Quais os critérios para a seleção de empresas para investimento?

   
Neste ponto pode-se analisar os crit�rios de uma perspectiva tradicional ou de uma perspectiva mais actualizada e moderna, seguida pelos capitalistas de risco europeus. De qualquer forma, � sempre necess�rio proceder a uma selec��o r�gida, devido ao risco elevado existente nos projectos a este n�vel, pois em investimentos de capital de risco n�o existem as garantias reais cl�ssicas de financiamento.

Do ponto de vista tradicional podemos verificar que o processo de selec��o � elaborado e decidido de acordo com a viabilidade do projecto, sendo melhor considerados os projectos mais atractivos, com um rendimento esperado mais elevado e uma maior expectativa de sucesso.

Nesta abordagem podemos ent�o definir 4 factores cr�ticos de avalia��o de um projecto:

1) Gest�o

A import�ncia deste crit�rio est� muito relacionada com o est�dio de desenvolvimento em que uma empresa se situa; relativamente, por exemplo ao capital semente, este ser� o crit�rio que dar� mais informa��o ao investidor.

A qualidade da gest�o define o profissionalismo das pessoas que integram a empresa, analisado logo � partida atrav�s do plano de neg�cios. � muito importante o desempenho dos empreendedores. � necess�rio que eles mostrem ao investidor que acreditam no neg�cio, que se sentem motivados, dedicados e com energia para enfrentar tudo o que da� possa advir.

Os gestores da empresa devem ser profissionais com experi�ncia, com sucesso demonstrado em experi�ncias anteriores e com capacidade e coragem para atingir os objectivos estabelecidos. As pessoas envolvidas s�o analisadas pelos investidores desde a sua vida profissional at� mesmo � vida pessoal (se for caso disso).S�o analisados os seus sucessos e insucessos, e at� as mudan�as que volunt�ria ou involuntariamente possam ter acontecido ao longo das suas vidas.

2) Produto/tecnologia

O capitalista de risco tem de conhecer ao pormenor o produto e toda a sua tecnologia envolvida. Para tal tem de proceder a uma an�lise de:

  • Enquadramento legal
  • Custos inerentes � produ��o
  • Proveitos inerentes � produ��o
  • Ciclo de vida do produto
     

3) Mercado

Para este tipo de investimento tamb�m � necess�rio fazer uma an�lise exaustiva ao mercado onde a empresa vai actuar. Para isso, podemos utilizar a teoria das cinco for�as competitivas de Michael Porter (Fig.2.):

  • Entrada de novos concorrentes
  • Amea�a de substitutos
  • Poder de negocia��o dos clientes
  • Poder de negocia��o dos fornecedores
  • An�lise dos concorrentes
     

Fig. 2. - As cinco for�as competitivas de Porter

Ver Fig. 2


Esta an�lise permite determinar a habilidade das empresas no mercado, de modo a que se obtenha taxas de rendibilidade sobre o investimento superiores ao custo de capital.4) An�lise financeira e avalia��o da empresa

A an�lise financeira e a avalia��o da empresa faz parte do processo de selec��o de qualquer participa��o. Como j� foi dito anteriormente, o grau de risco em projectos deste tipo � muito superior ao do financiamento tradicional.

A avalia��o de uma empresa � normalmente feita atrav�s de simula��es de cen�rios poss�veis de acontecer. � necess�rio para isso, considerar aspectos muito importantes para o desenvolvimento da actividade, tais como o capital necess�rio para continuar ao ritmo previsto, o volume e o momento de realiza��o dos ganhos e as probabilidades de perda. A avalia��o da empresa n�o � uma tarefa f�cil, visto ter de se basear em expectativas futuras de dividendos e mais valias.

Analisando os m�todos utilizados em Portugal pelas Sociedades de Capital de Risco, 75% utilizam a TIR para analisar uma empresa financeiramente, e n�o � dado tanto relevo ao per�odo de recupera��o do investimento, sendo esta uma informa��o complementar � TIR e ao VAL. Pode-se ainda referir que 62,5% das sociedades utiliza simula��es, considerando ser o resultado da utiliza��o sucessiva da an�lise de sensibilidade.

Considerando uma vis�o mais actual e enquadrada no nossos dias, surgem novas opini�es. Podemos real�ar que se valoriza o valor de mercado da empresa em deterimento do valor contabil�stico tradicional. O valor de uma empresa passa pelas pessoas que a integram, pela posi��o que detem no mercado em que actua, relativamente aos seus clientes e fornecedores, esse valor advem de neg�cios anteriores, influ�ncia das valoriza��es bolsistas e principalmente na import�ncia e credibilidade do seu neg�cio (pois, com a velocidade com que as empresas se movem, os neg�cios de "moda" hoje estar�o ultrapassados amanh�...).

Outro dos factores que se deve dar import�ncia e relevo � a qualidade da equipa de gest�o, que deve conter elementos com experi�ncia, com notoriedade e que sejam capazes de atingir objectivos definidos e de controlar todas as opera��es inerentes ao neg�cio.

Aspectos fundamentais para aumentar essa valoriza��o:

  • "Muscular" a equipa;

    • Complementando a equipa inicial

    • Constituindo um conselho de administra��o

    • Inserindo no capital inicial o investimento e experi�ncia de um Business Angel
       

  • Limitar o montante de capitais ao que � necess�rio para a passagem � fase seguinte;
     

  • Ter um Business Plan que cative o interesse do investidor, pois � atrav�s dele que os capitalistas de risco decidem sobre o valor e rendibilidade do neg�cio, ou seja o Business Plan reflecte o valor e credibilidade do neg�cio.

Um business plan, por forma a ser bem sucedido deve basear-se na "Lei dos Quatro M's":- MAGIC
Um plano de neg�cios tem de fazer sonhar o capitalista de risco e tranquiliz�-lo relativamente ao projecto apresentado. Tem de o convencer que a sua oportunidade de investimento baseia-se numa verdadeira solu��o a um problema existente.- MANAGEMENT
Tem de mostrar que a equipa de gest�o acredita e est� "apaixonada" e preparada para levar em frente um grande projecto. T�m de ser pessoas respons�veis, com capacidade para resolverem os problemas que possam aparecer, e mais do que tudo t�m de ter um esp�rito empreendedor.- MARKET
O plano de neg�cios tem de demonstrar que existe um mercado alvo apropriado ( com grande capacidade para a entrada de novas empresas ou em fase de crescimento) e que existe um plano s�lido para conquistar e manter uma quota de mercado significativa.- MONEY
� relativamente ao dinheiro que se toma a decis�o final sobre o investimento. E assim, o plano de neg�cios tem de convencer o capitalista de que o projecto ser� um bom investimento e que a estrat�gia financeira adoptada se baseia em suposi��es s�lidas e comprovadas e que pricipalmente, o Return On Investments ser� significativo.

Um plano de neg�cios deve, fundamentalmente fazer sonhar, contendo uma bela hist�ria de "como ganhar dinheiro", uma excelente ideia, gestores, tecnologia, mercado, sucesso...; deve animar e tranquilizar o capitalista de risco, mostrando que n�o existem planos tipo mas sim t�picos obrigat�rios.

Quanto � moderna avalia��o de uma empresa, existem v�rios m�todos, contudo � sempre dif�cil encontrar um que retrate a realidade. O m�todo a utilizar depende do tipo de empresa e qual o objectivo da pr�pria avalia��o.

No caso do capital de risco podemos considerar que a avalia��o deve ser diferente consoante o sector de actividade da empresa. Tendo em considera��o a g�nese do capital de risco interessa-nos mais abordar o sector das novas tecnologias. Para uma melhor avalia��o deve-se comparar a empresa com outras do mesmo sector que se encontrem cotadas em bolsa (NASDAQ, Neuer Markt, Noveau March�).

Mas aqui a compara��o � feita diferentemente de empresas de outro sector, devendo-se ter em aten��o os seguintes crit�rios:

  • Volume de neg�cios;

  • N�mero de visitas ao site;

  • First move advantage (vantagem em ser o n�mero um);

  • Capacidade de afilia��o (cria��o de uma comunidade);

  • Capacidade de estabelecer parcerias estrat�gicas;

  • Qualidade da equipa de gest�o.

S� assim � poss�vel determinar com alguma fiabilidade o valor de uma empresa deste tipo. Sendo a avalia��o de uma empresa um tema complexo, o certo � que no contexto do financiamento via capital de risco a avalia��o dos capitais pr�prios assume particular relev�ncia, visto o capitalista de risco ter como contrapartida do seu investimento uma participa��o no capital da empresa.

� prefer�vel ter um projecto regular com um bom l�der e uma boa equipa, do que um excelente projecto com pessoas menos capazes para o implementar. Porque quando se tem capacidade pode-se fazer de um projecto mediano um grande neg�cio, e a isso se chama empreendedorismo. Quanto ao ponto de vista do empreendedor, n�o deve ser escolhida a melhor valoriza��o dada ao seu projecto, mas sim devem privilegiar a qualidade do investidor. Devem ter em conta que o capitalista de risco possui, ou deve possuir uma vasta experi�ncia na �rea do projecto em quest�o e � tamb�m a� que a decis�o deve recair. O valor acrescentado que os investidores possibilitam � empresa e ao neg�cio nem sempre � igual, porque 1$00 investido hoje, n�o valer� sempre 1$00.

"Os bons gestores nunca podem perder; se a estrat�gia n�o resultar - desenvolvem outra; se um concorrente entrar no mercado - altera-se o caminho a seguir, inovando."

Inicialmente, com a perspectiva de elevadas rendibilidades come�aram a aparecer sociedades de capital de risco independentes, mas com o decorrer dos anos, essas sociedades acabaram por desaparecer, pois n�o tiveram capacidade para aguentar tamanhos investimentos.O ciclo de vida destes investimentos � muito longo, e por isso s� come�a a apresentar resultados, v�rios anos ap�s a sua constitui��o (7 a 12 anos), acumulando at� l� eventuais mais valias.

Assim, essas sociedades ou desapareceram ou associaram-se a grupos econ�micos, bancos ou organiza��es estatais. Todos esses factores implicam uma certa depend�ncia das sociedades de capital de risco para com as empresas ou grupos que as constituem, ou seja, tornam-se sociedades instrumentais desses grupos, estando bastante dependentes das suas estrat�gias, que em alguns casos est�o centradas para determinados sectores espec�ficos, excluindo assim, as participa��es noutros sectores de actividade.

Relativamente �s sociedades que s� disponham de recursos p�blicos, tamb�m nessas existe um grau de depend�ncia, visto que o Estado tem interesse em que se invistam em sectores que se encontrem em fase de decl�nio e que sejam importantes para o desenvolvimento e crescimento da economia do pa�s. Nestas sociedades os crit�rios de selec��o de um projecto podem ser muito exigentes e burocr�ticos, n�o satisfazendo por vezes as necessidades imediatas do empreendedor.

Quais os critérios para a seleção de empresas para investimento?

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O que devo saber antes de investir em uma empresa?

Para investir bem é necessário saber se a companhia escolhida possui histórico de crescimento de receita, dos lucros e da geração de caixa. É importante saber se a empresa tem uma contabilidade sólida, já que elas refletem uma situação saudável financeiramente e afasta riscos sobre a sustentabilidade do negócio.

Quais os critérios principais para se identificar o tipo de investimento mais adequado para alguém em particular?

Afinal, existem diferentes critérios para investir e analisá-los pode interferir diretamente em suas aplicações..
Riscos a serem enfrentados. ... .
Rentabilidade esperada do investimento. ... .
Volatilidade: o sobe e desce do mercado. ... .
Prazo para obter retorno. ... .
Necessidade de liquidez..

O que avaliar para investir em uma startup?

Como avaliar uma startup?.
Curto histórico de operações. ... .
Escassez de negócios comparáveis. ... .
Ativos prioritariamente intangíveis. ... .
Baixa taxa de sobrevivência. ... .
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O tamanho do mercado. ... .
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Projeções de rounds futuros de investimento..

O que é investimento de médio prazo?

Investimentos de médio prazo são aqueles cujo retorno será obtido, em média, entre dois e cinco anos – assim como o seu resgate. Em geral, os aportes são feitos pelo investidor que visa determinados objetivos no médio prazo, como viagens, a compra de um carro ou outro bem de alto valor, entre outros.