O Tratado de Versalhes, elaborado e assinado em 1919, foi uma tentativa de acordo de paz promovida após o fim da Primeira Guerra Mundial. Show
Contexto históricoCom o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, a atmosfera de destruição tomava conta da Europa. Havia ainda fortes tensões, apesar de potências como Rússia, Alemanha e Áustria-Hungria terem saído derrotadas e as demais potências, como Inglaterra e França, terem saído também arruinadas da longa guerra. O fato é que algumas tentativas de acordo de paz foram propostas a partir de 1918. Aquela que, de fato, passou a vigorar ficou conhecida como Tratado de Versalhes, que foi assinado em 28 de junho de 1919.Rejeição aos 14 pontos de WilsonAntes, porém, em janeiro de 1918, outras propostas foram apresentadas. Uma delas foi redigida pelo presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, e ficou conhecida como os 14 pontos de Wilson. Entretanto, as potências europeias não ficaram satisfeitas com as intenções do presidente americano. Um dos principais pontos de rejeição da proposta de Wilson consistia no fato de não haver nela uma forte repreensão à Alemanha, que era considerada por nações como a França a principal culpada pela imensa catástrofe que foi a Primeira Guerra. Assinatura do tratado e pesadas sançõesAssim sendo, em 1919, os representantes dos países vencedores reuniram-se na cidade francesa de Versalhes para discutir quais seriam as medidas a serem tomadas para que não houvesse um nova ameaça de conflito mundial. As discussões entre autoridades presentes tiveram um teor complexo, pois havia uma orientação (sobretudo após as propostas de Woodrow Wilson) de não transformar a Alemanha em “bode expiatório” e submetê-la a pesadas sanções. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Entretanto, foi exatamente isso o que ocorreu. No dia 28 de junho de 1919, a Alemanha foi obrigada a assinar o tratado que havia sido redigido em Versalhes. Entre as sanções que os países vencedores a ela impuseram estavam: a perda de territórios, como a região da Alsácia-Lorena, que foi retomada pela França; redução do exército a, no máximo, cem mil homens; impedimento de possuir força aérea; os navios que transportavam mercadorias passariam a ser controlados pela França e pela Inglaterra; e, além dessas sanções, a Alemanha ainda teria de pagar aos países que elaboraram o tratado cerca de 269 milhões de marcos (em padrão ouro). Consequências do Tratado de VersalhesAs decisões do Tratado de Versalhes, que também foram aplicadas a outros países, como a Itália, contribuíram para várias ondas de insatisfação e revoltas nas duas décadas seguintes: 1920 e 1930. O Nazismo alemão e o Fascismo italiano constituíram-se na atmosfera de ressentimento que sobreveio após a Primeira Guerra. O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo. Os homens da época tinham a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Porém, por trás dessa aparência de tranqüilidade estavam presentes graves problemas econômicos. Soldados franceses atacam alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Foto de 1917. O mundo encontrava-se dividido e submisso às grandes potências européias e aos Estados Unidos. Não existiam mais territórios sem dono e as grandes potências brigavam entre si na tentativa de expandir suas áreas de dominação econômica e política. A Revolução Industrial trouxe transformações importantes para a economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os motores a combustão. As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios. A competição capitalista estimulou o crescimento de algumas empresas; porém, levou ao fracasso muitas outras. Empresas mais fracas foram compradas ou faliram, enquanto que as grandes ficaram maiores ainda. Os chamados monopólios (grandes empresas) passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais. Desejavam matérias-primas (minério, algodão, cacau), mão-de-obra barata (para trabalhar nas minas com salários reduzidos e lucros para os patrões) e mercados consumidores. Para conseguir tudo isso as empresas (monopólios) precisavam investir capital em outros lugares do mundo e criar impérios econômicos (principalmente em países de economia mais frágil) e tudo isso com a ajuda de seus respectivos governos. Economistas alemães e ingleses do início do século XX chamaram essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo. Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira Grande Guerra. O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:
Os países imperialistas colonizaram vastas regiões na África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo (“raça branca merece dominar as demais”), etnocentrismo (“brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos”), darwinismo (“nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”). No começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda. Porém, era preciso convencer o povo de que não havia outra saída. Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi fundamental, e cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o outro. Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado, essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a França na Guerra Franco-Prussiana. Como conseqüência, a França foi obrigada a entregar a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança. A Europa estava a um passo da guerra e os países disputavam novas colônias. A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo. A população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador austríaco resolveu desfilar de carro aberto pela cidade. Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra. Porém, vários outros fatores também contribuíram para o advento da guerra.
Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns:
A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:
Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém, o primeiro se retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e algumas colônias. Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses, Ingleses e Alemães: Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a Batalha de Verdun (600 mil mortos). Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de crediário (“compre agora e pague depois da guerra”). Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos americanos (os dois países deviam aos americanos quase 2 bilhões de dólares). Com essa mentalidade, os americanos começaram a fazer uma forte campanha a favor da entrada do país na guerra. Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comerciar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o Congresso americano votava favoravelmente a declaração de guerra à Alemanha. Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por países e entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em 1918, levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14 Pontos”. Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária, o Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o exemplo russo e se retiraram do conflito. Enquanto os países se retiravam aos poucos do conflito, o povo alemão se rebelava contra a guerra. Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e o novo governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito. Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência. O Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14 Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:
Com tudo isso, a Alemanha perdeu muito dinheiro e mergulhou na maior crise econômica de sua história. Na Alemanha, não havia mais imperador, agora o país era uma república democrática e esse período foi chamado de “República de Weimar” que durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder impondo um regime ditatorial. Até então, essa foi a pior guerra que o mundo conhecera, foram 9 milhões de mortos e além deles, 6 milhões de soldados voltaram mutilados. Porque a Alemanha foi a grande culpada pela Primeira Guerra Mundial?Documento assinado em junho de 1919 com punições a Alemanha
Isso porque a Alemanha, que foi duramente vencida na guerra, foi considerada culpada pelos danos causados na guerra. O artigo 231 do Tratado de Versalhes deixou essa informação bem explícita.
De quem foi a culpada da Primeira Guerra Mundial?Em 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, que considerou a Alemanha a grande culpada da guerra e alvo das maiores sanções e de pagamentos de indenizações aos países vencedores.
Como a Alemanha foi punida por ser culpada pela guerra?A Alemanha e os seus Aliados são responsáveis, uma vez que os causaram, por todas as perdas e danos sofridos pelos governos aliados e pelos seus associados, bem como pelos cidadãos destes países, em consequência da guerra. Ela era responsabilizada total e unicamente por todos os prejuízos causados.
Por que a Alemanha se sentiu humilhada após o fim da Primeira Guerra Mundial?Perder uma parte do território,ter que pagar uma multa absurda e perder o direito a ter um exército mexeu com o brio do povo alemão,que ficou esperando a chance de se vingar dos carrascos da 1ª guerra,principalmente dos franceses.
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