Qual foi a maior Biblioteca da antiguidade?

Os reis helênicos do Egito que sucederam Alexandre da Macedônia (O Grande) consideravam os avanços nas ciências, literatura e medicina um dos tesouros do império. Por séculos apoiaram a pesquisa e erudição prova clara ser um chefe de Estado.

Sendo sucessor de Alexandre e primeiro faraó da dinastia Ptolemaica, Ptolomeu I Sotér, seguiu os passos de seu mestre. Criou em 280 a.C a então conhecida Biblioteca de Alexandria, por insistência do filósofo Demetrío de Faleras. Esse discursava sobre a possibilidade de Alexandria concorrer intelectualmente com Atenas, sendo o faraó um apaixonado pelos livros não tardou a concordar.

Qual foi a maior Biblioteca da antiguidade?
Ruínas da biblioteca de Alexandria

A biblioteca possuía dois edifícios, ambas localizadas nos palácios reais em Bruquíon:

  • A primeira e maior, conhecida como mãe foi inaugurada no século III a.C no interior do Moseion ou Templo das Musas
  • A segunda e menor, conhecida como filha foi inaugurada no século II a.C no interior do Templo de Serápis

Estudos indicam que havia no entorno do salão principal aproximados 10 laboratórios de pesquisas, sendo considerado o primeiro centro de pesquisas na história do mundo. A biblioteca era dotada com jardins botânicos. Havia também salas de dissecação e um observatório.

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Esboço da provável Alexandria

Inicialmente a biblioteca possuía cerca de 200 mil rolos de papiros chegando em seu auge com cerca de 1 milhão rolos. Deve se levar em consideração que haviam cópias de algumas obras.

Foi o primeiro momento da história do mundo onde seres humanos reuniram pela primeira vez de forma séria e sistemática, todo o conhecimento do mundo. Para identificação das obras nas pilhas eram dispostas etiquetas junto ao rolo com nome do autor e nome da obra.

Segundo Bernadete Campello, em sua obra Introdução ao Controle Bibliográfico, esclarece :

“O poeta Calímaco de Cirene elaborou uma das primeiras ferramentas de controle bibliográfico da história, denominado Pinakes. Onde dividia por assuntos: retórica, direito, literatura épica, tragédia, comédia, poesia, medicina, matemática, ciências naturais e miscelânea. Em cada uma dessas divisões os autores eram arranjados em ordem alfabética e sobre cada um havia uma breve nota biográfica e uma análise do seu trabalho.”

Os organizadores da biblioteca esquadrinharam todas as culturas e línguas do mundo a procura de livros. Enviavam agentes ao exterior para adquirir bibliotecas. Todas as embarcações no porto de Alexandria eram vasculhados pelas autoridades, não em busca de contrabando, mas de livros. Os rolos de papiros eram tomados de empréstimo, copiados e devolvidos aos donos. Até que fossem examinados esses rolos eram guardados em enormes pilhas rotuladas: “Livros dos navios”.

A biblioteca teve seu fim, apenas pouquíssimos fragmentos chegaram até os dias de hoje. Segundo estudos de Josiel Santos, O processo histórico evolutivo das bibliotecas da Antiguidade ao Renascimento, o sucedido foi:

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Uma linha histórica trabalha com a ordem do Califa Omar que deu ordens ao general Amr de incendiar a biblioteca em 642 d.C. O que é pouco provável. A verdade é que nenhum povo quer se responsabilizar pela destruição do maior centro cultural da antiguidade. Afinal a história está cheia de pessoas que por medo, ignorância ou sede de poder destroem os tesouros de incomensurável valor. Não podemos permitir que isso aconteça novamente.

Biblioteca de Alexandrina (Nova)

A nova biblioteca de Alexandria foi pensada em 1974 e concluída somente no ano 2002. A Instituição pretende assim como sua antecessora, ser um dos maiores centros de informação do mundo.

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Arquitetura Alexandrina
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Fachada composta por alfabetos da antiguidade

Capacitada com salão principal, ligada à quatro bibliotecas especializadas, salas de estudos, laboratório, sala de informática, planetário, museu de ciências, museu de caligrafia, sala de congresso/exposições.

Seu acervo é composto por aproximadamente 10 mil obras raras, 100 mil manuscritos, 300 mil periódicos, 200 mil fitas cacetes e 50 mil vídeos.

De acordo com site oficial, sua missão é ser um centro em excelência em produção e disseminação do conhecimento e um lugar para dialogo, leitura e entendimento acerca de culturas e povos. Focando em vários aspectos para restabelecer o espírito da antiga biblioteca.

Falando em não permitir a destruição de bens incomensuráveis, houve um abraço simbólico em meios aos protestos que ocorrem em 2011 no Egito. Defensores e opositores ao regime militar uniram se para que a biblioteca não fosse alvo, fortalecendo esse pacto com orações entorno da biblioteca. Um ato que reflete que algo foi aprendido com a destruição da Antiga Alexandria.

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Protesto pacífico

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Em Roma, haviam as bibliotecas também conhecidas por casas dos saberes. As bibliotecas desenvolvem-se de acordo com interesses de sua civilização ou governantes, com as Romanas não foram muito diferentes, ao longo de sua história lhe foi designada duas divisões sendo, PRIVADAS e PÚBLICAS, termos correlacionados ao período Reinado e Republicano, respectivamente.

A primeira, teve início aproximadamente no século I a.C, com saques de guerras. Seu acervo e apropriação de escravos cultos, geralmente os gregos,  ficavam sob o domínio da elite também conhecidas por patrícios. Com as conquistas de territórios obtinham maior posse de saberes de povos, afinal, tinham escravos filósofos, matemáticos, astrônomos etc. Com a passar do tempo, esses acervos contavam com auxílio de escribas e até mesmo das novas aquisições escravistas, para cópia, organização e manutenção dos rolos de papiros.

Os patrícios tinham como profissão a carreira política e por isso, sabiam da importância da preservação do conhecimento, tratava-se de status, suas casas eram arquitetadas com espaços próprios para as biblioteca.

É exemplo a Vila dos Papiros, em Herculano abriga a única biblioteca que se tem notícia da Antiguidade Clássica. Soterrada pelas cinzas do vulcão Vesúvio, os rolos de pergaminho foram carbonizados mas preservados ao longo dos anos, descobertos por Karl Weber em escavações em 1750.  A propriedade pertenceu ao sogro de Júlio César, Lúcio Pisão, abriga temas filosóficos, a maioria deles textos de Epicuro, contém entre um mil e dois mil pergaminhos.

A segunda, também teve início no século I a.C, idealizada por Júlio César. Com a conquista de diferentes povos era necessário o estabelecimento de uma língua mãe, a escolhida foi o Latim, que uniu os povos criando uma espécie de “Helenísmo” para fortalecimento da então nova República, mais tarde, o Império. Era preciso o acesso amplo a educação para que o sistema de governo funcionasse, sendo assim, conquistaram diversos territórios, riqueza e glória. Com um território imenso, a dificuldade de administração foi eminente e os povos que se uniram um dia pela guerra, agora, disputavam o poder por ela. Com ela, se foi toda arquitetura, conhecimento, bem como as bibliotecas muitas delas queimadas e saqueadas. Em decorrência da política do “pão e circo”.

É exemplo a Biblioteca do Fórum Romano, localiza-se ao centro da cidade de Roma. Júlio César, sucumbiu Marco Terêncio Varrão, de concretizar o ideal de uma biblioteca pública porém, antes mesmo de vê-lá ser construída foi assassinado e a criação da biblioteca não se realizou. Quando, Varrão morreu as obras de sua  biblioteca particular foi saqueada. Anos mais tarde, um crítico do Imperador César denominado, Anísio Polião, foi o responsável por criar a biblioteca, sendo pioneiro e inaugurara com obras latinas e gregas. O culto a muitos escritores era eminente onde, no átrio haviam esculturas e bustos em homenagem a estes.

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Fórum romano

Durante o reinado de Átalo I foi criada a biblioteca de Pérgamo que ficava localizada na acrópole, o rei esperava que essa biblioteca fizesse com que Pérgamo se tornasse centro de cultura helenística, competindo diretamente com a Alexandria de Ptolomeu, porém esse sonho só começou a ser concretizado no reinado de Eumênides II, filho do rei Átalo I. No reinado de Eumênides a biblioteca chegou a contar com 200 000 volumes e atrair diversos eruditos e literatos encarregados de estudos linguísticos e literários.

Por hoje não se ter qualquer vestígio das obras que compunham seu acervo, seu papel histórico se limita a criação do pergaminho, tipo de suporte usado nos mil anos seguintes. Hoje o que se sabe é que ela competia com Alexandria, mas possuía menor acervo e menor público, entretanto ainda sim detém o título de segunda maior biblioteca da antiguidade.

Fisicamente, a biblioteca compreendia uma grande sala de leitura, com cerca de 180 m2, muito bem ventilada, com prateleiras em todos os lados e uma estátua de Atena no centro. Calcula-se que uma sala desse tamanho abrigaria, no máximo, cerca de 17.000 rolos. Os textos, escritos em papiro e em pergaminho, ficavam enrolados nas prateleiras.

Quanto a seu fim ainda hoje existem divergências, a hipótese mais aceita é que Marco António deu o acervo de presente a Cleópatra como prova de seu amor e pedido de casamento.

A civilização grega tradicionalmente optou por divulgar sua literatura de forma oral, somente a partir do século VI a.C. é que começou há acontecer a transcrição dos que era dito, grande parte do que foi escrito eram mitos. A Ilíada, de Homero, obra européia mais antiga conhecida nos dias de hoje, provavelmente foi um dos primeiros livros a ser escrito.

Durante o Século de Péricles, também conhecido como ‘Idade de Ouro de Atenas’, foi construída a Acrópole e a leitura individual passou a ser valorizada. Nesse momento surgiram as primeiras bibliotecas particulares, que no fundo eram grandes coleções de livros, Aristóteles e Eurípides foram os dois grandes colecionadores do período. Alguns historiadores defendem que as bibliotecas gregas em públicas eram mais importantes e tinham como objetivo reunir em um mesmo lugar obras de autores famosos, porém é impossível negar que a maior parte das bibliotecas era particular e por isso muito provavelmente a época tenham tido mais importância.

Foram usados diversos tipos de suporte na produção de livros, há relatos de que em Creta se escreviam em tabuletas de argila tal qual as criadas pelos sumérios, essas tabuletas continham inventários, listas de alimentos e animais, correspondiam ao arquivo do Rei. Porém na maior parte da Grécia foi usado o papiro inicialmente, os livros eram grande rolos de papiro e eram armazenados em caixas ou prateleiras.

Após os egípcios impedirem o envio de papiro aos gregos esses tiveram que criar um novo suporte para a escrita, assim nasceu o pergaminho e a partir do século I d.C. ele foi progressivamente eliminando o uso do pergaminho. O pergaminho era mais resistente que o papiro.

Os livros criados a partir de pergaminho eram chamados de códex, ou códice, e tinham aparência similar aos livros modernos, a ‘capa’ era feita com pele de animais, sua montagem se dava através do cozimento de folhas individuais. Por serem mais resistentes que o papiro podiam ser apagados, a rigidez do couro usado na construção da capa permitia que as páginas recebessem formato quadriculado, no futuro isso foi de grande ajuda, essas páginas passaram a ser costuradas em caderno e ganharam as características atribuídas aos livros produzidos hoje.

Não se tem grandes relatos sobre as obras que essas bibliotecas possuíam, um número incontável de obras foi destruído ao longo do tempo e hoje só se tem pequenos fragmentos de algumas obras, alguns historiadores estimam que 75% de toda a literatura, filosofia e ciência grega se perdeu. Báez cita o seguinte dado

O mais antigo fragmento de um livro grego conservado até agora é o chamado Papiro Derveni, datado do início do século IV a.C., parcialmente carbonizado, com vestígios de uma extensa interpretação alegórica e filosófica de um poema atribuído a Orfeu. Este dado é aterrador: se os primeiros livros gregos, difundidos por meio do papiro importado do Egito, foram compostos no século IX a.C., e só temos um papiro fragmentário do século IV a.C, estamos diante de quinhentos anos de obras perdidas.

Os dados são assustadores, eu sei.

Os principais exemplos de bibliotecas gregas são as bibliotecas particulares de Aristóteles, Eurípedes e Teofrasto.

Nínive possuía três bibliotecas, a primeira – e mais importante – foi a criada pelo rei Assurbanipal no século VII a.C., a segunda é a que foi criada pelo rei Senaquerib e se encontrava nas salas XL e XLI do palácio sudoeste, quanto a terceira não se tem provas sobre quem pertencia, mas sua posse é atribuída ao templo do deus Nabu, deus da escrita e do conhecimento dos assírios.

O rei Assurbapinal é muitos primeiros, foi o primeiro rei a receber instrução para escrever nas tabuletas, foi o primeiro grande colecionador de livros do mundo antigo e o primeiro governante a combinar a espada, a escrita e a leitura, não é de se estranhar que ele tenha tido uma biblioteca particular, após assumir o comando de Nínive construiu em seu palácio uma biblioteca para uso próprio, esse espaço possuía cerca de 30 mil tabuletas sobre diversos assuntos, principalmente cartilhas sobre o mundo natural, geografia, matemática, astrologia e medicina; manuais de exorcismo e de augúrios; códigos de leis; relatos de aventuras e textos religiosos. Alguns textos eram bilíngues, na língua sumeriana e acádico. O mais interessante é que alguns especialistas apontam a existência de livros com páginas frente a frente unidas por dobradiças.

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Enûma Eliš, mito de criação babilônico. Descoberto em 1849.

Os babilônios foram os responsáveis por grande parte da destruição que assolou a cidade de Nínive e suas bibliotecas no ano de 612 a.C., porém não foram os únicos responsáveis, após o saque babilônico antiquários, a procura de ouro, prata e dos tesouros enterrados, saquearam os escombros da cidade ajudando a destruir coisas que poderiam ser salvas, mas talvez o tempo tenha sido o grande vilão da história, ele que os seres humanos consideram implacável consigo também é implacável com os objetos.

Durante milhares de anos os escombros de Nínive sofreram com a chuva e suas gotas que penetram o solo com suas substâncias químicas, cujos cristais, depositados nas fendas e fraturas rompem, ao crescer, em fragmentos ainda menores as já destroçadas tabuletas, até que em 1842 uma equipe de arqueólogos ingleses, comandados por Henry Layard, descobriam os destroços da cidade e desenterraram mais de 20 mil tabuletas com milhares de fragmentos de outras e entregaram ao Museu Britânico.

Qual é a maior biblioteca do mundo antigo?

Acredita-se que a biblioteca mais antiga do mundo e também a mais famosa seja a Biblioteca de Alexandria, ou Biblioteca Real de Alexandria, no Egito. Seu acervo chegava a setecentos mil volumes, entre os quais quarenta a sessenta mil manuscritos em rolos de papiro.

Qual era a maior biblioteca do mundo?

Ela fica nos Estados Unidos, mais especificamente em Washington. A Biblioteca do Congresso (em inglês, Library of Congress) é a maior do mundo em tamanho (espaço físico) e em quantidade de obras no acervo: são incríveis 155 milhões de exemplares em mais de 400 diferentes idiomas.

Onde foi construída a maior biblioteca da Antiguidade?

A biblioteca de Alexandria, no Egito, desde o século IV a.C., foi a mais célebre e grandiosa biblioteca da Antiguidade.

Quais são as bibliotecas mais antigas do mundo?

1. Biblioteca de Nínive. IRAQUE – Erguida em Nívine no século 7 A.C., é considerada a primeira biblioteca do mundo. Foi construída pelo rei Assurbanipal II, e guardava um acervo de 25 mil placas de argila com textos em cuneiforme.