidou a r�dio educativa brasileira.

Hoje ainda existem a��es isoladas, entretanto pouco apoiadas pelos �rg�os oficiais. O desmonte da EAD via r�dio foi um dos principais causadores de nossa queda no ranking internacional. Enquanto o Brasil deixava de usar as transmiss�es pela rede de emissoras, outros pa�ses implementaram modelos similares.

Temos esperan�as que voltemos a transmitir educa��o atrav�s dessa modalidade, e que possa ser reinstalada uma grande rede de difus�o de programas educativos, especialmente os voltados para a popula��o menos assistida pelas m�dias mais avan�adas.

4. - O cinema educativo

O cinema foi - e continua sendo - muito pouco usado no campo da educa��o. N�o h� registros hist�ricos marcantes no setor,

 e os custos de produ��o foram os principais respons�veis.

Igualmente, considerando que as salas de proje��o s�o mantidas pela iniciativa privada, nunca houve interesse em filmes dessa natureza. Poucas s�o as pel�culas que t�m mensagens positivas, e na hist�ria da EAD quase nada h� a se contar.

5. - TV Educativa

A televis�o para fins educacionais foi usada de forma positiva na fase inicial, e v�rios incentivos aconteceram no Brasil, especialmente nos anos 60 e 70. Coube ao C�digo Brasileiro de Telecomunica��es, editado em 1967, a determina��o de que deveria haver transmiss�o de programas educativos pelas emissoras de radiodifus�o, bem como pelas televis�es educativas.
Foram concedidos alguns privil�gios para a concess�o de televis�es com fins espec�ficos de educa��o. �s universidades e funda��es, foram concedidos incentivos para a instala��o de canais de difus�o educacional.

Dois anos mais tarde, em 1969, foi criado o Sistema Avan�ado de Tecnologias Educacionais, prevendo a utiliza��o de r�dio, televis�o e outros meios aplic�veis. Logo a seguir, o Minist�rio das Comunica��es baixava portaria definindo o tempo obrigat�rio e gratuito que as emissoras comerciais deveriam ceder para a transmiss�o de programas.

Em 1972, � criado o Programa Nacional de Teleduca��o (PRONTEL) que teve vida curta, tendo em vista o surgimento do Centro Brasileiro de TV Educativa (Funtev�) como um �rg�o integrante do Departamento de Aplica��es Tecnol�gicas do Minist�rio da Educa��o e Cultura.

No in�cio dos anos 90, as emissoras ficaram desobrigadas de ceder tempos di�rios para transmiss�o dos programas educacionais, significando um grande retrocesso. Em 1994 � reformulado o Sistema Nacional de Radiodifus�o Educativa, cabendo � Funda��o Roquete Pinto a coordena��o das a��es.

Os anos se passaram e n�o ocorreram resultados concretos nos canais abertos de televis�o. Na maioria dos casos, os programas s�o transmitidos em hor�rios incompat�veis com a disponibilidade dos poss�veis alunos usu�rios.

Vale registro positivo � Funda��o Roberto Marinho, que criou alguns programas de sucesso, como os telecursos, que atenderam - e continuam ainda atendendo - a um n�mero incont�vel de pessoas, atrav�s de mecanismos de apoio, para que os alunos obtenham a certifica��o pelo Poder P�blico.

A pr�pria TV Educativa, por raz�es inexplic�veis, mudou de nome e n�o pertence � estrutura do Minist�rio da Educa��o e poucos s�o os programas educacionais veiculados. Ali�s, no campo da radiodifus�o, a R�dio MEC tamb�m n�o est� ligada ao MEC, apesar de manter o nome.

O surgimento do sistema de TV fechada (especialmente a cabo) permitiu que algumas novas emissoras se dedicassem de forma correta � educa��o, destacando-se as TVs Universit�rias, o Canal Futura, a TV Cultura, dentre outras que difundem algumas de suas produ��es tamb�m por canais abertos.

H� de se louvar o sistema adotado pela TV Escola, sob a manten�a do Poder P�blico Federal, que gera bons programas, contudo a forma de difus�o depende das emissoras abertas ou a cabo para o acesso da popula��o em geral. As escolas recebem, por sat�lite, os benef�cios. Os frutos s�o bastante positivos.

6. - Os novos cen�rios em fun��o dos computadores, dispositivos m�veis e da internet.

Os computadores chegaram ao Brasil, no campo da educa��o, atrav�s das universidades, que instalaram as primeiras m�quinas na d�cada de 70. Os imensos equipamentos tinham alto custo e, com o decorrer do tempo, foram sendo barateados, at� atingir, hoje, a cifras bem acess�veis � popula��o.

Ao lado das m�quinas, a rede mundial de computadores viabilizou sua forte ado��o no sistema educativo brasileiro (e mundial). � absolutamente desnecess�rio discorrer sobre os avan�os notados, e � certo que rapidamente teremos a inclus�o digital em praticamente todo o Pa�s.

Existem ainda alguns aspectos a serem superados, especialmente tendo em vista os custos de transmiss�o, elevados para fins sociais. Apesar de haver legisla��o beneficiando os programas educativos, n�o h� regulamenta��o da mat�ria, e as institui��es e pessoas pagam igualmente tanto para acesso � educa��o, como � pornografia e outros fins, sejam eles l�citos ou il�citos.

A liga��o dos computadores em rede de banda larga � imprescind�vel, eis que por meio de acesso discado, al�m de muito oneroso, � extremamente limitado. Os dispositivos m�veis vieram para ficar e hoje substituem em perfeitas condi��es os equipamentos de maior porte f�sico.

7. - A import�ncia de institui��es para a EAD no Brasil

A hist�ria da EAD no Brasil pode ser dividida em tr�s momentos: um da fase inicial, um intermedi�rio e outro da era mais moderna.

Na primeira, os aspectos positivos ficam por conta das Escolas Internacionais (1904), que representam o ponto-de-partida de tudo, seguindo-se a R�dio Sociedade do Rio de Janeiro (1923), ambas j� comentadas anteriormente.

Extraordin�ria import�ncia tiveram dados (e permanecem tendo at� os dias de hoje) o Instituto Monitor (1939) e o Instituto Universal Brasileiro (1941). As duas entidades definiram p�blicos certos e capacitaram brasileiros para o mercado de trabalho, no segmento da educa��o profissional b�sica. Podemos enquadr�-las, junto com algumas outras, na �poca intermedi�ria.

No campo da educa��o superior, a Universidade de Bras�lia (1973) constituiu-se como uma base para programas de proje��o, entretanto o movimento militar respons�vel pelo regime ditatorial que vigorou por muitos anos restringiu a autonomia e sepultou boas iniciativas.

J� na era mais moderna n�o podemos deixar de registrar tr�s organiza��es que influenciaram de forma decisiva na hist�ria: a Associa��o Brasileira de Tecnologia Educacional, o Instituto de Pesquisas e Administra��o da Educa��o e a Associa��o Brasileira de Educa��o a Dist�ncia.

A ABT foi criada em 1971 por um grupo de profissionais da �rea de radiodifus�o. Congregou, logo de in�cio, os mais importantes brasileiros e estrangeiros que atuavam nas tecnologias aplicadas � educa��o, realizando a s�rie dos Semin�rios Brasileiros de Tecnologias Educacionais e editando a revista Tecnologia Educacional. As duas atividades permanecem at� hoje sendo feitas, podendo ser vistos, em seu Centro de Documenta��o, os resultados de trinta e sete eventos e mais de cento e setenta n�meros do peri�dico.

Muitas pol�ticas p�blicas brasileiras foram debatidas e definidas com a contribui��o da Associa��o, que tamb�m foi a pioneira nos programas de p�s-gradua��o a dist�ncia.

Em 1980, o Governo Federal a credenciou para ministrar "Cursos de P�s-gradua��o lato sensu de forma n�o convencional, atrav�s de ensino tutorial". Segundo a legisla��o da �poca, os credenciamentos eram analisados pela CAPES - Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de Ensino Superior e definidos pelo Conselho Federal de Educa��o, ap�s acompanhamento da Secretaria de Ensino Superior do MEC.

O parecer n� 891, aprovado pelo CFE em 7 de agosto de 1980, possibilitou o funcionamento de doze cursos, distribu�dos em cinco �reas de conhecimento. A autoriza��o foi dada por dois anos e mais tarde prorrogada por mais dezoito meses.

Em 1985 o Conselho registra o sucesso da empreitada, por meio do Parecer n� 295. N�o obstante, impede o prosseguimento do projeto at� que fosse estabelecida uma norma espec�fica por parte da SESu e da CAPES. Como essa norma at� hoje n�o foi editada, o programa n�o continuou. A entidade permanece tendo sua atua��o regular, dando �nfase �s tecnologias educacionais no sentido amplo.

Relevante contribui��o foi dada tamb�m pelo Instituto de Pesquisas e Administra��o da Educa��o, fundado em 1973, que foi o respons�vel pela realiza��o dos primeiros Encontros Nacionais de Educa��o a Dist�ncia (em 1989) e os Congressos Brasileiros de Educa��o a Dist�ncia (em 1993).

Coube ao IPAE influenciar decisivamente na reflex�o sobre a import�ncia da educa��o a dist�ncia no mundo e no Brasil. Ademais, ajudou a formular as disposi��es normativas que foram incorporadas � Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional, cujo projeto original foi apresentado � C�mara dos Deputados em 1988.

Os Encontros e Congressos reuniram os mais importantes art�fices da EAD brasileira, vinculados tanto ao Poder P�blico, como � iniciativa privada. V�rios parlamentares e formuladores de programas oficiais utilizaram-se dos documentos produzidos pelos eventos no convencimento dos seus pares sobre a relev�ncia da educa��o a dist�ncia em nosso Pa�s.

O Instituto realizou quatro Encontros e dois Congressos, sendo o �ltimo em 1995. Com a cria��o, nesse ano, da Associa��o Brasileira de Educa��o a Dist�ncia, houve a transfer�ncia dos mesmos � nova organiza��o.

O IPAE permanece funcionando regularmente, possuindo o mais completo acervo sobre a EAD no pa�s. Ajuda, na difus�o da produ��o cient�fica e na informa��o, a Revista Brasileira de Educa��o a Dist�ncia, lan�ada em 1993 e que j� teve mais de uma centena n�meros editados e atualmente adota como forma de registro, as v�deos revistas.

A terceira institui��o � a Associa��o Brasileira de Educa��o a Dist�ncia, que vem colaborando no desenvolvimento da educa��o a dist�ncia no Brasil e promovendo a articula��o de institui��es e profissionais, n�o s� no Pa�s, como no exterior.

Anualmente s�o realizados os Congressos, hoje internacionais, e promovidos Semin�rios nacionais.

Considerando que a Associa��o congrega importantes personagens da atualidade, as produ��es cient�ficas s�o elementos importantes para que exista o aprimoramento dos sistemas de aprendizagem.

Um dos mais expressivos pap�is da ABED foi o de sediar a 22� Confer�ncia Mundial de Educa��o Aberta e a Dist�ncia, no Rio de Janeiro, em setembro de 2006, da qual participaram educadores de mais de setenta pa�ses.

Por fim, duas universidades merecem cita��o, por seus pioneirismos: a Universidade Federal de Mato Grosso, que foi a primeira efetivamente a implantar cursos de gradua��o a dist�ncia, e a Universidade Federal do Par�, que recebeu o primeiro parecer oficial de credenciamento, pelo Conselho Nacional de Educa��o, em 1998.

8. - Avan�os e retrocessos da legisla��o aplic�vel � EAD

N�o pretendemos nos ater a um estudo completo sobre a legisla��o aplic�vel � EAD, objeto de um trabalho amplo e espec�fico e que tem aspectos de alegrias e tristezas.

No Brasil � livre o direito de ensinar e de aprender, eis que assim estatui o Artigo 206, inciso II da Constitui��o Federal. Em sentido amplo, fundamenta-se a� o princ�pio da educa��o nacional e, por via de conseq��ncia, o da EAD.

A primeira legisla��o que fala na modalidade � a Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional, cujas origens datam de 1961. Em sua reforma de dez anos ap�s, foi inserido um cap�tulo espec�fico sobre o Ensino Supletivo, afirmando que o mesmo poderia ser usado em classes, ou mediante a utiliza��o de r�dio, televis�o, correspond�ncia e outros meios.

Em 1996 o Pa�s conheceu uma nova LDB, e ent�o passou a ser poss�vel a educa��o a dist�ncia em todos os n�veis. Foi um avan�o, j� que possibilitou, de forma inequ�voca, o funcionamento dos cursos de gradua��o e p�s-gradua��o, assim como na educa��o b�sica, desde o ensino fundamental ao m�dio, tanto na modalidade regular, como na de jovens e adultos e educa��o especial.

A lei teve uma grande virtude de admitir, de forma indireta, os cursos livres a dist�ncia, neles inseridos os ministrados pelas chamadas "universidades corporativas" e outros grupos educativos. As dificuldades, contudo, passaram a existir nas disposi��es infra-legais.

Paradoxalmente, sentimos uma rela��o inversa � hierarquia das normas jur�dicas: temos uma Constitui��o Federal �tima, em termos de educa��o; a LDB � boa, eis que permite, dentre outras vantagens, a liberdade dos projetos pedag�gicos. O grande problema ocorre com os atos normativos inferiores: os Decretos n�o s�o bons; as Portarias, numa grande parte, s�o ruins, e h� Resolu��es e Pareceres desesperadores.

Existe uma infla��o legislativa, que entrava o funcionamento das organiza��es. O emaranhado de atos normativos impede a expans�o dos cursos de educa��o b�sica e superior (provocando o impedimento por muito tempo, por falta de norma espec�fica, dos mestrados e doutorados a dist�ncia). O crescimento da EAD se nota, assim, em maior escala nas entidades que atuam de forma livre.

A restri��o ao progresso desse tipo de unidades educacionais fica por conta das dificuldades � certifica��o para fins de acesso funcional de servidores p�blicos e progress�o escolar. Os documentos expedidos servem de mero instrumento de comprova��o de estudos, sendo geralmente aceitos pelas empresas privadas e mercado de trabalho.

Ao lado da legisla��o federal, os Sistemas de Educa��o das vinte e sete Unidades da Federa��o tamb�m baixam delibera��es, resolu��es e pareceres para serem aplicados �s unidades de ensino b�sico.

Um dos pontos complexos que decorre da legisla��o restritiva � o reconhecimento de estudos feitos no exterior. � muito dif�cil dar validade no Brasil a cursos realizados em outros pa�ses.

H� uma s�rie de pontos inseridos na legisla��o que s�o descumpridos pelos �rg�os vinculados ao pr�prio Minist�rio da Educa��o, o que causa perplexidade nacional. Contudo, evolu�mos nas grandes normas legais, se compararmos com o determinado no passado.

Um exemplo t�pico foi uma portaria do MEC, que passou a admitir a ado��o parcial de EAD em cursos de gradua��o superior, independentemente de credenciamento pela Uni�o. Isso se aplica a um percentual dos conte�dos de cursos. Foi um forte avan�o, eis que o Governo depositou, pela primeira vez na hist�ria, um voto de confian�a nas universidades, centros universit�rios e faculdades para que os programas fossem implementados sem o pr�vio consentimento oficial.

H� tend�ncias de aprimoramento da legisla��o, especialmente tendo em vista o maior di�logo que existe entre o Governo e as entidades representativas do setor e institui��es. Igualmente, tramitam na C�mara dos Deputados e no Senado Federal projetos visando modificar, para melhor, as leis.

9. - Das tentativas � cria��o de um sistema de Universidade Aberta

O sucesso da cria��o da Open University, da Inglaterra, no in�cio dos anos 70, repercutiu em todo o Mundo, e o Brasil n�o ficou � margem dessa discuss�o. Entusiasmados pelo novo modelo, alguns parlamentares brasileiros apresentaram projetos de lei para que tiv�ssemos uma institui��o de ensino superior semelhante � do Reino Unido.

A primeira proposi��o tomou o n�mero 962, de 1972, tendo sido arquivada de forma un�nime e definitiva ap�s haver o reconhecimento do "ineg�vel m�rito". Os deputados da Comiss�o de Educa��o e Cultura da C�mara acharam que "seria mais aconselh�vel que a mat�ria aguardasse um julgamento posterior mais amadurecido". A proposi��o n�o tinha o intuito espec�fico de criar a universidade aberta, mas sim de permitir a frequ�ncia livre em cursos de n�vel universit�rio.

No ano de 1974 surge efetivamente a iniciativa de ser institu�da a Universidade Aberta, por meio do Projeto de Lei n� 1.878. A proposta dizia que "entende-se por Universidade Aberta a institui��o de n�vel superior, cujo ensino seja ministrado atrav�s de processos de comunica��o a dist�ncia".

Aludido projeto flu�a bem no Legislativo, at� ser ouvido o Conselho Federal de Educa��o, que analisou o assunto e baixou o Parecer n� 2.780/74, subsidiando a vota��o. O colegiado educacional opinou que "a implanta��o do sistema entre n�s, se � aconselh�vel, deve ser da iniciativa do Minist�rio da Educa��o". Conclu�a falando (isso em setembro de 1974) que (conv�m aguardar a apresenta��o do projeto que est� sendo elaborado pelo grupo de trabalho especialmente criado para esse fim).

O grupo n�o funcionou, e o projeto do governo n�o foi encaminhado de forma correta ao Congresso Nacional. Quando isso aconteceu, o pr�prio Executivo cuidou de retir�-lo um pouco depois, sem qualquer explica��o l�gica ou aceit�vel.

O PL da Universidade Aberta foi definitivamente arquivado. Dois anos mais tarde, o mesmo deputado reapresenta a mat�ria, que acabou tendo novo arquivamento.

Outras tentativas foram feitas e igualmente frustradas, especialmente tendo em vista a orienta��o do CFE, que insistia em afirmar que "a cria��o de um sistema t�o complexo e original de ensino superior exige planejamento l�cido e rigoroso de pessoas que tenham plena consci�ncia da filosofia que inspira a Universidade Aberta".

Anos se passaram e agora, recentemente, o Executivo toma a iniciativa de criar um sistema, chamando-o de Universidade Aberta do Brasil. Na verdade, n�o chega a ser universidade, eis que � um cons�rcio de institui��es p�blicas de ensino superior. Tamb�m n�o � aberta uma vez que n�o possui os princ�pios norteadores desse sistema.

Vale citar o que consta do documento que relata a cria��o e o funcionamento da Open University. Diz o mesmo: O termo �aberta� se aplica � nova universidade em v�rios sentidos. Primeiramente no sentido social, pois se dirige a todas as classes sociais, permitindo que as pessoas possam completar seus estudos em suas pr�prias casas sem exig�ncia de frequ�ncia �s aulas, a n�o ser uma ou duas semanas por ano. Em segundo lugar, do ponto de vista pedag�gico, na medida em que a matr�cula na Universidade est� aberta a todo indiv�duo, maior, independente da apresenta��o de certificado de instru��o anterior e de qualquer exame de admiss�o. Finalmente, ela se chama "aberta" no sentido de que seus cursos, pelo r�dio e pela televis�o, est�o abertos ao interesse e � aprecia��o do p�blico em geral".

Em 2005 o Governo Federal cria a chamada �Universidade Aberta do Brasil�, que, na verdade, n�o � universidade nem aberta. � um cons�rcio que envolve institui��es p�blicas de ensino superior para oferta de cursos atrav�s de educa��o a dist�ncia. H� registros de sucesso e fracasso, mas a proposta continua existindo, sem grande entusiasmo dos Poderes Executivo Federal e Estadual.

N�o obstante a esses coment�rios, entendemos como v�lida a iniciativa brasileira, eis que poder� permitir o maior acesso � educa��o superior.

10. - Cen�rio atual

O Brasil conta atualmente com cerca de 800 institui��es credenciadas pelo Governo Federal para ministrar cursos de gradua��o e p�s-gradua��o lato sensu.

Adicionam-se pouco mais de cem que atuam no campo da educa��o b�sica, sendo os atos de permiss�o expedidos pelos Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal. H� um n�mero significativo de cursos livres e programas ministrados pelas empresas (dentre as quais as chamadas "universidades corporativas").

Somando-se todo o universo, acreditamos haver pouco mais de mil e quinhentas entidades que utilizam EAD em sua metodologia de aprendizagem. Apesar de ser um n�mero razo�vel ainda temos muito espa�o para que novas organiza��es sejam part�cipes dessa hist�ria. O mercado � extremamente amplo e promissor para os que atuarem com qualidade e compet�ncia.

Existem melhorias dos sistemas de comunica��o, e isso favorece a expans�o. Os custos tendem a se reduzir e, com o decorrer do tempo, a burocracia para os credenciamentos deve ser diminu�da, na medida em que as institui��es alcancem a maturidade desej�vel pelos �rg�os credenciadores.

11. � Considera��es finais

Procuramos relatar nessa s�ntese hist�rica, da forma mais precisa poss�vel, mais de um s�culo de EAD no Brasil. Evitamos citar nomes de pessoas, para n�o cometer injusti�as.

Desde as suas origens, em 1904, at� os dias atuais, milhares de pessoas constru�ram essa hist�ria vitoriosa. Falhas existiram, mas a vontade de acertar sempre foi a t�nica de todos os que lutaram - e continuam dando o melhor de si - para que o Pa�s progrida e possa resgatar uma enorme d�vida social acumulada ao longo dos s�culos.

(1) Presidente do Instituto de Pesquisas e Administra��o da Educa��o

 

O primeiro registro de educação a distância no brasil se tratava de:

Av. Rio Branco, 156 conjunto 1926 - Centro

Rio de Janeiro - RJ

Tel: (21) 3905-0964  - 3471-6301 - 99566-5186 (whatsapp)

E-mail:

www.ipae.com.br

Qual foi o primeiro registro de Educação a Distância no Brasil?

No Brasil, o EAD surgiu com cursos de qualificação profissional. O registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de escrever) por correspondência.

Quando surgiu a Educação a Distância no Brasil?

Em 1996 instaurou-se a lei n.º 9.394, que regulamentou e tornou válida a educação a distância para todos os níveis de escolarização, porém foi só em 1999 que o MEC (Ministério da Educação) credenciou o ensino superior ao EAD.

Qual foi a primeira forma de Educação a Distância?

Segundo Vidal e Maia (2010), a primeira forma de ensino a distância foi aulas por correspondência, a escola responsável por isso foi a escola de línguas por correspondência, criada em 1856 por Charles Toussaint e Gustav Langenscheit.

Quando foi a primeira vez que a EAD foi definida como modalidade de ensino no Brasil Assinale a alternativa correta?

O EAD começou a tomar espaço nas instituições de ensino brasileiras devido à instauração da Lei n.º 9.394 de 1996, que regulamentou e tornou válida a educação a distância para todos os níveis de escolarização. Com isso, o Ministério da Educação (MEC), iniciou o credenciamento das faculdades a partir de 1999.