Home » História Geral » Causas da Descolonização na Ásia e África Dos fatores mais importantes de descolonização da Ásia e África, merecem destaque o declínio da Europa após a Primeira Guerra Mundial; a ascensão do nacionalismo afro-asiático e a emergência das superpotências: Estados Unidos e União Soviética. O declínio da Europa depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) provocou a
mútua destruição das potências imperialistas que entraram em luta pela re-divisão do mercado mundial. A guerra devastou o continente, drenou recursos e enfraqueceu as metrópoles coloniais, deslocando a supremacia da Europa para os Estados Unidos. Essa decadência se agravou ainda mais com a crise de 1929 e se completou com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). É válido lembrar que, por volta de 1900, cerca de 56,6% da Ásia e 90,4% da África estavam sob controle
do colonialismo europeu. Nessa época a França, cuja superfície era de apenas 547 mil quilômetros quadrados, possuía um império colonial de 10 milhões de quilômetros quadrados e 100 milhões de habitantes; a Inglaterra, com uma área de 244 mil quilômetros quadrados, tinha 55 colônias que abarcavam 33 milhões de quilômetros quadrados e 500 milhões de pessoas. Uma das principais consequências da Segunda Guerra Mundial foi o fim
dos grandes impérios coloniais europeus, com o processo de descolonização da Ásia e da África. Entre 1945 e 1960 conquistaram a independência mais de 40 países afro-asiáticos, habitados por 800 milhões de pessoas, o que representava na época um quarto da população do globo. Quando a Europa foi dividida em esferas de influência dos Estados Unidos e da União Soviética, a ascensão do nacionalismo afro-asiático foi
impulsionada, em larga medida, pela decadência europeia, uma vez que os dois processos se entrelaçaram e se influenciaram reciprocamente. Se, por um lado, a crise europeia fortaleceu o nacionalismo dos povos colonizados, por outro, o surgimento dos movimentos de libertação nacional nos países afro-asiáticos acelerou a crise do colonialismo europeu. A luta anticolonialista recebeu também a influência da Carta da ONU, que, em 1945,
reconheceu o direito dos povos colonizados à autodeterminação, e da Conferência de Bandung, realizada por 29 países recém-independentes que, em 1955, declararam seu apoio ao combate contra o colonialismo, o racismo e o imperialismo. A emergência dos Estados Unidos e da União Soviética como superpotências contribuiu para acelerar a liquidação dos impérios coloniais uma vez que ambos,
ainda que por razões diferentes, apoiaram o processo de descolonização. Os Estados Unidos viam na descolonização uma forma de consolidar sua supremacia sobre o bloco capitalista expandindo sua influência econômica aos mercados afro-asiáticos, até então sob controle das antigas metrópoles coloniais. A União Soviética via na descolonização um meio de estender sua influência política a esses países. No contexto global da
guerra fria, cada uma das superpotências procurava atrair os novos países para sua respectiva esfera de influência. Atualizado em: 19/08/2022 na categoria: História Geral Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A descolonização é o processo de emancipação dos territórios coloniais em relação às metrópoles colonizadoras, conduzindo, em regra, à independência daqueles.[nota 1] Iniciada em 1775, na América, foi após a Segunda Guerra Mundial que o termo se afirmou, quando o fenómeno assumiu uma escala global com o desenvolvimento dos primeiros nacionalismos emergentes no início do século XX. A Organização das Nações Unidas criou um contexto favorável à descolonização, tornando-se a plataforma do anticolonialismo militante.[1][2][3] O Comitê Especial das Nações Unidas sobre Descolonização declarou que no processo de descolonização não há alternativa para o colonizador, a não ser permitir um processo de autodeterminação,[3] mas na prática a descolonização pode envolver tanto uma revolução não-violenta quanto guerras de libertação nacional perpetradas por grupos de independência. Pode ser intramural ou envolver a intervenção de potências estrangeiras agindo individualmente ou através de organismos internacionais, como as Nações Unidas. Embora exemplos de descolonização possam ser encontrados já nos escritos de Tucídides, houve vários períodos particularmente ativos de descolonização nos tempos modernos. Estes incluem a dissolução do Império Espanhol no século XIX; dos impérios Alemão, Austro-Húngaro, Otomano e Russo após a Primeira Guerra Mundial; dos impérios coloniais Britânicos, Francês, Holandês, Japonês, Português, Belga e Italiano após a Segunda Guerra Mundial; e da União Soviética (sucessora do Império Russo) em 1991, após o fim da Guerra Fria.[4] A descolonização tem sido usada para se referir ao processo de descolonização intelectual das ideias dos colonizadores que fizeram os colonizados se sentirem inferiores.[5][6][7] História[editar | editar código-fonte]Antecedentes[editar | editar código-fonte]O crescimento populacional e econômico em vários países da Europa e da Ásia (os mongóis e os japoneses) levou a um tipo de colonização, com o carácter de dominação (e, por vezes, extermínio) de povos que ocupavam territórios longínquos e dos seus recursos naturais, criando grandes impérios coloniais. Um dos aspectos mais importantes desta colonização foi a escravatura, com a “exportação” de uma grande parte da população africana para as Américas, com consequências nefastas, tanto para o continente africano, como para os descendentes dos escravizados, que perduram até hoje. Esta foi a primeira forma de imperialismo, em que vários países europeus, principalmente Portugal, Espanha, França, a Holanda e a Inglaterra (mais tarde o Reino da Grã-Bretanha), constituíram grandes impérios coloniais abrangendo praticamente todo o mundo. A exploração desenfreada dos recursos dos territórios ocupados, levou a movimentos de resistência dos povos locais e, finalmente à sua independência, num processo denominado descolonização, terminando estes impérios coloniais em meados do século XX. Américas[editar | editar código-fonte]Começando com o surgimento dos Estados Unidos na década de 1770, a descolonização ocorreu no contexto da história do Atlântico, no contexto das revoluções Americana e Francesa. A descolonização tornou-se um movimento popular em muitas colônias no século XX e uma realidade depois de 1945.[8] O historiador William Hardy McNeill, em seu famoso livro de 1963, A Ascensão do Ocidente, parece ter interpretado o declínio pós-1945 dos impérios europeus como sendo, paradoxalmente, devido à própria ocidentalização destes lugares, escrevendo que:
No mesmo livro, McNeill escreveu que "A ascensão do Ocidente, como pretendido pelo título e pelo significado deste livro, só é acelerada quando um ou outro povo asiático ou africano expulsa a administração europeia através de técnicas, atitudes e ideias ocidentais". suficientemente próprios para permitir que o façam ".[9]:807 Revolução Americana[editar | editar código-fonte]As treze colônias norte-americanas da Grã-Bretanha foram as primeiras a romper com o Império Britânico em 1776 e foram reconhecidas como nação independente pela França em 1778 e Grã-Bretanha em 1783. Os Estados Unidos da América foram o primeiro conjunto de colônias europeias estabelecidas a alcançar a independência e estabelecer-se como uma nação, além de ter sido o primeiro Estado colonizado independente nas Américas.[10][11] Revolução Haitiana[editar | editar código-fonte]A Revolução Haitiana foi uma revolta de escravos iniciada em 1791 na colônia francesa de Saint-Domingue, na ilha caribenha de Hispaniola. Em 1804, o Haiti assegurou a independência da França como o Império do Haiti, que mais tarde se tornou uma república.[12] América espanhola[editar | editar código-fonte]O caos das Guerras Napoleônicas na Europa cortou as ligações diretas entre a Espanha e suas colônias americanas, permitindo que o processo de descolonização começasse em toda a região.[13] África, Ásia e Oceania[editar | editar código-fonte]Durante o século XIX, as potências europeias exploraram exaustivamente os recursos dos continentes africano e asiático. Apesar disso, algumas colónias obtiveram relativo desenvolvimento que, para continuar, exigia a ruptura dos laços coloniais. A Segunda Guerra Mundial, por sua vez, possibilitou aos povos dominados a descoberta da própria força, já que vários deles prestaram auxílio às metrópoles durante o conflito.[14] Uma das marcas essenciais da conjuntura internacional do pós-guerra foi o surgimento de numerosas nações. Muitas delas se formaram em consequência da luta de povos asiáticos e africanos para se libertarem do domínio imposto pelas potências colonizadoras. Essa nova realidade estimulou os povos dominados a reafirmarem os princípios de dignidade humana e direitos civis: o direito de autodeterminação dos povos, proclamado pela Carta de São Francisco. As novas nações acabaram contando em sua luta com o apoio tanto dos Estados Unidos quanto da União Soviética. Os caminhos para a conquista da independência, ora pacíficos (a antiga colónia assumia a condição de nação soberana ao receber de forma progressiva concessões pela metrópole), ora violentos (não havia tentativas de abolição progressiva do estatuto colonial e os movimentos de libertação eram reprimidos). Em alguns casos, os países colonizadores, diante de movimento de emancipação irreversível, procuravam preservar as novas nações sob sua influência. A Inglaterra, por exemplo, "promoveu" a descolonização gradual de suas colónias, integrando-as em seu círculo de relações económicas (como aconteceu, entre outros, com a Índia e o Ceilão). Em outros, como a França, a tentativa de neutralizar os movimentos de independência, promovendo reformas económicas e sociais, era rompida à força e o conflito terminava em choques armados (como aconteceu na Indochina e na Argélia). Animação da independência das nações africanas entre 1950 e 2011. Quando os estados da Europa no final da Idade Média começaram a "descobrir" a África, encontraram aí reinos ou estados, quer de feição árabe ou islamizados, principalmente no norte e ocidente daquele continente, quer de tradição bantu. Os primeiros contatos entre estes povos não foram imediatamente de dominação, mas de carácter comercial. No entanto, os conflitos originados pela competição entre as várias potências europeias levaram à dominação política desses reinos, que culminou com a partilha do continente pelos estados europeus na Conferência de Berlim, em 1885. No entanto, as duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante a primeira metade do século XX deixaram aqueles países sem condições para manterem um domínio económico e militar nas suas colónias. Estes problemas, associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung, levou as antigas potências coloniais a negociarem a independência das colónias. A descolonização da Oceania deu-se logo após a Segunda Guerra Mundial, que enfraqueceu os países participantes, que ficaram sem recursos suficientes para manter suas colônias, tanto no interior da África quanto na Oceania insular. Outro fator importante é problemas governamentais nas colónias, como no caso do Kiribati foram as disputas territoriais entre o Reino Unido e países que se originaram de ex-colónias britânicas como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia.[15] Ver também[editar | editar código-fonte]
Notas
Referências
Bibliografia[editar | editar código-fonte]Fontes primárias[editar | editar código-fonte]
Leitura adicional[editar | editar código-fonte]
Quais foram os fatores que aceleraram o processo de descolonização da África PósUm dos fatos que mais favoreceu o processo de descolonização da África foi sem dúvida a Segunda Guerra Mundial que ocorreu na Europa entre 1939 e 1945. Como esse conflito armado que aconteceu no continente europeu o mesmo sofreu com a destruição e o declínio econômico.
Quais os fatores que aceleraram o processo de descolonização da Ásia Pós1) Fatores desencadeadores
- O fato de certa parcela da população dos países colonizados estudar na Europa, ou até mesmo no seu próprio país com professores europeus, os aproxima da mentalidade europeia, o que ajuda a despertar e fortalecer os movimentos nacionalistas de independência da África e da Ásia.
Quais foram as principais causas da descolonização da África e da Ásia?A independência do continente asiático se deu por duas causas: o enfraquecimento das nações europeias após a Segunda Guerra Mundial e a eclosão de movimentos de luta pela independência. O processo de descolonização asiático contou com o apoio norte-americano e soviético.
Como se deu o processo de descolonização da África e da Ásia?Após a II Guerra, ruem os antigos impérios coloniais e surgem novas nações na Ásia e na África. O processo de independência segue caminhos diversos: das guerras de libertação, estimuladas pelo Komintern, à resistência pacífica ou às gestões diplomáticas para obter a autonomia.
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