Qual e a função da bacia hidrográfica?

A água da chuva que atinge a superfície terrestre fá-lo em parte diretamente sobre a hidrosfera (mares, lagos, rios e glaciares) e em parte sobre o solo das terras emersas. Se nos limitarmos à água que cai nos solos, convém ter como referência uma unidade territorial concreta, durante um determinado período de tempo. As unidades territoriais que se utilizam são as bacias hidrográficas, também designadas bacias de vertente e bacias de drenagem.
Uma bacia hidrográfica é definida em função de um curso de água e constitui a área em que as águas precipitadas são conduzidas para uma rede hidrográfica, ou seja, é a área total drenada por um rio e seus afluentes. Cada rio, pequeno ou grande, tem a sua bacia hidrográfica. Separa-se das bacias contíguas por divisórias continentais, geralmente constituídas por longas montanhas e outras regiões altas.
A rede hidrográfica, também designada por sistema hidrográfico ou de drenagem, é formada pelo rio e por todos os cursos de água de uma determinada região que nele debitam as suas águas, os chamados afluentes.

Vista aérea da bacia hidrográfica do rio Douro

As redes hidrográficas mais comuns são as dendríticas, que são constituídas por um conjunto de ramos formados pelo conjunto de linhas de água afluentes e o rio principal. Constituem-se em terrenos com alguma homogeneidade, sobretudo na resistência à erosão.
Quando as linhas de água divergem de uma área central, a bacia denomina-se radial. Esta encontra-se principalmente em zonas com cones vulcânicos isolados.
A rede hidrográfica denomina-se retangular quando as linhas de água fazem ângulos retos. Este tipo de bacia encontra-se em zonas rochosas que apresentam numerosas juntas ou falhas.
Noutros casos, as águas, em vez de se deslocarem de um curso menor para um curso maior, e assim sucessivamente, não o fazem e podem deslocar-se de um curso maior para um menor e mais tarde voltarem a confluir. Constituem, assim, redes hidrográficas em grade, que os povos anglo-saxónicos designam por "trellis". Estas redes encontram-se em zonas em que há alternância de rochas pouco resistentes e muito resistentes, e podem ser observadas na África Central, no Níger e no Chade.
A intervenção humana junto dos cursos de água pode agravar as situações de risco características destas zonas, como, por exemplo, as cheias. A implementação de planos de bacias hidrográficas, que visam a gestão, planificação, valorização e proteção equilibradas dos cursos de água, constitui uma forma de assegurar uma boa utilização racional das referidas bacias.

Uma bacia hidrográfica constitui-se no conjunto de terras delimitadas pelos divisores de água e drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A bacia hidrográfica é considerada a unidade territorial de planejamento e gerenciamento das águas.

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Qual e a função da bacia hidrográfica?

Qual e a função da bacia hidrográfica?

Bacia hidrográfica ou bacia de drenagem é a extensão de escoamento de um rio central e seus afluentes. Situadas em áreas de maiores altitudes do relevo por partidores de água, no qual as águas das chuvas, ou são drenadas superficialmente gerando os rios e riachos, ou infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol freático. Desse modo sua definição tem-se expandido com uma amplitude que supera aspectos hidrológicos, abrangendo o estudo da estrutura biofísica, tal como as transformações nos paradigmas da utilização da terra e implicações ecológicas. Na esfera de um estudo hidrológico, apesar do conceito tácito, ainda existem alternâncias no foco principal, de acordo com a assimilação dos técnicos que o aplicam em seus conhecimentos.[1]

Pode, de forma geral, ser subdividida em dois compartimentos interdependentes, definidos no âmbito da geomorfologia, por uma área de terra firme e uma de planície, de modo que pode ser encontrado o rio central e as regiões inundadas. As áreas aplanadas de uma bacia hidrográfica desempenham um papel ecológico essencial na gestão dos alagamentos, regulando às jusantes e enchentes do rio central. De modo geral, as regiões inundáveis mostram-se como um eficaz filtro biológico, permitindo que a qualidade do recurso hídrico seja mantida. Este papel na gestão de abundância e qualidade da água deste método é de suma importância não apenas para este compartimento, mas também para toda a bacia hidrográfica, sendo declarado um procedimento estratégico de forma sustentável das atividades sociais e econômicas em termos regionais.[2]

A chuva é a principal responsável pela entrada de água no ciclo hidrológico. Quando precipita, parte dela escoa pelos rios, parte infiltra e o restante evapora ou fica nas folhas da vegetação. Ao longo desse trajeto, a água é utilizada de diversas maneiras, encontrando o mar ao final, onde evapora e condensa em nuvens que seguirão com o vento, reiniciando o ciclo.[3]

Essa área é limitada por um divisor de águas que a separa das bacias adjacentes e que pode ser determinado nas cartas topográficas. As águas superficiais, originárias de qualquer ponto da área delimitada pelo divisor, saem da bacia passando pela seção definida, e a água que precipita fora da área da bacia não contribui para o escoamento na seção considerada. Assim, o conceito de bacia hidrográfica pode ser entendido através de dois aspectos: rede hidrográfica e relevo. Em qualquer mapa geográfico as terras podem ser subdivididas nas bacias hidrográficas de vários rios.

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Classificação das bacias hidrográficas[editar | editar código-fonte]

Catalogações de especialistas em geografia, de acordo com a maneira como fluem as águas, classificam as bacias hidrográficas em:

  • Exorreica, quando as águas drenam direta ou indiretamente para o mar;
  • Endorreica, quando as águas caem em um lago ou mar fechado;
  • Criptorreica, quando as águas desaguam no interior de rochas calcárias (são porosas), gerando lagos subterrâneos (grutas);
  • Arreica, quando o rio seca em determinado momento do seu percurso ou quando suas águas se destinam a lençóis freáticos.

A bacia hidrográfica é usualmente definida como a área na qual ocorre a captação de água (drenagem) para um rio principal e seus afluentes devido às suas características geográficas e topográficas.

História[editar | editar código-fonte]

A história do homem sempre esteve muito ligada às bacias hidrográficas: a bacia do rio Nilo foi o berço da civilização egípcia; os mesopotâmicos se abrigaram no vale dos rios Tigre e Eufrates; os hebreus, na bacia do rio Jordão; os chineses se desenvolveram às margens dos rios Yangtzé e Huang Ho; os hindus, na planície dos rios Indo e Ganges, apenas para citar os maiores exemplos.

Componentes das bacias hidrográficas[editar | editar código-fonte]

Os principais elementos componentes das bacias hidrográficas são os “divisores de água” (tergos), cristas das elevações que separam a drenagem de uma e outra bacia, “fundos de vale” – áreas adjacentes a rios ou ribeiros e que geralmente sofrem inundações, “sub-bacias” – bacias menores, geralmente de alguma afluente do rio principal, “nascentes” – local onde a água subterrânea brota para a superfície formando um corpo de água, “áreas de descarga” – locais onde a água escapa para a superfície do terreno, vazão, “recarga” – local onde a água penetra no solo recarregando o lençol freático, e “perfis hidrogeoquímicos” ou “hidroquímicos” – características da água subterrânea no espaço litológico.

Às vezes, as regiões hidrográficas são confundidas com “bacias hidrográficas”. Porém, as bacias hidrográficas são menores – embora possam se subdividir em sub-bacias (por exemplo: a bacia amazônica contém as sub-bacias hidrográficas dos rios Tapajós, Madeira e Negro), e as regiões hidrográficas podem abranger mais de uma bacia.

Qual e a função da bacia hidrográfica?

Mapa temático das grandes bacias mundiais, por oceano de drenagem; a cinza estão as bacias endorreicas

Brasil[editar | editar código-fonte]

O Brasil, dentre vários outros países, possui a maior disponibilidade de água doce do mundo com 12% do volume total do planeta. Toda essa água é utilizada para diversos usos, como abastecimento da população, produção de alimentos, geração de energia elétrica e muito mais. Entretanto sua distribuição ocorre de forma desigual no território, espacial e temporalmente. Tais fatores unidos à utilização da água por distintas atividades econômicas nas bacias hidrográficas brasileiras e os problemas de peculiaridade da água, acarretam em conflitos.[4]

As reservas de água subterrânea do Brasil são calculadas para os aquíferos mais relevantes em cada Região Hidrográfica e para aqueles considerados estratégicos, cujas reservas suprem as principais demandas de água. A extensão da área drenada no sentido leste do país e a capacidade de armazenamento do Sistema Aquífero Urucuia mostram a importância da contribuição da água subterrânea no fluxo de base que sustenta o rio São Francisco, por exemplo, estimada em 730 m³/s. Essa contribuição representa em média 30% da vazão do rio, e atinge entre 80% e 90% nos períodos de estiagem da bacia. A contribuição para oeste, na bacia do Tocantins, é estimada em 215 m³/s. Essa contribuição representa em média 30% da vazão do rio, e atinge entre 80% e 90% nos períodos de estiagem da bacia. A contribuição para oeste, na bacia do Tocantins, é estimada em 215 m³/s. Ainda podem ser adicionados em torno de 76 milhões de hectares irrigados quando considerado o potencial irrigável no Brasil. O Centro-Oeste se destaca por concentrar 43,1% das áreas de alta aptidão para irrigação e por 34,2% das áreas de aptidão alta-média. As séries históricas demonstram incrementos anuais de área irrigada no Brasil nas últimas décadas, principalmente nos últimos anos, indicando maior aproveitamento desse potencial a cada ano. Tal incremento demanda ações de planejamento e controle que visem a minimização de conflitos pelo uso da água.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Água
  • Aquífero
  • Chuva
  • Engenharia Hidráulica
  • Hidrodinâmica
  • Hidrografia
  • Hidrologia
  • Divisória continental
  • Rede hidrográfica
  • Geomorfologia

Referências

  1. Schiavetti, Alexandre; F. M. Camargo, Antonio (2002). Conceitos de Bacias Hidrográficas: Teorias e Aplicações. Bahia: Editus. pp. Página 17. Consultado em 18 de Janeiro de 2018
  2. Schiavetti, Alexandre; F. M. Camargo, Antonio (2002). Conceitos de Bacias Hidrográficas: Teorias e Aplicações. Bahia: Editus. pp. Página 27. Consultado em 18 de Janeiro de 2018
  3. ANA, Agência Nacional de Águas (2017). O Ciclo da Água. Brasília: [s.n.] pp. Página 6. Consultado em 18 de Janeiro de 2018
  4. ANA, Agência Nacional de Águas (2017). O Ciclo da Água. Brasília: [s.n.] pp. Página "Apresentação". Consultado em 18 de Janeiro de 2018
  5. ANA, Agência Nacional de Águas (2017). Usos da Água. Brasília: [s.n.] pp. Página 62. Consultado em 18 de Janeiro de 2018

Qual é a função da bacia hidrográfica?

A bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso d'água é a área onde, devido ao relevo e geografia, a água da chuva escorre para um rio principal e seus afluentes.

O que é uma bacia hidrográfica e qual a sua função primária?

Bacia Hidrográfica é a área ou região de drenagem de um rio principal e seus afluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d'água, abastecendo-o.

Qual a importância das bacias hidrográficas para o nosso país?

As bacias hidrográficas do Brasil são extensas e formadas por rios caudalosos e importantes para suas respectivas regiões, fazendo com que o país possua a maior reserva de água doce/potável do planeta.

Quais são os benefícios da bacia hidrográfica?

Os mananciais nas bacias hidrográficas são o ponto de convergência dos esforços de quem está trabalhando para melhorar a resiliência das cidades, aumentar a segurança hídrica e impulsionar o desenvolvimento sustentável, contribuindo para um clima estável.