O que a China fez na África?

Na noite de ontem (18), foi realizada a reunião de coordenadores para a implementação dos resultados da 8ª Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África, onde os participantes apresentaram as recentes conquistas neste ano.

No campo do financiamento e comércio, a China emprestou cerca de US$ 2,5 bilhões para projetos africanos importantes e importou mercadorias do continente no valor de US$ 70,6 bilhões. Desde o início deste ano, o investimento das empresas chinesas na África aumentou em US$ 2,17 bilhões. Ao mesmo tempo, vários projetos de infraestrutura começaram ou foram colocados em uso.

Quanto ao tratamento médico, a China forneceu 189 milhões de doses de vacina contra o novo coronavírus para 27 países africanos e enviou 332 novos profissionais de saúde. O edifício da sede do centro de controle e prevenção de doenças do continente será concluído no início do próximo ano. 

Os participantes apontaram que o que a África precisa é de um ambiente pacífico e amigável para a cooperação, não a mentalidade de Guerra Fria.

A embaixadora de Moçambique na China, Maria Gustava, disse que a maior mudança trazida pela implementação dos resultados do Fórum de Cooperação China-África é a mudança na vida dos povos africanos. Em particular, o investimento da China no continente, a construção de infraestrutura e os intercâmbios tecnológicos promoveram o desenvolvimento econômico, a industrialização e o aumento do emprego e da renda das pessoas. O comércio China-África beneficiou os dois grandes mercados, promovendo a construção da Área de Livre Comércio Africana. Atualmente, o desenvolvimento do continente ainda enfrenta desafios, mas a cooperação China-África trará oportunidades.

O que a China fez na África?

O que a China fez na África?

Anúncio foi feito por ministro das Relações Exteriores chinês em reunião na semana passada do Fórum de Cooperação China-África; Pequim e Washington vêm competindo por influência

Representantes da China e de vários países africanos durante o Fórum de Cooperação China-África Xinhua

A China, o maior credor de economias emergentes, disse que perdoará 23 empréstimos sem juros fornecidos a 17 países africanos e que redirecionará US$ 10 bilhões de suas reservas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para nações do continente.

O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, anunciou os perdões das dívidas em uma reunião na semana passada do Fórum de Cooperação China-África, de acordo com um comunicado disponibilizado no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Wang, no entanto, não deu detalhes do valor dos empréstimos que venceram no final de 2021 nem declarou quais países deviam o dinheiro.

“O que a África deseja é um ambiente de cooperação favorável e amigável, não a mentalidade de soma zero da Guerra Fria”, disse o chanceler, de acordo com o documento.

Segundo Wang, desde a reunião do Fórum de Cooperação no Senegal, em novembro, Pequim entregou US$ 3 bilhões dos US$ 10 bilhões em linhas de crédito prometidas a instituições financeiras africanas. Além disso, este ano a China concordou com a entrada livre de tarifas de 98% das exportações de 12 países do continente e forneceu assistência alimentar de emergência para Djibuti, Etiópia, Somália e Eritreia.

Desde 2000, Pequim anunciou várias rodadas de perdão de dívidas de empréstimos sem juros a países africanos, cancelando pelo menos US$ 3,4 bilhões até 2019, de acordo com um estudo publicado pela Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins. O perdão das dívidas limitou-se a empréstimos de ajuda externa prestes a vencerem e sem juros, e a Zâmbia foi a maior beneficiada durante esse período.

O aumento da inflação desencadeou uma onda de aumentos nas taxas de juros pelos bancos centrais em todo o mundo, incluindo o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, o que eleva os custos dos pagamentos de empréstimos soberanos. Enquanto isso, os países em desenvolvimento acumularam uma pilha de dívidas que ameaçam criar uma cascata histórica de inadimplência em economias que já estavam em crise antes mesmo da pandemia da Covid-19.

A China tem sido muito criticada pelos parceiros internacionais pelas práticas de empréstimo às nações mais pobres, que representam quase 40% da dívida bilateral e privada que essas nações precisam pagar este ano, de acordo com dados do Banco Mundial. O governo chinês ajudou a forjar acordos recentes de alívio de dívidas, participando da suspensão de pagamentos pelos países do G20 durante a pandemia.

O anúncio na semana passada evidencia os esforços da China para construir laços com países em desenvolvimento, particularmente por meio de sua Iniciativa do Cinturão e Rota. Os EUA e a China vêm competindo por influência em todo o mundo, e o anúncio ocorre em um ponto baixo nas relações entre as duas superpotências. As tensões aumentaram após uma visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan no início deste mês, e com o apoio de Pequim à Rússia em meio a sua invasão da Ucrânia.

A injeção de recursos recorde de US$ 650 bilhões do FMI no ano passado teve como objetivo ajudar seus membros a enfrentar os efeitos da pandemia, mas a chefe do fundo, Kristalina Georgieva, instou os países mais ricos a fazer mais, emprestando suas reservas aos mais pobres.

A China recebeu o equivalente a cerca de US$ 38,2 bilhões por meio da recente emissão de Direitos Especiais de Saque do FMI (DES, ou SDR na sigla em inglês), que funcionam como um cheque especial sem pré-condições.

O que a China está fazendo na África?

Já a partir da década de 1980 e do acelerado crescimento econômico chinês, este país projeta-se para a África buscando recursos energéticos e acesso a matérias primas para sustentar seu crescimento.

Por que a China tem interesse na África?

Interesses da China na África Um dos principais interesses chineses no continente africano é a importação de materiais como petróleo, minérios e alimentos, detalha Santoro.

Qual foi a estratégia da China na África?

A estratégia chinesa mais visível e decisiva na África foi a organização do Fórum para a Cooperação entre a China e a África (FOCAC), que reúne os dirigentes africanos e chineses em cúpulas em que é traçada a cooperação, segundo as diretrizes chinesas.

Como é a relação da China com a África?

A China mantém relações com a África desde os anos 50, durante a Guerra Fria, através do apoio a movimentos independentistas, e, mais tarde, dispondo-se a construir estradas, ferrovias e oleodutos, para chegar aos campos de petróleo e às minas de cobre e urânio que alimentam as revoluções industriais dos países ...