Qual a relação da plasticidade das argilas com a qualidade da cerâmica?

13- Materiais Cer�micos:-

A palavra �cer�mica� � derivada do termo grego, �keramus� com significado " Argila �.

O conceito de materiais cer�mico compreende �Os materiais obtidos a partir de composi��es com argilas, e ou �xidos puros�.

Pode-se tamb�m conceituar como materiais cer�micos, �os produtos obtidos a partir de silicatos de alum�nio hidratados (argilas), endurecidos, sob a��o do calor �.

Os materiais cer�micos s�o polif�sicos, contendo elementos met�licos e n�o met�licos,  e suas propriedades dependem de suas estruturas, tendo  alta resist�ncia ao cisalhamento e baixa resist�ncia a tra��o.    

A Engenharia Qu�mica na �rea de cer�mica se ocupa com a concep��o, desenvolvimento, produ��o, avalia��o, e aplica��o dos materiais e produtos cer�micos.

Engloba os aspectos cient�ficos tecnol�gicos relacionados �s caracter�sticas f�sico-qu�micas dos materiais cer�micos aplicados ao seu processamento, fabrica��o, testes e usos como materiais de engenharia.

As fun��es do Engenheiro Qu�mico, na ind�stria cer�mica, alcan�am os seguintes itens:

       -    Projetos de engenharia, concernentes a equipamentos e processos.

-         C�lculos em projetos e dimensionamentos de equipamentos.

-         Pesquisa e desenvolvimento.

-         Produ��o de materiais ou produtos acabados.

-         Controle de Qualidade.

-         Aplica��es dos materiais e produtos cer�micos

-         Vendas e servi�os de assist�ncia t�cnica.

-         Ger�ncia e administra��o de ind�strias cer�micas

-         Consultoria.

�reas relacionadas com a ind�stria cer�mica:-

Vidros:- vidros planos, fibras e t�xteis, placas, vidros �ticos, vidros qu�micos, isolantes v�treos, recipientes, vidros estruturais, suportes em geral.

Refrat�rios:- materiais usados em: Altos-fornos, fornos para fabrica��o de a�o, coquerias, recuperadores e regeneradores de calor, fornos para fabrico de vidro, fornos cer�micos, c�maras de combust�o.

Abrasivos:- materiais para abras�o e moagem, aplicados em gr�os, p�s, pap�is, tecidos, pe�as s�lidas, cil�ndricas, ou de outras formas, ferramentas de corte, etc.

Super-refrat�rios:- condi��es extremas de temperaturas, tais como: c�maras de exaust�o de foguetes, fuselagem de foguetes, narizes c�nicos para espa�onaves, revestimento de fornos de plasma, etc.

Lou�a e porcelana:- Lou�a de mesa, materiais sanit�rios, revestimentos e pisos, porcelana el�trica, porcelana dent�ria, ladrilhos anti�cidos, porcelana art�stica, porcelana qu�mica Cer�mica-eletr�nica (eletrocer�mica):- isoladores, diel�tricos, ferromagn�ticos, piezo el�tricos, semicondutores, transistores, termistores, circuitos impressos, lasers, magn�ticos, eletr�litos cer�micos, velas de igni��o etc.

Cer�mica Nuclear:- Combust�veis nucleares, elementos moderadores, sensores, dos�metros, refletores, barras de controle, materiais de blindagem.

Produtos estruturais:- tijolos comuns, tijolos e ladrilhos esmaltados, tijolos anticorrosivos, telhas, manilhas, blocos, etc.

Revestimentos cer�micos:- prote��o e ou decora��o de materiais met�licos ou n�o, esmaltes, vidrados, vidro para prote��o de equipamentos qu�micos.

Cimentos, cal e gesso.

Materiais e equipamentos:- minera��o, beneficiamento, projeto, constru��o, instala��o, e opera��o de maquinas e equipamentos da ind�stria cer�mica. 

As principais etapas do processamento cer�mico s�o:-

Prepara��o dos materiais: cominui��o, proporcionamento granulom�trico, e mistura.

Conforma��o e fabrica��o.

Processamento t�rmico.

Acabamento.

Minerais das argilas.

Silicatos. Principais constituintes das argilas,apresenta-se como o tetraedro sil�cio-oxig�nio, possuem ponto de fus�o alto (importante uso nos refrat�rios).

Grupo caulinita. Mineral que participa da maior parte das argilas, � um composto formado por alum�nio e sil�cio, e com dimens�es pr�ximas a 0,7 microns de di�metro e 0,5 microns de espessura.

Grupo montmorilonita. Mineral encontrado geralmente nas bentonitas, derivadas de cinzas vulc�nicas, com espessuras de 0,05 microns, sofrem inchamento com a absor��o de �gua.

Grupo das mic�ceas. Tem como seu principal exemplo a moscovita, que apresenta perfeita clivagem entre as lamelas por�m com resist�ncia para evitar penetra��o de �gua entre as placas.

Grupo do alum�nio hidratado. Seu principal mineral � a gibsita,constituindo por estrutura lamelar com liga��es fracas, fragmentando-se com facilidade. 

Classifica��o das argilas  :-

Infus�veis, constitu�das de caulim muito puro. S�o infus�veis em temperaturas elevadas e s�o utilizadas para a fabrica��o de porcelanas.

Refrat�rias, tamb�m muito puras, n�o se deformam a temperaturas de 1.500grausC, tem baixo coeficiente de condutibilidade t�rmica.

Fus�veis, s�o as mais importantes, deformam-se e vitrificam a temperaturas inferiores a 1.200grausC. S�o empregadas na produ��o de tijolos e telhas.

Residuais, quando se encontram no lugar em que foram formadas.

Sedimentares ou transportadas, quando removidas depositando-se em locais distantes do local de sua forma��o.

Quanto a plasticidade:-

(A plasticidade depende da maior ou menor quantidade de subst�ncias argilosas coloidais)

Gordas ou graxas, pl�sticas devido � alumina, untuosas ao tato, deformam-se exageradamente no cozimento, rica em materiais argilosos e pobres em areia.

Magras, cont�m excesso de s�lica, resulta em produtos porosos e fr�geis, � pouco pl�stica, por�m tem baixa contra��o.

Mat�rias Primas da ind�stria cer�mica:-

Argila. (mat�ria b�sica da ind�stria  cer�mica).

Composta por materiais amorfos e cristalizados, agrupados em esp�cies mineral�gicas bem definidas.

Quimicamente, � um silicato de alum�nio hidratado, e na maioria das vezes acompanhado por impurezas diversas.

A f�rmula qu�mica da argila pura � 2SiO2.Al2O3.2H2O

Por defini��o da ABNT, argila � um �solo que apresenta caracter�sticas marcantes de plasticidade, quando suficientemente �mido molda-se facilmente em diferentes formas e quando seco apresenta coes�o bastante para construir torr�es dificilmente desagreg�veis por press�o dos dedos; suas propriedades dominantes s�o devidas � parte constitu�da pelos gr�os de di�metros m�ximos inferior a 0,005 mm.".

Componentes qu�micos da argila.

S�lica - �xido de sil�cio SiO2 (40 a 80%) como s�lica livre (areia) reduz a plasticidade, a refratariedade, a retra��o e facilita a secagem,por�m  diminui a resist�ncia mec�nica, no entanto o vidrado endurecedor da argila � produzido pela s�lica.

Alumina - �xido de alum�nio Al2O3 (10 a 40%) dependendo do seu tipo, tem a��o sobre o ponto de fus�o; reduz a plasticidade, a resist�ncia mec�nica, e as  deforma��es.

Cal- �xido de c�lcio CaO (10%) age como fundente e clareador da cer�mica.

�lcalis- �xidos de s�dio, pot�ssio e magn�sio Na2O, K2O, MgO (10%) abaixam o ponto de fus�o, facilitam a secagem e o cozimento.

�xido de ferro Fe2O3 (7%) d� a cor caracter�stica da cer�mica (vermelha ou amarela) e abaixa o ponto de fus�o.

�gua - de constitui��o, que faz parte da estrutura da mol�cula; de plasticidade ou absorvida, que adere � superf�cie das part�culas coloidais; de capilaridade, �gua livre ou de poros, que preenche os poros e vazios.

Mat�ria org�nica - melhora a plasticidade, por�m torna a cer�mica porosa.

CO2 e SO3 e ainda alguns sais sol�veis.

Propriedades das Argilas.

Plasticidade.

� a propriedade do material, corpo ou subst�ncia que submetido a determinado esfor�o, se deforma sem romper e conserva indefinidamente a forma assumida quando cessa o esfor�o.

Nas argilas a plasticidade varia com a quantidade de �gua.

A argila seca n�o apresenta plasticidade; acrescentando-se �gua gradativamente, a plasticidade vai aumentando at� um determinado limite quando, pelo excesso de �gua e separa��o das lamelas que constituem a estrutura a argila se torna um l�quido viscoso.

Argilas gordas ou puras d�o em geral pastas pl�sticas.  As argilas magras devem receber adi��es de subst�ncias que melhorem a plasticidade, como sejam carbonato e hidr�xido de s�dio, silicatos, oxalatos e tartaratos s�dicos, tanino, h�mus, �cido ol�ico, etc.

O ar diminui a plasticidade, que pode ser melhorada quando a argila � submetida a um tratamento de v�cuo.

A temperatura diminui a plasticidade em virtude de provocar a redu��o da �gua e reduz-se tamb�m a plasticidade das argilas, pela adi��o de desengordurantes.

Resist�ncia da argila seca.

A resist�ncia mec�nica da argila seca tem �ntima rela��o com a composi��o granulom�trica e n�o somente o teor de aglutinante ou das part�culas coloidais.

Uma composi��o adequada � a que cerca de 60% de mat�rias argilosas, est�o intimamente associadas ao resto do material, constitu�do por areia fina e areia m�dia em partes iguais.

Quando a granulometria original n�o � a recomend�vel, aconselha-se dosar as argilas de modo que apresentem a m�xima plasticidade quando �midas, resist�ncia m�xima � tra��o quando secas e retra��o m�nima durante a secagem e queima.

Comportamento ao calor.

Aquecida a argila, entre 20 a 150oC, ela perde �gua de capilaridade, entre 150 e 600oC elimina a �gua de plasticidade ou absorvida, a partir de 600oC  come�am a ocorrer as transforma��es qu�micas.  � eliminada a �gua de constitui��o, h� o conseq�ente endurecimento, e  as mat�rias org�nicas s�o queimadas.

Segue-se o est�gio da oxida��o: os carbonatos transformam-se pela calcina��o, em �xidos. Finalmente, a partir dos 900oC acontece a vitrifica��o.

A s�lica, de constitui��o e das areias, forma uma pequena quantidade de vidro que aglutina os demais materiais, dando ao conjunto resist�ncia, dureza e capacidade. Aparece a cer�mica propriamente dita.

A quantidade de vidro formado, � fun��o dos componentes da mat�ria prima, quer quanto � qualidade, quer quanto � quantidade, e define a qualidade do produto obtido. Nos tijolos comuns � pequen�ssima, e  nas porcelanas � grande.

O comportamento das argilas quando submetidas ao calor, varia para os diferentes tipos de estruturas. Argilas caulin�ticas perdem pouca �gua at� os 400oC, as montmorilonitas eliminam toda a �gua de absor��o ou plasticidade j� aos 150 oC e as ilitas aos 100 oC.

Porosidade.

Define-se como sendo a rela��o entre o volume de poros e o volume total aparente do material Depende da natureza dos constituintes, da forma, tamanho e posi��o relativa das part�culas, e dos processos de fabrica��o ou obten��o.

O volume de poros � tanto menor quanto maior o di�metro m�dio dos gr�os, enquanto que as dimens�es dos poros s�o proporcionais aos di�metros das part�culas. A permeabilidade do material ser� tanto maior quanto maiores forem as dimens�es dos poros.

Pode-se reduzir a porosidade e a permeabilidade empregando-se argilas de gr�nulos de di�metros de diferentes valores, isto �, de composi��o granulom�trica mais adequada.

A porosidade influi nas propriedades da argila, essencialmente nas propriedades f�sicas. A absor��o e a permeabilidade aumentam com a porosidade; enquanto que a densidade e a condutibilidade t�rmica e el�trica diminuem.

A porosidade facilita a corros�o, a abras�o e a eros�o, diminui a resist�ncia mec�nica e aumenta a refratariedade. A porosidade aparente considera apenas os vazios perme�veis, enquanto que a porosidade real considera os vazios perme�veis (que absorvem �gua) e os imperme�veis

A porosidade aumenta:-

Pela adi��o de mat�rias org�nicas que s�o eliminadas durante a queima; s�o em geral mat�rias carbonosas como serragem de madeiras duras, carv�o vegetal mo�do, etc

Pelo acr�scimo de materiais porosos, como a Vermiculita (mica expandida).

Pela adi��o de subst�ncias que gerem fase gasosa, est�vel na secagem e queima; alum�nio ou zinco, em p�, reagindo com hidr�xidos alcalinos etc.

A porosidade diminui:-

Pela vitrifica��o de massa de argila, pelo calor ou por fundentes. Estes s�o subst�ncias que, durante a queima se combinam com os constituintes de argila formando massa v�trea que preenche os poros. O �xido de c�lcio � um ativo fundente que pode ser usado.

Pela adi��o de eletr�litos � argila em estado seco. �lcalis, hidr�xido de c�lcio etc.

.Impurezas:-

Impurezas s�o as subst�ncias contidas nas argilas, sem contudo fazerem parte da composi��o qu�mica da mesma, ou que se adicionam a ela visando alterar propriedade ou propriedades, otimizando-a como mat�ria prima para obten��o de produtos cer�micos.

A cor vermelha das argilas � transferida aos produtos com ela fabricados, devido ao �xido de ferro, raz�o que para obten��o de porcelanas fina e branca, n�o pode conter �xido de ferro em sua composi��o.

Assim tamb�m, na obten��o de materiais refrat�rios, n�o se pode empregar argila contendo fundentes.

As argilas �gordas� ou �magras� dever�o ser corrigidas seja eliminando ou reduzindo os teores de impurezas seja acrescentando subst�ncias que melhorem suas qualidades carentes.

Considerando-se a s�lica livre como impureza, adicionada propositalmente ou n�o, a mesma apresenta os seguintes efeitos:

Aumenta a brancura do produto acabado.

Reduz a plasticidade da argila.

Diminui a retra��o dos produtos, durante a secagem ou queima.

Reduz a resist�ncia � tra��o.

Reduz a refratariedade.

Aumenta o coeficiente de dilata��o que diminui quando se d� a vitrifica��o, porque se combina com a alumina e outros fundentes.

A Alumina como impureza acidental, � menos freq�ente, ela faz aumentar a refratariedade at� a propor��o de 70%, faz baixar entre 70 e 80% , e acima de 80% torna aumentar a refratariedade.

Carbonato e sulfato de c�lcio s�o decompostos pelo calor formando �xido. A cal formada � prejudicial, pois hidrata e carbonata em presen�a de �gua e anidrido carb�nico do ar, desprendendo calor e provocando aumento de volume que, por sua vez, gera tens�es que podem at� romper a pe�a.

Material carbonoso seja animal ou vegetal, atua sobre a plasticidade, aumentando-a ou reduzindo-a conforme o estado que se encontra.

Aumenta a porosidade do produto final, bem como a retra��o na queima. Se esta � r�pida, os poros superficiais s�o fechados e os gases retidos provocam o esponjamento, podendo fornece produtos leves (argila expandida).

Qual a influência do tipo de argila na plasticidade?

A argila pode ser moldada facilmente, pela sua alta plasticidade, apresentando resistência estrutural e estabilidade aos seus constituintes da massa, após a queima em alta temperatura. Em geral, as argilas são materiais heterogêneos, cujas características dependem da sua formação geológica e da localização da extração.

Por que as argilas apresentam alta plasticidade em relação a outras matérias

A plasticidade nas argilas ocorre pelo resultado da força atrativa entre as partículas de argilominerais, estas estão carregadas eletricamente mais a ação lubrificante da água entre estas partículas.

Qual a diferença entre cerâmica e argila?

Já a cerâmica é mais pesada, granulada e opaca, com uma aparência mais rústica. Além disso, a argila é mais fácil de manusear e, por isso, mais indicada para iniciantes.

Quais componentes presentes nas massas cerâmicas aumentam ou diminuem seu índice de plasticidade?

Existem substâncias que aumentam esta plasticidade (carbonatos, hidròxidos, silicatos e oxalatos) ou as que diminuem (ar incorporado, detergentes, sabãos, pó de minerais, areia e pó de cerâmica). Estas substâncias são usadas como aditivo para correções na fabricação da cerâmica.