Que relação de sentido esses articuladores estabelecem entre as ideias que?

Neste artigo, você vai encontrar uma lista de articuladores textuais. Esses conectivos têm a função de relacionar as diferentes partes de um texto e de garantir a coesão da escrita.

Segundo as professores Ingedore Koch e Vanda Maria Elias, os articuladores se dividem em cinco grandes grupos. Vejamos!

Articuladores de ordenação no tempo e no espaço

O objetivo desse grupo de articuladores é sinalizar relações espaciais ou temporais, indicando e organizando a sequência de episódios e referências em um texto.

ex: antes, depois, em seguida, defronte de, além, do lado direito, do lado esquerdo, a primeira vez que, a última vez que, muito tempo depois, logo depois, etc.

Articuladores de relações lógico-semânticas

Esses conectivos estabelecem relações entre os conteúdos de duas orações. Eles se dividem nos seguintes grupos:

  • Condicionalidade: se, caso, desde que, contanto que, a menos que, a não ser que.
  • Causalidade/Causa: porque, como, pois, porquanto, já que, uma vez que, dado que, visto que.
  • Medição/finalidade: para que, a fim que, com o objetivo de, com a meta de.
  • Disjunção ou alternância: ou.
  • Temporalidade:
    • Tempo exato, pontual: quando, mal, assim que, nem bem, logo que.
    • Tempo anterior: antes que.
    • Tempo posterior: depois que.
    • Tempo simultâneo: enquanto, ao mesmo tempo que.
    • Tempo progressivo: à medida que, à proporção que.
  • Conformidade: como, conforme, consoante, segundo.
  • Modo: sem que.

Articuladores discursivo-argumentativo

Diferentemente dos conectivos lógico-semânticos, os articuladores discursivo-argumentativos têm uma função mais ampla. Eles encadeiam não só orações, mas também períodos e até parágrafos de um textos.

Eles se dividem nos seguintes grupos:

  • Conjunção/soma/adição: e, também, não só…mas também, tanto…como, além de, ainda, nem.
  • Disjunção argumentativa: ou.
  • Oposição: porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, embora, apesar de.
  • Explicação/justificativa: pois, que, porque.
  • Comprovação: tanto que.
  • Conclusão: logo, portanto, por isso, por conseguinte, então, dessa forma, em conclusão, em suma.
  • Comparação: tão…que, mais…que, menos…que.
  • Generalização/extensão: aliás.
  • Especificação/exemplificação: como, por exemplo.
  • Correção/retificação/redefinição: ou seja, isto é, ou melhor.

Articuladores de organização textual

Segundo Koch e Elias, esses conectivos servem para organizar o texto em uma sucessão de fragmentos que se complementam e orientam a interpretação. Eles indicam abertura, intermediação e fechamento.

ex: primeiro, depois, em seguida, enfim, por um lado/por outro lado, às vezes/outras vezes, em primeiro lugar/em segundo lugar, por último, por fim.

Articuladores metadiscursivos

Esses conectivos servem para expressar um juízo de valor do autor ou para introduzir comentários. Eles se dividem em quatro subgrupos.

1) Modalizadores

São articuladores utilizados para avaliar o que foi dito como verdadeiro, obrigatório ou duvidoso.

ex: realmente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, obviamente, reconhecidamente, logicamente, seguramente, verdadeiramente, certamente, absolutamente, indiscutivelmente, fatalmente, etc.

2) Delimitadores de domínio

Esses conectivos explicitam o âmbito dentro do qual o texto ou a argumentação se desenvolve.

ex: em termos de…, do ponto de vista de…

3) Formuladores textuais

  • Indicação do papel de uma parte do texto em relação às anteriores: em síntese, em suma, resumindo, em acréscimo a, em contrapartida, em oposição a, para terminar.
  • Introdução de um novo tópico: quanto a, em relação a, no que diz respeito a, a respeito de, no que tange a, no que concerne a, com referência a, relativamente a.
  • Interrupção ou reintrodução de um assunto: voltando ao temo, relembre-se que, ressalta-se que, é bom lembrar que, vale destacar que.

4) Indicadores da propriedade autorreflexiva da linguagem

São aqueles que indicam uma autocorreção de quem escreve ou uma necessidade de reformulação ou de detalhamento de determinada passagem.

Uma das características do texto é a organização sequencial dos elementos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se estabelecem entre as orações, frases e parágrafos que consti­tuem um texto, fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja dependente da interpretação de outro(s). Os prin­cipais fatores que determinam esse encadeamento lógico são a articulação, a referência, a substituição vocabular ou lexical e a elipse.

A Coesão textual presente nas frases e nas orações é constituída por preposições, conjunções, pronomes e advérbios que tem a função de criar um sistema de referências retomadas no interior do texto. Portanto, a coesão textual faz a ligação entres os elementos presentes no texto, produzindo sentido e coerência.

 

1 - A ARTICULAÇAO 

         Os articuladores (nexos, conectores ou conectivos) são conjunções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si das ideias de um texto. Eles exprimem os diferentes tipos de interdependência de sentido nas frases de um texto.

 

a) Relação de adição

            Os nexos articulam argumentos que se adicionam a favor de uma mesma conclusão. Trata-se dos articuladores e, também, não só... como (mas) também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem.

 

Exemplos:  Ele trabalha e estuda.

                 A reunião foi um fracasso. Não se chegou a nenhuma  conclu­são, nem se discutiu o problema central.

 

Observação: O articulador e é neutro, podendo estabelecer outras rela­ções de sentido.

Exemplos:

Especialmente até a 4ª ano do Ensino Fundamental, a  escola conta com alunos cuja especialidade é brincar. E é uma pena que esse enorme conhecimento não seja aproveitado como conteúdo escolar. (oposição)

Ela sofreu um acidente e ficou paralítica. (causalidade)

 

b) Relação de oposição 

Os conectores articulam proposições cujos conteúdos se opõem de alguma maneira. Os principais articuladores de oposição são: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, apesar de (que), embo­ra, ainda que, mesmo que, não obstante. 

Exemplos: 

Mesmo que chova, iremos à praia.

Os índios são os primeiros americanos, mas, desde a chegada dos europeus, são condenados a negar sua identidade

 

c) Relação de alternância

As proposições alternativas são articuladas por nexos como: ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja. O nexo ou pode ser inclusivo  (= e/ou, incluindo as idéias relacionadas), ou exclusivo (quando é necessária a exclusão de uma das idéias, por serem incompatíveis num mesmo mundo). 

Exemplos: 

Você vai comigo ou prefere ficar em casa? (exclusão)

O  amor ou o ódio exagerados não levam a boa coisa. (inclusão)

 

d) Relação de conclusão

Um enunciado (B) introduzido por portanto, logo, pois, então,  por conseguinte, estabelece uma conclusão em relação a algo dito em um  e­nunciado anterior (A) . Na relação conclusiva, há um terceiro enunciado implícito (premissa maior), que ratifica a coerência do raciocínio. 

Exemplos:

O amor é um som, portanto reclama um eco.

O amor é um som. (premissa menor)

Portanto, reclama um eco. (conclusão)

Todo som reclama um eco. (premissa maior - implícita)

 

e) Relação de explicação

Os articuladores do tipo pois, que, porque podem introduzir  uma explicação ou justificativa de algo já anteriormente referido. A segunda proposição visa a justificar aquilo que foi expresso na primei­ra proposição. 

Exemplo:   

Não se preocupe, pois o problema já foi resolvido.

 

f) Relação de causalidade

A relação de causalidade é expressa pela combinação de duas pro­posições, uma das quais encerra a causa que implica  uma  determinada conseqüência. Principais articuladores: porque, pois, já que, visto que, uma vez que, como, tão.... que, tanto.. que, por isso. 

Exemplos: 

Como estava preocupado, não conseguiu dormir.

O  discurso foi tão longo, que aborreceu o auditório.

 

g) Relação de condicionalidade

Esta relação é expressa pelos articuladores se, caso, desde que, contanto que, que introduzem a condição (antecedente) a ser satisfei­ta para que a outra proposição (consequente) seja verdadeira. 

Exemplos:

Se queres vencer na vida, (então) estude.

Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro.

Observação: O nexo se pode também expressar uma oposição de ideias.

Exemplo: Se uma minoria pode imitar os padrões de vida das classes altas do Primeiro Mundo, milhões de  brasileiros se debatem num quadro de miséria.          

 

h)  Relação de finalidade (ou mediação)

Uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para  se atingir determinado fim expresso na outra.

Articuladores:  para, a fim de, para que, a fim de que.

Exemplos: 

O advogado usou de todos os recursos a fim de inocentar o réu.

Basta que cumpramos nosso dever para que tenhamos a consci­ência tranqüila.

 

i) Relação de conformidade

A relação de conformidade expressa-se por meio de duas  proposi­ções, através das quais se mostra a conformidade do conteúdo  de  uma delas em relação a algo afirmado na outra.

Articuladores:  conforme, segundo, de acordo com, para, como, consoante.

Exemplos:   

Para Paulo Freire, a relação entre educador e educando deve ser dialógica.

Segundo (conforme, de acordo com) Chomsky, o falante nativo é capaz de criar e compreender um número infinito de sen­tenças de sua língua a partir de um número finito de regras.

Ela fez a dieta de acordo com a orientação médica.

 

j) Relação de temporalidade

É a relação por meio da qual se localizam no tempo ações,  even­tos ou estados de coisas do mundo real.

Articuladores: quando, sempre que,  toda vez que, antes que, depois de (que), logo que, assim que, mal, no momento em que, enquanto, ao mesmo tempo que, à medida que, à proporção que, ao passo que, etc.

Exemplos: 

Quando ele chegou em casa, teve uma surpresa.

Enquanto jantavam, assistiam às notícias. (concomitância de fatos)

A medida que nos aproximávamos da casa paterna, nossa sauda­de aumentava. (tempo progressivo)

O campo se despovoa,  enquanto a cidade se congestiona. (concomitância de fatos que se contrapõem)


Observação
: O nexo enquanto tem ,ainda, a função de:

a) relacionar duas ideias opostas ou contrastantes.

Exemplo: A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas ou tradições respeitáveis, enquanto a politicalha é a indústria do explorar a benefício de interesses pessoais.

 

b) delimitar uma palavra ou expressão - função restritiva.

Exemplo: "Enquanto regime político, a democracia implica uma mo­dalidade de funcionamento do Estado, segundo a qual     este go­verna por intermédio de consultas periódicas à população ci­vil." (ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino da literatura. São Paulo: Contexto, 1988, p.21).

 

l) Relação de comparação

É estabelecida pelos articuladores tanto (tão) ...como, tanto... quanto, mais... (do) que, menos ... (do) que, assim como. Para  compa­rar, são necessários polo menos dois elementos entre os quais se  fará o jogo comparativo (dois ou mais seres - animados ou inanimados -   ou dois elementos referentes ao mesmo ser). Entre eles haverá um aspecto em comum.

Que relação de sentido esses articuladores estabelecem entre as ideias?

Resposta: 5)A) esses articuladores argumentativos estabelecem o sentido de conclusão de ideias.

O que são expressões articuladoras exemplos?

Os mais conhecidos são: porque, pois, uma vez que, já que, devido a, se, logo, então, portanto, de modo que, assim, a fim de; mas, porém, entretanto, embora, apesar de, mesmo que, ainda que; ou seja, ou melhor, enfim, finalmente.

O que são articuladores de coesão?

Os articuladores (nexos, conectores ou conectivos) são conjunções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si das ideias de um texto. Eles exprimem os diferentes tipos de interdependência de sentido nas frases de um texto.

Quais são os órgãos articuladores?

Os articuladores passivos são: lábio superior, dentes superiores, alvéolos, palato duro, palato mole (ou véu palatino), úvula. Os articuladores ativos são: lábio inferior, língua, véu palatino, pregas vocais.