Quais são as principais mudanças ocorridas com o Renascimento?

Quais são as principais mudanças ocorridas com o Renascimento?
A obra de Michelangelo pode suscitar uma rica discussão sobre o período renascentista.

Em um primeiro momento, muitos alunos entendem que o Renascimento nada mais foi do que uma ruptura dos velhos preceitos do mundo medieval e uma retomada dos valores da cultura clássica. Apesar de didático, esse tipo de compreensão está bastante afastado dos vários fatores que marcam o desenvolvimento dessa rica experiência histórica e artística da Europa. Afinal, seria possível trabalhar com esse conceito de simples ruptura?

No campo histórico, sabemos que a passagem de um período não pressupõe o abandono radical de certas formas de agir e pensar por outras completamente inéditas. Observando as experiências com maior cuidado, é possível compreender que a passagem para uma nova época pode se mostrar ainda repleta de práticas depositadas no passado. Ou seja, os homens de um tempo nunca abandonam radicalmente aquilo que um dia se fez presente no desenrolar de sua história.

Para que isso seja compreensível aos olhos dos alunos que estudam o Renascimento, indicamos o trabalho com a pintura “A criação de Adão”, do pintor Michelangelo. Confira abaixo uma versão da obra a ser exposta em sala de aula.

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Quais são as principais mudanças ocorridas com o Renascimento?

Uma primeira permanência que pode ser debatida em sala de aula desenvolve-se em torno do próprio tema da obra. Sendo uma pintura encomendada pela Igreja Católica, percebemos que a influencia da esfera religiosa foi marcante no movimento renascentista. Vários eclesiásticos se aproveitavam da habilidade dos artistas dessa época para propagar a religiosidade cristã através de quadros que exprimiam a vida dos santos ou alguma passagem do texto bíblico.

Em contrapartida, tendo preocupação em assinalar as mudanças, o professor ainda deve debater outros aspectos presentes no mesmo exemplo. A representação detalhada do corpo aparece aqui como uma preocupação estética que assinala a valorização da temática humana. Além disso, a posição e a exploração de imagens ao fundo trazem uma sensação de perspectiva que diferencia a pintura renascentista da pintura medieval.

Com isso, ao perceber a convergência desses valores dispares em um único exemplo, o aluno pode ver a continuidade e as rupturas que estabelecem um sentido equilibrado à experiência renascentista. Não se restringindo ao campo dessa única matéria, o balizamento dos valores de uma época por meio desses referenciais (mudanças e permanências) pode muito auxiliar na compreensão de outros períodos históricos a serem estudados.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.

Características do Renascimento

A razão, de acordo com o pensamento da Renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas, ou humanismo. Tal característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo.

Relação com a burguesia e o individualismo

Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia, que floresceu desde a Baixa Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e XVI. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres (hedonismo) como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em voga.

As cidades italianas e o mecenato

A aproximação do Renascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes centros de comércio, onde a intensa circulação de riquezas e ideias promoveu a ascensão de uma notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI.

Períodos do Renascimento

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Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (“De África” e “Odes a Laura”) e DanteAlighieri (“Divina Comédia”), bem como as pinturas de Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, “Juízo Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo Morto”). Já no Quatrocento, com representantes dentro e fora da Itália, o Renascimento contou com a obra artística do italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as críticas ácidas do escritor holandês Erasmo de Roterdã (Elogio à Loucura).

Quais são as principais mudanças ocorridas com o Renascimento?

Leonardo da Vinci foi um dos maiores expoentes do Renascimento

Na fase final do Renascimento, o Cinquecento ganhou grandes proporções, dominando várias regiões do continente europeu. Em Portugal, podemos destacar a literatura de Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de Albrercht Dürer (“Adão e Eva” e “Melancolia”) e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem do burgomestre Meyer”). A literatura francesa teve como seu grande representante François Rabelais (“Gargântua e Pantagruel”). No campo científico, devemos destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica defendida pelos estudiosos Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. Tal concepção abalou o monopólio dos saberes, até então controlados pela Igreja.

Impacto do Renascimento

Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao longo da história ocidental.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Quais as principais mudanças ocorridas com Renascimento?

Antropocentrismo, racionalismo, valorização da antiguidade clássica, cientificismo, individualismo. Essas são algumas características do renascimento. Durante toda a Idade Média, Deus era tido como o centro do universo.

Quais as principais mudanças ocorridas na pintura do Renascimento?

Resposta. Pode-se dizer que o antropocentrismo marcou a maior mudança. Com representações de artistas como Michelangelo e Da Vinci. Antes toda a arte era polarizada pelo teocentrismo que imperava na época.