Qual a influência do passado no presente?

A infância é uma importante etapa da vida, determinante para a formação neural do indivíduo e para o estabelecimento de laços psicoemocionais entre as pessoas. Diante disso, seria possível afirmar que acontecimentos da infância são capazes de modular a vida dos adultos no futuro?

Qual a influência do passado no presente?

De acordo com a revisão de Scatollin e colaboradores (2021), a resposta é positiva. No estágio embrionário é que se inicia o neurodesenvolvimento, tendo a sua continuidade na fase adulta. Sob essa perspectiva, acontecimentos na infância podem gerar mudanças comportamentais, como fobias, medos e transtornos. Isso é explicado porque o cérebro conta com um mecanismo nomeado “plasticidade”, ou seja, é uma estrutura que pode sofrer modificações ao longo do tempo diante dos estímulos que recebe, o que impacta na fisiologia e morfologia do tecido.

Ainda segundo a revisão de Scatollin et al. (2021), é importante se fazer presente e ficar atento à primeira infância, já que é nesse período que as experiências mais influenciam a modulação do cérebro em desenvolvimento de diversas maneiras. Na meninice existem momentos críticos e sensíveis, em que a submissão ao estresse, à ansiedade ou à raiva podem causar impactos em áreas-chave, como hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal, o que traz danos irreversíveis aos indivíduos.

Em concordância com Scatollin e colegas (2021), o estudo desenvolvido por Perez e colaboradores (2017) verificou que mulheres que enfrentaram situações de abuso durante a infância apresentaram modificações volumétricas no lobo insular, enquanto aquelas que não enfrentaram esse contexto traumático, mantiveram o volume da ínsula. O estudo foi conduzido com a participação de 18 voluntárias que responderam formulários de avaliação de saúde física e mental, nos quais foram detectados a ocorrência dos abusos na infância. Além disso, elas também passaram por exame de Ressonância Magnética para a aferição do volume encefálico. Ao cruzar as análises, constatou-se que àquelas que sofreram traumas na infância possuíam alterações na regiões anteriores esquerdas do lobo insular, o que corrobora os achados de Scatollin e colaboradores (2021), em que o cérebro pode sim sofrer plasticidade quando eventos traumáticos ocorrem na infância. 

Assim, através de estudos como esse, é possível perceber a importância de acompanhar crianças em seu desenvolvimento, para que se evite violências relacionadas a situações de vulnerabilidade, e não reflita negativamente na fase adulta.

Utilizando as tecnologias corretas de análise e coleta de dados, é possível proporcionar a ampliação de conhecimentos a respeito disso, nos dando ferramentas para compreender, científicamente, nossas ações e o que podemos fazer para evitar comportamentos desfuncionais.

Referências

Scattolin, M., Resegue, R. M., & Rosário, M. (2021). The impact of the environment on neurodevelopmental disorders in early childhood. Jornal de pediatria, S0021-7557(21)00162-5. Advance online publication. https://doi.org/10.1016/j.jped.2021.11.002.

Perez, D. L., Matin, N., Barsky, A., Costumero-Ramos, V., Makaretz, S. J., Young, S. S., … Dickerson, B. C. (2017). Cingulo-insular structural alterations associated with psychogenic symptoms, childhood abuse and PTSD in functional neurological disorders. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 88(6), 491–497. doi:10.1136/jnnp-2016-314998.

Autor:

Sayonara Pereira da Silva

#relationships


Qual a influência do passado no presente?

Qual a influência do passado no presente?

Qual a influência do passado no presente?

Qual a influência do passado no presente?

Qual a influência do passado no presente?

Se as escolhas que você faz hoje são definidas pelo que a mente arquivou de seu passado, há um grande risco de que a mudança jamais aconteça para você.

Ao observar o passado, é essencial que você compreenda que ele não precisa necessariamente se repetir. As experiências negativas não devem ser o paradigma de sua vida atual.

Nem mesmo as vivências positivas que você experimentou, já que por mais agradáveis que elas tenham sido, é possível criar novas e diferentes oportunidades de ser feliz, tão boas ou até melhores do que as anteriores.

O mais importante é saber que a vida sempre se renova e que deixar-se paralisar pelo medo de que o passado se repita, é a maneira mais eficaz de negar a si mesmo a possibilidade de um futuro luminoso.

Na hora de decidir, leve sempre em conta o desejo determinado pelo coração, pois ele nunca se preocupa com o que irá acontecer a seguir. Sua vibração é espontânea e não pode ser controlada, a menos que você se esforce muito para mantê-lo amordaçado pela razão.

Quanto mais natural e relaxada for a sua resposta ao presente, maiores serão as chances de que a renovação aconteça, sem que o passado tenha qualquer influência sobre ela.

Experimente sempre escolher o que ainda não conheceu. Assim, suas defesas estarão desarmadas e nada do que a mente lhe apresentar poderá ser obstáculo para um futuro inusitado.

Como o passado pode influenciar o presente?

Em suma, o passado é uma ferramenta de auxílio no estudo e no entendimento do tempo presente, pois, a partir de uma análise constante, profunda e aberta dele, somos capazes de entender certos pontos do nosso contexto atual.

Qual a importância do passado para compreender o presente?

Estudar História contribui para construção da memória das nossas sociedades. Ao mesmo tempo, construímos elos de aprendizado com o passado e eles resultam em mudanças no presente. Por conta disso, o trabalho desenvolvido por historiadores é fundamental no nosso cotidiano.

Como o passado explica o presente?

A História, na forma que nos é contada, mostra como foi o ontem e é uma ferramenta para que a sociedade consiga ter um melhor entendimento de si própria no hoje. Mas, muitas vezes, o processo ou os caminhos para chegarmos a esse tipo de conhecimento passam despercebidos.

Qual a influência que o passado tem no futuro?

Mais do que se debruçar sobre o passado, estudar a História é permitir imaginar um futuro diferente com base nas experiências que já vivemos. É compreender as tendências e os ciclos dos acontecimentos para obter novas perspectivas ou apontar soluções diferentes.