Todas as plantas conseguiram se adaptar no terrário aberto e após ser fechado

Colocar uma planta em um ambiente fechado pode parecer um contra-senso. Como ela vai sobreviver? Ela não precisa de ar para respirar? É justamente por isso que essa experiência, tão simples, pode ser utilizada para trabalhar temas bastante complexos da biologia.

Um terrário fechado funciona como um mini-ecossistema. Não há entrada e nem saída de matéria, apenas a energia (sob a forma de luz) continua movimentando as engrenagens do sistema. As plantas sobrevivem pois durante a fotossíntese liberam oxigênio e consomem gás carbônico, exatamente o contrário do que acontece durante a respiração. Se houver um balanço entre fotossíntese e respiração, um terrário pode manter plantas vivas por muitos meses, até mesmo anos.

Claro que não é tão simples e outros elementos também precisam estar em equilíbrio, como a água e os nutrientes. Manter um ecossistema fechado por muito tempo pode ser um verdadeiro desafio. Quanto menor o terrário, mais difícil.

Materiais necessários:
  • Recipiente transparente com tampa, de boca larga (de plástico ou vidro)
  • Planta de pequeno porte
  • Pedrinhas
  • Terra
  • Água
Procedimento:
  1. Coloque uma camada fina de pedrinhas no fundo do recipiente. As pedras ajudam a drenar o excesso de água.
  2. Coloque a planta no centro do recipiente e preencha as laterais com terra. Cuidado para não sujar as paredes do terrário nesta etapa.
  3. A camada de pedras + terra não deve ultrapassar 1/4 da altura do terrário.
  4. Regue, deixando a terra úmida, mas não encharcada.
  5. Feche o terrário e deixe em local fresco e iluminado (mas não sob sol direto).

Opte por plantas que gostem de ambientes úmidos e de sombra. Você pode coletar plantas de um local com estas características (neste caso colete também musgo!) ou comprar uma muda em uma floricultura. Não utilize cactos e suculentas, essas espécies não se adaptam bem ao ambiente úmido do terrário fechado.

Todas as plantas conseguiram se adaptar no terrário aberto e após ser fechado
Observe a água condensada nas laterais do terrário. Este é uma ótima demonstração do ciclo da água: a planta transpira vapor d’água, que se condensa na parede do terrário e desliza de volta para a terra, onde será captada novamente pelas raízes da planta.

Após algumas horas um pouco de água deve começar a condensar nas laterais do terrário. Se isso não acontecer, abra o terrário e coloque um pouco mais de água. Se, ao contrário, muita água ficar condensada, deixe o terrário destampado por algumas horas até este excesso de água secar. Observe com atenção nos primeiros dias, acertar a quantidade de água é crucial para a manutenção do terrário fechado.

Um exemplo da dificuldade de se manter um ecossistema completamente isolado foi o projeto Biosphere 2, realizado na década de 90. Animais, plantas e oito pessoas (!) foram colocados em uma redoma de 12.600 metros quadrados no meio do deserto do Arizona. O objetivo era mantê-los vivos ali em completo isolamento do resto do planeta, em um ecossistema próprio. O projeto fracassou.

O segredo da floresta envidraçada

Pequenos, fáceis de manter e perfeitos para ambientes internos, os terrários viram febre e atraem cada vez mais pessoas dispostas a cultivar folhagens em potes e garrafas de vidro

Por Carol Costa

De um lado da rua de cascalho fino, um cavalo pasta aos pés de uma gigantesca árvore-da-felicidade. Na outra margem, o pasto recoberto de musgo tem gotículas de orvalho e as touceiras de grama-preta despontam pela paisagem, aqui e ali, contrastando com as nervuras vermelhas da fitônia. Ao fundo, uma samambaia-havaiana se abre em leque qual um farto bambuzal, suas frontes dispostas em graciosas plumas verde limão. Um esquilo segura sua avelã imóvel como só um bicho de plástico é capaz de permanecer. São seis horas da manhã e o dia nasce agradavelmente quente e abafado dentro do vidro, na floresta mágica que o terrário encerra.

O meu primeiro terrário

Até que eu fizesse meu primeiro terrário, cinco anos atrás, sempre achei que esse era um artesanato de vó, primo-irmão do macramê, do bordado e do café de coador. E não é que tudo isso voltou — repaginado, modernoso, empoderador de moças, moços e moç@s, como se vê por aí. E terrário, aquele troço que você fazia a contragosto na mostra de ciências do colégio, virou um objeto de desejo, a promessa de ter seu quinhão de florestinha ali, preservado, intocável, secreto.

Meus primeiros arranjos dentro de vidros foram um fracasso. Levei um tempo pra confirmar o que é bem óbvio pros botânicos: que as suculentas realmente odeiam umidade. Colocava rosas-de-pedra, dedinhos-de-moça, kalanchoes e outras bonitezas de folhas gorduchas todas reunidas num vidro bonito, plantadas com capricho. Em poucas semanas as primeiras melavam, tornando o vidro elegante um ambiente de cultura maravilhoso para contemplar o rápido crescimento de… bactérias!

A verdade é que os terrários clássicos, aqueles criados pelo inglês Nathaniel Ward, conseguiram revolucionar a pesquisa botânica ao reunir num vidro fechado espécies com duas características essenciais: que gostassem de muita umidade e crescessem com pouca luz solar. Daí que nenhum dos livros moderninhos de "terrários" ia muito além do "faça um jardim num vidro aberto e encha de miniaturas", então, o jeito foi revirar a seção de artesanato dos sebos mais fedorentos que eu encontrasse pelo caminho. E, batata!, nas páginas amarelas dos livros antigos, entre o passo a passo de um banquinho de papel machê e a técnica de pintura em gesso, lá estavam os tais terrários.
Os modelos que foram moda no Brasil 30, 40 anos atrás não eram tão minimalistas quanto os atuais. Feitos em vidros esverdeados de gargalo muito fino ou em caixinhas com esquadrias metálicas, eles eram montados com paciência e capricho, a dupla que sempre gera bons resultados. As plantas, no entanto, continuam sendo as mesmas de hoje: samambaias, begônias, chamaedoreas, antúrios, lírios-da-paz, tudo crescendo numa massaroca verde que logo grudava nas paredes e enchia o dono de orgulho.

Terrário é a solução para ter plantas dentro de casa

Hoje, os terrários estão por toda parte, conquistando corações até de quem se achava "dedo podre". Além de serem fáceis de cuidar — basta manter o vidro pertinho de uma janela onde não bata sol direto —, essas florestinhas ganharam notoriedade porque, pouco a pouco, se transformam numa fonte de renda extra pra tantos desempregados ou descontentes com seus empregos. É quase como se fizessem um convite: "Venha viver neste micro mundo, aí fora a vida anda muito tumultuada, mas aqui dentro é calmo e silencioso". É um convite tentador, mas eu é que não sou louca de ir morar num lugar com minhocas do tamanho de cobras e onde os esquilos nunca saem do lugar…

Publicado na Revista Natureza – 351

Por que as plantas conseguem sobreviver mesmo com o terrário fechado?

Mas como as plantas conseguem sobreviver tanto tempo em um recipiente fechado? Com o aumento da temperatura dentro do vidro, a água que foi colocada no terrário evapora do solo e juntase ao vapor d'água liberado na transpiração e na fotossíntese, um processo chamado evapotranspiração.

O que acontece em um terrário fechado?

O terrário fechado é recipiente de vidro vedado (garrafa de vidro, pote de vidro, cachepot de vidro…) com pedras, carvão, terra e plantas que simulam um ecossistema fechado e em equilíbrio. Através da fotossíntese, as plantas conseguem se desenvolver, alimentar e sobreviver, sem necessidade de qualquer intervenção.

Como as plantas conseguem respirar dentro de um recipiente fechado?

Após a fotossíntese, a noite, a planta para de realizar fotossíntese, e começa a respirar o oxigênio produzido por ela mesma durante o dia, ou seja, ela usa o que produziu, sem precisar de oxigênio do exterior, permitindo que ela sobreviva em ambientes fechados.

Quanto tempo dura um terrário fechado?

O tempo de vida de um terrário é extremamente relativo. Se receberem os cuidados adequados e se desenvolverem bem, podem durar muitos anos. Eles foram feitos para durar sem dar trabalho. Mas cada caso vai dependender das condições do ambiente, do tipo de planta, cuidado recebido, tamanho do vaso, etc.