Ao ser adotado, o Protocolo de Kyoto foi assinado por 84 países. Os Estados Unidos, um dos países que mais emitem gases poluentes no mundo, abandonaram o Protocolo em 2001 com a justificativa de que cumprir as metas estabelecidas comprometeria seu desenvolvimento econômico. Show As metas de redução de gases não são, entretanto, homogêneas entre os países que assinaram o acordo. Trinta e oito países têm níveis diferenciados nas metas de redução dos gases poluentes. Países que compõem a União Europeia, por exemplo, estabeleceram meta de 8% na redução dos gases do efeito estufa, enquanto o Japão fixou esse percentual em 6%. Quando os Estados Unidos aderiram ao acordo, comprometeram-se com a redução de 7% dos gases poluentes. Os gases do efeito estufa absorvem parte da radiação infravermelha emitida, principalmente, pela superfície terrestre, dificultando seu escape para o espaço. Esse fenômeno, que é natural e ocorre desde a formação do planeta, é importante para a preservação da vida na Terra, pois a mantém aquecida e impede que ocorra perda demasiada de calor para o espaço. O aumento desses gases tem, no entanto, potencializado esse fenômeno natural, causando aumento da temperatura na terra. Histórico Em 1990, foi criado o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) — Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática —, mecanismo de caráter científico com o objetivo de alertar o mundo sobre o aquecimento do planeta. Nesse ano, os cientistas constataram que as alterações climáticas são provocadas, principalmente, pelo CO² (dióxido de carbono) emitido pela queima de combustíveis fósseis. Em 1992, mais de 160 líderes de países assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climáticas durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. Em 1995, o IPCC divulgou informe, declarando que as mudanças climáticas já davam sinais claros e, em 1997, foi assinado, finalmente, em Kyoto, o protocolo que levou o nome dessa cidade japonesa. Em 2004, foi realizada reunião na Argentina, na qual os participantes aumentaram a pressão para que países desenvolvidos reduzam a emissão de gases. Com o Protocolo de Kyoto, cresceu a possibilidade de o carbono tornar-se moeda de troca, a partir do momento em que países assinantes do acordo podem comprar e vender créditos de carbono. Obtidos em negociações internacionais, os créditos de carbono são adquiridos por países com emissão reduzida de CO², que fecham negócio com países poluidores. Para cada tonelada de carbono reduzida, o país recebe um crédito. A quantidade de créditos de carbono recebida varia, portanto, de acordo com o volume da redução de CO². Os países que mais negociam esses créditos são os da União Europeia e o Japão. Passado pouco mais de um ano e meio de sua entrada em vigor, a implementação do protocolo de Kyoto já é vista como um fracasso. Esta semana o primeiro-ministro britânico Tony Blair admitiu isso e sugeriu um novo acordo internacional para combater o aquecimento global. Uma das principais razões para o fracasso do protocolo foi a não adesão dos EUA, o maior emissor de gases poluentes do mundo. Os americanos argumentaram que os custos decorrentes da ratificação do tratado seriam muito altos para a economia americana. Um outro fator que levou os americanos e outros países industrializados a não ratificar o tratado foi a exclusão de países em rápido desenvolvimento de qualquer compromisso para controlar a emissão de poluentes. Entre estes estão a China e a Índia, os dois mais populosos do mundo, e o Brasil, reconhecido como o maior emissor mundial de CO2 derivado da queima de florestas nativas. O protocolo fracassou porque é uma via de mão única: apenas os países industrializados tinham que cumprir metas. Países como o Brasil, com crédito no balanço internacional de emissão de gases, não demonstraram na prática um compromisso com o protocolo: a destruição da Amazônia, por exemplo, que responde por grande parte dos gases poluentes emitidos pelo país, nunca diminui, pelo contrário, acelerou de forma dramática nestes últimos três anos. Em julho passado os EUA lançaram, durante uma reunião de cúpula dos países da Ásia realizada no Laos, uma nova iniciativa que visa não apenas reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa, mas também o desenvolvimento de tecnologias mais limpas. Participam desse novo acordo os EUA, China, Índia, Austrália, Japão e Coréia do Sul, que são responsáveis por cerca da metade das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa. Ao contrário do Protocolo de Kyoto, este novo acordo não é compulsório. Isto significa que os signatários irão cumprir as metas de emissão na medida do possível e sem mecanismos comuns para sua implementação. O QUE É O PROTOCOLO DE KYOTO? É um plano de ação internacional que estabelece metas de redução das emissões de gases poluentes responsáveis pelo aquecimento global. Ele foi produzido durante uma conferência ambiental realizada no Japão em 1997 e teve como base um tratado anterior da ONU sobre Mudanças Climáticas. Quando entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005 141 países tinham aderido ao tratado. As metas acordadas no protocolo têm que ser implementadas até o ano de 2012, quando o mesmo irá expirar. Do site da BBC Brasil (http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2005/10/051030_blairkyotorw.shtml ) apresentamos abaixo um resumo dos principais pontos do protocolo: Quais são as metas do protocolo? As metas estão sendo atingidas? Por que os Estados Unidos se retiraram do Protocolo? Kyoto vai fazer uma grande diferença? E o Brasil e os outros países em desenvolvimento? O que é o comércio de emissões? Leitura recomendada: Blair pede novo ‘Kyoto’ contra aquecimento global, http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2005/10/051030_blairkyotorw.shtml Entenda os principais pontos do Protocolo de Kyoto , http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/02/050216_kyotoqandacg.shtml EUA criam acordo sobre clima paralelo a Kyoto , http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/07/050728_climatefn.shtml (EcoDebate) artigo originalmente publicado no Blog Ambiente Acreano, de Evandro Ferreira, in http://ambienteacreano.blogspot.com/2005/11/o-fracasso-do-protocolo-de-kyoto.html Quais fatores que levaram os Estados Unidos não ratificaram o Protocolo de Kyoto?Os Estados Unidos, um dos países que mais emitem gases poluentes no mundo, abandonaram o Protocolo em 2001 com a justificativa de que cumprir as metas estabelecidas comprometeria seu desenvolvimento econômico. As metas de redução de gases não são, entretanto, homogêneas entre os países que assinaram o acordo.
Por que alguns países como o Estados Unidos se negam a assumir compromissos para a redução de seus poluentes?Resposta. porque a redução de poluentes é equivalente a redução de muitas indústrias. o que pode causar o enfraquecimento da economia do pais.
Qual é a posição do Brasil com relação ao Protocolo de Kyoto?Brasil: é totalmente a favor do protocolo e não aprova a displicência dos Estados Unidos em relação a essa questão.
Qual é a posição ocupada pelos Estados Unidos?Os Estados Unidos compreendem grande parte da América do Norte, limitando a norte com o Canadá, a leste com o oceano Atlântico, a sul com o golfo do México e com o próprio México, e a oeste com o oceano Pacífico.
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